quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CAPÍTULO V - A LUA – PRINCÍPIO DE MATERNIDADE


       No estudo das posições por signo e aspectos da Lua em um horóscopo lidamos com um dos fundamentos da expressão da vida: a base da polaridade feminina. A Lua é uma das pedras angulares de um horóscopo; é a raiz de onde brotam todas as outras variações das fases passivas, receptivas e emocionais da personalidade. O significado mais completo da vibração Lunar só pode ser compreendido quando se entende que cada ser humano possui dentro de si a essência de ambas as polaridades; todo horóscopo tem Sol-Marte, bem como Lua-Vênus, em um ou outro padrão.
      O sexo físico, no mundo das formas é uma ênfase específica de ambas as polaridades aos propósitos de perpetuação. Mas, nos planos internos das impressões subconscientes, dos sentimentos, das memórias cármicas, e dos padrões raciais, a influência da Lua prevalece. Vê-se assim que a realização dos processos evolutivos se efetua nos aspectos físicos de ambas as polaridades, geralmente se alternando, e desde que o sexo físico se faz acompanhar de uma especialização de experiências, todos os seres humanos precisam conhecer a vida. Esta “especialização” não é só de expressão, mas também, e automaticamente, de carma; portanto certas lições só podem ser aprendidas através da encarnação como mulher. Em relação a isto, grande parte do carma do ser masculino pode ser atribuída, por causa e efeito, a descumprimentos e desvios dos impulsos femininos em encarnações passadas, sendo a Lua, em tal horóscopo, a chave desses padrões cármicos. O carma que o homem expia através das mulheres é meramente a objetivação de sua própria polaridade feminina não regenerada; ele se manifesta como homem, mas, por reflexo, através de seus contatos e trocas com “a mulher de sua vida” essas desordens internas são manifestadas.
      Marte, dinâmico e vitalizante, é a função fecundante, a essência do sexo masculino; a Lua recebe essa energização e converte em forma a semente adormecida. Portanto, a Lua é o elo entre o Ego e a descendência da família. É o agente pelo qual o homem, como macho, projeta-se na corrente de vida. Assim, a Lua é vista como o Princípio da Maternidade e, na astrologia mundana ou objetiva, este é seu significado básico. Por meio da experiência como mãe o ser humano recebe lições que não são inferiores a nenhuma outra em abrangência, profundidade e importância. É como mãe que o potente egoísmo, egotismo, dominação e destrutividade de Marte recebem suas primeiras transmutações alquímicas através da iniciação do sacrifício próprio exigido pelas funções da maternidade.
      Desde épocas passadas muito se tem dito acerca da santidade da maternidade; quão poucas pessoas compreendem que o mesmo impulso que leva uma mulher primitiva, semelhante ao animal, a ceder seu corpo à dor para que a corrente de vida possa ser perpetuada é, no microcosmo, idêntico àquele impulso pelo qual um Mestre, através de formas de transmutação e alquimia altamente desenvolvidas, “nutre” a vida espiritual da raça. A mulher primitiva responde instintivamente aos apelos do sangue e do desejo; o Mestre realiza suas aspirações transcendentais com amor impessoal. Quando se trata de nutrir a vida de outro – ou de outros – o princípio da maternidade é expresso. (Astrologicamente é claro, a mulher do exemplo acima é Lua-Marte; o Mestre, como uma expressão de Luz espiritual, sintetiza o espectro planetário. No seu caso, a Lua é expressa cosmicamente como Netuno e Marte é expresso como Urano).
      Poder-se-ia perguntar: como pode cada filho, em uma família grande, ter a Lua em signo diferente, uma vez que todos têm a mesma mãe? Em virtude da qualidade de experiência envolvida na maternidade, e das variações de “capacidade”, níveis psicológicos, emocionais e situações domésticas que podem ocorrer durante os anos de fruição, ao nascer seu sexto filho” uma mulher não é a mesma que era quando era mãe só do primeiro. Cada filho em um grupo de família tem um padrão individual, pelo que sua Lua reflete ou indica um “quadro materno” individual. Consequentemente, ainda que a mãe seja a mesma pessoa, ela é “vista” diferentemente por cada filho de acordo com a consciência ou subconsciência de cada um. E – isto é muito importante – ela pode ter um tipo diferente de veículo cármico – alguma expressão de atração ou repulsão básica – com cada filho. Portanto, a Lua de cada filho indica um padrão diferente de reações e sentimentos no relacionamento deles com a mãe. 
      A posição da Lua pelo signo no horóscopo de uma menina – uma mãe em potencial – mostra, basicamente, o tipo de mãe que será ou poderá ser; os aspectos da Lua descrevem suas experiências básicas de maternidade. No horóscopo de um menino, por reflexo, a Lua descreve a direção geral de suas experiências domésticas e a essência de suas atitudes para com as mulheres em geral. Em relação a isto, há um importante ponto a ser levado em conta: em virtude da transição da mãe de uma família, o pai pode ter que tomar seu lugar na vida de seus filhos; a Lua então indica sua habilidade para assumir esta responsabilidade. Em outras palavras, ele precisa ser tanto mãe quanto pai, e não apenas seu Sol-Marte, mas também sua Lua recebe toda expressão direta. A recíproca é verdadeira: o Sol-Marte de uma mulher indica sua habilidade para exercer o poder e tomar iniciativas para criar sua prole se o pai morre. Ambos padrões de polaridade são então sintetizados através da vibração de Urano para a transcendência das responsabilidades nas relações e carma de família.
      A Lua como fator mental simboliza os processos da “mente de sentimentos” subconsciente, não do pensamento em separado, impessoal. Ela é opinião, baseada em padrões familiares ou raciais que podem ou não ter muita relação com a realidade. Em outras palavras, ela é o “pensamento motivado por reações sentimentais”. Aqui a Lua é vista como “ponto de vista pessoal” que certamente se torna evidente quando a pessoa discute com qualquer outra pessoa ou questiona qualquer coisa em estado de perturbação emocional.
      Como fator básico da triplicidade mental – Lua, Mercúrio e Netuno – a Lua encontra sua regeneração por meio de processos de disciplina e controle emocional e de desenvolvimento do desprendimento pessoal. Estamos ligados a pessoas e coisas de acordo com a intensidade e de sentimentos que nutrimos por elas. São nossos sentimentos que contribuem para a realidade tanto quanto se referem às relações pessoais. Só quando o sentimento é eliminado, o preconceito suprimido, as influências dos pais e da família transcendidos, e o equilíbrio interno desenvolvido é que “as coisas são vistas” – através de Mercúrio – “como são em si mesmas”.
      Assim Mercúrio diz: “Este chapéu é azul”. Um fato impessoal. A Lua pode dizer: “Eu penso que este chapéu é encantador – sua cor é exatamente como a dos olhos do meu bebê”. Sentimento pessoal. Estes são naturalmente exemplos triviais, mas servem para indicar como os sentimentos pessoais podem influenciar a nossa interpretação dos fatos.
      Esta artimanha da Lua para perturbar, pelo sentimento, nossas percepções podem manifestar-se de modo mais amplo para produzir resultados trágicos. Um rapaz rompe o namoro com sua jovem namorada; ela reage emotivamente com grande ressentimento e sofre durante anos com a convicção (subconsciente) de que “todos os homens são enganadores e mentirosos”. (Até podemos ver seu rosto tenso e ouvir sua voz estridente). Ela então não está pensando com sua inteligência, mas com o sentimento de decepção, orgulho ferido e solidão. Um indivíduo sofre ofensas e injustiças por parte de outro de etnia ou nacionalidade diferente. Ele reage com amargura e esta recai sobre seus filhos. Um desses filhos absorve essa infeliz impressão, e, em virtude de uma pessoa ter prejudicado seu pai, ele, filho, adota dali por diante uma atitude de prevenção contra as pessoas daquela nacionalidade e sente o forte impulso de condená-los a todas, sem exceção, à desgraça. Neste exemplo fica revelada uma fraqueza na atitude do filho. Aqui ele não usa sua própria habilidade para pensar, mas permite-se sujeitar-se inteiramente aos impulsos negativos das emoções perturbadas do seu pai. E enquanto não fortalecer seu poder de discernir e pensar – conscientemente – ele continuará vitimando a si próprio por meio de seus sentimentos descontrolados nas atitudes relativas a essa particular nacionalidade.
      Esta retenção de padrões subconscientes por meio dos sentimentos representa, em larga escala, aquilo que é conhecido como “memória” de raça e neste contexto a Lua, como “mãe”, significa a identificação do indivíduo com a sua nacionalidade ou etnia. Marte nos impele a lutar por nosso país, mas por meio da Lua amamos nossa pátria como um filho ama sua mãe. O simbolismo é exatamente paralelo. Contanto que a consciência de raça seja pertinente aos padrões subconscientes de uma pessoa, ela se encontra na mesma classe de submissão aos seus “sentimentos nacionalistas” que uma criança quando, “presa à sua mãe”, vê na segurança protetora do seu amor o ser-tudo e a finalidade do seu viver. Estes estados mentais são idênticos em essência; um é infantilismo com respeito a um indivíduo, o outro é infantilismo com respeito a um padrão de raça. Quando a emotividade amadurece, todas as mães são Mães, as pessoas de quaisquer nacionalidades são Irmãos e Irmãs, e qualquer ou todas as nações podem ser a Pátria. Contudo, na escala das coisas, cada padrão racial provê uma “matriz de nutrição” – ou pátria – para um propósito específico e evolutivo. Cada uma é “boa em seu próprio tempo e para seu próprio propósito”, justamente como cada mãe é “a mãe certa para cada criança”. 
      Uma vez que a Lua, como um fator mental, refere-se a interpretações do horóscopo sob um ponto de vista psicológico e psiquiátrico, não podendo, portanto, ser tratado detalhadamente aqui, oferecemos alguns pontos de interpretação básicos da Lua, como Maternidade, em combinação com os outros planetas. 
      O grau ou intensidade de capacidade maternal é indicado pelo signo em que a Lua se posiciona, os “padrões de experiência” pelos aspectos que a Lua recebe dos outros corpos planetários. No signo de Câncer a Lua está em sua posição mais maternal; o impulso para nutrir é aqui acentuado ao máximo. Os dois outros melhores signos para capacidade maternal são Touro e Peixes. Em Leão, o signo solar, a Lua brilha com calor e poder, mas com uma qualidade positiva que contrasta com a sua básica passividade de natureza. Em Libra ela se mistura lindamente com a vibração Venusiana do signo das sociedades, o que enfatiza os impulsos da sétima Casa. Em Gêmeos e Aquário ela está em seu mais puro mental, e em Aquário a Lua é tão impessoal quanto ela pode ser – desprendida, científica, e em sentimento é amigável ao invés de simplesmente maternal. Em Capricórnio ela se mistura com o lado da forma da vida por meio da vibração de Saturno; aqui ela é prática, capacitada, fidedigna ou confiável, mas algo carente da sensibilidade e simpatia que marcam o instinto maternal. Em Escorpião ela é intensamente emocional e fecunda, mas a vibração de Marte aquático enfatiza a força e a severidade. Esta posição é considerada desfavorável para a Lua sob o ponto de vista psicológico. No horóscopo de um homem ela não reflete uma “imagem das mulheres” particularmente harmoniosa ou feliz. Em Áries, a Lua definitivamente não é ela mesma. Aqui ela se expressa com uma qualidade dinâmica, egoísta e masculina que é a antítese de sua natureza feminina – a palavra-chave é “auto-afirmação”.
      Deve-se enfatizar que a Lua focaliza o instinto maternal, mas existem diversas classes de “variação de experiência”. Estas são indicadas pelos estelares que se encontram no signo de Câncer, regido pela Lua; diz-se que estes estelares estão “dispostos” pela Lua. Também os estelares que se acham na quarta casa – não importa o signo – indicam, em grande medida, o lado objetivo da “consciência doméstica” é através da “experiência do lar” que estes estelares encontram seus principais canais de expressão e o mais elevado potencial para realização.
      A faculdade do instinto é uma das palavras-chaves da função lunar. A este respeito, a Lua simboliza o “instinto racial”, a “compulsão biológica”. Ela representa a expressão mais profundamente enraizada da força da polaridade feminina. Embora de natureza passiva e receptiva, a Lua encontra sua regência e seu detrimento em Câncer e Capricórnio, ambos os signos cardeais, vê-se assim certa faculdade dinâmica ou geradora na atuação da Lua.
      Na medida em que a Lua esteja aliada a signos que lhe sejam afins, ela expressa com poderoso impulso profundas necessidades de realização; quando está aliada a signos com os quais não tem afinidade, ela deve expressar seus impulsos por meio de qualidades incompatíveis com a sua nota-chave básica; na medida em que esteja bem aspectada, ela promete realizações, harmonia nas experiências de dar-e-receber e saúde; na medida em que esteja aflita, ela indica “carma feminino”, tanto objetiva quanto subjetivamente, as necessidades para transmutação e regeneração de sentimentos, desarmonias físicas – especialmente nas mulheres; e as indicações de transmutação da expressão feminina são mostradas em qualquer aflição da Lua tanto nos horóscopos dos homens quanto nos das mulheres.
      As notas interpretativas que se seguem devem necessariamente permanecer básicas e simples, para maior clareza. Lembre-se de que a Lua rege a função da mente subconsciente, e que qualquer aspecto aflitivo representa uma “imagem” negativa que, trazida do passado, está “próxima à superfície da consciência”, podendo manifestar-se definitivamente na infância. A transmutação de um horóscopo começa com a transmutação dos aspectos aflitos da Lua.
      Lua-Sol: O impulso maternal é aqui identificado de algum modo com o Poder. Afligidos, o sentimento e o propósito entram em conflito – um ou outro tende a predominar; o excesso de influência lunar tende a deteriorar a força interna; com excesso de influência solar a maternidade se expressa em termos de dominação e tirania. Este é um aspecto desintegrador porque a pessoa, através dos “sentimentos acerca de si própria”, não é totalmente consciente das capacidades internas, carecendo, portanto, de auto-confiança; para regenerar este aspecto, o poder, na experiência doméstica, deve ser redirigido para as realizações da Lua, não expressar-se apenas por expressar-se. Sentimentos e propósitos benéficos são harmoniosos; a experiência maternal é expressa e cumprida com eficiência; certa “positividade” é encontrada, indicando assim a possibilidade da mãe ser a “líder” da família. A Lua em bom aspecto com o Sol é redenção em qualquer horóscopo, pois mostra uma integração básica de polaridade.
      Lua-Mercúrio: Afligidos, sentimento e interesse maternal entram em conflito com o pensamento; a mãe com este aspecto necessita de disciplina mental porque tende a “interpretar” de acordo com os seus sentimentos do momento, e não de acordo com a realidade. Ela deve vigiar-se cuidadosamente quanto às suas palavras, não se permitindo falar demais quando estiver emocionalmente perturbada porque então é capaz de dizer inverdades e cometer injustiças. “Parar para pensar” é uma boa política para redirecionar este impulso, e, quando este aspecto for encontrado no horóscopo de uma criança, a mãe deve reconhecer que o filho é muito impressionável às suas palavras, ela não deve infligir na mente dele seus impulsos e pensamentos negativos. Muitas pessoas com este aspecto têm sido, carmicamente, impressionadas com as expressões negativas das emoções de suas mães, e têm vivido infelizes por muitos anos devido às “imagens” que, na infância, foram impressas em sua mente subconsciente. Tanto no caso da mãe quanto no do filho, a disciplina mental e o equilíbrio emocional são da maior importância para criar felicidade e êxito. Estabeleça o hábito de “averiguar os fatos” (Mercúrio), e agindo de acordo com eles os sentimentos podem ser controlados.
      Lua-Vênus: Estes dois formam a base da polaridade feminina realizada, no sentido de que indicam as emoções da mulher como mãe e como companheira. Sabendo que Vênus é “cultura e refinamento”, seus padrões discordantes com a Lua indicam falta de sentimento harmonioso; dependendo de qual dos dois está mais fortemente enfatizado na Carta, o instinto maternal pode obscurecer a “reação ao outro indivíduo”, ou o impulso estético ou de companheirismo pode obscurecer aos reclamos da maternidade. Este é um aspecto que simboliza relacionamento desarmonioso com a mãe, em termos de emoção. Tanto na Carta do homem como na da mulher, representa a necessidade de equilíbrio e completar os padrões femininos. Este processo pode ser realizado (para a Lua) aproveitando-se as oportunidades para expressar o instinto de criança e (para Vênus) desenvolver a cortesia, a cooperação, o “pensar em termos da outra pessoa”, o que afinal é a base de todo viver civilizado (Vênus). Os aspectos benéficos entre Lua e Vênus indicam um cultivo básico da natureza emocional. O refinamento e a graça, a cortesia e o bom gosto foram cultivados: estas qualidades podem ser refletidas fisicamente como beleza e encanto. Relações harmoniosas com a mãe, ou com as mulheres em geral, estão prometidas. O cultivo de faculdades estéticas também está indicado, desde que a mente subconsciente tenha sido fortemente impressa pelo fator de redenção “pensar e agir em termos de harmonia”.
      Lua-Marte: Como quer que se apresente, este é um aspecto delicado, uma vez que os dois formam base da “emoção primitiva”. Indica impressionabilidade subconsciente intensa e os sentimentos maternais são sobrecarregados. Se o aspecto é negativo, especialmente se uma quadratura, isto significa “violência”, irritabilidade, ciúme e ressentimento. A ânsia de dominar é forte, sendo que estas mães tendem a “comandar seus filhos à sua vontade”. Este aspecto indica a possibilidade de ambição e da “ânsia de conseguir” serem estimuladas pela experiência da maternidade – tais mulheres sentem o desejo de “lutar por seus filhos”. Nos aspectos negativos esse desejo é expresso com grande força; destaca-se então a “lei de unhas e dentes”. Ódios e inimizades em potencial são fortemente evidenciados por Marte afligindo a Lua, já que a mente subconsciente é profundamente impressionada pela “ânsia de defender e derrotar”. Padrões harmoniosos de Marte-Lua indicam possibilidades de ação construtiva muito maior – a energia é expressa por meio da ânsia de conseguir, ao invés de fazê-lo pelo impulso de destruir. Esta é a mãe corajosa, intrépida e valente, capaz de viver suas experiências maternais em termos de positividade e trabalho duro. Um bom aspecto de Saturno, Vênus, e Júpiter à Lua – paciência, harmonia e benevolência – são bons corretivos para as aflições Marte-Lua.
      Lua-Júpiter: O instinto maternal se expressa através da benevolência e da abundância. Aspectos aflitivos, a mãe pode se inclinar para um excesso de tolerância – ela busca “super-proteger” seus filhos; o mau aspecto também indica uma superabundância de preocupação materna, e embora os motivos possam ser absolutamente sinceros e desinteressados, a mãe com a Lua afligida por Júpiter carece da capacidade de julgar – seus sentimento obscurecem suas avaliações sensatas – e tende a enfraquecer seus filhos por tornar as coisas “demasiado fáceis para eles”. Ela precisa disciplinar-se, até certo ponto, disciplinando seus filhos. Deve permitir-lhes o privilégio de se desenvolverem através do exercício de sua própria iniciativa e no cumprimento de suas responsabilidades. “Libertando-se” deles por este modo, até certo ponto ela ganha em perspectiva e em controle emocional. Aspectos benéficos entre Lua e Júpiter formam um belíssimo padrão de amplitude, generosidade, sinceridade, e julgamento equilibrado. Tal mãe expressa a si mesma abundante e saudavelmente. Ela irradia calor e conforto, é uma fonte de bem-estar para a família, tanto física quanto psicologicamente. Este aspecto é um retrato astrológico de Ling Sao, a mãe no livro “A Semente do Dragão”, obra de Pearl Buck.
      Lua-Saturno: Aqui a experiência materna identifica-se com o lado da forma da vida através da Responsabilidade. A conjunção de Saturno com a Lua faz da experiência maternal algo como uma crucificação – muito além do significado comum da palavra. A maternidade, neste caso, “crava” a mulher às exigências da vida, e por meio das experiências domésticas ela deve realizar-se através de muitos obstáculos que podem ser reais, mas que também podem não sê-lo em virtude do seu ponto de vista subconsciente. Este é um padrão de “estreitamento” – muito tem de ser feito por meio de uma limitação de esfera. Vênus e/ou Júpiter afligindo a Lua em conjunção com Saturno apresenta um quadro um tanto triste – experiência doméstica vivida mais sem alegrias e em termos de limitação de meios. Saturno e/ou Marte afligindo, a vitalidade e o “ímpeto” ficam enfraquecidos – a realização é alcançada com medidas neutralizadoras de restrições e inibições. Saturno em quadratura ou oposição à Lua firma o temperamento e pode resultar em um necessário neutralizador de aflições dinâmicas, mas a influência de Saturno pode ser sentida como impedimento, restrição ou inibição. A posição de Saturno pode mostrar um canal através do qual o instinto maternal se expressará para o cumprimento de responsabilidade. Os aspectos benéficos entre a Lua e Saturno indicam controle de sentimento e integração de habilidades práticas. Esta é a mãe forte, competente que vive ordenada e metodicamente. É um pilar de confiabilidade e, se é ou não particularmente emotiva ou carinhosa, ela ainda é confiável e capaz de colocar o lado doméstico de sua vida sobre uma base segura e prática. Talvez algo carente de “expressividade”, ela é, porém, uma mãe leal e devotada, que expressa seu amor materno no desejo de proteger e estabilizar.
      Lua-Urano, Lua-Netuno: Nestes padrões há uma indicação pela qual o instinto materno básico pode ser redimido por canais espirituais impessoais, universais, ou criativos. Em contato com Urano e Netuno, as indicações da Lua ocupam um espaço que ela não tem com os estelares menores. A mente subconsciente é sensibilizada e vitalizada por sintonizar-se com o que pode ser chamado de “padrões cósmicos” onde a intuição e as faculdades psíquicas podem ser desenvolvidas. A Lua-Urano é muito mais dinâmica e criativa; a Lua-Netuno é mais sensitiva, emotiva, receptiva, e compassiva. Contudo, as abordagens interpretativas a estes aspectos devem ser feitas a partir da comparação dos aspectos da Lua com os estelares menores – já que eles constituem os “primeiros degraus da escada”. A Lua em trígono com Urano e quadratura com Marte não é tão fácil como quando está em sextil ou trígono com Marte. Neste exemplo requer-se muito controle e direção de Marte antes do trígono de Urano poder se expressar construtivamente. De outro modo, Urano respaldado por Marte desordenado, pode expressar-se destrutivamente. A Lua em trígono com Netuno e quadratura com o Sol é muito melindrosa, impressionável e psíquica; mas com desordem entre Propósito e Sentimento ou com vitalidade esgotada; a sensitividade de Netuno pode resultar em alguma forma de psiquismo negativo e confusões mentais. Estude os aspectos Lua-Urano pela síntese da Lua com os outros estelares dinâmicos que ela possa aspectar; Lua-Netuno – compare seus padrões com Vênus e Saturno. Devemos saber como a mente subconsciente está alinhada com a polaridade masculina ou com a polaridade feminina – isto nos dá a chave da qualidade subconsciente básica. A Lua em aspecto com Urano ou com Netuno é um indício de “universalidade latente”, já que estes aspectos mostram a direção em que os impulsos primitivos, básicos, “carne e sangue” da Lua poderão com o tempo ser expressos em termos de realizações impessoais, ou cósmicas.