terça-feira, 2 de outubro de 2018

CAPÍTULO LX - O ASTRÓLOGO COMO CIENTISTA, ARTISTA E SACERDOTE-PROFESSOR


Os símbolos do círculo, seus quadrantes, os Signos zodiacais, os Astros e seus Aspectos devem ser entendidos como sendo símbolos essenciais da vida, seus objetivos e funções, isso se colocarmos a Astrologia no justo lugar da família das iluminações. A abordagem que considera qualquer coisa descrita na astrologia como essencialmente má torna, relativamente, impossível se realizar adequadamente o trabalho construtivo; e mais, tal abordagem tem quase tanta correspondência com a verdade astrológica como o tem a versão cristã do “infernofogo-e-condenação” com os ensinamentos básicos e luminosos de Jesus.
Filosofia significa “Amor à Sabedoria” e são vários os caminhos que se oferecem aos seres humanos para alcançar o conhecimento. Considerando que a Astrologia é um dos principais caminhos por onde a humanidade pode obter a iluminação, dedicamos este trabalho a todos os estudantes para que possam obter um reconhecimento mais claro dos três caminhos que deveria ser percorrido por eles, em algum grau, se eles estão firmes em realizar seus objetivos como “astrofilósofos”.
A roda do horóscopo e seus “ingredientes vibratórios” contém os segredos essenciais de toda classe dos esquemas humanos em todas as suas formas, níveis e graus. A progressão da roda, do Ascendente à décima segunda Casa, caminhando na ordem inversa à dos ponteiros do relógio, abre à nossa visão o “para frente e acima” do desenvolvimento evolucionário, que se expressa pela canção do “EU SOU”, em seus quatro quadrantes. A “Trindade Cósmica” é fisicamente manifestada no que usualmente chamamos “as três dimensões” de comprimento, largura e altura, mas nenhuma dessas três dimensões pode se manifestar sem as outras duas. Essa tri-unidade de uma dimensão física composta tem sua correspondência astrológica na tri-unidade da divisão de cada quadrante de três Casas; os quatro quadrantes são então vistos para expressar a totalidade da roda em doze Casas – os quatro níveis de consciência e desdobramento tridimensional. Essa é a representação simbólica do “Progresso do Peregrino”. 
Já que os esquemas da roda de doze Casas descrevem o progresso essencial de todo o desenvolvimento humano, então, naturalmente, seus símbolos podem ser relacionados às nossas experiências, como astrólogos. Em outras palavras, certas faculdades e qualidades específicas da consciência, abarcam, em conjunto, o aspecto “astrológico” de nosso ser; e por um determinado número de encarnações esse ramo de consciência é empregado de um certo modo, como um fator da nossa evolução.  
Nossa “consciência astrológica”, por causa das suas especializações, pode ser admitida como uma “sub-entidade”, na entidade de nossa consciência composta, do mesmo modo que poderíamos dizer, que o “amarelo” ou o “roxo” são sub-entidades de um conjunto que chamamos “cor”.  Cada sub-entidade tem, naturalmente, suas divisões principais que, por sua vez, têm infinidades de formas de expressão. Assim acontece com a roda e os Signos que se subdividem em decanatos, graus, minutos e segundos. 
A “parte astrólogo” da consciência do ser humano é um conjunto de fatores que o torna cientista, artista e sacerdote-professor. Assim como as vibrações cardinais de cores estão ligadas entre si pelas suas gradações, então esses três correlativos humanos se misturam para criar o “espectro” da consciência astrológica. Todos os que trabalham em astrologia tendem, em determinado grau, a se alinhar, essencialmente, com uma dessas três categorias, mas devemos atingir a “síntese de nós mesmos”, com todas as três, se queremos que o nosso desenvolvimento astrológico seja completo e organizado.
Os significados essenciais das três primeiras Casas contêm os segredos dos três quadrantes remanescentes: 2ª, 3ª e 4ª sendo “extensões” do primeiro. Considerando como uma visão de “raio-X” do primeiro quadrante, podemos desbloquear o segredo dessas qualidades e capacidades da consciência humana que, em uma expressão especializada, dão uma definição ao nosso “eu astrológico” – a soma de quais imagens da humanidade como “astro-filósofo”. 
A primeira Casa: o Ascendente de cada horóscopo é a primeira declaração de “EU SOU”; o envoltório físico que instrumentaliza a consciência é a ciência do ser e da manifestação física; é a consciência da “existência” de todas as coisas; é a consciência exotérica que identifica a humanidade como fator no Universo manifestado; no início o ser humano  percebe essa manifestação como forma exterior a si; subsequentemente, na crisálida da consciência da primeira Casa, ele percebe a multidimensionalidade da vida, por meio do conhecimento e da realização “esotérica” ou “subjetiva”.
Como expressão da primeira Casa, o astro-filósofo é “astrólogo-como-cientista”. Sua abordagem busca se firmar no seu desejo de compreender a expressão física da vida, sob ângulo diferente do que ele já tinha conhecido antes. Sua atenção está focalizada na forma; ele, naturalmente, presta uma atenção cuidadosa na qualidade e mensuração das coisas.  Ele treina a si mesmo, com meticulosa precisão, em relação aos cálculos matemáticos, porque sabe que eles constituem o esqueleto sobre o qual se desenvolverão suas habilidades interpretativas. Ainda mais, ele procura desvendar os segredos dos símbolos abstratos e na proporção em que eles participam dos processos de manifestação do Mundo Físico. Ele reconhece que as funções da humanidade pelos seus princípios especializados, da mesma forma como uma máquina funciona, segundo seus princípios mecânicos. Estuda os eventos na medida em que surgem, dentro do aspecto formal dos esquemas astrológicos em ação. Estuda seu próprio tema em termos sincronizados de eventos com os Aspectos, isto é, procurando relacionar as influências e experiências que sente com os Aspectos de seu tema. Nos primeiros estágios de desenvolvimento identifica seus Aspectos relacionando-os com as vibrações exteriores.
Uma vez que ele é “expressão da primeira Casa”, o astrólogo-cientista é um pioneiro astrológico. Ele é um desbravador no sentido de que ele “projeta” o conhecimento das verdades astrológicas no seu círculo de convivência e de associações. É um “estimulador” que leva o conhecimento de “um novo assunto” a seu círculo imediato de relacionamento ou ao mundo em geral.
Os desenvolvimentos do astrólogo-cientista são mostrados pela primeira Casa do segundo e terceiro quadrante, isto é, da 4ª e 7ª Casas. É através delas que o astrólogo-cientista começa a desenvolver seus conhecimentos subjetivos, porque, nesses níveis, ele deve se converter seus “olhos de astrólogo-cientista” nos temas daqueles a quem ele é projetado nos padrões de família e dos relacionamentos. A “cientificidade” de sua abordagem é impulsionada, naturalmente, para tentar entender os temas daqueles que lhe são mais queridos e próximos, no relacionamento pessoal. O astrólogo-cientista falhará, nesse ponto, se permitir a influência de sentimentos em relação à pessoa cujo horóscopo esteja interceptado. O objetivo, não emocional, científico da parte dele deve ser treinado e disciplinado para se manter naquilo que é verdade, sem se identificar com sentimentos que ele tem pela pessoa cujo tema ele está estudando. Desse modo, o astrólogo-filósofo provará o valor do trabalho “impessoal” da natureza de desejos; torna possível uma técnica em que a Mente pode ser treinada a “ver claramente”, a despeito das solicitações de sua natureza de desejos; como astrólogo-filósofo, nós devemos adquirir e manter essa atitude impessoal e científica em relação a todos os temas.
Na expressão da décima Casa, o astrólogo-cientista expande seus estudos pela inclusão da compreensão de muitos, senão de todos os padrões de interpretação. Ele estuda a astrologia horária; ele estuda os temas de nações e dos governos, dos grupos, de instituições e dos eventos que afetam a muitas pessoas. Estuda a astrobiologia e astrodiagnose; ele sabe alguma coisa de como um mesmo assunto é encarado por “sistemas diferentes” de análise. Em outras palavras, essa cientificidade se amplia a fim de possuir melhor compreensão das vibrações essenciais de todas as espécies de manifestação da vida objetiva da humanidade. O astro-cientista que mantém seu interesse não comercial no assunto tem a melhor chance de se desenvolver de forma rítmica e natural. 
A segunda Casa, abstratamente regida por Vênus, é o correlativo feminino da primeira Casa. Ela é a primeira das Casas Fixas. Sua cúspide é o ponto inicial do símbolo-Trígono, que inicia aqueles níveis de consciência pelos quais o astrólogo artista nasce. É o único Signo feminino do primeiro quadrante e inicia as duas triplicidades dos Trígonos dos Signos de Terra e de Água que abrangem a simbolização dos recursos e afinidades emocionais da humanidade; o impulso para amar, para transmutar, o impulso para beleza, para dar o aspecto estético das visões, inspirações, aspirações, sonhos e ideais de toda ordem. 
O termo “astrólogo-artista” é usado para designar aquela parte de nossa consciência que lança a primeira Casa em termos de identidade com as demais e não meramente a “compreensão das coisas”. A segunda Casa é o centro de amor que toda vocação artística cultiva. Por ela, todo serviço verdadeiro é projetado e todo refinamento realizado. O astrólogo-artista vê na astrologia um canal para a liberação de suas necessidades emocionais; também, por meio do conhecimento acumulado em seu “estágio científico”, ele expressa o desejo de harmonizar e embelezar a vida humana, trazendo para os demais um conhecimento da bondade e das belezas essenciais contidas nos grandes Princípios da Vida, tais como esses são simbolicamente expressos. 
A mola mestra da motivação do astrólogo-artista é a simpatia, um atributo básico da consciência feminina (segunda Casa: Touro, regido por Vênus, ponto de exaltação da Lua). Ele quer ajudar, encorajar, consolar, elevar e inspirar. Se ele não estiver firmado nos requisitos do “estágio científico”, seu impulso para ajudar e para expressar seu sentimento de simpatia podem ser, até certo ponto, impedidos, porque ele falhou em treinar a si mesmo nas técnicas sobre o assunto. Em outras palavras, por motivação pessoal intensa, do centro dos sentimentos ele deve desenvolver o “lado da forma” do assunto, a fim de que sua interpretação resulte em figuras precisas. Por seu apego à sinceridade de motivação, o astrólogo-artista evita as armadilhas que possam lhe surgir no caminho, oriundas de todos aqueles cuja afinidade emocional é a nota-chave de suas naturezas. Essas armadilhas poderiam ser a simpatia descontrolada pelo conhecimento; a falsa piedade pela qual ele se arrisca a voltar ao ponto de uma nova direção que foi mostrado no tema e o malogro na percepção de COMO CADA INDIVÍDUO PODE APRENDER A SE AJUDAR A SI MESMO PELA COMPREENSÃO DE SUA PRÓPRIA NATUREZA.  O astrólogo-artista “completo” cultiva o desapego e neutralidade para evitar o contágio emocional das pessoas cujo horóscopo examina; ele utiliza seu conhecimento do Princípio de Causa e Efeito na conformidade em que ele se manifeste no horóscopo, vendo como essa Lei age nesse horóscopo. Contudo, seu Coração, sua Mente e suas mãos estão abertos e dispostos para receber e ajudar a todos que necessitem de uma orientação; o astrólogo-artista é fiel à verdade e se exercita naquelas áreas de consciência e faculdades, por meios das quais a inspiração e a intuição brotam, para ajudá-lo gradativamente mais. 
A terceira Casa é onde o astrólogo-cientista combina as qualidades da primeira e segunda Casa, lhes adicionando o conhecimento da consciência humana e tornando possível a interpretação dos esquemas astrológicos em suas fases mais profundas e subjetivas. Ele tem habilidade, uma mentalidade treinada e uma técnica perfeita. A todas estas qualidades junta um coração compassivo – uma consciência calorosamente receptiva para com as íntimas necessidades de seus semelhantes.
Para isso, acrescenta ao anterior, um completo domínio mental do significado de todos os símbolos astrológicos e esquemas, de conformidade com o que exprimem dos estados de ser de relacionamento e de evolução e não apenas para mostrar os acontecimentos e sofrimentos. Considerando que a terceira Casa é polarizada na nona Casa, vemos que o astrólogo-filósofo do tipo da terceira Casa é cientista, artista e professor. A composição de sua consciência lhe permite que seja designado como sacerdote-professor ou astrólogo-sacerdote. É um “irmão mais velho” para todos os que nele buscam orientação, porque passou pelos estágios de experiência pelos quais passaram os que lhe solicitam ajuda e pode, por isso, compreendê-los muito bem. Compreende os outros por meio de suas próprias experiências.
Conhece o sexo e o casamento, em variadas vivências, porque destilou compreensão de suas encarnações passadas, como homem e como mulher; ele conhece a condição de marido e esposa, paixão e sacrifício, infância e paternidade. Sabe que o exterior é um reflexo do interior e busca, sempre, fazer que os outros se familiarizem com essa verdade. Permanece como intermediário amoroso entre a ignorância do ser humano e sua iluminação; o astrólogo-sacerdote desempenha a mesma função em seu serviço astrológico que qualquer sacerdote sincero cumpre suas tarefas de cerimônia religiosa; como sacerdote, “vê o problema” do vantajoso ponto de vista da sabedoria. O astrólogo-cientista conhece o efeito das forças vibratórias sobre os indivíduos e grupos; e o astrólogo-sacerdote compreende a vida vibratória da humanidade. O cientista é objetivo, o sacerdote é subjetivo; o artista pode ser uma coisa ou outra, pois depende de sua ligação a uma ou a outra, em menor ou maior intensidade. Contudo, a motivação do astrólogo-sacerdote não é científica; embora também inclua aquele aspecto, iluminando e valorizando sua consciência, que abrange os mais elevados e transcendentais níveis da Mente e do Coração.
O desenvolvimento do astrólogo-filósofo como sacerdote-professor é muito interessante porque a última fase de sua “cruz” (os Signos Comuns) é a décima segunda Casa: o “final” da roda. Sendo ele um composto dos dois primeiros tipos e mais alguma coisa, seu desenvolvimento é resultado de experiência e de méritos comparativamente maiores dos que os conquistados pelos outros dois aspectos.
Em seu “primeiro estágio”, o astrólogo-sacerdote é o moralista, sub-expressão da nona Casa. Suas interpretações literais são necessárias porque ele ainda não tem suficiente experiência para dar forma à sua compreensão. Nesse nível, o astrólogosacerdote vê o tema como um “desenho do bem contra o mal”. Uma vez que permaneça como ponto de diferenciação desses dois fatores na Mente das pessoas a quem orienta, elas são atraídas a ele pelo poder vibratório da simpatia: sua “consciência moral”, ponto focal de suas interpretações. Muitas vezes, nessa posição, ele não pode perceber a “relatividade” daquilo que chama de “bem e mal” e lê no tema de quem lhe procura seus próprios padrões. Ele pode ter o melhor dos dois primeiros tipos, mas, nesse estágio, a verdade lhe é de certo modo vedada. A polaridade da terceira Casa e da nona Casa resulta do quadrante iniciado pela sétima Casa, realizada pelas transmutações da oitava Casa. A compreensão decorrente está representada pela nona Casa. É o que o astrólogo-filósofo, como astrólogoprofessor, se empenha em desenvolver, como a porta para um quarto-quadrante.
A terceira Casa “floresce” na sétima e décima primeira Casas; nesses pontos, o astrólogo-sacerdote encontra o “paralelo” entre ele e todas as pessoas; a medida que seu desenvolvimento progride pelas transcendências de suas experiências, ele realiza o amor-sabedoria. Ele reconhece o humano é a suspensão do cósmico em todas as suas expressões e, em si mesmo, ele encontra aquilo que reflete as soluções dos problemas das pessoas a quem deseja ajudar. Então, entende que o objetivo composto do astrólogo-filósofo é perceber que o pior da pessoa a quem deseja ajudar é o seu pior, em algum momento do passado; o melhor é uma iluminação nos cantos escuros das condições e reações da pessoa a quem deseja ajudar daquelas condições. Sua sabedoria e seu amor se tornam, desse modo, insondáveis, no redirecionamento dos padrões humanos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

CAPÍTULO LIX – A EXPERIÊNCIA ANIMAL


Esse tema é apresentado para a consideração dos estudantes que, em seus estudos, frequentemente se perguntam a respeito de “horóscopos de animais”. Claro que essas indagações são perfeitamente legítimas – sendo pertinentes a um fator familiar de experiência de vida, a qual é de grande interesse para muitas pessoas.
Devido a Astrologia ser essencialmente um estudo da consciência, como uma ciência vibratória ela se aplica a qualquer forma ou plano de vida e à consciência que anima e instrui essa vida. Se o nosso conhecimento de Astrologia fosse, por si mesmo, grandemente estendido além de sua presente esfera, poderíamos – sendo todos os outros fatores iguais – fazer o horóscopo de animais individuais, conforme o fazemos de indivíduos humanos; poderíamos fazer os horóscopos dos Astros, dos Sistemas Solares e das galáxias, assim como daquelas minúsculas formas de vida que habitam esse Planeta. Quando a Astrologia é compreendida como sendo o estudo daqueles princípios ou leis pelos quais toda consciência evolui, então sua aplicação útil à vida por todo o cosmos pode ser percebida pela correspondência com a vida que conhecemos como humana.
Contudo, e aqui é o nó da questão, para compreendermos a Astrologia de outras formas e ondas de vida precisamos conhecer a consciência pertinente a aquelas formas e ondas. Podemos observar e estudar as evidências de outros tipos de consciências diferentes da nossa, mas sendo “particular e peculiarmente Humanos Terrestres”, nós não podemos compreender os planos de consciência com os quais outras formas, sub-humanas e super-humanas, estão alinhadas. De fato, muitos humanos têm apenas uma observação turva e distorcida da consciência do seu semelhante humano! A vida Animal é animada a partir de um centro diferente do nosso – sendo nós humanos muito mais autônomos, e estando os animais muito mais sob um guia especializado.
Diz-se que as linhas evolutivas sub-humanas, as que agora constituem os mamíferos, alcançarão sua evolução máxima por meio do padrão humano. Assim, não somente é de interesse, mas de grande importância que aprendamos a espiritualizar nossa consciência dos membros do reino animal e nossa relação com eles; eles são fraternos conosco, como habitantes desse Planeta, e nós, como a expressão evolutiva mais elevada, temos uma responsabilidade decisiva para com eles tal como a têm os irmãos e irmãs mais velhos para com os mais novos em uma família – a correspondência no relacionamento é quase exata.
Por conseguinte, embora não possamos “fazer as Cartas Astrológicas” dos animais, podemos estudar nossas próprias Cartas em relação às nossas experiências com a vida sub-humana e nossos sentimentos acerca dela, expandindo, desse modo, nossa consciência de evolução nesse Planeta. Usando os fatores astrológicos que costumamos usar, uma Carta calculada para a hora de nascimento, por exemplo, de um gatinho ou um cachorrinho representaria o significado do animal para nossa experiência; o mesmo se aplicaria à hora de nossa decisão de trazer para o nosso lar um novo animal de estimação ou qualquer outro animal, para nossa experiência pessoal. No último caso, a motivação e o propósito representariam as notas-chaves da leitura astrológica; essa Carta, correlacionada com a nossa Carta Natal, representaria os fatores inter-relacionados da experiência que poderíamos ter com o animal. Uma Carta calculada para a hora em que escolhemos o animal poderia indicar os pontos básicos referentes à conformidade do animal ao nosso propósito. Muitas pessoas acham que seu relacionamento com um animal inicia uma experiência significativamente notável, e essas possibilidades de experiência são o que estudaremos.
A consciência humana individual de relacionamento não faz acepção de pessoas ou coisas. Um homem pode amar sua esposa e seus filhos com ternura, solicitude e devoção, mas se sua consciência de relacionamento contém uma área de ódio, medo ou preconceito de e para com outro homem – ou outras pessoas – que sejam por acaso de outra raça ou nacionalidade, sua consciência de relacionamento não é clara ou pura. Uma mulher pode preencher os requisitos de seu trabalho profissional com um escrúpulo inabalável, mas se sua atitude para com seus colegas de trabalho – ou uma colega – é manchada com a inveja ou falsa superioridade, então sua consciência de relacionamento para com sua profissão fica correspondentemente manchada.
Muitas de tais ilustrações hipotéticas podem ser consideradas; o ponto a se considerar é esse: nosso relacionamento com outra pessoa é qualificado primeiramente por nosso sentimento acerca dele ou dela; essa área do sentimento é acesa pelo contato vibratório com a pessoa. Em outras palavras, outras pessoas simbolizam qualidades de consciência para nós porque, pela ação da simpatia vibratória, qualquer pessoa pode servir para estimular qualquer ponto de sentimento em nossa consciência de relacionamento. Até que alcancemos uma verdadeira compreensão, nós tendemos a identificar a pessoa com a qualidade estimulada em nossa consciência de relacionamento; quando tenhamos alcançado a sabedoria do relacionamento, saberemos que nossas reações de natureza desagradável devem ser transmutadas em potência espiritual de boa vontade (Amor). Por conseguinte, todos os pontos na consciência de relacionamento que identificamos como ódio, inveja, despeito, medo, falsa superioridade, tirania, etc., podem ser compreendidos como “materiais” para se usar no exercício transmutador. O fato de que muitas pessoas provaram a lei da boa vontade por meio de seus esforços transmutadores pode ser verificado em uns poucos minutos de reflexão sobre o assunto.
Qualquer foco magnético de atração no relacionamento pode ser utilizado para intensificar negativos existentes na consciência ou para alimentar as qualidades regeneradas já desenvolvidas. E “relacionamento” é seu ponto de vista de você mesmo em alinhamento vibratório com qualquer outra pessoa, criatura, coisa, atividade, acontecimento, esforço ou ambiente. Seu horóscopo natal desempenha seu maior serviço ao representar para você suas tendências básicas de ponto de vista na consciência de relacionamento. Compreender, verdadeiramente, essas tendências e as maneiras de usá-las retamente é conseguir a chave mestra de todas as outras fases do estudo de sua Carta. A evolução da consciência da humanidade é adiantada em proporção direta à medida que cada ser humano aprende a se alinhar corretamente no relacionamento com os seus semelhantes humanos e seus semelhantes animais.
Preste atenção, cuidadosamente, às últimas quinze palavras do parágrafo acima. Aquilo que agora é, foi determinado por aquilo que era; aquilo que há de ser, será determinado por aquilo que agora é. Cada ser humano do atual período de manifestação na Terra esteve alguma vez no “status animal”; cada animal é agora potencialmente um humano. Em nenhum sentido absoluto um humano é “superior” a um animal; a diferença está simplesmente no tempo de evolução. A veracidade dessa asserção será percebida instantaneamente se considerarmos o fato de que todos os Iniciados, Mestres e Adeptos – a vanguarda espiritual da atual humanidade – servem ao inspirarem e encorajarem nosso desenvolvimento e progresso espiritual. Se eles, usando uma hipótese absurda, se relacionassem conosco por meio de uma “superioridade absoluta”, por que razão seríamos incentivados, de todos os modos, a “trilhar o caminho que eles trilharam”? Se nós nos relacionassem com os animais por meio de uma “superioridade absoluta”, não haveria impulso no coração humano para melhorar as condições deles, não haveria o inspirado ímpeto para amá-los. No entanto, muitos humanos amam os animais com simpatia e abnegada devoção. Isso por si só não é uma prova de que nós sabemos intimamente que os animais trilharão o caminho que trilhamos agora? O ser humano ao se tornar totalmente consciente de sua confraternidade com os animais atinge um clímax no curso de sua jornada evolutiva; é uma tremenda expansão de sua consciência de Amor, e nesse ponto essa experiência é, inevitavelmente, acompanhada de uma compreensão maior da natureza do amor divino.
Toda posição e Aspecto em sua Carta Natal podem ser estudados como representando uma fase ou tendência de sua consciência de relacionamento. Portanto, suas atitudes e seus sentimentos para com a vida sub-humana também são representados por esses fatores do horóscopo. Uma vez que o relacionamento com a vida sub-humana está entrelaçado, intimamente ligado, na textura da experiência evolutiva humana, vamos considerar esse assunto tal como é representado pelo Grande Mandala Astrológico. Para referência à parte, faça uma cópia dele: o círculo de doze Casas tendo ao centro o símbolo tradicional do Sol; Áries como Signo Ascendente, e os trinta graus de cada Signo para cada Casa; os Regentes astrais dos Signos colocados aproximadamente nas Casas que “regem”.
Para penetrarmos no sentido mais profundo da confraternidade entre humanos e animais, consideremos primeiramente o diâmetro Sagitário-Gêmeos, os Signos da nona e terceira Casas do Grande Mandala que são regidos por Júpiter e Mercúrio, respectivamente. Júpiter, no sentido cósmico, é o Princípio da Função Orgânica e o Princípio de Hierarquia. É o poder da Mente Divina pelo qual todo fator de um arquétipo é concebido em perfeito relacionamento com todos os outros fatores, para função, expressão e uso (É opinião considerado do autor que Vênus, como regente de Libra está Exaltado em Sagitário; sua Exaltação em Peixes deriva de sua regência de Touro). Como o Princípio da Função Orgânica, Júpiter representa o crescimento de partes de uma coisa em termos de seu propósito e em termos do inter-relacionamento com as outras partes da mesma coisa. Como Princípio de Hierarquia, Júpiter representa a função inter-relacionada das coisas em termos de inteligência relativa ou suscetibilidade relativa às forças da inteligência.
Nesses termos, vê-se a colocação das partes de uma coisa em relação a outras partes correspondendo à afinidade com a inteligência diretiva. Sagitário é polarizado por Gêmeos; o terceiro Signo do Grande Mandala contado a partir de Áries e no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, sendo o significador zodiacal da raiz da consciência fraternal; e consciência fraternal é aquela percepção clara de “paralelismo” ou “similitude correspondente” no relacionamento. Todas as células do seu corpo são fraternais uma com as outras, sendo parte celulares do mesmo corpo; mas as células dos seus dois olhos são fraternais por especialização. Todos os habitantes desse Planeta são fraternais uns com os outros, mas todos os mamíferos são fraternais por especialização, entre si os humanos também são “especialmente fraternais”, os quadrúpedes são “especialmente fraternais” entre si, as aves são “especialmente fraternais”, etc. Cada especialização tem uma especialização adicional, mas todas as especializações são agrupadas na unidade: os Habitantes Terrestres. Os Planetas do nosso Sistema são “fraternais uns com os outros”, e o nosso Sistema é especialmente fraternal com os outros seis Sistemas que compreendem nossa galáxia imediata. Em qualquer plano de dimensão que você considere, a função orgânica em termos de hierarquia e fraternidade está ilustrada. Isto significa que a consciência de fraternidade do ser humano não está completa até que ele se conscientize do valor dessa convivência inter-relacionada, nesse Planeta, com todas as outras criaturas, sub-humanas e super-humanas. Uma questão, naturalmente, surge desse ponto: o que nós humanos podemos fazer, e o que precisamos fazer, relativamente aos nossos sentimentos acerca dos habitantes de outros Planetas? Essa pergunta pode ser respondida por cada ser humano, por si mesmo, no devido tempo.
O serviço é também uma coisa de “reciprocidade”; aquele que deseja ser bem servido deve, por sua vez, servir bem. A vida animal é utilizada para servir aos humanos, e com abuso dos princípios do serviço, por épocas incontáveis e nesse abuso de princípios do serviço o ser humano gera muito destino maduro indesejável. A sexta Casa e o Signo de Virgem simbolizam a consciência humana do princípio do serviço; esse é exteriorizado pelas experiências do ser humano como um servidor e por seus relacionamentos com aqueles que o servem, sejam animais ou humanos. A vida animal tem sido e é sacrificada para servir de alimento ao reino humano, mas o que dizer do ser humano que abusa do serviço (inconsciente) da vida animal pela destrutividade insensível e arbitrária? A sexta Casa é polarizada pela Casa doze e pelo Signo de Peixes; você pode ver a possibilidade de muitos humanos, por meio de um ato de paixão descontrolado nessa vida, passarem muitos anos confinados em prisões como um resultado de destino maduro de destruição malvada de vidas sub-humanas, ou danos a elas, em uma encarnação anterior? A maldade e a destrutividade estão na consciência, e quer sejam elas dirigidas contra os humanos ou contra os sub-humanos, isso não invalida a potência do destino maduro.
A vida, de uma maneira ou de outra, impõe restrições àqueles que, por seus atos, provaram não estar qualificados para desfrutar de liberdade. Portanto, se você tenciona comprar animais – ou outro meio de admiti-los em sua experiência – para o serviço, inclua em seu projeto dar bom serviço aos que vão servi-lo. Se você depende deles para a realização de atividades de trabalho, correspondentemente eles dependem de você quanto a cuidados e proteção. Se sua atitude para com seu servidor sub-humano é a de respeito – que é Amor – você não estará fugindo à sua responsabilidade e ele estará capacitado a executar o máximo de serviço para você. Além disse, pela experiência mútua no Amor, você adiantará a evolução do animal pelo treinamento e ele adiantará suas necessidades mundanas, sem que você gere um destino maduro punitivo.
Muitas pessoas cuidam devotadamente de seus companheiros animais e, ao mesmo tempo, adotam atitudes muito limitadas e constrangedoras contra seus companheiros humanos. Parece que o destino maduro relativo ao mundo animal está sendo expiado por esse tipo de programa de vida. Essas pessoas estão sendo focalizadas, na presente vida, numa especialização da consciência de vida e amor; é possível que somente expressando amor e dando serviço aos seus “companheiros animais” possam essas pessoas polarizar espiritualmente sua consciência de relacionamento de modo a desenvolver, subsequentemente, apercepções mais ricas e mais elevadas de respeito e boa vontade para com os humanos. Essa faceta da experiência humana poderia ser ilustrada pelo diâmetro Leão-Aquário, sendo polarizado em cruz pelo diâmetro Escorpião-Touro. A regeneração dos resíduos emocionais negativos, representada por Escorpião, sendo exteriorizada pela mordomia da vida animal, representada por Touro, é a maneira pela qual a consciência de Amor Leão-Aquário, temporariamente restringida, é repolarizada internamente para melhor liberação posterior.
Concluindo: consideraremos o significado do Trígono de Ar para o relacionamento dos humanos com os animais. Libra, Signo Cardeal e de Ar regido por Vênus, é a apercepção da relatividade, o cerne básico, essencial da consciência de relacionamento; é a apercepção que possibilita a qualquer humano realizar relacionamentos com as vidas subumanas, humana e super-humana. Aquário, Signo Fixo e de Ar, regido por Urano, é o recurso da consciência de amor impessoal, transcendental, pelo qual o humano realiza o impulso e a capacidade para amar a vida mesma através de quaisquer de suas formas externas. Aquário ilustra o amor sentido por Luther Burbank pela vida das plantas, o laço de amor que une um ser humano cego ao seu cão-guia; é a consciência de amor regenerada que une os humanos em grupos para fomentarem o bem-estar do sub-humano. Gêmeos, Signo Comum, de Ar e regido por Mercúrio e nono Signo a partir de Libra, é a apercepção do relacionamento como fraternidade – essa sábia consciência de similitude pelos quais os humanos percebem sua união com os outros humanos e com quaisquer ou com todas as outras formas de vida. São Francisco, o inspirado místico que amava a vida, chamava de “irmãos” ou “irmãs” a todos os seres viventes; ele sabia que era um “irmão mais velho” daqueles que se arrastavam ou voavam e, amando-os como os amava, entendia o amor de Deus por ele. Que a Luz e o Amor interpenetrem a consciência que temos de todos os nossos companheiros na vida.

domingo, 1 de julho de 2018

CAPÍTULO LVIII – A FACULDADE DA INTUIÇÃO


            Intuição: nosso senso interior alado, o poder perceptivo mágico pelo qual um humano após muitas e muitas vidas de regeneração, purificação e simplificação  conscientes, é capaz de efetuar uma compreensão instantânea de um fato espiritual ou lei inerentes em qualquer expressão de fenômenos, experiência ou relacionamento. A presença dessa faculdade ou poder espiritual na consciência de um humano é evidência de sua perseguição dedicada à verdade e empenho dedicado a espiritualizar sua autonomia (auto comando) através do amor.
Egos que desenvolveram essa faculdade aparecem em muitos lugares por toda história da humanidade, mas estão agora encarnando em maior número que antes. Estas pessoas, representam a vanguarda na preparação evolucionária da Nova Era; eles trazem a partir de seu desenvolvimento em vidas passadas a evidência do potencial da Intuição possuída por todos os humanos e que todos estão para desenvolver e expressar eventualmente. A presente expansão na exploração e invenção científicos expressa esse "advento da Nova Era" pois a habilidade humana de inventar mecanismos e instrumentos se baseia na percepção intuitiva de princípios. Considere aquele mecanismo que mais perfeitamente expressa a faculdade intuitiva: a calculadora eletrônica. Este mecanismo produz quase instantaneamente a solução matemática acurada de combinações e problemas tão complicados que mesmo pessoas altamente treinadas precisam de horas para resolvê-los. Reconheça, por correspondência, que a intuição humana em ação se baseia no mesmo poder de acurácia, percepção sintética que é expressa por essa máquina fabulosa.
A palavra "intuição" deriva de duas palavras de raiz latina que em conjunto significa olhar dentro. Pela ação sincronizada de nossos dois olhos – a expressão física polarizada da percepção visual - nós olhamos para as coisas. Mesmo o estudo de uma imagem de raio-x revela apenas aquele aspecto do físico que está abaixo da superfície externa. É pela ação do olho único da percepção verdadeira, manifesta no plano físico como a glândula pituitária, que percebemos interiormente aquilo que está dentro do físico, aquilo a partir de onde o físico provém. Cada mecanismo criado pelos humanos representa a exteriorização de uma percepção intuitiva de um princípio do cosmos. Pense na genialidade do humano que pela primeira vez percebeu intuitivamente o princípio da roda e reproduziu aquele princípio em forma física! Seja o princípio do barco, ou o uso do fogo, ou o princípio do rádio, ou aquele do cinema; todos esses instrumentos do mais simples ao mais complexo, foram percebidos como aplicações de princípios cósmicos à forma e percepção, em cada caso, percebidos interiormente como funcionamento intuitivo. Foi dito, com verdade, que um humano não pode inventar um aparelho ou mecanismo, cujo princípio não tenha correspondência com uma faculdade atual ou potencial do humano. O inverso pode ser dito: Os poderes interiores do humano pode descobrir formas e meios de exteriorizar cada e todo princípio do cosmos que tenha correspondência com as potencialidades humanas. O dito antigo porta verdade: não há nada novo debaixo do Sol; há apenas diferentes formas de exteriorização do que é percebido “debaixo do Sol” e a percepção é sempre algum grau de ação intuitiva. Apenas as faculdades superiores tornam possível a percepção do que é “novo”, e dentre todas essas intuições está aquela que mais diretamente evidencia a “regeneração do eu pelo Eu”.
Uma das mais perfeitamente puras correlações encontradas em todo o reino da Astrofilosofia é aquela da faculdade da Intuição com o planeta Urano. Há uma completa correspondência em todos os pontos desta identificação. Urano é o princípio liberador no cosmos. A Intuição é a faculdade mais completamente liberta do Ego; Urano é o princípio de síntese, a faculdade da Intuição provê o Ego com a mais completa compreensão sintética daquilo que se considera; Urano simboliza a pureza do amor impessoal, Intuição é aquele poder claro do Ego quando está completamente livre dos erros do preconceito – aprovação ou desaprovação pessoal; Urano, no reino da consciência genérica, simboliza o perfeito balanço polar da verdadeira androginia (homem - mulher). Intuição é aquele poder do Ego de mergulhar nos profundamente escondidos recursos do conhecimento e compreensão derivados de encarnações passadas tortuosas enquanto final e feminina (as finale and female); Urano, enquanto regente de Aquário, simboliza a apoteose da consciência de fraternidade; a Intuição torna possível para um humano perceber verdadeiramente as similaridades e correspondências entre suas próprias experiências e as de outro humano; Urano simboliza a descolada e despretensiosa apreciação do Amor; a Intuição é a percepção descolada e despretensiosa da verdade inerente em qualquer fase do fenômeno ou experiência. De todos os planetas em nosso sistema solar, Urano representa aquela tendência a agir, ou afetar, com máxima velocidade – a transcendência das limitações do tempo; a Intuição age com uma velocidade que é designada atemporal – quando ela vem à consciência para preencher os requerimentos da atenção dirigida ela “apenas acontece” e não há palavras em nossa linguagem para descrever a “instantaneidade” de sua ação. Apenas a experiência em si pode servir para “descrevê-la”. Intuição, enquanto a espiritualização do Amor unido com o poder de percepção da mente, pode revelar todas as coisas, assim como o Amor preenche todas as coisas.
O estudo do tema natal com relação a determinar o poder intuitivo ou inclinação deve incluir a correlação de Urano, o símbolo da faculdade em si mesma, com as equivalências mentais dos outros planetas em termos de padrão de aspectos e regência. Todos os pontos planetários têm equivalentes mentais, assim como tem equivalentes físico, astral e espiritual. Cada ponto planetário designa um certo “tipo de pensar” pois cada um designa tipos de coisas sobre as quais a atenção mental humana pode ser focalizada, seja algum objeto no mundo material, um ambiente pessoal, um evento ou um relacionamento.
Dos nove pontos planetários mentais, três são especificamente representativos das faculdades mentais, os outros seis podem ser compreendidos em termos de equivalentes mentais, para representar atributos mentais. Os três “planetas das faculdades mentais” são Lua, Mercúrio e Netuno. A Lua representa a mente instintiva, o reservatório de memórias das vidas passadas, o mecanismo de produção da faculdade mental. Mercúrio simboliza a mente consciente, a correlação entre o cérebro e as percepções sensoriais pelas quais o humano adquire informação do mundo externo, o poder mental de identificar especificamente, computar, analisar, estudar, e se comunicar pela palavra e escrita. Netuno simboliza a faculdade da mente inspirativa; ele é o princípio mental especial que caracteriza o artista criativo e interpretativo, é a faculdade mental sutil pela qual o humano recebe e aprende a se comunicar com os Planos Superiores. Estes três planetas podem ser considerados como sendo a tríade mental que caracteriza a ação comunicativa: a Lua, como mente instintiva, comunica os segredos do passado para a consciência do presente, produzindo efeitos que correspondem às memórias guardadas; Mercúrio como mente consciente, comunica os segredos do mundo externo com a consciência mental da pessoa e representa a intercomunicação entre pessoas; Netuno, como símbolo da mente inspirativa, é a faculdade mental que identifica a canalização entre o relativamente elevado ao que relativamente está abaixo.
Falando do aspecto de trígono como representação do relativo preenchimento do desenvolvimento intuitivo, Lua trígono Urano identifica a consciência intuitiva de necessidades e seu preenchimento, a percepção de como o progresso de grupos humanos pode ser alavancado, a consciência da “nova era” dos princípios de vida, provisão e proteção do lar; mais que qualquer outro aspecto, Lua trígono Urano é a marca planetária da “emancipação da mulher”, a liberação da consciência de massa da ignorância, preconceito e primitivismo, a reforma eletrizante da consciência pessoal instintiva pela percepção interior.
Mercúrio trígono Urano, mais que qualquer aspecto, identifica o conhecimento intuitivo do gênio científico; é a base, no veículo mental, para aquilo que torna possível toda descoberta e invenção. Crianças com esse aspecto muito frequentemente revelam grande habilidade em seus estudos escolares. É evidência de conhecimento especializado trazido de estudos e questionamentos em vidas passadas. Essas pessoas exercitaram grande independência do espírito em suas buscas intelectuais no passado. Elas frequentemente revelam grande habilidade com línguas estrangeiras, circunstância que evidencia que seus estudos presentes estão realmente recapitulando – “trazendo à superfície” – muito conhecimento de línguas conquistados no passado.
Os aspectos entre Urano e Netuno devem ser avaliados em concomitância com todo o mapa; estes aspectos são cíclicos ou “geracionais” em natureza e apenas uma análise e síntese cuidadosas de acordo com as tendências básicas do mapa como um todo podem indicar a predominância de habilidades mentais intuitivas ou inspirativas. Todos humanos que chegam com que chegam com o aspecto Urano trígono Netuno compõem uma onda de vida que, de maneira geral, estão mais sintonizados com os efeitos de forças superiores. Eles, enquanto grupo universal, representam a ênfase cíclica da consciência progressiva e espiritualizante relativas. As pessoas altamente desenvolvidas dentre esse grupo – independente do momento histórico da encarnação – trazem grande contribuição, através de seus poderes reveladores e inspirativos, para o progresso da raça. Aqueles altamente desenvolvidos que chegam quando Urano está em quadratura ou oposição à Netuno são vanguardistas evolucionários, e seu momento encarnatório ocorre quando a dissolução do que é arcaico e cristalizado se faz necessária para a raça. Esses momentos são sempre caracterizados por condições de levantes, revoluções, tensões terríveis e conflitos, mas o fator Urano nas pessoas altamente desenvolvidas as identifica como “trabalhadores para o futuro”. Eles têm a percepção daquilo que deve ser, e tendo iluminação intuitiva, trabalham para iniciar aqueles passos métodos e procedimentos que resultarão nas novas manifestações que caracterizam o futuro.
Outros três planetas que correlacionados a Urano representam características intuitivas marcantes são: Júpiter, Saturno e Vênus. Urano correlacionado com Júpiter, ou influenciando a nona casa, determina em alto grau a genialidade do artista interpretativo, é intuitivo e imaginativo, qualidades espirituais possuídas pelo Guru, o Professor, o Intérprete das leis espirituais e, em alto grau, o Curador. Urano trígono Júpiter mostra evidência de alto desenvolvimento da mente abstrata, a percepção intuitiva de simbolismos e princípios. Urano – Saturno identifica a clariaudiência e aquela qualidade intuitiva que torna possível reformas necessárias na vida social, política e econômica da humanidade. Urano – Vênus, uma das marcas do gênio artista interpretativo, é percepção intuitiva dirigida particularmente em direção à compreensão do relacionamento; Urano trígono Vênus evidencia o poder de perceber valores impessoais no relacionamento e habilidade de responder com alta qualidade de afinidade pessoal nos relacionamentos; é uma das marcas, talvez a principal, do “amor biuno” ou do “casamento da alma”.
Considerando Marte como o co-regente de Escorpião – ação que libera os recursos Escorpiônicos do desejo-poder – podemos considerar o aspecto de Urano trígono Marte como sendo primariamente uma evidência de grande capacidade de ação pela qual tendências intuitivas são dirigidas ao cumprimento de empreendimentos. Marte “pensa” em termos de “como, o que, onde e quando eu posso fazer”; Urano trígono Marte, portanto, poderia ser compreendido como representando a percepção intuitiva da ação correta. Se considerarmos Plutão como o regente planetário de Escorpião, então Urano trígono Plutão indica a faculdade intuitiva a ser “restaurada” por um enorme recurso de desejo-poder e força emocional. Este aspecto deveria ser compreendido como a “insígnia planetária” do mago branco ou negro. No mapa do humano altamente evoluído espiritualmente, Urano trígono Plutão poderia representar a pessoa cujo poder de reforma é tremendo, tanto quanto sua própria capacidade de regeneração quanto ao poder que ele pode dirigir em direção à regeneração e transformação de outros indivíduos ou da sociedade em seu âmbito maior. Externado, esse aspecto poderia ser pensado como a explosão da primeira bomba atômica, abrindo uma nova era na experiência humana em relação ao conhecimento e uso de novas oitavas percebidas de poder.
Quanto a Urano e ao Sol, consideraremos de forma especial pois o Grande Mandala Astrológico (o mapa de doze casas, Ascendente, Áries, os planetas nos signos e casas de sua dignidade) nos dá a dica para a raiz evolucionária essencial e do significado espiritual da faculdade da Intuição, enquanto posse potencial de todos os humanos. O grande Mandala Astrológico é a abstração do significado astrológico da humanidade terrestre e qualquer ponto de faculdade ou experiência que os humanos têm em comum pode ser estudada a partir desse desenho. Faça uma cópia do Grande Mandala Astrológico, intensifique o diâmetro Leão-Aquário, desenhe linhas retas conectando as cúspides Leão-Áries e Aquário-Escorpião.
Nenhum signo do zodíaco pode ser plenamente compreendido sem considerarmos seu oposto, assim como dois humanos do sexo oposto se tornam conscientes de sua polaridade subjetiva a partir do relacionamento íntimo em forte atração magnética. Para “conhecer Aquário” devemos também “conhecer Leão”, o signo de fogo regido pelo Sol, símbolo da vontade, propósito, radiação e autonomia individual. Se o Sol é a radiação do amor, Urano é a qualidade transformadora e liberal da radiação do amor; se o Sol é o poder da Mente, Urano é aquela forma individual pela qual a independência do pensar evolui. Se o Sol é o potencial da Maestria, Urano é aquele potencial realizado em e através dos relacionamentos pela espiritualização e regeneração crescentes da natureza emocional. Aquário, enquanto amor espiritualizado, polariza e “redime” o amor egoísta e não evoluído de Leão: Aquário, através de seu regente Urano, enquanto intuição, polariza e redime a mente “autocentrada” do Leão não evoluído. Quando o Sol e Urano são considerados em suas exaltações – Áries e Escorpião respectivamente – vemos a apoteose simbólica do humano enquanto Filho de Deus e o potencial humano de realizar sua identidade espiritual através da regeneração interior a “mágica divina”, a “alquimia criativa”, a transmutação pela qual a crosta do Ego pessoal é transformada na Luz Branca do Ser Espiritual. A busca inequívoca da Verdade, a disciplina autodirigida e o refinamento das faculdades mentais e emocionais, a expansão do poder do Amor através da impessoalidade, e a sempre mais clara realização da verdadeira identidade espiritual são passos pelos quais o Poder Mestre da Intuição é focalizado, desenvolvido e aperfeiçoado na consciência humana. O astrólogo olha para símbolos e números em um horóscopo, mas ele intuitivamente olha o mapa para aprender as verdades sobre a consciência da pessoa. O estudo astrológico com a finalidade de servir e elevar o humano é um dos modos principais pelo qual a faculdade da intuição é desenvolvida no ser humano.