quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

CAPÍTULO XXXVI – DIÂMETRO, QUADRANTE E DECANATO




Para o desenvolvimento deste material, uma breve revisão do Espectro Genérico se faz necessária.
O zodíaco não é apenas um “cinturão”; ele é a emanação de qualidades vibratórias que se iniciam no primeiro grau do signo cardinal de fogo Áries; este ponto é abstratamente o início da circunferência do mapa vibratório da ciência astrológica. Este ponto é a materialização – encarnação – dos potenciais inerentes ao ponto central do círculo. O raio Ascendente – a horizontal esquerda – é a “projeção dos potenciais da subjetividade à objetividade”. Em qualquer círculo, o mesmo raio é usado para manifestar o círculo; assim todas as cúspides das casas do mapa são emanações do raio do Ascendente e representam o desdobramento da Consciência genérica em experiência e realização do ideal através de transmutações e expressões espiritualizadas.
A mandala que representa a estrutura da qualidade genérica é o mapa com doze casas com os signos Áries, Câncer, Libra e Capricórnio nas cúspides da primeira, quarta, sétima e décima casas, respectivamente. Os diâmetros horizontal e vertical, interceptados ao centro, formam a cruz da encarnação; as linhas retas que conectam as cúspides cardinais formam o campo evolucionário pelo qual a humanidade tem experiência no relacionamento de uns com os outros. Nesta mandala vemos dois campos de bissecção do círculo; dois diâmetros criando dois pares de semicírculos. Estes diâmetros representam os dois modos de expressão da Polaridade; aquela que gera (Capricórnio-Câncer: o diâmetro parental), e aquela que é gerada (Áries-Libra: o Ascendente e seu complemento). Esta mandala ilustra, no simbolismo astrológico o número Mestre vinte e dois. Dois é o único dígito que dá o mesmo resultado (quatro) quando adicionado a ele mesmo e quando multiplicado por ele mesmo. Vinte e dois é o número da maestria expresso em forma – é a oitava superior da complementação é significante que todo ser humano deve cumprir a experiência evolucionária pela encarnação em ambos os sexos físicos. Os quatro signos cardinais representados nesta mandala compreendem a forma encarnada pela qual a masculinidade-feminilidade de todo ser humano evolui através da experiência-relacionamento e destila sua espiritualização a partir da qual o Ideal é manifestado. Todos os relacionamentos humanos – biológicos ou outros – são derivados deste fundamento arquetípico: o gerador bi-polar e o gerado bi-polar.
Como os trígonos elementares simbolizam a espiritualização das qualidades genéricas, nós derivamos nosso espectro genérico a partir do relacionamento dos signos de exaltação dos regentes destes quatro signos. Marte (nascido homem e regente de Áries) está exaltado – amadurecido – em Capricórnio, regido por Saturno, o símbolo do pai; Saturno está exaltado em Libra regido por Vênus e complemento do signo de Marte, Áries; Vênus está exaltada em Peixes, a terceira oitava do trígono de água, o último signo na sequência zodiacal, e este trígono é iniciado pelo signo cardinal Câncer, regido pela Lua – símbolo da Mãe – e complemento do Capricórnio Saturnino.
Assim, os signos de fogo e terra, como são “iniciados” pelos símbolos masculinos, são signos masculinos; os signos de ar e água, iniciados por símbolos femininos, são signos femininos. Como todo ser humano, como homem ou mulher, é bipolar, reconhecemos uma dupla divisão dos signos masculinos e femininos em masculino e feminino. Os signos de fogo formam a primeira metade da metade masculina do zodíaco e, portanto são os signos homem masculino; os signos de terra seguem em sequência (Touro segue Áries), então eles são os signos homem feminino. Os signos de ar, iniciados pelo signo cardinal de Libra, regido por Vênus, representam a metade masculina dos signos femininos; os signos de água, iniciados por Câncer, compreendem os signos femininos mulher. Assim vemos que o zodíaco inteiro representa uma expressão dupla de uma polaridade dupla; desde o primeiro grau de Áries, o ponto mais masculino, ao trigésimo grau de Peixes, o ponto mais feminino. Liste os signos nesta sequência e aprenda para referência futura.
A metade inferior (abaixo do diâmetro horizontal) do mapa é iniciada por Áries: a metade superior é iniciada por Libra, como “reflexo” da metade inferior. A nota chave oculta de primeiro grau de Áries – o ponto do Ascendente da grande mandala – é Eu sou. Nesta linha Ascendente estão implícitos todos os potenciais mostrados no desdobramento zodiacal e nos conteúdos do mapa astrológico. Portanto, segue naturalmente que nos trinta graus de Áries estão implícitos os “conteúdos” da metade superior do mapa. Este “conteúdo” está simbolicamente implícito nos últimos quinze graus do signo. A cúspide do décimo sexto grau do signo é o potencial é o potencial do diâmetro complementar horizontal do mapa. Quando o raio horizontal esquerdo é “desdobrado” para formar um diâmetro completo, a “extensão” resulta naquilo que denominamos a cúspide da sétima casa – o ponto de início do quadrante superior do círculo. Como qualquer grau de qualquer signo pode aparecer como Ascendente no horóscopo, reconhecemos que a divisão de qualquer signo em duas metades de quinze graus representa a figura simbólica da polaridade embrionária daquele signo, e apesar do autor até o presente não ter tirado nenhuma conclusão a respeito de diferenças significantes entre planetas posicionados nos primeiros ou nos últimos quinze graus, a figura sugere que planetas colocados na segunda metade dos trinta graus, quando expressos de modo não regenerado, são potenciais para muito mais carma negativo “efetivo” – no sentido que estando na “metade polar” do signo, implica na possibilidade de suas expressões negativas serem refletidas em encarnações futuras por outras pessoas com as quais o sujeito se relacionará. Em outras palavras, a segunda metade de cada signo, por analogia, pode ser considerada a “metade feminina” do signo. “Feminino” significa “reflexivo”. Assim, se quisermos evitar sofrimento futuro pela reação dolorosa aos outros, devemos nos responsabilizar pela regeneração dos planetas aí posicionados, sendo a implicação disso que no futuro (desdobramento em Tempo-Espaço) aquelas vibrações planetárias focalizarão nosso padrão de relacionamento complementar e seremos mais definidamente capazes de recuperar a partir dos outros, aquilo que deformamos no presente. Divida cada casa de uma Grande Mandala em duas partes iguais; coloque seus planetas natais nesse mapa e veja em qual metade de seus signos os planetas caem. Talvez você, como estudante interessado, possa chegar a uma conclusão a este respeito. Se você tem quadraturas e oposições entre planetas colocados nos últimos quinze graus de seus signos, você se sente mais responsivo às pessoas que expressam qualidades negativas representadas por aqueles planetas do que você o faz quanto àquelas que negativamente refletem seus planetas dos “primeiros quinze graus”? Você acha que, com uma análise cuidadosa, consegue determinar se seus planetas dos primeiros quinze graus lhe dão maior liberdade de expressão direta que os planetas dos últimos quinze graus? Analise suas quadraturas e oposições planetárias a partir deste ponto de vista e veja se o padrão de polaridade implícito auxilia em tornar claras suas capacidades de reação e expressão.
Quadrantes: Na Grande Mandala, a subdivisão da primeira casa – e o signo de Áries – em quatro quadrantes de 7,5 graus cada representa o “estado embrionário” da cruz cardinal. Aplicando a Lei de Correspondência nós correlacionamos esta divisão de um signo para a divisão quádrupla do zodíaco todo. Começando com Áries e “desdobrando” o mapa em sentido anti-horário, encontramos que cada quadrante sucessivo é iniciado respectivamente por Câncer, Libra e Capricórnio.
A subdivisão de um signo em duas secções de quinze graus cada é particularmente aplicável ao estudo dos aspectos de oposição e todos os aspectos complementares de modo geral. A subdivisão de um signo em quadrantes, entretanto, se aplica à análise dos aspectos de quadratura, dado que cada aspecto de quadratura é, em sua orbe de tolerância, um padrão de relação de noventa graus e cada quadrante do mapa é uma divisão de noventa graus. A divisão em quadrantes (por graus e minutos) representa de zero a sete graus e trinta minutos; de sete graus e trinta e um minutos a quinze graus; de quinze graus e um minuto a vinte e dois graus e trinta minutos; de vinte e dois e trinta e um minutos a vinte e nove graus e cinquenta e nove minutos. O próximo “passo” nos leva ao zero do próximo signo.
Há três “cruzes” implícitas na estrutura dos doze signos: cardinal, fixa e mutável. No desdobramento do círculo desde o ascendente da Grande Mandala, as três cruzes aparecem quatro vezes, nos quatro quadrantes do mapa: Áries, Touro, Gêmeos; Câncer, Leão, Virgem; Libra, Escorpião, Sagitário; Capricórnio, Aquário e Peixes. Cada “iniciação” cardinal é uma nova forma de dizer Eu sou – como extensões do Eu sou básico de Áries; cada cruz representa um padrão de crescimento e desdobramento através de experiência na dupla expressão da dupla polaridade; nós evoluímos através de fases de tomadores e doadores de vida homens e mulheres. As “cruzes” simplesmente representam os processos pelos quais extraímos sabedoria a partir de experiências e desdobramos nossos recursos interiores de amor no sentido de alcançar a realização do ideal. Como em um horóscopo calculado corretamente cada planeta se encontra em decorrência de uma Lei, deve haver uma chave valiosa na colocação dos planetas por quadrante. Cada signo zodiacal individual tem seu regente planetário particular, como focalizador básico das qualidades genéricas do signo. Mas, como os trinta graus representam uma sequência de qualidade do signo e devido à Lei de Correspondência se aplicar à estrutura astrológica como em qualquer outra manifestação, consideremos a colocação dos planetas por quadrante em termos de regências secundárias. O primeiro quadrante de um signo mutável é regido pelo regente planetário do próprio signo; o segundo quadrante é regido pelo planeta que rege o próximo signo daquela cruz; o terceiro quadrante é secundariamente regido pelo planeta que rege o próximo signo da cruz e o quarto quadrante é secundariamente regido pelo seguinte. Por exemplo:
Capricórnio: Regente primário: Saturno
Capricórnio é signo cardinal.
            Primeiro quadrante ... regente secundário – Saturno
            Segundo quadrante ... Marte – regente de Áries
            Terceiro quadrante ... Lua – regente de Câncer
            Quarto quadrante ... Vênus – Regente de Libra

Leão: Regente primário: o Sol.
Leão é um signo fixo.
            Primeiro quadrante ... o Sol – regente de Leão
            Segundo quadrante ... Plutão – regente de Escorpião
            Terceiro quadrante ... Urano – regente de Aquário
            Quarto quadrante ... Vênus – Regente de Touro

Peixes: Regente primário: Netuno
Peixes é um signo mutável
            Primeiro quadrante ... Netuno – regente de Peixes
            Segundo quadrante ... Mercúrio – regente de Gêmeos
            Terceiro quadrante ... Mercúrio – regente de Virgem
            Quarto quadrante ... Júpiter – Regente de Sagitário

Note que a extensão dos primeiros e terceiros quadrantes e do segundo e quarto quadrantes deveria representar dois aspectos da polaridade; este composto de polaridade é representado no mapa astrológico como os dois diâmetros de cada cruz.. Considere cuidadosamente seus aspectos de quadratura e os planetas envolvidos em relação às regências secundárias; os regentes secundários agem como “empregadas domésticas” ou “braços direitos” dos regentes primários e sua influência é efetiva na análise da expressão das qualidades planetárias.
Decanatos: No estudo dos decanatos, chegamos a uma análise de cada signo do ponto de vista de seus potenciais espirituais. Assim como as três cruzes dos quatro signos são “desdobrados” do Ascendente da Grande mandala, assim também os quatro trígonos genéricos são “desdobrados” a partir do Ascendente. As divisões de quinze graus e sete e meio graus funcionam – como “desdobramento experiencial” a partir do zodíaco no sentido anti-horário a partir do Ascendente; a figura mostrada é aquela da Humanidade se movendo através de seus padrões de experiência no caminho “para frente e para o alto” – de nível a nível, sempre ascendendo através dos processos evolucionários. Entretanto, no ciclo dos trígonos genéricos, o caminho é horário – e este não é um movimento cíclico. É uma estimativa dos poderes zodiacais do ponto de vista de potencial espiritual. Como vimos anteriormente nesta discussão, se baseia em pontos de exaltação dos planetas que regem os signos da estrutura – os signos cardinais.
O potencial espiritual da qualidade genérica de cada signo zodiacal é trimembrado; as palavras chave arquetípicas são (1) Poder; (2) Amor e (3) Sabedoria. A segunda e terceira dessas oitavas são o aperfeiçoamento emocional e mental pelos quais o poder essencial de cada signo cardinal é liberado, em expressão transmutada. Os decanatos de cada signo são as divisões do signo em três grupos de dez graus cada. O segundo e terceiro decanatos de um signo representam o estado embrionário dos potencias de Amor-Sabedoria; estes potenciais são expressos no mapa pelos dois signos que correspondem ao decanato; estes são os dois outros signos do mesmo elemento. Nos signos fixos e mutáveis, vemos a Lei de Correspondência e o Princípio da Recapitulação em trabalho e assim podemos atribuir a cada decanato seu co-regente – conforme segue:
Signos de fogo: Primeiro decanato: Áries-Marte; segundo: Leão-Sol; terceiro: Sagitário-Júpiter.
Signos de Terra: Primeiro: Capricórnio-Saturno; segundo: Touro-Vênus; terceiro: Virgem-Mercúrio
Signos de Ar: Primeiro: Libra-Vênus; segundo: Aquário-Urano; terceiro: Gêmeos-Mercúrio.
Signos de Água: Primeiro: Câncer-Lua; segundo: Escorpião-Plutão; terceiro: Peixes-Netuno.

A lei Hermética da correspondência é belamente evidenciada, particularmente, por um exemplo desta análise de decanato. O segundo decanato de cada elemento é o decanato do “signo fixo”. Quando estendemos os três decanatos de cada elemento para a roda dos doze signos, vemos que os decanatos dos signos fixos se tornam o ponto médio de cada quadrante do mapa. O “meio do signo” se torna, por correspondência, “meio do quadrante do círculo”. O meio de cada casa dos signos fixos (Touro, Leão, Escorpião, Aquário) (segunda, quinta, oitava, décima primeira) quando conectadas por linhas retas se tornam o símbolo do aspecto da quadratura – o arqui-símbolo da congestão; como o decanato fixo de cada signo é o decanato do amor, podemos ver como a mandala astrológica aponta com clareza para a liberação espiritualizada das congestões emocionais: a partir da expressão da consciência do amor. Cada signo (independente de sua qualidade genérica) atinge seu ápice de compressão no ponto médio – a junção do décimo quinto e décimo sexto graus. Esta junção é exatamente no meio do segundo decanato. O decanato cardinal – os primeiros dez graus de qualquer signo – carrega, pela Lei de Correspondência, o atributo de “inicialização” dos signos cardinais, dado que eles representam os pontos de virada no progresso através da roda. Os terceiros decanatos (os últimos dez graus) trazem a “qualidade transicional” dos signos mutáveis, pois após o ponto médio do signo passar as “energias” começam a “retroceder” da qualidade básica do signo e aproximar-se da “modulação” para o próximo signo. Assim, os signos mutáveis do Zodíaco formam os pontos de transição de um quadrante de noventa graus para o quadrante seguinte.
Qual o valor prático disso tudo, você pergunta; e tem o direito de perguntar. Quando lembramos que “todo problema contém sua própria cura” podemos estudar os planetas aflitos e congestos do ponto de vista de seu posicionamento por quadrante de signo e decanato de signo e extrair dessa informação muito sobre nós em relação às possibilidades inerentes para a regeneração e expressão daquele planeta. Por exemplo: um planeta congesto está no vigésimo sexto grau de Capricórnio; este está no quadrante de Libra, secundariamente regido por Vênus; ele está no decanato de Virgem, secundariamente regido por Mercúrio. Seu posicionamento no quadrante de Libra (o quarto quadrante de Capricórnio) é análogo à relação entre Capricórnio e Áries na Grande Mandala – Capricórnio sendo o quarto quadrante de Áries; a palavra chave é cumprimento da responsabilidade; a sub vibração de Libra transporta "harmonização nas relações” através de equilíbrio e troca corretos. O decanato de Virgem (a terceira oitava – “Sabedoria”) do trígono de terra nos diz que o propósito espiritual das experiências representadas pelo planeta congesto é o desdobramento de maior compreensão; a pessoa deve estar disposta a aprender a partir de sua experiência neste assunto; na medida em que buscar aprender, manter a mente aberta e receptiva à instrução e direção, ele disporá de seus recursos espirituais para descristalizar a congestão. Se ela, por orgulho ou teimosia fechar sua mente ao direcionamento, ela fechará a porta aos seus desdobramentos; a harmonização de relacionamentos não poderá ser estabelecida e a congestão se intensificará.
Exemplo: um planeta congesto no nono grau de Leão (Fogo fixo – regido pelo Sol). Este grau está no quadrante Escorpião de Leão (segunda divisão de sete graus e meio) e no decanato de Áries (primeiros dez graus). Como o planeta está congesto e está em um signo fixo, reconhecemos que a congestão é intensa – estando em um signo fixo e no quadrante de Escorpião. Escorpião em relação a Leão é análogo a Câncer em relação a Áries na Grande Mandala; este relacionamento é “congestão no relacionamento familiar”, “aderência ao ninho”, “complexo parental” e (possivelmente) congestão do recurso de Amor decorrente de exigências da natureza de desejo sexual. Entretanto, este ponto está no decanato de Áries – primeiro decanato de um signo de fogo – e a espiritualização da vibração de Marte é coragem. Esta pessoa descobrirá que sua subjetividade original e consciência de direitos individuais servirão como fonte de liberação de poder para descristalizar as congestões do planeta em Leão. A regência primária de Leão pelo Sol determina uma atitude positiva, um requisito na lida com estes problemas.
E assim por diante com outros padrões de congestão. Relacione o decanato e o quadrante com a representação abstrata da Grande Mandala e você perceberá que cada variação de “problemas” encontrados nos mapas dos seres humanos contém, por posicionamento, uma pista direta para as soluções vibratórias. As expressões dos poderes planetários através das implicações espiritualizadas dos signos é o sinal de “siga” para o progresso evolucionário e para o desdobramento harmonioso de potenciais.