quinta-feira, 4 de abril de 2013

CAPÍTULO XVIII - ASTROLOGIA DA LUZ BRANCA

Livre tradução de: http://www.rosicrucian.com/sia/siaeng23.htm


A essência do serviço espiritual de qualquer tipo é executada pela pessoa que transmuta as áreas negativas de sua própria subconsciência, fortalece e disciplina suas faculdades mentais; mantém viva sua consciência de coração pelo poder do amor, e procura sempre perceber o melhor nos outros. A percepção do bem real ou em potencial nos outros é um estímulo que, cedo ou tarde, possibilita a expressão desse bem. A essência do progresso evolutivo é a sempre crescente consciência do Bem; nós como indivíduos, contribuímos para o progresso da raça como um todo quando, pela consciência regenerada somos capazes de levar os outros a reconhecerem os seus mais altos potenciais para a realização de talentos e habilidades, saúde, amor e sucesso em qualquer campo de esforço.

O termo “luz branca” é uma expressão simbolizada dessa consciência. Branco é a composição de todas as refrações das cores; em sua forma mais pura, a cor branca se ergue como um símbolo da vibração da consciência que se centraliza em Deus. Suas refrações podem referir-se a, ou serem consideradas como qualidades anímicas, correspondendo espiritualmente às variações encontradas nos espectros das cores. Cada uma dessas cores manifesta o princípio da diversidade como uma expressão de unidade, em que cada qualidade tem seu âmbito vibratório desde os aspectos mais primitivos, irregenerados, até seus aspectos mais regenerados e altamente espiritualizados. Quanto maior o grau de pureza e luminosidade do composto branco, melhores as expressões vibratórias visuais como símbolo de consciência aperfeiçoada.

O astrólogo, quando estudando horóscopos de pessoas, na realidade estuda, analisa, sintetiza e interpreta padrões vibratórios de qualidades anímicas que representam todos os possíveis campos de desenvolvimento e seus reflexos, no mundo das formas, como padrões de experiência. A consciência artística do pintor, por exemplo, é refletida por aquilo que se encontra em suas telas; a do músico manifesta-se naquilo que sai do seu instrumento.

O astrólogo, também um artista-intérprete, expressa a sua consciência pela maneira como interpreta os horóscopos dos outros; os horóscopos são seus instrumentos – correspondentes ao pincel, às tintas e telas do pintor, e ao violino do músico. A consciência de bem do astrólogo corresponde ao composto de percepções artísticas do intérprete da consciência da estética. A inspiração é a ignição de todas as consciências que se harmoniza com a verdade e com a beleza; para o astrólogo essa ignição é possibilitada quando ele carrega sua consciência com o desejo de interpretar um horóscopo consoante o melhor de toda a sua potencialidade. Isto significa que ele faz de sua meta final de interpretação em alertar o indivíduo para o reconhecimento daquilo que há de melhor e de mais belo nos tons e cores anímicas do mesmo.

A impessoalidade do serviço do astrólogo torna imperativo que, quando esteja em seu trabalho, ele eleva sua consciência dos padrões inferior de sentimento e emoção pessoais. Sugerimos como técnica preparatória para o desenvolvimento dessa faculdade, meditar sobre a seguinte mandala; um círculo em branco, mas com um ponto exatamente no seu centro. Este mandala é a representação mais perfeitamente impessoal de um horóscopo que é possível fazer. Ele não transmite padrão de experiência, padrão de emoção, nem atrito, sofrimento ou dificuldade. O ponto no centro pode significar o propósito da tarefa do astrólogo. É de um só ponto, condensado e não diferenciado. Este ponto deve ser uma fonte de iluminação espiritual para o indivíduo, e quando a meditação sobre esse propósito é, por si, focalizada e concentrada, as inferiorizações pessoais se desvanecem na consciência do astrólogo. Deste modo o astrólogo se faz “luz branca”; seu próximo passo é “iluminar de branco” a pessoa do horóscopo que está estudando. Isto ele faz acrescentando ao mandala acima os diâmetros vertical e horizontal; o resultado é o retrato mais abstrato e impessoal que pode ser feito de um ser humano. Este mandala é uma figura composta da consciência espiritual – o ponto central; o estado de encarnação física é a cruz formada pelas linhas retas, e o envolvimento pelo círculo perfeito é o poder divino, o amor divino e a sabedoria divina. O mandala retrata um ser humano que está cônscio de sua origem espiritual e da espiritualidade da encarnação. Da meditação sobre este retrato, revela-se a consciência de luz branca do astrólogo para a pessoa do horóscopo.

O próximo passo do astrólogo no desenvolvimento da consciência de luz branca é acrescentar os outros diâmetros ao mandala acima, completando-se assim a roda do horóscopo de doze casas. O mandala apresenta agora a imagem da pessoa como sujeito aos mesmos padrões gerais de experiência e relacionamento comuns a todos os outros seres humanos. Estas doze “casas” são os “aposentos” em que vive a Humanidade durante a encarnação. Cada uma é tão necessária quanto às outras, cada uma tem seu significado particularizado na experiência, e cada uma é uma oficina para criação de maior bem em todos os planos de expressão e realização humanos.

O mandala, tal como se encontra agora, é o padrão essencial de todos os horóscopos. A meditação sobre ele, como uma representação da vida humana, pode ser feita por todos os astrólogos de tal maneira que a percepção do propósito evolutivo da vida humana possa tornar-se mais profunda e mais clara a cada dia. Todo horóscopo percebido como uma “expressão de variação” de seu mandala significa uma oportunidade muito melhor de ser interpretado sensitiva e intuitivamente; sem este preparo da “iluminação branca do padrão básico”, o astrólogo corre o risco de confusão mental diante de todos os fatores complexos de um horóscopo natal. Além do mais – e isto é importante – uma vez que os horóscopos representam pessoas, o astrólogo desenvolve automaticamente a reação de “iluminação branca” às pessoas, quando com estas contata em seu dia-a-dia. Isto é um desenvolvimento natural de sua meditação diária de luz branca sobre o mandala astrológico porque ele emite para as pessoas uma consciência que se focaliza cada vez mais nas perfeições.

Partindo do desenho abstrato, começamos agora a aplicar a técnica da luz branca às variações pessoais; pomos de lado o padrão universal e passamos a considerar os padrões particulares.

A velha advertência: “A caridade começa em casa” pode ser aqui repetida desta forma; o desenvolvimento da técnica luz branca começa com a meditação do astrólogo sobre a própria Carta. Ele, um ser humano, tem o mesmo padrão essencial de qualquer outro ser humano. Mas seus particulares diferem até certo ponto dos de qualquer outro.

O fato de ser astrólogo não o exime automaticamente dos padrões de sentimentos pessoais em forma de pré-julgamentos, ressentimentos, falso orgulho, inveja, etc.. Contudo, ser astrólogo impõe-lhe a responsabilidade de superar esses negativos tão cedo, e tão completamente, quanto possível. Seus negativos podem congelar-se e cristalizar exatamente como os de qualquer outra pessoa, portanto ele, o astrólogo deve voltar sua consciência impessoal para si mesmo, o ser humano interno. Isto é verdade; na medida em que o astrólogo permanece fixado em padrões de reação negativos ele limita suas habilidades para interpretar. Nesse estado ele transfere seus próprios negativos para padrões semelhantes que pode achar na Carta de outrem. Por exemplo: um astrólogo masculino tem-se fixado num padrão de aversão relativo a uma específica expressão feminina na vida humana. Para esta expressão existe um profundo sentimento subconsciente de desagrado ou de animosidade – resultado de sua reação à experiência de um problema algum dia no seu passado. Nunca libertou seu subconsciente desse sentimento fricativo. Agora perguntamos; como pode ele interpretar adequadamente e resolver psicológica ou espiritualmente uma condição análoga que encontra na Carta de outra pessoa? Existem astrólogos que, motivados por profundos impulsos de autodefesa e auto-justificação falham em interpretar corretamente certos padrões nas Cartas astrológicas o que outros podem ver num relance. Faz-se necessário, e urgentemente, um pouco de luz branca nesse ponto.

Nós, astrólogos, geralmente não encontramos dificuldade em “iluminar de branco” as doze casas da Carta. As casas erguem-se como representações de padrões básicos de experiência e, como tais, transmitem mais diretamente um significado impessoal. Mas, parece que alguns de nós temos para si que isso se deva a certos estelares e/ou aspectos planetários. Por quê? Porque os estelares são os enfoques da consciência, e alguns dos padrões que formam nas relações entre si retratam os atritos e testes dos padrões de consciência. Tendemos a considerar como ruim, mau ou infeliz qualquer padrão de experiência que estimule nossos níveis irregenerados de consciência, levando-nos assim a experimentar reações dolorosas. Aqueles que estimulam nossos níveis regenerados de consciência nós interpretamos como: benéficos, afortunados e felizes. O composto simbólico a que chamamos negro –, mau, doloroso ou ruim – deve ser trabalhado e transmutado naquilo a que chamamos branco. Por que então não aprendermos a perceber a brancura inerente a todas as qualidades e relações estelares? Isto busca a fase interpretativa da astrologia de luz branca.

A brancura de qualquer estelar é o princípio de vida simbolizado por esse estelar. A diversidade de expressão de qualquer estelar é apenas outro modo de dizer: a diversidade de expressão da consciência humana. De acordo com a sua falta de desenvolvimento você desconhece o sentido e significado deles. O propósito de iluminar de branco qualquer coisa é torná-la mais consciente de seu sentido espiritual.

Contudo, por mais claramente que você, como astrólogo, possa delinear e compreender a Carta natal de outra pessoa sugere-se que adote um plano pelo qual você se torne mais perceptivo de sua própria brancura. Este plano envolve meditação sobre vários mandalas extraídos de sua própria Carta; um mandala para cada um dos seus estelares. Estes mandalas não implicarão no uso de quaisquer números porque número implica em limitação, e a brancura é ilimitada. Não se permita usar uma única palavra-chave negativa, degradante nessas interpretações. Use somente palavras que transmitam níveis de consciência espiritualizada.

O mandala para a posição do seu Sol pode ser um círculo com as doze casas; o símbolo de Leão na cúspide de Leão; ponha o símbolo do Sol na casa e signo onde você o tem; coloque o símbolo do seu signo solar na cúspide própria dele. Esta é a imagem concentrada do seu Sol vista com luz branca. Sintetize em palavras-chave espirituais cada fator deste quadro – ele é a essência espiritualizada de sua consciência solar, de sua força de vontade e propósitos; é a radiação do amor criador.

Mandala do seu Vênus; uma roda como a mencionada acima com os símbolos de Touro e Libra nas cúspides próprias de sua Carta; ponha o símbolo de Vênus – símbolo abstrato da consciência feminina realizada, refinamentos da alma, consciência estética, capacidade de cooperação, etc. – na Carta e signo onde você o tem; ponha o símbolo do signo que contém a Vênus na cúspide apropriada para a sua Carta. E assim por diante – um mandala para cada um dos outros estelares.

A impressão transmitida por cada um dos seus mandalas estelares é a de uma cor pura uma luz brilhando sem interferências. Não existem implicadas complicações ou limitações à habilidade do estelar de irradiar no seu máximo.

Seu horóscopo de luz branca é o composto de todos os seus mandalas estelares; uma roda com seus signos nas cúspides, seus estelares colocados de acordo com as casas e signos em que você os tem. Utilizando os princípios mais espirituais como palavras chave, interprete agora sua Carta como um retrato do mais elevado e melhor que você é capaz de experimentar e realizar nesta encarnação. Sua Carta natal, deste modo, é um retrato astrológico do seu eu ideal.

O próximo passo é extrair um mandala de luz branca, pelo mesmo modo descrito acima, para cada um dos aspectos de quadratura e/ou oposição; chamaremos a estes padrões de mandalas dos aspectos. Não coloque os graus estelares no mandala de aspectos, mas medite com palavras-chave espirituais sobre os dois estelares envolvidos. Desde que cada estelar em um mandala de aspectos brilha com a mesma pura luz essencial com que brilha em seu próprio mandala, você está agora exercitando a faculdade de síntese no iluminar de luz branca um padrão duplo. Siga o mesmo plano na aplicação aos seus aspectos compostos (que envolvem três ou mais estelares).

Após os preparativos de a luz branca ter sido efetuado, as quadraturas e oposições na sua Carta natal serão vistas clara e verdadeiramente como o processo de experiência e reações à experiência pelo qual você regenera a sua vida em todos os planos. Concluindo, oferecemos este aforismo à sua consideração espiritual; a regeneração da consciência não é para o propósito de fazer trígonos para o futuro, mas sim para o propósito de desdobrar a consciência de Deus através da expressão de seus estelares de acordo com os princípios espiritualizados de luz branca deles.