Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng45.htm
Governo é o “funcionamento do
Universo em conformidade com os Princípios Cósmicos”. É a Única Diretiva que
impele a causa da ação criadora e epigenética no Cosmos, além de organizar e
harmonizar seus efeitos. Uma vez que é a expressão da Vontade Única, o governo
cósmico é uma Autocracia arquetípica; é a raiz-padrão pela qual todo Logos,
microcosmicamente, ordena vida de sua manifestação e é aquilo que, em termos
humanos, designamos como autoridade.
Regência, em qualquer oitava, é um aspecto do Poder Diretivo simbolizado pelo
Sol; todos os poderes astrais são derivados dessa Unidade.
O desenho
simbólico a que chamamos “Aspecto de Quadratura”- um quadrado assentado sobre
sua base horizontal – é o arqui-símbolo da congestão comprimida de potenciais. É
feito de duas expressões da vertical dinâmica e de duas expressões da
horizontal receptora; representa a sobreposição de diâmetros opostos em
aparente disputa entre si. Uma congestão tem o efeito de um puxão gravitacional
para baixo, inibição, supressão de possibilidades de expressão, retardando a
ação expressiva e responsiva. Ela representa uma intensificação da tendência
para a inércia que, depois de certo ponto, é a morte da forma enquanto veículo
do Espírito. Isso descreve o “reino do Diabo”, o domínio da expressão pela
supressão, a submissão do “avanço para frente e para o alto” ao “retrocesso
para trás e para baixo”. O Espírito, Poder Solar, em sua expressão bi-Una de Amor-Sabedoria,
busca sempre, na consciência humana, derrotar e desintegrar este “reinado da
sombra”.
O símbolo do
governo como Ordem Cósmica ou Arquetípica é a diagonal do quadrado. Esse é o quadrado simetricamente balanceado
se apoiando em seu ângulo inferior. Cada uma de suas quatro linhas é uma
diagonal simétrica, pelo que cada uma se combina vertical e horizontalmente.
Nisso se pode ver a diferença, como símbolo de consciência, entre esse quadrado
e o quadrado estático. Por conseguinte, a sequência rítmica é demonstrada pelo
percurso em torno de sua circunferência. Quando a cruz dos diâmetros horizontal
e vertical é acrescentada a este quadrado, cada uma das duas linhas forma, em uma
bissecção, um par de ângulos opostos, ficando assim objetivada a polaridade de cada
ponto angular.
Por esta
quádrupla bissecção de ângulos, o Masculino-Feminino do Macho-Fêmea do
Imaturo-Maduro do microcosmo de qualquer arquétipo é externado. Estamos lidando
com seres humanos enquanto individualizações do arquétipo “Humanidade”, de modo
que este quadrado diagonal com sua estrutura transversal, retrata,
macrocosmicamente, o governo desse arquétipo e microcosmicamente a “consciência
do governo” passiva e ativa do ser humano individual.
Agora vamos
transferir este símbolo para a oitava do simbolismo astrológico; ponha o
símbolo circular do Sol no centro (na junção das linhas da cruz) e os símbolos
de Áries, Capricórnio, Libra e Câncer nos pontos angulares da esquerda, de
cima, da direita e de baixo, respectivamente.
O resultado é
o Grande Mandala sem seu círculo envolvente – o “esqueleto” da Humanidade como
um arquétipo evoluinte – não evoluído – e da pessoa humana como um microcosmo
evoluindo epigeneticamente. Discutiremos os “problemas” de “Governo dos humanos
pelos humanos” conforme se classifique nos três tipos básicos de “ser
governado”.
Considerando-se
a essência dinâmica de Áries-Marte como a “personalidade” do arquétipo humano
encarnado, somos sensíveis aos “agentes controladores” representados pelos
outros três pontos estruturais, os quais são todos, genericamente falando, mais
femininos que Áries. A polaridade feminina do Cosmos é aquela que recebe e
molda as essências dinâmicas. Como Áries, através de Marte, “explode suas
energias a partir do ponto Ascendente”, Capricórnio-Saturno, Libra-Vênus e
Câncer-Lua representam os organizadores e coordenadores das expressões vitais.
“Aquilo de que Áries provem” – como a “coisa encarnada” neste mandala – é o
parentesco (paternidade-maternidade); pelo parentesco é gerada a forma
individualizada, e pôr esse mesmo meio a forma é sustentada, protegida e
alimentada. Portanto, Câncer-Capricórnio, como parentesco arquetípico, é o
primeiro coordenador-governador da expressão do indivíduo. O primeiro desses,
contudo, é Câncer – o símbolo da Matriz e o arqui-símbolo da fonte sementeira.
Esta, em termos de grupo, é o governo para a perpetuação e preservação das
formas; é a mais primitiva forma de governo de grupo. O ser humano primitivo
estava inteiramente submisso ao poder diretivo dos mais velhos da tribo, e seu
significado não era o de indivíduo, por si mesmo, mas o de fator da unidade
tribal. Era valorizado pela tribo pela sua capacidade física, e sua força, suas
proezas, sua habilidade combativa e habilidade reprodutora eram as marcas do
seu valor para a vida da tribo. Sua identidade era tribal, sua virtude era a
obediência à direção dos mais velhos. Em relação a essa diretiva estreita ele
era uma “criança”, e como criança permanecia até que, no devido tempo, começou
a se dar conta de uma consciência de si mesmo como indivíduo. Aceitar
inquestionavelmente, irrefletidamente, a direção externa era se submeter ao
princípio paternal de governo, secular ou religioso. E isso se aplica tanto
àqueles que habitavam as selvas há milênios atrás como às pessoas da
atualidade.
Os governos
que estimulam, em seus súditos, atitudes tais como adesão cega, irracional, em
qualquer forma, a conceitos tais como “Mãe Igreja”, patriotismo fanático,
dependência da opinião grupal e sentimento grupal para sua guia, preconceito e
ódio raciais ou, ainda, aceitação habitual de subvenção do governo para
sustento material são aqueles que funcionam como moldes externos de uma
consciência muito limitada. Eles têm seu lugar de destino maduro e evolutivo e,
COMO TAL ELES SÃO BONS. Mas nenhum governo desse tipo foi, é, ou pode ser um
padrão permanente para qualquer grupo porque sua função essencial é coordenar e
focalizar um primitivismo coletivo. A evolução serve, para transcender o
primitivismo em qualquer oitava. Câncer-Capricórnio é uma estrutura
arquetípica; é o símbolo da segurança para o subconsciente da Humanidade. Ele
simboliza “aquilo que foi”, e as pessoas primitivas (ignorantes, temerosas) se
apegam a um externo estabelecido (pais, lar, igreja, conceito nacionalista,
etc.) para se sentirem seguras. Um governo congestionado nessa função
desencoraja o esforço e o pensamento individual; e nisso está o caminho para a
ditadura, que é o “governo paterno”, à qual foi permitido se converter na
ferramenta de uma consciência de poder negativa intensamente concentrada (de um
indivíduo, de um grupo de indivíduos afins ou nações). Nos tempos primitivos as
pessoas prosperavam e progrediam sob a administração protetora de seres humanos
relativamente sábios, mas o mesmo tipo básico de governo nas mãos de pessoas
sem princípios e sem coração tornava tirânica a qualidade paternal – pelo que
os resíduos coletivos de ódios, a cobiça e as crueldades passavam a se
concentrar na ambição de poder do governante que personificava tal nação. Esse
tipo de governo se torna DEGENERADO a partir do momento em que o bem-estar das
pessoas em geral é desrespeitada, ou quando os atributos da iniciativa e
expressão individual são enfraquecidos pela prodigalidade. Demasiada proteção e
liberalidade estão em desarmonia com os princípios governamentais, tanto quanto
o estão a supressão cruel e o desrespeito aos direitos humanos. Ninguém evolui
quando copia, em sua vida pessoal, o exemplo degenerado de maus governantes;
essa pessoa simplesmente acrescenta poder negativo ao “poder para o mal” do
governante e ao mal coletivo, congestionado, de seus semelhantes. Aceitar
subvenção nacional ou governamental, como uma “ajuda oportuna”, e usá-la para
seu propósito (“prosseguir novamente”) está de acordo com o princípio desse
tipo de governo; se habituar a aceitar ajuda do “Governo Pai-Mãe” é macular os
incentivos para crescimento, realização e maturidade (Pais – governantes de
seus círculos familiares – vocês estimulam em seus filhos a dependência? Ou
vocês estimulam o exercício da razão e habilidades para que seus filhos possam
desenvolver, ritmicamente, o amadurecimento da confiança própria?). É verdade
que alguns adultos são tão condicionados que sentem não terem razão para
existir a menos que alguém esteja dependendo deles; preferem “se sentir fortes
por comparação” que tentar estimular as habilidades individuais do mais fraco.
Subconscientemente, eles tentam compensar um complexo de culpa
(responsabilidade não cumprida). Ressentem-se de qualquer tentativa da “pessoa
mais fraca” de desenvolver seus próprios potenciais, e são, a este respeito, idênticos
a políticos que prometem dar tudo em troca de um voto. Pense sobre isso em
termos das condições atuais. Ser proeminente e altamente posicionado, ser
chamado maravilhoso, grande, amável, generoso, etc., é o tudo e o fim daquilo
que chamam felicidade; e eles são condicionados – e desejados – de dar qualquer
coisa em pagamento por este tipo de aprovação. Uma família formada por pais que
se assemelham a isso, uma nação dirigida por tal governante, alcançarão quase o
mesmo tipo de resultados: um filho parasita, inseguro, por um lado, e cidadãos
parasitas, inseguros e irresponsáveis, por outro.
A polarização desse tipo de
governo é Capricórnio, a vibração de Saturno, símbolo do tipo de governo
aristocrático. Sua palavra-chave é a Hierarquia – é o primeiro tipo ampliado em
muito maior difusão de expressão por muitas classes, as quais congestionadas e
não regeneradas, resultam em desonra de casta. Uma vez cultivado, ele
proporciona a manifestação da cultura e do refinamento (pelo menos
externamente), e o exercício da abundância para propósitos artísticos e
educativos. O vício deste tipo de governo é visto na ênfase que ele dá às suas
superficialidades (ancestrais, antecedentes da família, dinheiro), como padrões
pelos quais o indivíduo é valorizado. A política ou lema “Enquanto parece certo
é bom” é típica da avaliação superficial desse tipo. A ambição de conseguir um posto na hierarquia toma o lugar da
aspiração de realizar o auto melhoramento; o apego aos padrões formais
cristalizados de conduta, de pensamento e de crença pode designar a identidade
de um “membro de bom nível”, mas dificilmente isso pode ser considerado a
identidade de uma pessoa que exercita seus valores e capacidades individuais.
Saturno, a condensação da matriz, caracteriza esse tipo através da tendência a
resistir, obstinadamente, às mudanças necessárias; a conservação das normas
estabelecidas se torna um propósito tão fixo que as melhorias benéficas a todos
ou são ignoradas ou desprezadas. A prática da riqueza, por longos períodos de
tempo, congestionando-se em pontos específicos da hierarquia estimula a
corrupção porque desencoraja o exercício individual. O “fluido” monetário – sangue vital ou
intercâmbio prático – é um meio pelo qual os seres humanos podem conseguir
certos benefícios usando sua inteligência e suas faculdades individuais. Quando
é legado através de gerações em esfera relativamente limitada, ele se converte
em uma prova de destino maduro, para
os indivíduos tomá-lo e usá-lo para proveito próprio sem fazerem esforço, e
deste modo debilitando-se, ou torna possível uma compensação material, de
natureza de destino maduro, para aqueles que estão condicionados a usá-lo
sabiamente em melhoramentos, em progresso, e no bem-estar de si mesmos e dos
outros. Contudo, um autêntico aristocrata não precisa antecedentes familiares,
isso e aquilo de linhagem, de tanta riqueza herdada, e de tal-e-tal “posição”
para demonstrar o refinamento de sua natureza e de suas inclinações. Ele honra
e embeleza qualquer “posto que Deus ache adequado para ele”; sua influência é a
de refinamento sobre todos que o conhecem. O governo aristocrático que usa o
público, mas que se esquece de que também tem um padrão de serviço a cumprir
para esse público, perverte o melhor de suas qualidades. Ter as vantagens de
educação e não as usar para uma maior ampliação do bem; ter acesso a grandes
somas de dinheiro e se congestionar de trivialidades; desdenhar do semelhante
em razão da diferença de posições não é aristocracia, mas somente uma sombra de
sua máscara. E a máscara sorri – cínica e repulsivamente. A aristocracia dá à
humanidade a oportunidade de observar sua consciência coletiva de
separatividade em ação.