segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CAPÍTULO XXXIV – COMPLEMENTAÇÃO

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng82.htm#chapter1


            Complementação é a palavra mais importante no estudo das relações humanas, pois é a palavra-símbolo do arquétipo das trocas vibratórias que fazem da relação o que ela é. Sua vida é polaridade; seus dois macrocosmos básicos são masculino e feminino. Todos os padrões de relacionamentos humanos básicos (marital, fraternal, pais-filhos, etc.) representam um padrão específico de complementação em ação como “ignições” da consciência vibratória humana.

         A pessoa cujas qualidades vibratórias não contêm nada frente ao que respondamos, em nossos sentimentos subconscientes, é a pessoa à qual somos indiferentes; em contatos casuais encontramos este tipo de personalidade na dimensão tempo-espaço. A ausência de ignição vibratória mútua exclui tudo do contato que poderia resultar em relacionamento. A ignição por uma pessoa sobre o corpo vibratório de outra, leva a pessoa que foi estimulada a reagir com um sentimento subconsciente; ela, a partir de suas reações, subconscientemente descreve o contato com certo termo. Na falta de mutualidade, a “qualidade-relacionamento” existe apenas em sua própria interioridade.

          Entretanto, quando meditamos na questão de nossa faculdade de reação subconsciente, reconhecemos algo marcante: nós, enquanto “mecanismos reativos”, reagimos em algum grau a quase todos os outros seres humanos. Andando em uma rua movimentada, passamos entre inúmeras pessoas; a menos que estejamos intensamente ocupados com alguma figura mental focada, nós momentaneamente reagimos às impressões dos rostos, figuras, corpos, roupas, caminhares, deformidades, belezas e ações dos outros; mesmo uma preocupação profunda pode ser solta se entrarmos em contato com o campo vibratório de alguém que coincida com um de nossos quadros interiores de relacionamento de forma marcante – nossa atenção “vem à tona” com aquela pessoa e experimentamos uma reação-sentimento. Aquela reação-sentimento é consciência de relacionamento, pois uma de nossas figuras relacionamento subconscientes foi, por um instante, “desperta”. Aquela pessoa – um perfeito estranho que eventualmente nunca mais veremos – é a representação de uma faceta de nosso recurso-relacionamento, e como tal se relaciona conosco de modo vibratório. Este “relacionamento” será agradável ou não dependendo da qualidade básica de nosso “quadro interior”.

          Acostumamos tanto aos nossos padrões básicos de relacionamento que apenas talvez reconheçamos sua fonte ou qualidade verdadeira. Apenas reagimos, reagimos e reagimos. A Arte do Relacionamento Humano – a maior de todas as artes – é a harmonização de nossas reações às pessoas de forma a tornar cada vez mais claras as percepções do ideal que é o arquétipo de cada pessoa. É verdade que a realidade de cada pessoa – para você, em qualquer momento de seu tempo evolutivo – seja a qualidade de sua reação à pessoa; mude sua reação e você muda a qualidade do relacionamento, para melhor ou pior.

        Isto não é apenas teoria; prove você mesmo mentalmente evocando suas próprias mudanças de qualidade-reação em relação a pessoas que se apresentaram a você de forma significativa em sua experiência durante esta encarnação. Alguma vez você amou alguém profundamente e então percebeu sua reação mudando para um sentimento de repúdio ou aversão? Alguma vez você temeu alguém e então, com compreensão clara, passou a tê-lo como amigo valoroso? Alguma vez experimentou uma congestão-desintegração ao se tornar mais atencioso e amoroso em relação a algum de seus pais ou irmãos? Alguma vez odiou alguém tão profundamente que chegou a sentir um desejo de destruí-lo ou machucá-lo de forma drástica e então experimentou uma mudança marcante no coração (frase significativa!) que você chegou a um sentimento de profundo respeito e admiração? Alguma vez foi aparentemente indiferente a alguém que figurou em sua experiência por um tempo longo e de repente passou por tal mudança de sentimento que se apaixonou e casou com a pessoa? Todos estes tipos de mudanças interiores representam as realidades de transformação-relacionamento por “modulação em diferentes oitavas e chaves” – para diferentes padrões. Amor-Sabedoria nutre a realidade arquetípica de todas as relações entre pessoas.

            Nesta discussão sobre “complementação” não estamos preocupados com as casas do horóscopo primariamente; as casas são a descrição espacial (física) das experiências e relacionamentos. Estamos preocupados com as qualidades vibratórias, qualidades genéricas, focalização de qualidades genéricas pelos planetas e padrões genéricos representados pelos aspectos planetários. Tente flexibilizar e preparar sua mente para este estudo: faça uma cópia de seu mapa natal sem as cúspides das casas; simplesmente coloque os planetas em suas posições aproximadas no mapa por signos e graus. Isto para que você possa ter em mente os aspectos feitos entre seus planetas. Agora faça uma lista dos regentes planetários dos doze signos; sugerido: Marte para Áries, Vênus para Touro-Libra, Mercúrio para Gêmeos-Virgem, Lua para Câncer, Sol para Leão, Plutão para Escorpião, Júpiter para Sagitário, Saturno para Capricórnio, Urano para Aquário e Netuno para Peixes. Aprenda esta lista de modo que seja perfeitamente familiar a você. É a regência planetária do zodíaco. Aprenda também a disposição planetária do zodíaco: todos os planetas em Áries são dispostos por Marte, todos em Touro-Libra por Vênus, em Gêmeos-Virgem por Mercúrio, em Câncer pela Lua, etc. Em outras palavras, planetas em um dado signo são dispostos pelo regente daquele signo; o regente planetário de um dado signo dispõe todos os planetas naquele signo. Adquira fluência nestes pontos.

            Agora, para melhor clareza, circunde por um círculo todos os planetas em cada signo particular no mapa sem cúspides que você fez. Isto dá a seus olhos uma chance de agrupar seus planetas por posição-signo, independente da casa que ocupem; liste seus planetas e coloque-os entre colchetes associando-os a seus dispositores planetários; esta lista é o grupamento vibratório de seu horóscopo – você deve aprendê-la plenamente. Agora, no mapa sem cúspides, desenhe um diâmetro: o ponto inicial será o regente planetário de seu horóscopo natal; o signo que contém o ponto oposto é seu signo de complementação; seu regente (seja qualquer planeta) focaliza aquela vibração, sendo assim sua vibração complementar essencial. Assim, vemos que o dispositor do regente de seu Ascendente e o regente do signo oposto àquele que contém o regente de seu Ascendente são os dois pontos básicos de seus padrões de complementação nesta encarnação. O signo que contém seu “planeta complemento” e seu regente será a vibração qualificadora chefe de seu complemento. Estude seu dispositor do regente do Ascendente e seu complemento planetário sob todos os pontos de vista concebíveis; neles se encontram os segredos interiores de sua consciência de relacionamento nesta encarnação; eles representam as vibrações focalizadas ou representações interiores de “você” e do “você outro”.

            Agora para criar o primeiro de seus dois “mapas genéricos”. Este é derivado diretamente de seu Ascendente natal. Faça uma cópia de seu horóscopo natal, corrija-o em cada detalhe, usando, como Ascendente, a cúspide que traz o signo que contém o regente de seu Ascendente; não mude nada no mapa. O signo que agora aparece como Ascendente (contendo na décima segunda ou na primeira casa seu regente natal) é seu Ascendente vibratório. O planeta que rege este signo é seu regente vibratório e sua posição por signo, trígono elemental (fogo, terra, ar e água), cruz estrutural (cardinal, fixa, mutável), e aspectos planetários dão a figura de seu auto reconhecimento interior; seu regente natal é sua “expressão” – como você se pensa conscientemente e como você diretamente parece às outras pessoas. Lembre-se que o regente de seu Ascendente natal é projetado no mapa a partir do Ascendente e pela casa em que se encontra ele indica seu auto reconhecimento em termos de espaço tempo e atividade. O regente vibratório, entretanto, é projetado a partir do signo que ele rege e seu relacionamento com o corpo do mapa ocorre em termos da extensão de seu próprio signo de dignidade. Se o regente vibratório está no mesmo elemento que o signo que ele rege (o signo vibratório do Ascendente) então é a expressão de Poder ou Amor ou Sabedoria de sua natureza interior que está focalizada e indicando seu poder espiritual básico. Se o regente vibratório estiver em um signo que pertença à mesma cruz estrutural do signo que ele rege, então está quadrando ou se opondo a seu signo de dignidade e isto representa um ponto de virada evolutiva – análogo aos “pontos de virada” dos quadrados cardinal, fixo e mutável (ou “cruzes”) da Grande (ou Abstrata) Mandala.

            Seu mapa, como se apresenta agora (com o Ascendente vibratório) é a variação genérica básica de seu mapa natal. A qualidade genérica do regente vibratório, o signo em que ele está e a qualidade de seu dispositor serve para identificar a qualidade genérica básica de seu mapa natal, visto que esta variação deriva da posição por signo do regente do Ascendente natal. Sintetize cuidadosamente em relação ao espectro genérico e lembre-se que esta variação não é figurativa de seu Ser enquanto “masculino” ou “feminino”; mas a masculinidade ou feminilidade básica de sua natureza interior. Como esta variação deriva diretamente do horóscopo natal, considere este pensamento: Qual casa, em seu mapa natal, contém seu regente vibratório? Esta casa, qualquer que seja, representarão foco físico ou “espaço-tempo” deste particular florescimento vibratório. Em outras palavras, o “onde e quando em sua encarnação você encontrará perfeição desta qualidade básica interior de sua natureza”. O que seu mapa mostra em relação a isto?

            Se você for de inclinação filosófica ou psicológica (e claro que você é ou não estaria lendo isto), você reconhecerá que você e apenas você é o fator determinante de suas experiências-relacionamento. Filósofos, como regra, não andam as apalpadelas cegamente através de suas encarnações cometendo os mesmo antigos erros repetidamente; eles buscam iluminação no sentido de melhorar suas condições interiores e aprender como melhorar a qualidade de suas expressões. Filósofos não gastam seu tempo em culpar ou acusar aos outros, pois sabem que não são as pessoas, mas suas próprias reações negativas que causam suas dores. Então, como filósofos, apreciaremos um estudo do mapa genérico básico e como ele serve para representar o “interior” de nossa consciência-relacionamento. Outra variação.

             Do mapa como ele agora se apresenta: “genérico básico”, vire-o (ou faça outra cópia) de modo que o signo oposto ao que contém o regente natal apareça como o Ascendente. Este é – ou devemos chamá-lo – sua “complementação do Ascendente”; seu regente planetário é seu “regente complementação”.

            Agora este planeta, qualquer que seja, é a destilação de sua consciência de complementação de relacionamento – no sentido mais profundo. Trata-se do retrato vibratório essencial de seu “outro eu” e, inversamente, é o retrato do inimigo que você carrega ao redor de seu eu interior; esta “inimizade” é, por certo, qualificada pelos aspectos regenerativos feitos por este planeta, mas suas congestões (quadraturas e oposições) são, na opinião do autor, mais importantes de serem entendidas que qualquer outro fator de seu composto astrológico, pois cada uma dessas congestões é “o mote em seu próprio olhar” a partir do qual você verá o mal no próximo.

            Cada congestão a este regente-complementação representa, de fato, uma profunda e obscura ignorância de um princípio-Vida específico. A estimulação dessas congestões fará com que “outras pessoas o firam da forma mais intensa” – suas reações a elas, por este estímulo, em momentos diferentes, é o que você sente quando a Vida, em sua Sabedoria, usa um bisturi para uma pequena cirurgia em suas condições interiores cristalizadas e congestionadas. Enquanto você vivenciar estes padrões reativamente você sofrerá a partir de suas reações às pessoas representadas pelos aspectos; mas quando você ilumina sua consciência em relação à natureza do princípio representado por um planeta particular, você reconhecerá que deve conscientemente alinhar-se para tornar este princípio uma expressão construtiva em sua vida; na medida em que você faz isso, você “dará as mãos ao inimigo interno e fará dele um amigo”. O Grande Professor disse: “Não resista ao mal”; será que Ele quis dizer: “Desisto de me preocupar e me incomodar quanto à forma que outras pessoas gastam seu tempo em conduzir suas consciências e vidas”? Sugere-se – porque este ponto particular é de importância urgente – que você faça o estudo mais detalhado possível deste “regente-complemento”. Estude sua colocação e significado em relação à Grande Mandala; estude seu significado genérico e seu significado no relacionamento. O que ele representa como princípio espiritual e do ponto de vista cármico? O que você fez no passado para criar os aspectos congestos presentes? Quantas pessoas (que você conheça o mapa) têm “pontos” que sincronizam com este planeta em seu padrão? Qual têm sido sua influência e efeito em você e sua vida? Qual tem sido sua influência sobre eles, por gentileza? Você tende a culpá-los por “fazer coisas a você” e ao se afastar você faz as mesmas coisas aos outros? Percebe-se que em nenhum outro fator astrológico o estudante precisa evocar seus pensamentos, sentimentos e reações com honestidade e meticulosidade, do que naqueles assuntos que dizem respeito a este planeta em particular.

            Os mapas, certamente variam consideravelmente no que diz respeito à qualidade vibracional. Talvez este “regente de complementação” em seu mapa não tenha congestões – apenas sextis e trígonos; sugere-se então que você compare este planeta com seu “regente vibracional”. Qual deles lhe possibilita mais “vantagem”, qual deles representa a expressão mais livre de Poder como Amor-Sabedoria, qual deles age mais efetivamente como “descristalizador de congestões”, qual deles representa um princípio do qual você esteja mais claramente atento em seu ser consciente, qual deles representa mais claramente um ideal que você vê representado nos outros, ou um ideal que você mesmo expressa para os outros? Há muitas questões que você pode perguntar para seu Eu Superior em relação a essas coisas, mas elas devem ser respondidas honestamente – desculpas, justificações e acusações não devem ter espaço neste tipo de análise. O “regente de complementação” pode certamente ser estudado a partir de um fator adicional: a qualidade do planeta que o dispõe – aquele planeta pode estar bastante congestionado mesmo que o regente de complementação não esteja; se este for o caso, então aprenda de seus relacionamentos (o bem expresso pelas outras pessoas) como lidar com aquela congestão particular. Você verá algo maravilhoso nas outras pessoas que você apreciaria ter em você; tente determinar o que é este princípio e colocá-lo em ação na sua vida diária. É este o real significado de “aprendizado de vida”.

            Então temos agora o mapa natal e suas duas variações genéricas básicas (Sugere-se cópias destes três para referência). Os signos cardinais focalizam a estrutura-relacionamento vibratória, e esta focalização é representada pelas posições dos signos e aspectos dos planetas estruturais: Marte, Lua, Vênus e Saturno. O grupamento genérico dos planetas servirá para determinar qual das duas “variações” é o “mapa genérico masculino” e qual é o “mapa genérico feminino” e a partir desta síntese você pode determinar a qualidade genérica de seus padrões de relacionamento básicos. Quais relacionamentos focalizam suas expressões masculinas e quais focalizam as femininas; quais focalizam seus padrões de reação; que tipo de padrão de relacionamento serve para trazer a você suas lições espirituais mais necessárias; a partir de qual – ou de ambos – você naturalmente contribui melhor em termos de amor e sabedoria?

            Para se realizar em termos de valores astrológicos, muito estudo se faz necessário, além de meditação, observação e experiência; é impossível que todos estes fatores sutis sejam colocados em palavras em uma sentada apenas. Mas quando um estudante de astrologia é também um filósofo que mantem sua mente aberta a novas oitavas de realização, ele ativa sua Sabedoria Interior pouco a pouco até que níveis profundos de realização se elevem à superfície da consciência para aplicação prática. Nós percebemos que é inútil centrar a atenção em pessoas como sendo apenas “masculino e feminino” – o “processo de repolarização” está em efeito há muito tempo para fazer esta abordagem válida essencialmente. Estamos constatando que a verdade das relações humanas é polaridade cósmica. Masculinidade e feminilidade – “expressão e reflexão” – são expressas por todas as pessoas, independente de seus corpos físicos e seus propósitos generativos e capacidades.

            Então, ao atentarmos claramente aos valores simbólicos de Marte, Lua, Vênus, Saturno e dos outros corpos planetários que focalizam o valor genérico dos signos zodiacais, vemos em cada horóscopo a masculinidade/feminilidade de cada ser humano. Devemos aprender – é nosso principal propósito aqui – as formas de expressar e refletir os Princípios Genéricos da Vida; nossa “escola” é a humanidade; nossas “salas de aula” são a soma total de todas as nossas experiências relacionamento, como homem e mulher em todas as nossas encarnações. Nada menos que isso poderia prover o pábulo para a realização completa do ideal humano.