terça-feira, 17 de dezembro de 2013

CAPÍTULO XXIV - RETROGRADAÇÃO PLANETÁRIA

Retrogradação planetária, conforme estudado em astrologia, é uma atividade periódica, rítmica, que ilustra o grande princípio evolutivo de recapitulação.
            No uso mundano corrente a retrogradação é considerada sinônimo de retrogressão, que implica um processo de declínio, degeneração, em direção inercial, involução ou contra-evolução. Esta interpretação, contudo, é erroneamente usada quando aplicada à vida na forma ou ao movimento orbital dos planetas. É verdade que, quando um veículo da manifestação cumpriu o propósito para o qual foi criado, sua substância, sua forma e sua função orgânica entram em processo de retrogradação; a retirada das forças de Vida inicia um processo de desintegração do veículo. Mas, a essência da Vida, que não pode morrer ou desintegrar-se, aguarda um veículo novo e adequado à sua expressão, além de experiências evolutivas adicionais.
            Quando observamos e consideramos em sua inteireza o grande princípio de recapitulação reconhecemos que ele é um padrão ou método pelo qual a Natureza garante a perfeição do processo evolutivo. Aquilo que foi alcançado em uma etapa de um dado ciclo é recapitulado ou revisado na retomada da nova atividade para que a integridade completa dos poderes orgânicos possa ser estabelecida. Quando a recapitulação se completa, aquilo que foi estabelecido torna-se a base daquilo que está por estabelecer-se; o programa evolutivo do organismo ou entidade torna-se desse modo contínuo, sem buracos ou interrupções. Este princípio é a grande segurança da Natureza para um processo evolutivo completo e perfeito. No plano da mentalidade humana, este princípio se revela na faculdade da memória; no plano do funcionamento orgânico ele se revela no padrão cíclico do nascimento, crescimento, maturidade e transição a que se submete toda entidade evoluinte em cada encarnação ou ciclo de manifestação. Max Heindel faz maravilhosa exposição deste princípio em seus escritos sobre os grandes períodos que marcam a involução e a evolução do nosso planeta Terra e da vida que ele nutre. No começo de cada novo período, o período anterior é recapitulado para que a integridade da função possa ser estabelecida.
            Na atividade da oração o princípio de recapitulação é defendido por muitas escolas espirituais. Repassar na memória os pensamentos, palavras e atos do dia que se finda não significam que o aspirante anda para trás ou retrograda; ele repassa honestamente suas experiências em pensamentos, palavras e atos para destilar disso valor espiritual. Ele analisa, compara e avalia não somente seus pensamentos, palavras e atos, mas também seus motivos; quando se dá conta de que um motivo foi impuro, ele expulsa esse motivo da consciência pela compreensão; a clareza da compreensão tornar-se-á alquimicamente uma força do Espírito pela qual, no futuro, ele evitará cogitar sobre, e atuar com, essa particular motivação. Ele retrocede ao fazer sua revisão espiritual? Pelo contrário, ao fazer da revisão algo construtivo ele avança, mesmo que a recapitulação possa incluir um exame minucioso de algo muito desagradável – até repugnante – à sua delicadíssima sensibilidade. A palavra “reconhecimento” significa “conhecer de novo”, de forma que o reconhecimento poderia muito bem ser identificado como o propósito básico de todos os processos de recapitulação. O reconhecimento, pela recapitulação é garantido pela Natureza para todos os planos, modalidades e graus de consciência evoluinte.
            De início, um ponto deve ser esclarecido. A astrologia não ensina que os planetas de nosso sistema retrocedem às vezes. A ação retrógrada dos planetas é um movimento periódico aparente devido à rotação axial e orbital da Terra – não é real. Todavia, em virtude das mudanças relativas de observação – relativas no sentido de que os planetas na astrologia geocêntrica são observados zodiacalmente da Terra ao invés de o serem do Sol – cada um dos planetas parece recuar periodicamente em seu percurso zodiacal, permanecer estacionário por certo tempo, e então avançar novamente pela área retrocedida e daí para frente em nova área.
            Como a Terra e cada planeta têm a sua própria distância e velocidade orbital em torno do Sol, esses períodos de retrogradação e parada obedecem a um plano rítmico de sequência regular semelhante, por exemplo, aos períodos humanos de atividade consciente no estado de vigília e de atividade subconsciente durante o sono, ou do plano rítmico das mudanças de estações através da sucessão dos anos. Devemos lembrar que todo princípio ilustrado pela astrologia tem suas correspondências na vida do universo, pois este é a criação da Consciência e a Astrologia é o estudo simbólico da Consciência. A imagem de cada fator em um horóscopo natal humano é uma imagem do Princípio, ou Lei, revelado; se uma encarnação adicional se faz necessária para a evolução de um ser humano, então a encarnação é submetida às leis entendidas como Espaço e Tempo. A regulagem da hora, data e local da encarnação, que pode incluir o registro de um planeta “retrógrado” no horóscopo natal, diz ao interprete algo sobre a evolução de consciência da pessoa assim como o fazem seu signo Solar, signo Lunar, Ascendente, ou qualquer aspecto planetário.
            O mais pleno significado do Princípio de Recapitulação pode ser coletado considerando-se que a evolução da consciência é representada como um processo espiralar. Mudança é a única coisa constante a ser vista através da vida e a espiral representa o composto do “para o alto, para frente e sempre” que caracteriza todos os processos da vida. A involução, necessária fase preparatória tanto quanto a evolução, é uma parte do “para o alto” – exatamente como os estudos, lições e exercícios são a fase preparatória da formação de um talento artístico ou profissional. Em qualquer linha de esforço, ou expressão de vida orgânica, os programas e objetivos involutivos e evolutivos sempre contêm áreas periódicas de recapitulação, mas o começo da primeira recapitulação é sempre uma extensão do ponto inicial e cada recapitulação seguinte é uma extensão das anteriores que lhe correspondem. Assim se formam e se integram os elos de ligação; a espiral se forma com continuidade ininterrupta enquanto a consciência individualizada ganha consciência crescente de seu Eu através da experiência orgânica.
            Uma questão pode ser levantada sobre este ponto: o que dizer dos atrasados? Não estão eles retrogradando para a inércia? O fenômeno da consciência individualizada incapaz de acompanhar os passos dos companheiros da sua onda de vida deve ser considerado também sob um ponto de vista relativo. Esses seres se atrasaram ou adiaram seu programa evolutivo por um tremendo período de tempo, mas como foram individualizados em alguma época, devem algum dia retornar em consciência à sua fonte. Desde sua individualização com outros de sua onda de vida, eles prosseguiram por algum tempo no programa evolutivo – eles tiveram alguma experiência evolutiva. Por conseguinte, quando começarem novamente, sua recapitulação inicial irá impulsioná-los mais rapidamente do que avançaram em sua primeira tentativa. Essas entidades não estão “perdidas para sempre”; elas são canais para a Luz e a Vida do seu Criador como o são todas as outras; elas estão retrogradando somente em relação ao processo dos seus irmãos evoluintes. Elas estão tendo a experiência certa para elas, e terão sua individualização, recapitulações e passos progressivos no devido tempo. Lembre-se: na função orgânica e na consciência, a retrogressão ou retrogradação é relativa, não absoluta.
            Do ponto de vista da observação geocêntrica, o Sol e a Lua são sempre vistos em movimento “direto”; nenhum dos dois jamais faz a retrogradação periódica que caracteriza a ação aparente dos planetas. O Sol transita o zodíaco uma vez por ano, e recapitula sua posição natal a cada aniversário do indivíduo; a Lua, por trânsito, recapitula sua posição natal a cada vinte e sete dias e oito horas; por progressão, a cada vinte e sete anos e quatro meses aproximadamente. Movendo-se para frente a partir de sua posição natal, no fim de sua primeira volta ao zodíaco por progressão ela entra no segundo ciclo e recapitulam dessa maneira todos os aspectos formados ao nascimento, combinados com os fatores adicionais de um “arranjo” diferente de aspectos de planetas progredidos, trânsitos e eclipses solares.
            A recapitulação solar e lunar também é revelada nos padrões formados pelos eclipses solares e Luas Cheias deste modo: por exemplo, um eclipse solar ocorrido em agosto de 1952 nos 28 graus de Leo; uma Lua Cheia em fevereiro de 1954 nos 28 graus de Leo. Este padrão abrangeu dezoito meses, e a Lua Cheia recapitulou o eclipse. Em tal caso, os aspectos dados à Carta natal pelo eclipse fornecerão a nota-chave da experiência da pessoa durante esse subsequente espaço de muitos meses, e na ocasião da Lua Cheia recapitulante o astrólogo de mente espiritualizada fará bem em revisar a avaliação de sua experiência, destilar disso valor construtivo, e desse modo construir seu Corpo Alma. Os períodos caracterizados pela recapitulação de um eclipse solar por uma Lua Cheia geralmente cobrem um período de dezoito ou vinte e quatro meses; o eclipse solar de julho de 1953, no signo de Câncer, foi recapitulado pela Lua Cheia no signo de Câncer em janeiro de 1955.
            O Sol e a Lua revelam um movimento de retrocesso constante deste modo: o Sol, por precessão, move-se para trás através do zodíaco, podendo-se observar que as sucessões de eclipses, Luas Novas e Luas Cheias ocorrem em posições “contra-zodiacais”. Só os planetas revelam o movimento periódico “recuo-parado-avanço”.
            Todos sabem de casos de estudantes que foram reprovados na escola devido ao que parecia ser uma dificuldade insuperável com certa matéria ou fase de alguma matéria. A necessidade de tal reprovação não indicava que o menino fosse basicamente limitado, anormal, ou “mal”. Indicava sim que ele ainda não estava devidamente preparado para preencher o requisito dessa aprovação nessa matéria em particular. Portanto, já que lhe requeriam dominar esse aprendizado específico, era necessário deixá-lo recapitular voltando à fase anterior da matéria, estudando-a e assinalando-a novamente, e assim qualificando-se para o progresso por haver-se preparado.
            Nossa experiência de encarnados é escolaridade evolutiva. Assim como não podemos assimilar toda uma dada matéria de uma só vez, do mesmo modo não podemos penetrar em todas as fases da experiência humana em uma só vida. Tudo o mais à parte, o fato de sermos organicamente polarizados como machos e fêmeas impossibilitaria a experiência total. Todavia, em virtude de uma longa sequência de encarnações durante a qual podemos encarnar como macho ou fêmea, consoante a necessidade evolutiva e a exigência cármica, temos a oportunidade de cumprir todas as fases de experiências pertinentes ao gênero. Visto que a concentração de pensamento e de esforço é necessária para o êxito e realização de nossos talentos e esforços profissionais, usamos cada encarnação para nos especializar e poder focalizar a consciência, extraindo assim o máximo benefício e desenvolvimento do que fazemos no trabalho ou em outras atividades e esforços. No entanto, assim como a individualização da consciência exige eventual cumprimento evolutivo, do mesmo modo qualquer aceitação de experiência exige cumprimento. Muitas vezes o Princípio de Recapitulação deve ser utilizado quando, após aceitarmos e vivermos certa fase de experiência, deixamo-la por um instante para focalizar a atenção em outras fases. Aquilo que foi deixado em suspenso não foi esquecido; antes se permitiu que ele permanecesse adormecido, esperando ser assumido e resolvido no futuro. Aqui se encontra uma chave filosófica para o estudo interpretativo da retrogradação planetária.
            Retrógrado natal, permanecendo retrógrado por toda a vida: as condições indicadas pela casa regida por este planeta são de importância secundária para o cumprimento da presente missão de vida. Contudo, visto que todos os fatores planetários têm propósito espiritual e evolutivo e devem ser usados pela entidade, parece que alguma forma de cumprimento vicariante é indicada por este tipo de retrogradação. Em uma vida futura a plenitude de expressão significada por este planeta representará um fator principal da missão de vida. Na presente vida, o fator experiência representado pelo planeta e casa que ele rege é mantido em relativa suspensão, de modo que os fatores que envolvem a principal missão evolutiva para esta vida possam ser nela concentradas.
            Retrógrado natal, estacionário por progressão no fim da vida: é indicação de que a missão de recapitulação ativa será assumida na vida seguinte; o período de suspensão termina nesta vida, e a próxima encontrará a pessoa qualificada para reassumir, por recapitulação, aqueles fatores de experiência que foram mantidos em suspenso por várias vidas talvez; esse tipo de progressão indica que a pessoa assumirá um fator novo de grande significação na missão da próxima vida, sendo um que ele começou e interrompeu em alguma fase de sua vida passada; tal fator terá considerável conteúdo cármico, resíduo de um passado distante, pelo que talvez possam ser necessárias várias vidas para cumprir essa missão.
            Retrógrado natal, por progressão estacionária e depois direta nesta vida: indicação de que a missão de recapitulação ativa deve ser assumida na presente vida; termina o período de suspensão; a experiência representada pelo planeta torna-se o principal fator evolutivo da atual missão de vida quando o planeta desloca-se para frente em movimento direto a partir do período estacionário. O intérprete astrológico emprestará cuidadosíssima atenção à marcação de tempo do movimento direto progredido, relacionando-o com os aspectos planetários progredidos do momento, ciclo atual de eclipse solar, e com o quadrante da Lua progredida. Do ponto de vista evolutivo, este tipo de progressão planetária é um dos mais importantes, pois marca a segunda tentativa da pessoa nos assuntos relacionados à casa regida pelo planeta, e o que seja feito nos restantes anos desta vida a respeito disso criará muito carma obstrutor ou regenerador a ser utilizado no futuro. Este tipo de progressão marca um principal ponto evolutivo na história cíclica da consciência individualizada.

            Retrógrado natal, por progressão estacionário, direto, depois em conjunção com o radical: fim do período de suspensão e recapitulação subjetiva, florescimento de recapitulação ativa e expressão real, direta e criadora do poder planetário; participação direta no padrão de relacionamento e fatores de experiência representados pelo planeta, sua casa de regência e casa em que se posiciona. O aspecto particular ou fase da consciência anímica “alcança a si mesma”, e cada aspecto radical de qualidade regeneradora – sextil ou trígono – indicado pelo planeta promete uma onda de grande alegria. As quadraturas ou oposições apresentadas pelo planeta trarão provas nesse período de vida, mas, em termos de uma maior habilidade da pessoa de manejá-las fazendo uso de todos os recursos de poder espiritual para as necessárias resoluções. Quando um planeta está direto no radical, mas, torna-se retrógrado por progressão, e assim permanece, isto indica que esta vida assistirá a uma “remoção” dos fatores representados pelo planeta; isto parece indicar que a pessoa vai focalizar sua atenção, evolutivamente falando, em outros fatores. Se este planeta, retrógrado por progressão, alcança a conjunção com a sua posição radical na presente vida, isto indica cabalmente que os fatores planetários específicos não serão de grande importância na próxima vida.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

CAPÍTULO XXIII – A OITAVA CASA


Livre tradução de: http://www.rosicrucian.com/sia/siaeng29.htm
A transição da dimensão física para os planos invisíveis é uma experiência que a humanidade, em sua maior parte, considera com uma sensação de ansiedade, medo, e, em certos casos, de absoluto terror. Em nenhuma fase do trabalho astrológico exige-se do astrólogo ser mais sensível, mais impessoalmente compadecido, e mais verdadeiramente simpático que naquelas ocasiões em que é chamado para interpretar uma Carta de alguém cuja reação de abatimento pela transição de um ser amado neutralizou temporariamente sua capacidade de prosseguir. Uma vez que cada casa na roda tem seus princípios básicos – como um padrão de experiência – este assunto é apresentado na esperança de que possa ajudar a todos os estudantes e praticantes de astrologia a alcançarem uma consciência mais clara da mais oculta das casas, e assim aumentar sua capacidade de lidar com pessoas que estão “palmilhando caminhos escuros”.
O princípio da oitava casa é regeneração; e cabe neste ponto uma palavra de esclarecimento.
Certo cavalheiro que o autor conhece demonstrou magnificamente o poder do ponto de vista regenerador diante de uma separação avassaladora. Sua digna esposa deixou este mundo no momento em que se encontrava no auge da fama e da prosperidade, amada e respeitada por muita gente. Poderíamos dizer que ela tinha tudo para continuar vivendo; ainda assim a Vida a levou sob circunstâncias drásticas e calamitosas. Há pouco mais de um ano a Carta dessa excelente mulher foi posta à disposição do autor, que visava desvendar o segredo daquela experiência especial de transição. Focalizando a análise da Carta nos padrões das casas sétima e oitava, décima segunda e primeira, chegou a esta conclusão: acima e além de qualquer fama mundana que tenha alcançado, essa mulher foi verdadeiramente uma grande alma que, num gesto de serviço amoroso, escolheu fazer sua transição de maneira violenta para que pudesse efetuar-se uma grande redenção. É muito possível que esse feito heroico lhe tenha proporcionado a possibilidade de grandes realizações no futuro. Esta Carta especial é um maravilhoso exemplo do elo de ligação entre padrões de relacionamento do passado e seu cumprimento na presente encarnação. O desafio à coragem e integridade de espírito do marido foi enfrentado com galhardia e, em consequência, ele foi levado a um gesto de serviço que, tendo sido cumprido, já provou ser uma fonte de regeneração e de renovação por seu notável trabalho.
Para obter a essência da oitava casa prepare o seguinte mandala: uma roda em branco com doze casas; numere a primeira, a segunda, a sétima e a oitava casa; realce o diâmetro formado pelas cúspides das segunda e oitava casas. Isto é uma ilustração simples da oitava casa e de sua polaridade, a segunda casa. Gire a roda de tal maneira que a oitava cúspide situe-se no Ascendente; deste modo a sétima casa aparece como a décima segunda. Os significadores essenciais da décima segunda casa de qualquer coisa são: 1) o elo entre a encarnação passada e presente; 2) necessidade de redenção que impele a presente encarnação. Partindo desta perspectiva, o significado da oitava casa da presente encarnação é visto como a regeneração das imagens de desejo que são as memórias ocultas de reações às experiências matrimoniais e de relacionamento na encarnação passada. Essas imagens de desejo têm suas raízes nos instintos sexuais e na consciência de posse, que, na relação matrimonial ou sexual, alcançam um pico de intensidade maior que os alcançados através de qualquer outra fase de experiência.
Em referência ao mandala original: a polaridade ou posição criada pela relação mútua entre a oitava e segunda casas pode ser interpretada deste modo: o inimigo (aspecto de oposição) da regeneração (oitava casa) é o apego (fase primitiva da segunda casa); o inimigo (aspecto de oposição) do princípio administrativo (segunda casa) é o fracasso em regenerar o desejo (oitava casa negativa). O princípio administrativo é o “uso certo dos materiais” – entrada e saída proporcionais, equilibradas; apego aos materiais é tudo só entrando e nada saindo, um estado de desequilíbrio pelo qual a consciência torna-se eventualmente “presa a terra” por sua preocupação com valores materiais.
Os negativos de ambas as casas “alimentam-se reciprocamente”. Desejo sem Amor, sexo sem fruição, permanecem fixos na possessividade; o desejo intenso por dinheiro e coisas, sem uma saída equilibrada pela troca, congestiona as imagens da entrada, resultando isso em um tipo de paralisia devido às demandas sempre crescentes da natureza de desejo. A pessoa amada é considerada como uma posse; o enfoque no dinheiro ou nas posses com a exclusão do relacionamento pessoal correto neutraliza gradualmente o potencial de amor, e, em qualquer dos dois casos, o resultado é congestão, a qual por sua vez cria todo tipo de males em todos os planos da consciência humana. Os poderes simbolizados pela oitava casa são os que produzem a descarga dessas congestões da natureza de desejos. Essa descarga é simbolizada pela vibração dinâmica de Marte: ação construtiva; através de Vênus: mutualidade.
A transição que costumamos chamar de morte é na realidade uma expressão em larga escala do Princípio de Regeneração que, por sua vez, é a essência da espiral, para frente e para o alto, de qualquer expressão da Vida. Quando no estado de saúde, nossos corpos são continuamente renovados e regenerados; a congestão – ou “estagnação” – é algo que resulta em doença. No plano da reação emocional, congestão é qualquer reação que resulta na incapacidade ou desinteresse da pessoa em manter-se adaptável, sensível, receptiva e entusiástica para as novidades das experiências. Se nos apegamos, em sentimento, a coisas que já não participam de nosso viver construtivo, nós nos congestionamos de algum modo. Contudo, se nos mantivermos receptivos e sensíveis ao significado das novidades, acolhemos o advento de outros moldes às nossas vidas, nos quais podemos despejar nossos potenciais.
A congestão, como uma reação à transição de um ser amado, resulta em manifestações tais como a autocompaixão, pesar mórbido sobre o passado, ressentimentos, e tendência para o auto-isolamento. Isto, por sua vez, acumula as energias em montanhas de pó de misantropia, desespero, tendência para escape e confusões psíquicas. Quando nos apegamos àquilo que a vida tem provado estar obsoleto, nós não estagnamos, mas retrocedemos. Ou estamos com a vida na geração e regeneração, ou estamos contra ela na degeneração congestionada. A transição da pessoa que seu cliente amava não é o problema do seu cliente; o problema dele é destampar as fontes de poder interno que resultarão na neutralização de seus padrões de reação declinantes. Uma parte importante de sua responsabilidade é ajudar tal pessoa a compreender que “a morte não existe, só existe a vida”. Fixe em sua consciência a “existência eterna” da vida e a importância de nossa responsabilidade de adaptar-nos às mudanças de circunstâncias e liberarmos o melhor de nossas possibilidades de prosseguir.
Faça que sua conversa com tal pessoa seja completamente doadora de vida; nunca prediga a morte nem mesmo tente descrever os meios pelos quais ela pode ocorrer. Não se deve satisfazer a curiosidade mórbida sobre este assunto. (De qualquer modo, e sob um ponto de vista puramente astrológico, não é sábio tentar-se este tipo de interpretação; o mesmo padrão indicativo da morte indica também o despontar do novo, transmutado do velho durante a encarnação).
Você como estudante de astrologia, deve ter uma perspectiva clara, limpa, sobre a transição e seus significados se quiser ajudar de algum modo. Não pode permitir que o medo da morte se aloje em seu subconsciente se você vai encarregar-se de “lançar Luz na consciência anuviada de alguém”. Firme-se completamente na consciência de continuidade eterna da vida, e se sempre experimenta uma tendência a reagir com comoção, medo ou ansiedade ao quadro de uma morte, exercite-se em neutralizá-lo imediatamente pelos meios mais eficientes (filosóficos e psicológicos) ao seu dispor.
Podemos efetuar outra abordagem a oitava casa se percebermos que a mesma fornece uma chave para solucionar todos os tipos de problemas que podem estar indicados na Carta. Um problema resulta de energia mal dirigida; em virtude da intensidade de qualidade implicada no padrão da oitava casa, um pequeno redirecionamento nesse ponto poderia ter um notável efeito na reorientação de quase todas as outras condições negativas indicadas na Carta. De fato, todos os nossos padrões de relacionamento são agora sequências do passado e estão, em última análise, arraigados em nossa consciência de desejos desde muitas encarnações de experiências de relação. Nossos desejos alcançam o teclado inteiro: autopreservação e automanutenção, obsessões de toda classe, poder sobre coisas materiais e sobre pessoas, gratificação sexual e possessividade mútua entre pessoas, propriedade e prestígio perante o mundo, fama e renome, e assim por diante – todos estes quadros de desejos, e as impressões e memórias, nos têm impelido a padrões específicos de relacionamento com outras pessoas o tempo todo; congestões em quaisquer desses pontos são “mortes internas”, das quais é preciso nos libertar de algum modo.
Algo no coração humano busca continuamente iluminação, de modo que quando o astrólogo precisa lidar com um “problema de aflição” ele reconhece que a sua primeira e principal responsabilidade é estimular a capacidade da pessoa desolada para a coragem e para a adaptabilidade inteligente. Quando nos damos conta de que a oitava casa também é chamada a casa da experiência do sono é que reconhecemos o valor do nosso período diário de sono um meio regenerador. Melhor que continuar no miasma do medo enquanto enfrenta o “desconhecido” (que, casualmente, tem sido enfrentado muitas vezes por todos nós no passado) é qualquer pessoa desolada buscar instintivamente compreender seu padrão de experiência de modo mais claro do que já havia conseguido antes; ela de fato continuará em sua busca até encontrar a resposta, ou nesta encarnação ou na décima a partir desta. Por conseguinte, ajude-a a ver a transição do seu ente querido sob a luz mais misericordiosa possível; relembre-o das ocasiões em que estava tão exausto pelo esforço físico ou pela dor que desejava umas poucas horas de sono mais que todo o ouro da terra. Então, lhe apresente a imagem da consciência do ente amado (que tem se manifestado por milhões de anos) como precisando de algumas horas de sono antes de retomar a próxima fase de experiência. Faça sua consciência conhecer a “morte” como uma fase de experiência rítmica, natural e necessária. Aí volte sua atenção para a oitava casa da pessoa, porque ela ainda está aqui e deve prosseguir em sua vida. Sugere-se que você “ilumine de branco” o regente da oitava casa dela e, consequentemente, a posição desse regente por signo e casa. Isto é sugerido porque é sua oportunidade de alertá-lo para o melhor de suas possibilidades de prosseguir – e você deve circunscrever esta parte da Carta dele do modo mais abrangente possível.
Em tais interpretações, não cometa o erro de inserir sua própria reação pessoal à interrupção do padrão de relacionamento da pessoa. Reconheça que uma mulher pode amar a seu marido acima de todas as outras pessoas, acima até de seus filhos; um homem pode amar a sua mãe mais que a qualquer outra pessoa, mesmo sua esposa. Lembre-se de que não importa quão profundamente a pessoa amava o falecido, a transição deste último proporciona mais espaço na vida para que ele estenda seus potenciais de amor em outras direções, e é evidente que tal extensão é requerida nesse momento. Estude os aspectos dos eclipses solares formados antes da transição; se o eclipse ocorreu em conjunção com um planeta, isto indicará que uma nova prova severa se manifestará entre este eclipse e o próximo. Mas, lembre-se também de que o eclipse anterior pode ter formado um trígono ou um sextil com algum planeta na Carta desta pessoa; isto promete uma “experiência nova” muito significativa. A transição pode ter tornado possível essa nova experiência.
Os aspectos da Lua progredida no momento da transição (na Carta da pessoa) devem ser observados bem de perto. O que ele põe em ação durante um aspecto da Lua progredida produz fruto muito significativo. Se sua reação à transição impele-o à ação retrógrada ele imprime na consciência uma impressão desse aspecto mais profunda que nunca. Portanto, dizemos novamente que as pessoas devem ser encorajadas a se libertarem em ações construtivas para uma mutualidade do bem quando padrões regeneradores estão em execução.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CAPÍTULO XXII - A QUINTA CASA



A Quinta casa do horóscopo abstrato é o segundo ponto de quadratura do signo fixo e do signo de fogo. A descarga de seus potenciais proporciona uma canalização muito grande para o avanço espiritual.
            A Quinta casa está abaixo do horizonte – no hemisfério norte – é à direita da vertical da roda, a oeste. Ela é a casa central do quadrante iniciado pela quarta casa; este quadrante é chamado o setor da família. Estando abaixo do horizonte, a quinta casa fica no hemisfério que pertence à consciência do eu separado. Situando-se a oeste, ela está no hemisfério “predestinado” – aqueles capítulos de experiências que a Vida nos traz para que as vivamos da melhor maneira possível; nós não exercitamos autodeterminação nestes padrões quanto o fazemos – ou podemos fazer – naqueles do hemisfério leste.
            Os quatro signos fixos – Touro, Leão, Escorpião e Aquário – e suas correspondentes casas: as segunda, quinta, oitava e décima primeira – são signos e casas de recursos e sustentação pelos quais são “alimentados” os quadrantes iniciados pelos cardeais. A primeira casa inicia a consciência de “EU SOU um indivíduo”; a quarta casa diz: “EU SOU um fator individual em um padrão de família, herança e aparência”. Os recursos possibilitados pela quinta casa capacitam a Humanidade a convencer-se de que: “Eu tenho o poder de contribuir para a corrente da vida através do exercício de minha consciência de amor e para sustentar minhas criações pelo meu próprio recurso de poder amoroso”. O Sol, que rege abstratamente a quinta casa do signo de Leão, é o símbolo essencial do Poder de qualquer classe, exatamente como, de modo literal, é a fonte radiante de vida para o nosso sistema solar, sua criação. A partir deste recurso somos impelidos a liberar energias fornecedoras de vida através do exercício do amor paterno e proporcionamos encarnação a outros Egos que nos chegam como filhos. Nós também damos vida às expressões impessoais na criatividade artística. Biológicas ou impessoais, amando nossos filhos ou amando a nossa criatividade e o trabalho a que nos devotamos, todas essas liberações são expressões do aspecto criador do poder do amor.
            Em virtude dos recursos do imenso potencial significado pelos quatro signos fixos e suas casas, os padrões não regenerados pelos envolvidos implicam numa correspondente intensidade de carma. A palavra-chave essencial implicada em Leão não regenerado é: uso indevido do poder através do exercício do egotismo (por “Leão não regenerado” entenda-se padrões fricativos concernentes a planetas em Leão ou ao próprio Sol, aonde quer que este se localize na Carta). O símbolo que usamos para o “aspecto quadratura” – um quadrado com base horizontal –, quando aplicado à roda caiu de tal modo que os ângulos coincidem com os pontos médios das casas fixas; o segundo destes – o ponto médio de Leão – é o ponto de convergência para cima quando percorremos a roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio a partir do Ascendente. Nesta ilustração somos alertados da importância de regenerar-se a quinta casa; até que o potencial seja regenerado, a consciência permanece fixa nos níveis da posse e do egotismo – na segunda e quinta casa, ambas abaixo do horizonte. Se pudermos imaginar a quadratura fixa sendo “detida” na sexta cúspide e tendo suas correntes “cortadas”, as energias que – simbolicamente – tentavam subir para o quadrante do relacionamento acima do horizonte são frustradas, agitando-se violentamente para frente e para trás dentro das cinco primeiras casas, e o EU SOU da primeira casa permanecendo fixo na expressão limitadora do desejo de posses e do desejo de poder; as posses convertem-se em objetos da consciência de amor e as pessoas que deveriam ser amadas e sustentadas pelo amor convertem-se em objetos da consciência de poder, para serem dominadas e utilizadas como o são as posses, inanimadas. Este padrão de frustração apresenta um grande símbolo: a história da desumanidade do ser humano para com o ser humano; o aprisionamento do indivíduo por si próprio.
            Quando o ser humano identifica suas posses como símbolo de poder, e as crianças mais como objetos de poder do que de amor, vemos a consciência do egotismo atropelando através da experiência humana. Esta consciência, ativada pelas quatro primeiras casas e sustentada – se podemos chamar a isso sustentação – por níveis não regenerados da quinta casa, ilustra de forma simbólica o conceito de dinastia: grupos de indivíduos unidos vibratoriamente por meio de um padrão de família ou de um padrão nacional, os quais aderem a um modelo de família como uma expressão de poder e egotismo. O indivíduo e seus direitos essenciais são desprezados – na melhor das hipóteses, um penhor – na manutenção desse plano fixo, rigidamente organizado. O matrimônio é baseado na posição, na herança e nas posses; a religião é uma conformação a rituais e dogmas pela qual o poder e a supremacia do padrão são continuamente enfatizados; a educação é um instrumento para a modelagem das mentes consoante a conveniência do plano. Com efeito, a terceira casa neste símbolo está empalada entre a primeira e a quinta casa. Não havendo liberação além da quinta casa a educação permanece simplesmente como uma coisa de rotina, tradição e repetição de uma organização intelectual limitada. A história se repete uma e outra vez; todos têm atravessado fases em que funcionamos como – e nos sentimos como – cifras em uma família ou padrão nacionalista; isso é realmente uma expressão da consciência tribal da humanidade. Como tal isso preenche uma necessidade evolutiva e, como tal, é bom. Contudo, e no devido tempo, deve ser superado para que a raça evolua. Aqueles que reconhecem até certo ponto seus próprios poderes, mas permanecem não regenerados, são os que agem como, tiranos, déspotas e autocratas de famílias, grupos e nações; são os que “dão as ordens” e os que “manejam o chicote”. Aqueles que permanecem nas quatro primeiras casas, e ainda não se deram conta de seus poderes, são as vítimas dos outros; são os supersticiosos e os crédulos, são os indivíduos servis e os escravos. Eles vivem em sua consciência superficial, em seus desejos e necessidades físicas, em sua subserviência a qualquer coisa que receiem ou que não entendem. Resumindo, eles ainda não se conscientizaram de que são recursos de poder e de autodeterminação. Estão pouco cientes do potencial individual e existem como fatores de um padrão que serve de modelo para suas experiências.
            Quando as pessoas chegam ao ponto de se sentirem insatisfeitas, inquietas e aborrecidas com os padrões cristalizados em que vivem, e desejosos de encontrar uma liberação mais satisfatória e ampla de suas energias, então estude a Carta visando analisar os potenciais da quinta casa. Tal análise deve naturalmente incluir um estudo do Sol, porque o Sol é o símbolo abstrato da habilidade para a autodeterminação. Muitas pessoas cristalizam-se porque situam suas vidas em canais que elas próprias não querem realmente; em outras palavras, elas se desviam para a artificialidade do padrão e, “fartas” do seu próprio erro, anseiam voltar para seus “eus” verdadeiros e começar a viver construtivamente e felizes consoantes os melhores potenciais de suas Cartas. Algumas dessas pessoas desviam-se por causa de uma reação de medo, ou de subserviência, a uma vontade mais forte que visa forçá-las a errar devido à ignorância ou a uma falta de simpatia na percepção de suas necessidades. Pode-se dizer que a autodeterminação é um aspecto da coragem – a quinta casa é uma autoexpressão respaldada pelas qualidades regeneradas da primeira casa. Contudo, quando o propósito é eletrificado na consciência, ocorre uma liberação de esperança, de coragem, de entusiasmo renovado, e então a pessoa sente que verdadeiramente “nasceu de novo”. Ela deve saber o que quer fazer de sua vida, e se continua a cumprir seus padrões de responsabilidade tem todo direito de reajustar seu avanço para o alto. Ao lidar com uma Carta semelhante faça mandalas de cada aspecto do Sol; determine até que ponto a pessoa pode redirecionar um novo curso de vida, e ajude-a a entender por que ela foi impelida a desviar-se do caminho certo, para que possa enfrentar no futuro com maior êxito, os desafios de seus aspectos de consciência.
            Em relação aos padrões fricativos que envolvem a quinta casa, um em particular pode ser tratado aqui: a ajuda que o astrólogo, como amigo filósofo, pode prestar a pais chocados pelo que talvez seja a forma mais patética de sofrimento humano – sua reação de dor ao passamento de uma criança ou de um bebê amados. Todos os serem humanos encarnam através de seus pais, especificamente, pela Lei de Simpatia Vibratória. As pessoas que, como marido e mulher, convidam amorosamente outro Ego para encarnar podem ter atrás de si uma história de possessividade e dominação paternal sobre seus filhos no passado. A mente consciente pode não reconhecer isso – e geralmente não reconhece – mas se uma nova encarnação é bloqueada aos pais, sob o ponto de vista filosófico, não precisam sentir que a sua experiência de pais foi frustrada. Essa transição foi feita pela Lei, exatamente como foi a encarnação.
            A explicação oculta é que muitos Egos encarnam por pouco tempo para restabelecer contato com esta dimensão, isso para que seu avanço possa efetuar-se mais completamente. Tais crianças vêm a pais que, por alguma razão íntima, devem aprender a soltar. Em algum lugar no passado houve demasiada subjugação como uma expressão de autoridade ou poder dos pais, e talvez por isso o progresso da criança no passado tenha sido inibido ou frustrado. Além disso, quando um Ego efetua a transição de maneira súbita ou violenta e o corpo físico é destruído, a pessoa pode voltar muito brevemente para estabelecer seus elos, e então, não pretendendo permanecer por um período inteiro de experiência de encarnação, prossegue em seu progresso. Se você puder, encoraje a flexibilização no ponto de vista das mentes de tais pais; anime-os a renovar, se possível, a expressão de seu poder de amor de alguma forma. Estimule-os, sobretudo a neutralizar tendências para prolongar a dor, o pesar tristonho e desintegrador, mostrando-lhes que enquanto estiverem encarnados não precisam suprimir todas as expressões de seu potencial de amor. Em outras palavras, tente ajudá-los a manter viva e expressiva sua consciência de quinta casa. Manter viva a quinta casa significa manter vivo o coração.
            No mandala dos signos de fogo liguemos as cúspides da primeira, quinta e nona casas, formando um triângulo equilátero, a linha “ascendente” que é a vertical da quinta à nona.
            Quando o aspecto de “poder” da quinta casa é ampliado pela consciência de amor o emblema simbólico vai da potencialidade à alegria. A sugestão neste ponto é que nós consideramos a alegria muito mais significativa que uma simples sensação – geralmente temporária – de bem-estar ou de satisfação. A alegria é um estado de espírito em que – ou pelo qual – o Eu Superior da Humanidade é capaz de expressar sua liberação construtiva a despeito das condições e assuntos externos, porque alegria é um dos atributos da consciência de amor. Ela possibilita a liberação de poder para maior bem de todos os envolvidos porque o amor clareia as percepções para uma consciência do bem inerente a todas as pessoas e do melhor potencial e significado de qualquer experiência.
O melhor de Leão – e da quinta casa – é o “coração alegre”, o entusiasmo irradiante e transbordante de espíritos elevados que animam a vida humana – e as relações – de amabilidade, alegria de viver e encanto. É o emblema do prazer e da magnificência pelo qual a consciência do homem expressa sua compreensão de amplitude – interna e externa. É a “Casa dos hobbies”, já que um hobby, no sentido verdadeiro da palavra, é o escape criador de um grande interesse, um querido passatempo, uma atividade recreativa e harmonizante. Uma nova orientação psicológica pode ser dada às pessoas que estagnaram por demasiada preocupação com a rotina, com o cumprimento de responsabilidade e com as coisas práticas. Todas podem achar uma canalização para a liberação de impulsos criativos e recreativos se desejam muito organizar devidamente suas vidas. Repetidas vezes a psicologia tem provado o poder de um hobby vibracionalmente sincronizado para infundir na vida humana uma nova consciência de alegria, de entusiasmo e de bem-estar em todos os planos.
            A primeira casa é autoconsciência; a quinta casa é autoexpressão criadora; a nona casa é o aspecto criador de sabedoria destilada da experiência. A primeira casa é o ser – Eu Sou –; a quinta casa é o ser alegre – Eu Amo –; a nona casa é o ser sadio – Eu Compreendo.
            A quinta casa é o amor em sua expressão mais particularizada. É uma irradiação da consciência individual, que é uma liberação de poderes da pessoa de quem eles emanam e um calor e estímulo para aqueles que o recebem. A quinta casa é tradicionalmente chamada de “casa das crianças”. Essa interpretação, contudo, é um derivado. Na Carta de um indivíduo específico a quinta casa é o emblema do seu potencial de amor criador: ela pinta o quadro de sua consciência dos filhos como um fator em sua consciência de relação – é seu potencial como um amoroso doador de vida.
            O Amor pelo qual nós cuidamos de outros Egos é nosso nível dessa expressão de Amor Divino pelo qual um sistema solar é encarnado. Daí poder-se ver por que o egotismo da parte dos pais e mestres pode ser um agente mortífero para as vidas dos filhos e dos discípulos. O egotismo é retroativo; retrocede violentamente para os níveis da autoglorificação e do interesse próprio. O Amor interessa-se pelo verdadeiro bem estar e progresso daqueles a quem dá vida. Kahlil Gibran refere-se aos pais que amam verdadeiramente como “arcos dos quais partem flechas” – para continuar seu desenvolvimento e cumprir seus próprios propósitos e destinos.
            Vamos apreciar mais que nunca essa expressão de Amor que torna possível nossa encarnação. Aprendemos sobre amor parental daqueles que o foram antes de nós, e reconheçamos que nosso avanço tornou-se possível porque, ao liberarem amor, eles aproveitaram a oportunidade para liberar vida. E devemos reconhecer também que quando nós, sejamos pais ou não, criamos uma beleza maior para todos, estamos liberando nossos recursos de jovialidade; fazendo isso, pelos processos de vibração simpática criamos realmente a alegria na consciência de todas as pessoas que entram em contato conosco. Queremos viver a vida em termos de alegria, corajosamente, generosamente e formosamente. Para isso devemos expressar a alma do coração e viver amorosamente.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

CAPÍTULO XXI - A SEGUNDA CASA

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng27.htm
As condições pertinentes à segunda casa da roda da Carta focalizam muito daquilo que o astrólogo, em seu trabalho é chamado a interpretar. Uma vez que cada fase do horóscopo tem seu princípio particular, sugere-se que ampliemos nosso conceito da segunda casa para além da abordagem tradicional que a vê como dinheiro e posses.
            Em primeiro lugar para colocar a segunda casa no esquema das coisas, consideremos um mandala feito do seguinte modo. Uma roda com casas: coloque os símbolos de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem nas seis primeiras cúspides; trace uma linha reta da cúspide da primeira à cúspide da quinta; trace outra linha da cúspide da quinta à cúspide da sétima. O setor das quatro primeiras casas corresponde ao 1º Grau da escola primária que todos nós cursamos na infância como base para nossa experiência educacional. O setor adicional da quinta e sexta casas poder-se-ia considerar correspondente à nossa educação colegial no 2º Grau, iniciada como é pelo impulso vital da quinta casa. O condicionamento interno indicado por estas seis primeiras casas encontra sua expressão no hemisfério superior, iniciado pela sétima casa, a casa da consciência de parceria; isto é análogo à experiência no mundo em que entramos após completarmos nossa educação formal; pomos nosso conhecimento a funcionar. O composto destas seis casas é o que trazemos a toda experiência da maturidade para regenerar e aperfeiçoar, assim como trazemos para as nossas experiências da maturidade como adultos todo o treinamento, condicionamento e cursos que fizemos em nossos anos de crescimento. As expressões não espiritualizadas das seis casas – particularmente das quatro primeiras – indicam a raiz quadrada essencial de todos os nossos problemas.
            Quando consideramos que a consciência humana primitiva expressa a quinta casa como expressão instintiva – como um recurso da quarta casa – ao invés de criatividade consciente, não é de admirar que a humanidade tenda a funcionar amplamente na consciência das cinco primeiras casas. Para a maioria das pessoas, até a sexta casa é uma expressão de sustento material ao invés de uma expressão de contribuição impessoal em serviços. Há tanto da consciência de relação humana primariamente arraigada na consciência de identidade da quarta casa com a família e raça, que as decisões são tomadas em termos de sentimento grupal ao invés de sê-lo pelos requerimentos de desenvolvimento pessoal e desejo de expressar a consciência de integridade pessoal. Como a consciência física é o reino no qual as pessoas tendem a viver, a segunda casa enfoca muito de seus padrões de experiência e padrões de problemas, porque a segunda casa é o símbolo essencial da consciência de sustento para toda a roda, concentrado por seu significado no setor das quatro primeiras casas. As três primeiras casas podem ser chamadas apropriadamente de quadrante da colheita – representando os processos do plano interno pelos quais nós nos integramos com a tríplice dimensão da manifestação física.
            “Posse” e “propriedade” são palavras que identificam a consciência da maioria das pessoas com a expressão de sua segunda casa. Contudo, o princípio real da segunda casa revela-se quando consideramos o ponto filosófico de que nós não possuímos, nem somos proprietários de, nenhuma coisa física. A única coisa que possuímos é a consciência. A qualidade dessa posse encontra-se em nossas reações a qualquer fase da vida; a regeneração depende da nossa capacidade de administrá-la. A vida da humanidade é uma coisa interna – a expressão material é seu veículo. Portanto, aquilo que chamamos “desejos de possuir coisas” é a maneira primitiva de dizer que desejamos experiências pelas quais possamos exercitar nossa faculdade de administração das formas físicas e o progresso proporcionado pela regeneração.
            Uma vez que cada fator encontrado na roda do horóscopo é uma coisa necessária na vida da humanidade, não existe fator que seja “errado” ou “mau”. A segunda casa – como um capítulo de experiência e um nível de consciência –, tanto quanto qualquer outra casa é um símbolo do Espírito. Ela transmite essencialmente a consciência emocional ou de desejo, pela qual a humanidade procura conseguir as coisas necessárias ao seu sustento. Dizer “Eu Tenho” é uma extensão da consciência da primeira casa, a consciência de “Eu Sou”. O impulso subjacente do “Eu Sou” é sustentar a si próprio – é ser capaz de continuar dizendo “Eu Sou” e perpetuar essa consciência no mundo da forma. Para algumas pessoas, “meus filhos” ou “minha esposa” são ditos com o mesmo grau de consciência de posse que dizem “meu dinheiro”. Ambas as frases implicam em auto-perpetuação e auto-expressão.
            A essência de qualquer fator astrológico encontra-se na consideração do princípio espiritual inerente ao fator. Como a segunda casa tem sua “espiritualidade” particular, vamos considerar três mandalas abstraídos da Carta natural ou arquetípica. (Esta é uma roda com os trinta graus de cada signo na casa apropriada, começando com Áries na primeira cúspide; os regentes planetários são relacionados às casas e signos de sua dignificação).
            O primeiro mandala será uma roda em branco, exceto para as cúspides das quatro primeiras casas que formam o primeiro quadrante. Os símbolos de Áries, Touro e Gêmeos são postos nas cúspides das três primeiras casas respectivamente. Nossas frases-chaves serão:
            Primeira casa: Eu sou uma consciência individualizada;
            Segunda casa: Eu desejo sustentar minha consciência nas dimensões físicas;
            Terceira casa: Eu aprendo como tornar possível esse sustento.
            Este quadrante de “colheita” representa nossos processos de “fincar raízes” em qualquer ciclo de evolução.
            Vênus, regente de Touro é regente abstrato da segunda casa, é o princípio da atração; seu significado relativo à segunda casa é o impulso de atrair para nós próprios os meios de sustento material ou o fluxo de abundância material. De nenhum outro modo é mais evidente a afirmativa de que nós não fazemos dinheiro. Na realidade fazemos algo em troca por dinheiro. Isto chama atenção para o arqui-princípio da vibração Venusiana: equilíbrio através da troca. Visto como uma expressão deste arqui-princípio, o dinheiro é troca material entre as pessoas; não uma posse material; em outras palavras, é algo recebido como retorno de algo feito. Neste ponto a essência do uso correto do dinheiro é o cumprimento perfeito do acordo mútuo. O Mandamento “Não furtarás” foi dado como uma regra de procedimento contra a tentação de violar-se a expressão material de um princípio universal.
            Para ampliar nossa apreciação da segunda casa, vamos ligá-la agora à outra casa que é regida abstratamente por Vênus através de Libra – a sétima casa.
            O mandala será: a roda de doze casas; os símbolos de Touro e Libra nas cúspides da segunda e sétima casa, respectivamente. O símbolo de Vênus em ambas as casas; sombreie levemente essas casas de modo que elas se destaquem das demais na roda. Temos aqui o arquétipo do mandala de Vênus – o retrato abstrato do foco de influência da deusa sobre a experiência de vida da humanidade. A segunda casa ilustra o Princípio de Atração na consciência do homem para atrair material para o sustento próprio; a sétima casa é a união de pessoas que se complementam mutuamente. Em outras palavras, a Vida, nos processos de relacionamento humano, alcança o equilíbrio através do intercâmbio amoroso entre complementares.
            Abstratamente, a sétima casa identifica todos os pares de doadores e credores. O empregado dá seu trabalho – o empregador dá o pagamento. A vida física do empregado é sustentada pelo uso do dinheiro que recebe; a vida da empresa do empregador é sustentada pelos esforços daqueles que trabalham para ele. Quando a mutualidade do bem é mantida em tais relacionamentos, todas as pessoas envolvidas beneficiam-se umas às outras através de trocas justas. Quando os princípios de qualquer dos fatores são violados, os resultados são desarmonia e desequilíbrio. Isto se evidencia em todos os planos – entre indivíduos, entre dois grupos ou entre duas nações.
            Devemos ter em mente que o dinheiro – nosso símbolo de posse material – é na realidade um “fluído” no sentido de que alguma forma de troca entre as pessoas acontece em toda parte e a toda hora. É como o sangue circulando pelo corpo físico para sustentar a vida física. Cessando ou congestionando-se a circulação de dinheiro na vida econômica, observe os resultados. Serão evidentes em qualquer lugar.
            A circulação do sangue no corpo físico começa com “produção”; e o “retorno” é feito quando o impulso inicial completa seu trabalho. A circulação do dinheiro entre as pessoas começa, primeiramente, quando algo é feito para que ele seja dado como pagamento. A humanidade, para funcionar com êxito financeiro, deve aprender a ter boa vontade para apresentar o melhor rendimento possível na qualidade do serviço a ser prestado. A sexta casa forma o primeiro aspecto de trígono com a segunda casa, sendo que a sexta casa introduz a sétima, símbolo do abstrato da experiência de relacionamento.
            O sucesso no ganho de dinheiro começa pela retidão mútua na consciência de troca e na consciência de serviço. A deficiência ou obscuridade dessas consciências garante eventualmente “problemas financeiros” na forma de remorso subconsciente, perda de confiança própria, desconfiança dos outros (lembranças de desonestidades passadas), avareza, e o tipo de extravagância que é toda “produção” sem levar em conta o equilíbrio da troca. Estes quadros financeiros negativos são resultados de ultrajes perpetrados no passado contra o Princípio de Intercâmbio Mútuo e são manifestações de desamor ao próximo. Esses quadros atuam como imãs para experiências negativas, perdas, limitações, e, até que sejam regenerados pelo princípio, asseguram a experiência contínua de negativos financeiros.
            O mandala de Vênus é a ilustração astrológica do dito: “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Não ao dinheiro em si; porque o dinheiro por si mesmo não tem poder. Mas quando a consciência de uma pessoa está “enraizada” na segunda casa sua consciência de amor está enraizada no apego às suas posses.
            Portanto, a alquimia do Amor na relação dele com outras pessoas são bloqueadas e com o tempo, isto se congestiona a tal ponto que qualquer situação ou pessoa será vista como uma ameaça aos seus bens. Sua ganância, desconfiança, avareza, medo, etc., levam-no a criar imagens mentais muito deformadas das pessoas, e isto o leva automaticamente a afastá-las cada vez mais de si. O mal cresce a tal ponto que nossa consciência nos separa dos demais. Vemos, portanto que o dinheiro não é apenas um meio de troca material, mas pelo modo como é usado, dá uma indicação direta da consciência amorosa da pessoa.
            A pessoa pode gostar mais de possuir bens do que amar e respeitar as pessoas ou em certos padrões de relação – pais, esposa, filhos, etc. – pode exercitar uma bela consciência amorosa e nos negócios ter a consciência de um pirata; ou sua consciência pode estar integrada na finalidade de manter equilibrado e harmonioso o relacionamento com todas as pessoas. Podemos servir a Deus exercendo o redentor poder do Amor ou servir a Mamon escravizando-nos a ilusão de possuir as coisas. Enquanto esta ilusão dominar nossa consciência, atrairemos experiências negativas e dolorosas.
            Assim que tenhamos uma atitude e um relacionamento correto com as pessoas como o ponto focal da consciência, as correntes do poder do Amor iniciam um processo alquímico que liberta da escravidão de “ser possuído pelas posses”. A despeito do que qualquer outro faça cada ser humano deve, no devido tempo, dar-se conta do valor espiritual do reto uso do dinheiro. Quando chega esse tempo, manifesta a certeza de relacionamento correto entre as pessoas. A honestidade é um florescimento do coração humano pelo qual a consciência é capaz de interpretar as coisas da Vida pelo que elas são na realidade. As pessoas honestas veem as coisas como elas são quanto ao princípio e como expressões dos princípios. As pessoas verdadeiramente honestas, não precisam ser “legisladas” na ação honesta por leis ou pela ameaça de castigo; elas funcionam na consciência da troca e do respeito com outras pessoas de todas as maneiras.
            O processo envolvido na leitura astrológica pode ser enunciado deste modo: primeiro uma sólida compreensão do significado abstrato ou espiritual de cada fator na Carta; e segundo a aplicação da compreensão abstrata aos pormenores da Carta em consideração. Isto porque cada horóscopo humano é uma variação do Horóscopo Arquetípico que é o Grande Símbolo Vibratório da entidade que chamamos Humanidade. Este arquétipo é a roda de doze casas, com os símbolos dos signos colocados nas cúspides, começando com o grau zero de Áries na primeira, zero de Touro na segunda, e assim sucessivamente com os demais signos nas casas. Completa-se o Arquétipo com a colocação dos estelares nas casas e signos de suas dignificações. Cada fator é justamente tão importante quanto qualquer outro, uma vez que todos são expressões de consciência na encarnação. Todos são espirituais, todos são bons, e todos são necessários. Todo astrólogo deve fundamentar-se nesta compreensão se deseja desenvolver a habilidade para receber os potenciais espirituais delineados na Carta que estuda, assim como as causas e propósitos a serem descobertos.
            Desvendar os segredos da segunda casa é um dos mais significativos serviços que o astrólogo pode prestar porque a humanidade, em sua maior parte, vive escravizada ao desejo de posses. A consciência de posse é o nível primitivo do princípio da segunda casa; o princípio em si é a capacidade administrativa – a responsabilidade do uso certo e das trocas justas. Quando um horóscopo é lido do ponto de vista das posses, o fator acúmulo é enfatizado – ou pode ser enfatizado – na mente do nativo. O astrólogo não deve descuidar-se da oportunidade de alertar seu cliente para o princípio. É o conhecimento do princípio que abre a consciência para as soluções e reorientações.
            A faculdade da segunda casa pode ser vista claramente ao considerar-se o seguinte mandala: uma roda de doze casas; os símbolos de Áries, Touro, Gêmeos nas cúspides da primeira, segunda e terceira casas respectivamente; uma linha reta liga as cúspides da primeira e quarta casa, circunscrevendo assim as três primeiras casas. A segunda casa transmite uma implicação emocional, o desejo de sustentar a vida física. A terceira casa é mental, o processo de aprender como efetuar esse sustento. Nós sustentamos a vida física mediante o uso das coisas da Terra, não por nos apegarmos a elas. Em análise final, não podemos nos apegar a qualquer coisa física, mas o uso que fazemos das coisas físicas – inclusive o dinheiro – retrata nossa consciência de escravidão ao sentido de posse ou a liberdade íntima para usar as coisas da terra com juízo e inteligência.
            A leitura de qualquer Carta pode ser um assunto complicado. Classifiquemos os fatores que podem pertencer aos padrões da segunda casa, considerando-os em sequência. Esta classificação envolverá a criação de vários mandalas de luz branca. Use somente as posições planetárias por signo e casa, não os números dos graus; vamos tentar perceber o funcionamento do princípio através dos padrões da segunda casa, e não queremos limitar nossa percepção pelo efeito psicologicamente negativo de impressionar nossas mentes com os “maus” aspectos.
            Primeiro mandala: o símbolo do signo da segunda casa sobre a segunda cúspide; ponha o símbolo de seu regente planetário em seu correspondente signo e casa. Este é o “mandala essencial da segunda casa” de qualquer horóscopo; ele transmite pelo signo na cúspide, a consciência da pessoa em relação ao dinheiro e às posses; a posição do seu regente indica onde e em que capacidade esta consciência vai achar sua mais completa realização do poder de atrair os meios terrenos através do exercício da troca perfeita. Isto serve também para delinear o departamento de experiência que focalizará o melhor da consciência financeira da pessoa e, essencialmente, mostra até que ponto o nível espiritual de capacidade administrativa é expresso ou pode ser expresso pela pessoa. Mostra também a tendência da pessoa em expressar possessividade ou o uso da posse.
            Segundo mandala (ou grupo): um mandala para cada estelar na segunda casa e no signo da segunda casa. Ponha os símbolos dos signos nas cúspides das casas regidas por esses estelares. Tais estelares focalizam a consciência de posse muito mais intensamente que qualquer outro padrão, pois o capítulo de experiência sincroniza-se com o padrão da consciência. Este mandala enfatiza muito fortemente as experiências financeiras; tais experiências podem incluir finanças em propriedades, em investimentos; em suma, todo tipo de experiências que sejam focalizações da consciência financeira. A regeneração das casas regidas pelos estelares depende definitivamente da regeneração da consciência de posse.
            Terceiro mandala: um mandala para cada estelar no signo da segunda casa, mas na primeira casa. Esta é uma fase da consciência financeira em formação. O desenvolvimento pessoal – ou desenvolvimento da personalidade – nesta encarnação é preparar experiência financeira para o futuro. A habilidade financeira é vista mais como um ponto de avaliação pessoal do que como a faculdade de aquisição por si mesma.
            Quarto mandala: estelares na segunda casa, mas no signo da terceira casa: a educação e o desenvolvimento mental são focalizados através de experiências financeiras. Disciplinas mentais vão ser encontradas em experiências relacionadas com o ganhar dinheiro. Em tal padrão a abordagem tende a ser colorida pela qualidade do desejo de obter e reter. Os terceiros e quarto mandalas são padrões de repercussão, pois os estelares assim colocados estão em casas que precedem aquela a que estão relacionados por signo. O quarto mandala nos informa que a pessoa ainda não está – até certo ponto – puramente integrada na mentalização abstrata ou impessoal; ela tende a “pensar em termos de seus desejos de posse e avaliação financeira”.
            Estes quatro mandalas focalizam os padrões de experiência da segunda casa. O desenvolvimento harmonioso deste fator em nossa experiência terrena fica demonstrado a ser de enorme significância para o crescimento anímico quando recordamos que a segunda casa é o primeiro passo na formação do Grande Trígono do Elemento Terra. A base deste trígono é a horizontal que liga a cúspide da segunda casa à cúspide da sexta casa; a implicação simbólica é que o Princípio do Serviço Perfeito (uma fase da consciência impessoal) depende diretamente do exercício justo da consciência monetária. O ápice do trígono de Terra é a décima casa – a Sociedade e suas expressões aperfeiçoadas como uma entidade universal. Os defeitos da segunda e da sexta casa asseguram defeitos na décima. A frase “Capital (segunda casa) versus Trabalho (sexta casa)” é tão negativa quanto qualquer coisa pode ser. Ela deve se tornar “Capital e Trabalho”, funcionando juntos na troca perfeita entre todos os fatores para que o ápice de qualquer sociedade ou civilização possa alcançar o melhor. A regência natural – ou abstrata – da décima casa por Saturno e a exaltação deste em Libra – signo regido por Vênus, e que também abstratamente rege a segunda casa – é algo sobre o que todos nós podemos meditar. Ela ilustra o sentido essencial da palavra civilização: “Relações civis entre todas as pessoas em seus procedimentos com as coisas terrenas e em todas as trocas pertinentes a estas”.
            Não obstante o signo na segunda cúspide e os estelares envolvidos deve-se ter em mente que Vênus é o símbolo arquetípico da segunda casa como um fator de consciência espiritual. Neste ponto é apropriado dizer que os regentes naturais ou abstratos, dos signos e casas condensam - ou concentram – o sentido esotérico das casas como capítulos de nosso desenvolvimento. Por conseguinte, nossa consideração sobre a leitura da segunda casa não pode ser completa sem estudarmos as posições e padrões de Vênus; além disso, devemos intensificar nossa consciência do significado de Vênus como o “Princípio do Equilíbrio” (Harmonia e Equilíbrio) através das trocas.
            Quinto mandala – o mandala de Vênus: Touro na segunda cúspide, Libra na sétima cúspide. Estude este mandala girando a roda de tal maneira que cada cúspide, por sua vez, torne-se o Ascendente. Observe como os dois signos – formando o aspecto de 150º - relacionam-se à roda como um todo nessas diferentes posições. Touro e Libra compõem a “consciência do dinheiro” e a “consciência de relação”. O princípio, conforme dito antes é “Equilíbrio através da mutualidade de dar e receber” – o Princípio do Matrimônio. Medite sobre o mandala de Vênus de qualquer Carta que lhe peçam para interpretar, do ponto de vista financeiro, para chegar às raízes da consciência básica de troca do nativo. As posições de Vênus por casa e signo – não importando seus aspectos – dar-lhe-ão um indício sobre as razões esotéricas para a manifestação de falta ou insuficiência de dinheiro. Os estelares que afligem Vênus devem ser regenerados se a raiz da consciência de pobreza tiver de ser removida. As aflições a Vênus mostram somente como a pessoa, em suas encarnações anteriores, expressaram desequilíbrio e desarmonia em suas relações com outras pessoas. As condições referentes à segunda casa são especialmente para esta encarnação, mas Vênus é o símbolo arquetípico do relacionamento certo em todas as fases e em todos os planos. Ajude o individuo a tornar-se mais cônscio da verdade deste princípio. Fazer isso é uma de suas maiores responsabilidades.
            Concluindo esta exposição: utilize as palavras-chave espirituais dos estelares quando eles expressem as condições de regência ou ocupação da segunda casa; isto assegura a percepção do propósito esotérico do dinheiro nesta encarnação da pessoa. Não o enfraqueça tomando decisões financeiras por ele – fazer isso é uma violação do seu próprio Princípio de Serviço. Alerte-o para a sua própria consciência do Princípio, e encoraje-o a tomar o seu próprio caminho (financeiro), seguir nos caminhos do exercício de sua inteligência financeira o melhor possível, com boa vontade, honestidade, e perfeito intercâmbio com todas as pessoas.