domingo, 12 de outubro de 2014

CAPÍTULO XXXIII – CONDENSANDO O HORÓSCOPO


            Observa-se que a maioria dos estudantes de astrologia, vez ou outra, experimentam confusão em sua investida de estudar e analisar fatores individuais de um mapa, tentando ao mesmo tempo relacioná-los à soma total do mapa. Este material é oferecido na esperança de servir para focar as sequências zodiacais em suas formações de cruz e trígonos de modo que os fatores do mapa possam ser percebidos com maior clareza; pelo seu valor individual assim como pela sua relação com o total. Usaremos duas folhas de papel A4 para as mandalas.

            O primeiro passo na condensação será rever o que está sendo dito nestes artigos várias vezes: existe apenas um horóscopo; um Sol, uma Lua, um de cada planeta, um Ascendente e um Meio do Céu, um de cada casa e signos, um quadrado e uma oposição, uma conjunção, um sextil e um trígono, um raio e um diâmetro. Isto é assim, pois há apenas um Centro e um preenchimento dos potenciais daquele Centro.

O Centro é obviamente a ideia arquetípica da humanidade – da qual cada ser humano é uma expressão especializada, encarnando por lei na dimensão triuna do tempo – espaço – polaridade. Sua identidade pessoal nesta dimensão é dupla: seus potenciais não preenchidos e suas conquistas relativas. O propósito de reencarnar é realizar a identidade perfeita através do preenchimento de todos os potenciais. Você é um veículo individualizado da lei de Causa (polaridade positiva) e Efeito (polaridade negativa), pois você possui os atributos de expressar seus potenciais de elaborar causas e reagir aos efeitos das causas. A identidade perfeita é feita através dos processos de causar e reagir em ressonância com Amor-Sabedoria. Suas modulações evolucionárias são as maneiras que você escolhe expressar (causa inicial) e a reagir (interpretar o efeito).

Em uma folha A4 na vertical, divida o papel em 12 secções iguais. A linha de cima é designada “Fogo”; a secção superior esquerda é designada “1- Cardinal”; a do meio é “2- Fixo”; e a secção da direita é “3- Mutável”. As demais linhas devem ser preenchidas respectivamente com “Terra”, “Ar” e “Água”. (Usaremos diagramas limpos usando um compasso para os círculos).

Em uma folha em branco, a partir do representado no centro do “quadrado” superior esquerdo, coloque um ponto e depois desenhe uma horizontal para a esquerda de aproximadamente 3 cm. Termine esta linha com um ponto preto grande.

Conforme o ponto de seu lápis emanava aquela linha a partir do ponto central, você estava criando uma figura motriz simbólica da quimificação de forças polarizantes. Esta linha, como você sabe, é o Ascendente do horóscopo a ser; ela simboliza o aparecimento do Sol no horizonte Leste – o “corpo do dia” – e ele também simboliza sua aparência química neste plano ao nascimento, a aurora de sua encarnação. Nesta linha está simbolicamente contida a soma total de seus “elementos genéricos” – suas qualidades de, e capacidades para, sendo um causador e um vibrador simpático aos efeitos das causas. Nestes termos se encontra sua identidade vibratória como masculino e feminino, respectivamente. Em seu corpo físico é vista uma especialização química que denominamos sexo; enquanto a aderência ao carma biológico se sustenta, sua consciência de especialização é despertada pelo contato vibratório com pessoas do sexo oposto. Seu carma vibratório é ativado por pessoas de qualquer dos sexos cujas “misturas vibratórias” masculino-femininas representem complementação de consciência para você. Pense sobre isso.

Esta linha, sendo reta, é a forma mais simples de desenhar seus potenciais genéricos destilados de todas as suas encarnações prévias e “trazidas ao foco” durante o desenvolvimento pré-natal precedendo esta encarnação. Nós “desdobraremos” a linha do ascendente assim como a flor desdobra suas pétalas e estudaremos o significado da cruz como o arquétipo da consciência humana de relacionamento a partir da qual nossa interpretação experiencial deriva fundamentalmente.

A partir do ponto central deste primeiro desenho, desenhe uma vertical para cima, uma vertical para baixo, e complete a horizontal da esquerda. Nós agora temos uma figura arquetípica pura do esqueleto dos quatro macrocosmos da identidade – o masculino o masculino feminino do homem e o feminino masculino da mulher. No sentido anti-horário, começando pelo Ascendente, coloque os símbolos de Áries, Capricórnio, Libra e Câncer – respectivamente nestes pontos. As duas divisões verticais compõem a linha de geração – o processo dinâmico pelo qual a substância da nova vida é gerada pela “colaboração” dos pais. Câncer, regido pela Lua, é mãe; Capricórnio, seu complemento, é pai. Ambos são doadores de vida; um – o homem – fecunda; o outro – a mulher – recebe a fecundação.

Agora, a partir do ponto médio da linha de Câncer, desenhe três quartos de um círculo em direção ascendente através do ponto médio de Libra, Capricórnio e Áries. Estes três quadrantes atravessados por esta linha – compondo nove casas – simboliza os nove meses do período pré-natal, desde a concepção ao nascimento. A linha de Libra simboliza o tempo durante este período quando o sexo físico da encarnação por vir se torna objetivado e os potenciais do sexo oposto são subjetivados – a serem subsequentemente manifestos durante a encarnação, pelo companheiro. O complemento deste padrão será visto ao desenhar a “linha circular de nove casas” desde Capricórnio até Libra, em outras palavras “de pai a filha” uma vez que a linha circular Câncer a Áries é “de mãe a filho”. Se fosse possível desenhar estas duas linhas simultaneamente a figura seria aquela de virar a “vertical parental” através do período pré-natal até o ponto de nascimento; um “Raio-X” da coordenação dos elementos genéricos da encarnação por vir.

Uma pessoa encarna através de seus pais particulares pela ação magnética da vibração simpática de sua combinação masculino feminino com a combinação individual e coletiva de seus pais. O outro – e muito importante – fator desta ação magnética é a “atração das diferenças” – a individualidade da criança contrastando com a individualidade de cada um dos pais. Todas as relações entre pessoas servem a evolução e relacionamento significa troca vibratória. Se a criança fosse uma duplicata de “metade do pai e metade da mãe” nenhuma troca poderia ocorrer – assim, nenhuma atração vibratória seria possível.

A “individualidade” da criança por vir é vista no quadrante remanescente deste desenho – as três casas de Áries a Câncer. Esta é a involução – após nascimento – em uso dos veículos físico e etérico e ninguém mais pode fazê-lo além da criança. Ele, ninguém mais, usa seu corpo, sua mente, seus sentimentos, emoções, habilidades e talentos. Os pais proveem a substância corpórea na concepção e exercitam suas próprias mentes no serviço amoroso à criança após o nascimento, mas a involução da criança para usar seus veículos é, por necessidade, uma questão individual. (A complementação disso é obviamente o quadrante de Libra a Capricórnio). O que está contido no composto dos veículos etérico e químico é aquilo que será expresso, redimido e preenchido na encarnação.

Este desenho de figuras em símbolos representa um fato estranho e marcante: cada ser humano é seu próprio parentesco, sua própria fraternidade e sua própria complementação marital. Outras pessoas são relacionadas a nós pela nossa reação sentimental a elas, mas toda nossa reação sentimental emana da mesma fonte – nossa consciência. Portanto, outras pessoas são expressões quimificadas – ou manifestações de nossas próprias misturas vibratórias. Sabendo isso, os Grandes nos disseram: “Amai-vos uns aos outros”.

Agora delineamos a base dos relacionamentos humanos: o homem masculino feminino que é um causador de efeitos e reagente aos efeitos (“doador” e “tomador”) e ela que é mulher bipolar causadora e reagente, doadora e tomadora. Todas as relações humanas são derivadas desta base quádrupla. Portanto, a Cruz Cardinal em nosso primeiro diagrama representa a identidade do “quatro em um”, as quatro formas pelas quais os seres humanos dizem “EU SOU”. Mas identidade não é suficiente em si, ela precisa expressão para que se torne perfeita. Então, cada um desses signos cardinais emana de si, assim como uma linha emana de um ponto, ou um plano de uma linha – duas expressões de identidade espiritual – amor e sabedoria. Amor é o objetivo espiritual – redenção – do desejo; sabedoria é o objetivo espiritual – redenção – da ignorância. Desejo-ignorância é a compulsão cármica dupla que leva à reencarnação; através dela forjamos o caminho evolucionário desde a virgindade até a realização ideal. Os signos cardinais são, abstratamente, as pedras angulares de nossa “casa de vida” – cujos quartos são as doze casas do horóscopo.

Há, como dito antes, apenas uma cruz como padrão, a variação de positivo e negativo. Agora para correlacionar a cruz fixa e a mutável com a cardinal, crie um mapa com doze casas para cada uma das duas secções remanescentes da linha de cima, que você já designou como “fixo” e “mutável”, respectivamente, de FOGO. No lugar do “fixo” coloque o símbolo de Leão no Ascendente, Touro na décima, Aquário na sétima e Escorpião na quarta; “mutável” coloque o símbolo de Sagitário no Ascendente, Virgem na décima, Gêmeos na sétima e Peixes na quarta. Deixe seus olhos passarem de Áries a Leão a Sagitário. Você está imprimindo sua mente com o fato de que os três signos do Trígono de Fogo iniciam as primeiras representações da cruz da grande mandala. O padrão de elementos em cada uma delas é similar: Fogo-Filho, Terra-Pai, Ar-complemento Feminino e Água-Mãe. (Revertendo estas rodas o Fogo se torna o complemento masculino). De Áries através dos nove signos até Capricórnio é “exaltação” – maturidade – do “EU SOU”; a partir de um ser “gerado”, o símbolo arquetípico da expressão – Marte – realiza-se na “paternidade” – tornando-se um doador de vida. Isto simboliza os primeiros três quadrantes da Lua progredida após o nascimento – o clímax da involução física, mental e emocional. (A involução espiritual ocorre durante os 28 a 30 anos – o cumprimento do primeiro ciclo da Lua progredida e de Saturno em trânsito).

            Uma vez que a sequência genérica vai de Fogo para Terra para Ar para Água, podemos agora completar nossa tabulação com as outras “emanações”. Os três mapas da linha de Terra terão como Ascendentes: Capricórnio, Touro e Virgem, os de Ar: Libra, Aquário e Gêmeos, os de Água: Câncer, Escorpião e Peixes como Ascendentes, respectivamente. Complete os símbolos dos demais pontos estruturais de modo apropriado em todos os mapas – o último dos quais, Peixes no Ascendente, representará a cruz que focaliza a mais feminina, receptiva e refletiva dentre as doze. A linha de gestação em cada mapa é (sendo dupla): do feminino da vertical ao masculino da horizontal (como de Câncer a Áries) e do masculino da vertical ao feminino da horizontal (como de Capricórnio a Libra) – sempre atravessando três quadrantes.

            Para aplicação prática, desde que o regente planetário de um mapa focaliza a vibração do signo Ascendente, sugere-se que estas mandalas sejam estudadas em relação ao mapa genérico; esta é a variação do mapa natal na qual o mapa é virado (a menos que o regente do Ascendente esteja no signo Ascendente) de modo que o signo no qual o regente do Ascendente está é colocado na Cúspide do Ascendente. Se for um homem e aquele for um signo masculino, aquela variação é um mapa genérico masculino; se o signo for masculino e a pessoa uma mulher, inverta e leia como mulher, etc. Aplique a “linha gestacional” ao mapa genérico que coincida com o sexo físico para a identificação parental – correlacione com o mapa natal. As duas variações genéricas combinam o composto genérico do mapa natal de forma que os elementos genéricos podem ser estudados separadamente.

            Agora um novo papel para maior condensação.

            A partir do centro desta página crie um mapa com cerca de 6 cm de raio; coloque os símbolos zodiacais na sequência regular a cerca de 3 cm da circunferência. Entre este anel com os símbolos zodiacais e a circunferência formando um segundo anel, coloque os símbolos desde o ascendente no sentido anti-horário: Áries, Leão, Sagitário, Câncer, Escorpião, Peixes, Libra, Aquário, Gêmeos, Capricórnio, Touro e Virgem. Signos cardinais, fixos e mutáveis cobrem as casas cardinais, fixas e mutáveis. Este círculo interior dos signos nos mostra o “desdobramento” dos elementos em termos de seus potenciais de Amor-Sabedoria – as expressões espirituais da identidade. Este “espalhar” nos mostra os decanatos em ação. A congestão da Identidade, a congestão do Desejo e a congestão da Ignorância da cruzes cardinal, fixa e mutável, respectivamente, encontram redenção através dos atributos de Amor-Sabedoria inerentes a cada signo como expressão do princípio “EU SOU”.

            Cada casa do horóscopo constitui um foco evolutivo experiencial de relacionamento ambiental especializado; a sequência dos signos na Grande Mandala sincroniza princípio com atividade; em outras palavras, os princípios filosóficos inerentes a cada um dos doze “departamentos de experiência” são representados pelo significado essencial do signo que está abstratamente identificado com ele. Variações na colocação dos signos sobre as cúspides dizem respeito a questões de evolução pessoal; mas podemos olha para elas com maior clareza se reconhecermos que todas as variações são emanações – não “diferenças” – de uma base arquetípica.

            O cinturão zodiacal ao redor de todo horóscopo é uma sequência completa e ininterrupta sempre. O “espalhamento” de cada elemento na formação do trígono, no interior do mapa, é a cobertura espiritual de cada elemento contribuinte de cada uma das quatro bases genéricas pelo mapa. A confusão sentida pelos estudantes diz respeito à sincronização da sequência de “cardinal, fixo e mutável” com “Fogo, Terra, Ar e Água”. Reconheça agora, caso ainda não o tenha feito, que esta aparente “mistura” de cruz com trígono é a representação simbólica de uma Verdade Cósmica: o Microcosmo nunca se separa do Amor-Sabedoria de seu Macrocosmo – ou “Humanidade do Deus Pai-Mãe”.

            Pense sobre isso – silenciosamente, profundamente e com concentração focada. Foi sentenciado muitas e muitas vezes por professores através da religião e da filosofia desde tempos imemoriais: deixe a realização emanar a partir de seu conhecimento interior.

Como nós, como “Ascendentes” somos microcosmo do Deus Pai-Mãe, a Lei da Correspondência (assim como em cima, é embaixo; assim como embaixo, é em cima) se aplica a nós deste modo: nossos próprios potenciais de Amor-Sabedoria estão em nosso interior eternamente – independentemente de nossas congestões, confusões e escuridões. Estas escuridões da consciência são evidências de “não amor” e “não sabedoria” expressados – mas nós mesmos somos os recursos de suas transmutações.

Tente esta condensação com tantos mapas quanto dispuser. Liste os planetas em cada mapa por cruz, então identifique as colocações de seus trígonos. Faça “mapas rascunhos” utilizando o “espalhamento por decanatos” – começando do signo Ascendente para estabelecer a figura em sua mente de que cada signo é um poder consciencial que pode se expressar em oitavas mais e mais elevadas. Sua abordagem global na síntese e análise do mapa será simplificada e se tornará mais clara a partir de então.