quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

CAPÍTULO LXII – A ASTROFILOSOFIA DISCUTE O GOVERNO – PARTE II

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng45.htm

O estudo de governos aristocráticos, através de vários períodos históricos e de diferentes nações, nos revela o que acontece quando, por um conceito ilusório, procuramos separar nossos padrões de destino comum dos de nossos semelhantes. Esse conceito, difundido pelo mecanismo das religiões organizadas, Cristãs ou não Cristãs, tem resultado em algumas das mais terríveis causas de destino maduro porque, por sua própria natureza, procura lutar contra a mesma coisa que todas as religiões buscam estabelecer: o sempre claro senso de Unidade (de Deus e da Vida) na consciência humana. O pai, separado em consciência de seu filho como um companheiro humano, diz: “Faça o que eu digo. Sou seu pai”. Não há nada em tal ordem que apele para a razão ou para o coração da criança. A ordem serve para intensificar sua sensação de inferioridade no relacionamento subserviente a seu pai, ao invés de aumentar a fraternidade.
A característica do “EU SOU” de Áries como Ascendente desse mandala descreve a Humanidade como um auto-governante em potencial porque é, por atributo, um agente de expressão individualizado. A grande maioria de nós não tem a consciência de poder para o autogoverno e, menos ainda para governar aos outros. Mas, em virtude de sermos agentes de expressão, influenciamos (uma oitava microcósmica de governo) outros em cada coisa ou tudo que pensamos, sentimos, dizemos e fazemos. Existe apenas um Ascendente, arquetipicamente ou concretamente, e como governança é estabelecer a ordem do cosmos, podemos melhorar a qualidade de nossa influência sobre outras pessoas. É verdade interessante, que não podemos governar ou influenciar alguém que seja indiferente a nós ou que seja mais perfeitamente organizado do que somos – somos influenciados por aquelas pessoas muito mais do que as influenciamos. Portanto, temos de nos governar melhor se quisermos atrair melhor “influência de governança” dos outros. Aplique isto ao relacionamento dos cidadãos de uma nação com seus governantes hereditários ou eleitos. Veja a história da civilização francesa sob os reinados de Luiz XIV, Luiz XV e Luiz XVI. A corrupção e o cinismo dos dois primeiros representavam, perfeitamente, muito do que estava degenerado nos conceitos gerais de vida das pessoas. A ineficácia de Luiz XVI possibilitou às forças desintegradoras da revolta – ele não podia nem mesmo defender a classe que representava – descristalizar aquela forma particular de governo aristocrático e abrir caminho para a forma mais democrática.
Se nosso propósito de vida necessita que exerçamos poder em funções públicas, então saibamos que temos a oportunidade de nos posicionar como símbolos de boa ou má influência; simbolizaremos o que quer que concebamos como princípios de governo.
Podemos permanecer congestionados na ignorância desses princípios, e assim refletir a ignorância das pessoas que representamos, ou podemos nos ajustar ao aprendizado e assim simbolizar uma qualidade cada vez melhor de vibração de poder.
Na consideração do Grande Mandala, vemos que o diâmetro Câncer-Capricórnio – como “a linha dos pais” – exemplifica o padrão de “governo do povo pelo povo”: os dois tipos de governo representados são o comunitário (Câncer) e o aristocrático (Capricórnio).
Agora consideremos o significado de Áries como expressão de regência individual:
A qualidade “EU SOU” desse Signo simboliza o sentido da existência individualizada. Desde que é aquela da qual toda expressão, como individualização pessoal, se torna possível, ela é também aquela pela qual todas as oitavas do governo humano se tornam possíveis. Um governante – de qualquer tipo – nunca pode ser mais que ele é como pessoa – sua expressão de governo é projeta por meio da consciência de si mesmo como uma pessoa. Tenha em mente que governança, no sentido político, é uma extensão da paternidade. As mesmas palavras-chave aplicáveis aos diferentes tipos de governantes se aplicam, também, em sentido mais localizado, aos diferentes tipos de pais. Isso é assim porque a qualidade-matriz do diâmetro Câncer-Capricórnio designa nossa cidadania ao grupo-família e ao grupo-nação em que encarnamos por lei de destino maduro e atração vibratória.
A oitava vibratória mais inferior de Marte é notada em sua função como liberador das compressões Plutão-Escorpião. Esse é o governante como ditador autocrático. Seu “EU SOU” é “Eu sou um símbolo personalizado de toda ignorância repleta de ódios e cobiças dos meus governados”. O czar russo Ivan, o Terrível, foi um exemplo perfeito desse tipo de governante; seu povo era uma massa bárbara, ignorante, brutal, e a subserviência desse povo ao seu infame governo despótico foi a síntese da escravidão. A oitava seguinte – sincronizando com as necessidades evolutivas do povo russo – foi exemplificada em Pedro, o Grande. Exatamente tão despótico como foi “o terrível”, este homem funcionou em uma oitava mais alta de percepção e propósito. Sua vontade, intensamente concentrada, serviu para coordenar seu povo, e ele lutou durante anos para desenvolver e expandir o poder econômico de sua nação e para introduzir nela pelo menos vestígios da cultura da Europa ocidental. Nesse tipo de governante as características de insensibilidade, brutalidade impetuosa, egotismo e falta de compaixão são fortemente pronunciadas. Seu egotismo, contudo, serve a um propósito dos mais importantes – o de consolidar a nação em uma identidade e unidade coerentes. O adormecido “Eu sou” da vibração grupal da nação é despertado pelo poder do “Eu sou” pessoal do governante autocrático. O “Eu sou” de um governante aristocrático degenerado é exemplificado pelo caráter e personalidade de Luiz XV, rei de França. A presunção e o cinismo desse homem, regente-símbolo de um dos mais degenerados e corruptos períodos da história dessa nação, retrata perfeitamente os negativos cristalizados desse tipo de governo – o da hierarquia – a forma que provê pontos de concentração de poder dentro do palácio da nação. Um exemplo regenerado desse tipo de governo – e ela foi um exemplo notável – foi o da grande Rainha Elizabeth da Inglaterra. Culta, de enorme erudição, devotada ao progresso e bem-estar de seu país com todas as fibras do seu ser, essa brilhante e intrépida mulher simbolizou as aspirações culturais e econômicas de seu povo vigoroso e empreendedor. Ela estava tão definitivamente em um nível mais elevado do que muitos desses governantes de sociedades com consciência de classe, que seu intenso amor patriótico a fazia aborrecida com a guerra e a destruição; ela é considerada a mais humanamente motivada e iluminada regente de sua época e uma das soberanas de maior projeção na história da humanidade. A uniformidade do seu país como potência mundial, sob a motivação de um intenso orgulho nacional, enfatizou a qualidade capricorniana de superioridade que caracteriza essa nação – um exemplo interessante de peculiaridade de personalidade nacional. Outras degenerações de conceito hierárquico – e isso na forma mais cristalizada – são vistos no velho conceito de casta da Índia, só recentemente descristalizado. Esse conceito (derivado de como o ser humano imagina a Hierarquia Cósmica) provocou a escravidão cármica para milhões de seres humanos por muito tempo.
Há diversos exemplos notáveis de governo de Câncer. Esse é o tipo de governo que se concentra na perpetuidade do bem-estar, material ou espiritual. A corrupção desse padrão é vista na distribuição de dinheiro, alimento e diversão para a massa, por indivíduos como os governantes romanos Nero e Calígula. Um gesto ostensivo de preocupação pelo público mascarava, nesses casos, um horrendo medo e terrível cobiça. Eles exemplificaram, com sua política de dar, os piores aspectos desse padrão governamental.
Regenerado, nós vemos no governo da religião humanística dos Quakers, um dos melhores exemplos desse tipo, na atualidade. Sua política de pacifismo universal é, naturalmente, uma motivação espiritual de tremendo poder para o bem no mundo. Sua contribuição para o bem-estar humano é patente. A administração do Exército da Salvação é outro exemplo. O serviço de ensino e cura realizado por certas ordens religiosas representa um belo aspecto de conceito de governo. Mesmo aqueles que funcionam inteiramente no que é chamado “ordem contemplativa” dão, se suficientemente evoluídos, uma notável contribuição redentora por meio de seu trabalho nos planos internos; esse serviço não é percebido ou observado pelo mundo externo – é uma alimentação vibratória baseada na renúncia da consciência de personalidade. Com efeito, podemos considerar que a vibração de Júpiter, como significador da 9ª Casa abstrata, se mistura com a vibração Lua-Câncer para indicar a essência do governo pela organização da autoridade religiosa. É possível que você aprecie um estudo biográfico de governantes – desde o iluminado Faraó Aquenáton, através dos tempos, e chegar a uma clara compreensão de como os governantes, como seres humanos individuais, personificam o inconsciente coletivo, a ignorância e congestão coletivas, e as necessidades evolutivas coletivas da massa. É um estudo fascinante, e é algo que todo estudante de ocultismo e filosofia deve empregar algum tempo e atenção.

terça-feira, 23 de abril de 2019

CAPÍTULO LXI - A ASTROFILOSOFIA DISCUTE O GOVERNO – PARTE I

Governo é o “funcionamento do Universo em conformidade com os Princípios Cósmicos”. É a Única Diretiva que impele a causa da ação criadora e epigenética no Cosmos, além de organizar e harmonizar seus efeitos. Uma vez que é a expressão da Vontade Única, o governo cósmico é uma Autocracia arquetípica; é a raiz-padrão pela qual todo Logos, microcosmicamente, ordena vida de sua manifestação e é aquilo que, em termos humanos, designamos como autoridade. Regência, em qualquer oitava, é um aspecto do Poder Diretivo simbolizado pelo Sol; todos os poderes astrais são derivados dessa Unidade.
O desenho simbólico a que chamamos “Aspecto de Quadratura”- um quadrado assentado sobre sua base horizontal – é o arqui-símbolo da congestão comprimida de potenciais. É feito de duas expressões da vertical dinâmica e de duas expressões da horizontal receptora; representa a sobreposição de diâmetros opostos em aparente disputa entre si. Uma congestão tem o efeito de um puxão gravitacional para baixo, inibição, supressão de possibilidades de expressão, retardando a ação expressiva e responsiva. Ela representa uma intensificação da tendência para a inércia que, depois de certo ponto, é a morte da forma enquanto veículo do Espírito. Isso descreve o “reino do Diabo”, o domínio da expressão pela supressão, a submissão do “avanço para frente e para o alto” ao “retrocesso para trás e para baixo”. O Espírito, Poder Solar, em sua expressão bi-Una de Amor-Sabedoria, busca sempre, na consciência humana, derrotar e desintegrar este “reinado da sombra”.
O símbolo do governo como Ordem Cósmica ou Arquetípica é a diagonal do quadrado. Esse é o quadrado simetricamente balanceado se apoiando em seu ângulo inferior. Cada uma de suas quatro linhas é uma diagonal simétrica, pelo que cada uma se combina vertical e horizontalmente. Nisso se pode ver a diferença, como símbolo de consciência, entre esse quadrado e o quadrado estático. Por conseguinte, a sequência rítmica é demonstrada pelo percurso em torno de sua circunferência. Quando a cruz dos diâmetros horizontal e vertical é acrescentada a este quadrado, cada uma das duas linhas forma, em uma bissecção, um par de ângulos opostos, ficando assim objetivada a polaridade de cada ponto angular.
Por esta quádrupla bissecção de ângulos, o Masculino-Feminino do Macho-Fêmea do Imaturo-Maduro do microcosmo de qualquer arquétipo é externado. Estamos lidando com seres humanos enquanto individualizações do arquétipo “Humanidade”, de modo que este quadrado diagonal com sua estrutura transversal, retrata, macrocosmicamente, o governo desse arquétipo e microcosmicamente a “consciência do governo” passiva e ativa do ser humano individual.
Agora vamos transferir este símbolo para a oitava do simbolismo astrológico; ponha o símbolo circular do Sol no centro (na junção das linhas da cruz) e os símbolos de Áries, Capricórnio, Libra e Câncer nos pontos angulares da esquerda, de cima, da direita e de baixo, respectivamente.
O resultado é o Grande Mandala sem seu círculo envolvente – o “esqueleto” da Humanidade como um arquétipo evoluinte – não evoluído – e da pessoa humana como um microcosmo evoluindo epigeneticamente. Discutiremos os “problemas” de “Governo dos humanos pelos humanos” conforme se classifique nos três tipos básicos de “ser governado”.
Considerando-se a essência dinâmica de Áries-Marte como a “personalidade” do arquétipo humano encarnado, somos sensíveis aos “agentes controladores” representados pelos outros três pontos estruturais, os quais são todos, genericamente falando, mais femininos que Áries. A polaridade feminina do Cosmos é aquela que recebe e molda as essências dinâmicas. Como Áries, através de Marte, “explode suas energias a partir do ponto Ascendente”, Capricórnio-Saturno, Libra-Vênus e Câncer-Lua representam os organizadores e coordenadores das expressões vitais. “Aquilo de que Áries provem” – como a “coisa encarnada” neste mandala – é o parentesco (paternidade-maternidade); pelo parentesco é gerada a forma individualizada, e pôr esse mesmo meio a forma é sustentada, protegida e alimentada. Portanto, Câncer-Capricórnio, como parentesco arquetípico, é o primeiro coordenador-governador da expressão do indivíduo. O primeiro desses, contudo, é Câncer – o símbolo da Matriz e o arqui-símbolo da fonte sementeira. Esta, em termos de grupo, é o governo para a perpetuação e preservação das formas; é a mais primitiva forma de governo de grupo. O ser humano primitivo estava inteiramente submisso ao poder diretivo dos mais velhos da tribo, e seu significado não era o de indivíduo, por si mesmo, mas o de fator da unidade tribal. Era valorizado pela tribo pela sua capacidade física, e sua força, suas proezas, sua habilidade combativa e habilidade reprodutora eram as marcas do seu valor para a vida da tribo. Sua identidade era tribal, sua virtude era a obediência à direção dos mais velhos. Em relação a essa diretiva estreita ele era uma “criança”, e como criança permanecia até que, no devido tempo, começou a se dar conta de uma consciência de si mesmo como indivíduo. Aceitar inquestionavelmente, irrefletidamente, a direção externa era se submeter ao princípio paternal de governo, secular ou religioso. E isso se aplica tanto àqueles que habitavam as selvas há milênios atrás como às pessoas da atualidade.
Os governos que estimulam, em seus súditos, atitudes tais como adesão cega, irracional, em qualquer forma, a conceitos tais como “Mãe Igreja”, patriotismo fanático, dependência da opinião grupal e sentimento grupal para sua guia, preconceito e ódio raciais ou, ainda, aceitação habitual de subvenção do governo para sustento material são aqueles que funcionam como moldes externos de uma consciência muito limitada. Eles têm seu lugar de destino maduro e evolutivo e, COMO TAL ELES SÃO BONS. Mas nenhum governo desse tipo foi, é, ou pode ser um padrão permanente para qualquer grupo porque sua função essencial é coordenar e focalizar um primitivismo coletivo. A evolução serve, para transcender o primitivismo em qualquer oitava. Câncer-Capricórnio é uma estrutura arquetípica; é o símbolo da segurança para o subconsciente da Humanidade. Ele simboliza “aquilo que foi”, e as pessoas primitivas (ignorantes, temerosas) se apegam a um externo estabelecido (pais, lar, igreja, conceito nacionalista, etc.) para se sentirem seguras. Um governo congestionado nessa função desencoraja o esforço e o pensamento individual; e nisso está o caminho para a ditadura, que é o “governo paterno”, à qual foi permitido se converter na ferramenta de uma consciência de poder negativa intensamente concentrada (de um indivíduo, de um grupo de indivíduos afins ou nações). Nos tempos primitivos as pessoas prosperavam e progrediam sob a administração protetora de seres humanos relativamente sábios, mas o mesmo tipo básico de governo nas mãos de pessoas sem princípios e sem coração tornava tirânica a qualidade paternal – pelo que os resíduos coletivos de ódios, a cobiça e as crueldades passavam a se concentrar na ambição de poder do governante que personificava tal nação. Esse tipo de governo se torna DEGENERADO a partir do momento em que o bem-estar das pessoas em geral é desrespeitada, ou quando os atributos da iniciativa e expressão individual são enfraquecidos pela prodigalidade. Demasiada proteção e liberalidade estão em desarmonia com os princípios governamentais, tanto quanto o estão a supressão cruel e o desrespeito aos direitos humanos. Ninguém evolui quando copia, em sua vida pessoal, o exemplo degenerado de maus governantes; essa pessoa simplesmente acrescenta poder negativo ao “poder para o mal” do governante e ao mal coletivo, congestionado, de seus semelhantes. Aceitar subvenção nacional ou governamental, como uma “ajuda oportuna”, e usá-la para seu propósito (“prosseguir novamente”) está de acordo com o princípio desse tipo de governo; se habituar a aceitar ajuda do “Governo Pai-Mãe” é macular os incentivos para crescimento, realização e maturidade (Pais – governantes de seus círculos familiares – vocês estimulam em seus filhos a dependência? Ou vocês estimulam o exercício da razão e habilidades para que seus filhos possam desenvolver, ritmicamente, o amadurecimento da confiança própria?). É verdade que alguns adultos são tão condicionados que sentem não terem razão para existir a menos que alguém esteja dependendo deles; preferem “se sentir fortes por comparação” que tentar estimular as habilidades individuais do mais fraco. Subconscientemente, eles tentam compensar um complexo de culpa (responsabilidade não cumprida). Ressentem-se de qualquer tentativa da “pessoa mais fraca” de desenvolver seus próprios potenciais, e são, a este respeito, idênticos a políticos que prometem dar tudo em troca de um voto. Pense sobre isso em termos das condições atuais. Ser proeminente e altamente posicionado, ser chamado maravilhoso, grande, amável, generoso, etc., é o tudo e o fim daquilo que chamam felicidade; e eles são condicionados – e desejados – de dar qualquer coisa em pagamento por este tipo de aprovação. Uma família formada por pais que se assemelham a isso, uma nação dirigida por tal governante, alcançarão quase o mesmo tipo de resultados: um filho parasita, inseguro, por um lado, e cidadãos parasitas, inseguros e irresponsáveis, por outro.
A polarização desse tipo de governo é Capricórnio, a vibração de Saturno, símbolo do tipo de governo aristocrático. Sua palavra-chave é a Hierarquia – é o primeiro tipo ampliado em muito maior difusão de expressão por muitas classes, as quais congestionadas e não regeneradas, resultam em desonra de casta. Uma vez cultivado, ele proporciona a manifestação da cultura e do refinamento (pelo menos externamente), e o exercício da abundância para propósitos artísticos e educativos. O vício deste tipo de governo é visto na ênfase que ele dá às suas superficialidades (ancestrais, antecedentes da família, dinheiro), como padrões pelos quais o indivíduo é valorizado. A política ou lema “Enquanto parece certo é bom” é típica da avaliação superficial desse tipo. A ambição de conseguir um posto na hierarquia toma o lugar da aspiração de realizar o auto melhoramento; o apego aos padrões formais cristalizados de conduta, de pensamento e de crença pode designar a identidade de um “membro de bom nível”, mas dificilmente isso pode ser considerado a identidade de uma pessoa que exercita seus valores e capacidades individuais. Saturno, a condensação da matriz, caracteriza esse tipo através da tendência a resistir, obstinadamente, às mudanças necessárias; a conservação das normas estabelecidas se torna um propósito tão fixo que as melhorias benéficas a todos ou são ignoradas ou desprezadas. A prática da riqueza, por longos períodos de tempo, congestionando-se em pontos específicos da hierarquia estimula a corrupção porque desencoraja o exercício individual.  O “fluido” monetário – sangue vital ou intercâmbio prático – é um meio pelo qual os seres humanos podem conseguir certos benefícios usando sua inteligência e suas faculdades individuais. Quando é legado através de gerações em esfera relativamente limitada, ele se converte em uma prova de destino maduro, para os indivíduos tomá-lo e usá-lo para proveito próprio sem fazerem esforço, e deste modo debilitando-se, ou torna possível uma compensação material, de natureza de destino maduro, para aqueles que estão condicionados a usá-lo sabiamente em melhoramentos, em progresso, e no bem-estar de si mesmos e dos outros. Contudo, um autêntico aristocrata não precisa antecedentes familiares, isso e aquilo de linhagem, de tanta riqueza herdada, e de tal-e-tal “posição” para demonstrar o refinamento de sua natureza e de suas inclinações. Ele honra e embeleza qualquer “posto que Deus ache adequado para ele”; sua influência é a de refinamento sobre todos que o conhecem. O governo aristocrático que usa o público, mas que se esquece de que também tem um padrão de serviço a cumprir para esse público, perverte o melhor de suas qualidades. Ter as vantagens de educação e não as usar para uma maior ampliação do bem; ter acesso a grandes somas de dinheiro e se congestionar de trivialidades; desdenhar do semelhante em razão da diferença de posições não é aristocracia, mas somente uma sombra de sua máscara. E a máscara sorri – cínica e repulsivamente. A aristocracia dá à humanidade a oportunidade de observar sua consciência coletiva de separatividade em ação.