quarta-feira, 10 de julho de 2013

CAPÍTULO XX – O ASCENDENTE



Estudantes, esta é uma exposição sobre vocês.
A linha horizontal esquerda da roda do horóscopo, que vai do centro até a circunferência, é a sua emergência dos planos internos – como uma expressão da ideia que chamamos Humanidade – para objetivação da encarnação; o ponto Ascendente é seu aparecimento neste plano no momento do seu nascimento.
Quando emitiu seu primeiro choro, você dizia: “Olha, Mundo aqui estou Eu novamente!” Aquele grito foi sua “aurora”, sua Luz aparecendo no mundo de outras Luzes humanas, como já apareceu muitas vezes no passado. Você veio para expressar uma qualidade mais brilhante e mais clara de sua Luz que jamais expressou antes, e aqueles que lhe deram as boas-vindas com Amor assim o fizeram, realmente, devido à promessa inerente na sua Luz, promessa de melhoramento da Vida humana durante os anos de sua encarnação. Cada encarnação é uma expressão de amor e fé da Humanidade na Luz que é sua Origem e sua Habitação.
Sua encarnação foi marcada vibratoriamente com uma nota-chave pelo signo zodiacal que cobre o ponto Ascendente de seu Horóscopo. Cada um dos doze signos é um dos três aspectos (Vontade, Amor, Sabedoria) da dimensão de Polaridade (Positivo-Negativa) nos termos de Gênero (Masculino/Feminino). E o principal propósito vibratório de um ser humano na encarnação é realizar, com o melhor que seja capaz, o potencial do signo Ascendente através do capítulo de experiência e situação vibratória do planeta que rege o signo Ascendente. Por “situação vibratória” queremos significar o signo em que esse estelar se situa; a qualidade de expressão é indicada pela natureza do estelar que o “dispõe”; o regente estando em Touro ou Libra é “disposto” por Vênus; em Aquário é “disposto” por Urano, etc..
Faça três mandalas, uma para os signos cardeais, uma para os signos fixos e outra para os signos mutáveis. Isto é feito traçando-se três círculos; cada um com os símbolos de uma dessas três classes tal como aparecem na sequência zodiacal; os pontos dos signos são ligados por linhas retas, o que nos dá três variações de uma quadratura.
Os signos cardeais são os pontos decisivos quando circundamos a roda partindo do ponto Ascendente; eles representam os quatro pontos básicos das mudanças de estação no decorrer do ano e também representam os quatro pontos básicos da estrutura do relacionamento humano; o masculino-feminino dos pais (Capricórnio/Câncer) e os masculino/feminino daquilo que é gerado pelos pais (Áries/Libra). As pessoas com um signo cardeal no Ascendente (a menos que haja interceptações e o signo Ascendente também esteja na cúspide da décima segunda casa) vieram desta vez para tomar uma “nova direção” em sua evolução – seu signo Ascendente abre um novo quadrante do zodíaco, o quadrante das três primeiras casas. (Aqueles cujos signos Ascendentes cardeais abrangem também as cúspides da décima segunda casa estão simplesmente continuando aquilo que foi inaugurado como ponto decisivo na encarnação anterior).
Cada um dos quatro signos cardeais é o aspecto “Vontade”, do elemento ao qual pertence: Áries - Fogo; Câncer - Água; Libra - Ar e Capricórnio - Terra. Áries e Capricórnio são os “signos masculinos”, dentre os quais Áries é masculino e Capricórnio feminino; Câncer e Libra são os “signos femininos”, dos quais Libra é masculino e Câncer feminino.
Os signos fixos são - o “aspecto Amor” dos elementos – sendo cada um o quinto signo a partir do cardeal do seu elemento. Em paralelo: Áries-Leão; Capricórnio-Touro; Câncer-Escorpião; e Libra-Aquário. Como todo horóscopo é o resultado do exercício da consciência na encarnação passada, e nós realmente damos “voltas e mais voltas na roda” através de nossas encarnações, vemos que, sob um ponto de vista da evolução, Leão é o primeiro signo fixo, Escorpião o segundo, Aquário o terceiro e Touro o quarto. Em uma mandala com os doze signos em ordem – em volta da roda e a partir de Áries – trace quatro linhas retas, como segue:
            1) de Áries a Leão (cúspide da primeira casa à cúspide da quinta);
            2) de Câncer a Escorpião (cúspide da quarta casa à cúspide da oitava);
            3) de Libra a Aquário (cúspide da sétima à cúspide da décima primeira casa); 
            4) de Capricórnio a Touro (cúspide da décima à cúspide da segunda casa).
Deste modo vemos um “filme” da ligação entre uma encarnação e a próxima, uma vez que a linha que liga Capricórnio a Touro retrocede ao ciclo zodiacal através da décima, décima primeira, décima segunda e primeira casa. Na realidade nós não giramos repetidamente “em torno de um círculo”; nós nos desenvolvemos através de um processo em espiral que vai de uma “oitava” a outra oitava superior; cada “oitava” traz-nos cada vez mais perto do “retorno ao Centro”, que é o nosso “Éden perdido”; com efeito, nós somos, em consciência, reabsorvidos pela nossa Origem.
Os signos mutáveis representam o aspecto Sabedoria dos elementos, porque cada mutável é o nono signo a partir do seu cardeal inicial. Traçaremos agora no mandala acima mais quatro linhas retas, como segue:
            1) de Leão a Sagitário, cúspides da quinta e nona casa;
            2) de Escorpião a Peixes, cúspides da oitava e décima segunda casa;
            3) de Aquário a Gêmeos, cúspides da décima primeira e terceira casa;
            4) de Touro a Virgem, cúspides da segunda e sexta casa.
Temos agora a ilustração dos quatro elementos em seus aspectos de trígono, os aspectos de Vontade, Amor e Sabedoria das duas expressões de Polaridade, e as quatro “combinações” de Gênero. Aplique esta fórmula ao seu signo Ascendente para obter uma imagem clara da “qualidade trígono” e da “qualidade gênero” de seu signo.
Seu planeta regente é o significador do enfoque, e expressando a vibração do seu signo Ascendente e seu Princípio, representa a função básica que você vai cumprir nesta encarnação. Contudo, você tem outro regente que é o estelar “dispositor” do seu regente; podemos denominar este estelar de “regente vibratório” de sua Carta natal, já que sua qualidade de gênero é aquela através da qual seu regente planetário deve expressar-se (a menos, é claro, que o regente planetário esteja em seu próprio signo de dignificação – caso em que é “duplo” regente).
O requisito ambiental para o desenvolvimento e realização de seus potenciais de personalidade é indicado pela casa em que seu regente planetário está posicionado. As palavras chaves de cada casa devem ser dominadas pelo estudante de astrologia, caso este queira saber onde sua “essência” pessoal há de ser cumprida progressivamente. Não importa aonde vamos neste plano, levamos conosco nosso horóscopo inteiro, e dentro de nós mesmos, pela simples razão de que o horóscopo é a imagem da nossa consciência, e dela nunca podemos fugir. Podemos, todavia, permanecer firmados nos requisitos do nosso regente planetário se perceber que qualquer lugar ou ligação com qualquer grupo de pessoas, contém possibilidades de exercitar os potenciais do regente planetário. O ser humano deve utilizar o plano físico. Ele não deve ser usado por ele, mas ficará congestionado e limitado nele se não firmar sua consciência própria representada pela combinação de qualidades do signo Ascendente, seu regente planetário qualificado pelo seu “dispositor” e seu significado por posicionamento em determinada casa.
O desenho astrológico mostra-nos uma coisa estranha e maravilhosa – conhecida como “base psicológica”; a cúspide da quarta casa natal. Esta cúspide, sob o ponto de vista oculto, pode ser estudada pela Lei de Causa e Efeito como a significadora de uma condição que liga esta encarnação à encarnação passada – mostrando-nos assim como poderemos fortalecer nosso sentido de “continuidade” da corporificação passada para o presente.
Lembremos-nos primeiramente de que nós encarnamos sem nenhuma percepção consciente de nossa procedência; o supraconsciente detém todas as nossas lembranças do passado, e a “revivificação” dessas lembranças é que nos possibilita “contatar” conscientemente com certo nível de nosso ser vibratório que está intimamente ligado às nossas memórias de progresso, alcançado na encarnação passada. Vejamos agora a representação abstrata disso como um Princípio de Vida:
Uma mandala que contenha apenas as cúspides da décima segunda e primeira casa; coloque o símbolo de Peixes na décima segunda e o símbolo de Áries na primeira; ligue os dois pontos na circunferência por uma linha reta. Esta é a imagem essencial do resíduo de ideais não realizados que fez necessária a presente encarnação. Agora acrescente a vertical inferior – a cúspide da quarta casa – e coloque nessa cúspide o símbolo de Câncer; ligue este ponto, por linhas retas, às cúspides da décima segunda e primeira. A “linha de Áries” na presente encarnação é a involução ao ponto onde se estabelece identidade com a família e a herança vibratória – o senso de “ocupação do ninho” – e a identificação de relação com a qualidade vibratória dos pais (a quarta cúspide é, naturalmente, a metade da linhagem completa dos ancestrais que para completar estende-se até a vertical superior, ao signo de Capricórnio, a cúspide da décima casa).
A linha de Peixes no mandala acima é a matriz espiritualizada; uma das três linhas e dois dos três pontos da triplicidade de água de Câncer, Escorpião e Peixes. Por conseguinte, como o primeiro ponto “de subida” no ciclo desde o Ascendente é a cúspide da quarta casa, vemos que a matriz espiritualizada, derivada do melhor de nós próprios no passado, é representada diretamente no melhor de nossa herança vibratória. Conhecer somente o pior de nossos pais é, em termos humanos, tornar-se mais intensamente cônscios do pior em nós mesmos, porque nós encarnamos através deles pelas Leis de Causa e Efeito e de Simpatia Vibratória. Permanecermos fixados em nossos piores sentimentos acerca de nós mesmos, como “expressões” de nossos pais, é permanecermos congestionados no passado negativo. Não podemos conseguir progresso espiritual e vibratório a menos que reconheçamos nossos potenciais para progredir; alcançar tal progresso implica na necessidade de nos tornarmos cônscios de nossos recursos espiritualizados.
Agora traduza esta mandala para os termos de sua própria Carta natal – os signos nas cúspides de suas décima segunda e quarta casa. A não ser que haja a complicação de interceptações em certos arranjos, os signos nas décima segunda e quarta casas representarão dois aspectos de um dos quatro trígonos elementares. Uma análise detalhada – pelos valores genérico e espiritual – destes dois signos em relação ao regente da Carta dá-nos uma ideia de como o melhor do nosso passado deve prosseguir nesta encarnação como “pábulo” para a expressão progressiva e ascendente do regente planetário.
Gire sua Carta natal de tal maneira que a quarta cúspide se situe no Ascendente – um quarto de volta no sentido horário. A (aparente) décima segunda casa é na realidade a terceira casa da Carta natal e é a nona casa a partir da sétima casa natal – a “nona casa” representando o “aspecto Sabedoria”. Esta é a representação do recurso de sabedoria da última vez que você encarnou no sexo físico oposto ao de sua atual expressão. A terceira cada da Carta natal é o presente desenvolvimento intelectual, mas é também, conforme visto acima, uma chave para compreender algo do melhor de sua polaridade complementar porque reflete uma das “oitavas superiores” de você próprio expressando o sexo oposto. Sua habilidade para aprender agora está condicionada e qualificada por sua destilação de sabedoria nas encarnações passadas (aprender é, na maior parte, “recordar”), e o que você “aprendeu por experiência” (Sabedoria) no passado tem agora uma relação direta com suas habilidades mentais.
Vemos, portanto, que a quarta casa do horóscopo natal contém muita informação concernente ao melhor de nós mesmo traduzida do passado para o presente. Negamos a nós próprios se ignoramos este potencial; mas se utilizamos este potencial começamos a escalada para a maturidade psicológica.
As condições do horóscopo acima descritas referem-se à Carta individualizada – o “você mesmo” de seu retrato vibratório. Mas existe outra maneira de aprender a dizer “EU SOU”, e esta se encontra na consideração do fato de que, não importam quais possam ser o verdadeiro Ascendente e regente planetário, todo horóscopo tem o diâmetro Áries - Libra em algum lugar – e Áries através de sua regência pelo dinâmico e expressivo Marte – é a abstração de “EU SOU”. Em níveis primitivos de consciência o “EU SOU” da humanidade é afirmado em termos de atrito, resistência, contenda, autodefesa e destruição daquilo que é temido porque não é compreendido. O ser humano tem lutado por sua sobrevivência – tanto contra o mundo como contra outras pessoas e condições. Na realidade ele tem resistido à exposição de sua própria ignorância dos Princípios de Vida – ele nunca lutou contra outras pessoas, mas sim contra seus medos diante delas, posto que elas, suas “inimigas”, nunca foram mais que espelhos para os seus negativos. Quando amar verdadeiramente aquilo que ele realmente é, e quando seu amor for uma expressão desse amor, então seus “inimigos” desaparecerão e todas as pessoas serão reconhecidas como seus irmãos, irmãs e amigos.
Marte, através de sua regência a Áries é o regente abstrato do horóscopo da humanidade. Através desta vibração nós dizemos não apenas “EU SOU”, mas “EU ESTOU determinado a sobreviver e perpetuar minha existência”. O potencial de Marte em todo horóscopo é o “sangue vermelho” da consciência, a sensação vital de Existência em estimular, impregnar (em qualquer plano), em contender com degradações internas e externas, e, finalmente, através de suas destilações espirituais, ele é a coragem nascida da fé – a aspiração do espírito ao progresso e ao viver em oitavas eternamente ascendentes da consciência da Vida Una, do Amor Uno e da Sabedoria Una.
O significado da cúspide com Áries na sua Carta mostra que, não importa seu sexo físico, o pleno cumprimento dessa experiência requer o exercício da mais vital qualidade genérica masculina; você deve aprender a exercitar coragem, deve desenvolver autoconfiança, deve enfrentar seus temores, aprender a entender a origem deles em sua consciência e vencê-los através de transmutações e expressões construtivas; você deve desenvolver e exercitar a qualidade básica Marciana da iniciativa – referente à “arrancada” de Áries como primeiro signo do Horóscopo Abstrato; neste ponto você deve aprender – e eventualmente aprenderá – o que significa impelir a si mesmo sem esperar por sugestões, incitamentos ou encorajamentos dos outros; através da casa que está seu Áries na cúspide você é o “passarinho” que salta do ninho protetor e exercita sua capacidade de voar; uma vez no ar e fora de sua casa ele voa ou cai no chão; ninguém e nada pode mantê-lo no ar, exceto sua força e sua adaptação ao elemento que vai ser seu campo natural para viver e mover-se.
Como a cúspide de Áries pode estar em qualquer lugar na roda e o potencial de Marte pode ser pequeno ou grande em esfera de ação em qualquer Carta Natal, existe uma variedade infinita de possibilidades de “Marcialidade”. Na medida em que o seu Marte esteja “congestionado” por aspectos de quadratura ou oposição, e na medida em que os estelares em Áries (dispostos por Marte) estejam congestionados, você terá de aprender a exercitar a virtude da coragem como uma expressão de seu Amor-Sabedoria interno; para lutar, não por resistência a pessoas que você pensa serem “inimigas”, mas lutar sem resistências pelas expressões transmutadas de sua consciência; para firmar-se em suas convicções (se forem autênticas) como uma expressão de sua integridade e, sobretudo, respeitar o direito de outras pessoas de se expressarem consoante seu recurso vibratório. Um Marte sadio e integrado nunca tenta congestionar, inibir, limitar ou deter a realização de outrem, mas procura sempre encorajar com seu Amor-Sabedoria a ignição de seus melhores e mais belos potenciais em todos os planos. A pessoa que conhece o Amor-Coragem e a Sabedoria-Coragem conhece verdadeiramente o que significa o “EU SOU”; todos nós, cedo ou tarde, precisamos nos dar conta deste senso espiritualizado de identidade com nossa Origem – nosso Deus Pai-Mãe.