sexta-feira, 7 de março de 2014

CAPÍTULO XXVI – OS “BONS” ASPECTOS



            A função dos aspectos de sextil e trígono é revelar graus relativos de consciência regenerada da humanidade. Eles são nossos pontos de iluminação; nossos “impulsos em direção ao Bom maior” (sextil) e “realização do Bom manifesto” (trígono). O sextil é o processo pelo qual o trígono é criado.
            O astrólogo filosoficamente inspirado nunca pensa ou se refere ao sextil e ao trígono como aspectos de “sorte”, porque ele sabe que cada fator em um horóscopo é um efeito de uma causa específica; a causa original foi, obviamente, uma expressão em ação de um nível particular de consciência no passado. Ele reconhece que todo sextil em um mapa representa certo trabalho de regeneração que, iniciado no passado, foi trazido a tal ponto de eficiência que ele agora se apresenta como um dínamo para a realização de mais e maiores poderes regenerativos nesta encarnação. Ele reconhece que cada trígono é um registro de equilíbrio no relacionamento entre dois fatores planetários; um trígono é sempre o resultado de regeneração da consciência – ele nunca é um afortunado “acidente de hereditariedade” de forma alguma ou em qualquer nível de desenvolvimento.
            Para muitos, o sextil é considerado um aspecto “menor” ou “pequeno”; talvez esta interpretação seja feita devido ao aspecto envolver apenas 60 graus – metade de um trígono. Quando estudamos o símbolo do sextil somos alertados ao fato que o sextil é tão “maior” quanto qualquer aspecto; quando reconhecemos sua significância como figura das fases dinâmicas da evolução, percebemos que ele é um dos mais importantes dentre todos os símbolos astrológicos, sendo aquele pelo qual o astrólogo, ao compreendê-lo, pode oferecer maior auxílio aos que estão procurando melhor percepção de suas próprias fontes de Luz.
            A forma geométrica essencial do símbolo do aspecto sextil é hexagonal – uma figura de seis lados iguais que repousa, assim como a quadratura e o trígono, sobre uma base horizontal. Os pontos de partida cíclicos da quadratura e do trígono são o ponto médio e a cúspide da segunda casa, respectivamente; o sextil “começa” no Ascendente – o primeiro fator que revela a qualidade dinâmica essencial e significância do aspecto. Assim como o trígono, progressos pelo hexágono é feito a partir de diagonais nos pontos de virada; uma diagonal composta de horizontal e vertical implica na abstração de “para cima e para frente sempre” – o símbolo da evolução espiritualizada.
            A primeira diagonal do hexágono corta através da primeira e segunda casas e estabelece contato com a cúspide da terceira casa. Em outras palavras, ele passa por um atalho através do potencial de desejo da segunda casa e diretamente conecta o “EU SOU” do ascendente com o “Eu Penso” da terceira casa. Seguindo adiante no hexágono vemos que as outras cinco linhas cortam através das casas que abstratamente relacionadas com os signos de água e de terra e que o símbolo todo tem, assim como seus pontos estruturais, as casas relacionadas aos signos de fogo (Espírito) e de as (Mente). (Estas casas são também identificáveis pelos dois pares de “relações paralelas” – primeira e sétima, terceira e nona – mais as duas casas do potencial de poder do Amor – a quinta, e sua polaridade espiritualizada, a décima primeira). O símbolo nos diz que o aspecto do sextil representa os recursos propulsores dinâmicos e positivos da consciência humana – ele corta através dos níveis do desejo e do instinto – colocando em expressão aqueles fatores da consciência que neutralizam os miasmas nos recursos subconscientes dos sentimentos intensos.
            Os símbolos da quadratura e dos trígonos são “fechados”, representando um estado de consciência no qual algo definido foi alcançado. A quadratura é não regeneração que se tornou “encarceramento” – ela deve ser forçosamente afrouxada por agências regenerativas de modo que a evolução possa continuar; o trígono é um nível específico de florescimento – um nível de sincronização interior e equilíbrio. Ele será no tempo certo descristalizado assim como a flor é descristalizada em seu próprio tempo, de forma que os novos processos de vida da planta possam progredir. Os dois planetas envolvidos no aspecto do trígono estão destinados a entrar em relação de trígono com outros planetas no futuro, de forma que a qualidade “estática” da sua relação presente se tornará, no tempo certo, sujeita às forças evolucionárias para a criação de novos padrões de experiências a partir dos quais novos trígonos resultem.
             Na experiência humana vemos esta descristalização de trígonos representadas quando consideramos aquelas coisas que representam felicidade, harmonia e contentamento para uma criança de 6 anos e que não trazem satisfação para um homem de 40. Aquilo que pode representar o florescimento de uma cultura de aborígenes na floresta pode parecer infantil para uma pessoa que está se manifestando como membro de uma sociedade verdadeiramente cultural. “Qualquer planeta em trígono com outro planeta” representa essencialmente, um florescimento de consciência; mas, as manifestações dos trígonos são relativas ao desenvolvimento evolucionário.
            Quando consideramos o símbolo do sextil, estamos olhando para uma figura de “linhas de força”. Este símbolo, diferente de outros símbolos de aspectos, abre uma figura de radiações a partir do centro. Uma vez que é aberto, há uma implicação de indefinição de forma. Ele é de fato processo em progresso ao invés de algo alcançado. As seis linhas – cúspides das casas de ar e fogo – representam uma carga de nova luz e calor a partir do centro; não do centro em si, mas daquilo que emana dele.
            O aspecto de sextil é o princípio de alavancagem e contraforça. Ele tem que ter algo para trabalhar contra e, em relação aos níveis de consciência humanos, a coisa contra a qual ele trabalha contra é sempre um estado não regenerado. Nós não podemos permanecer em um estado específico indefinidamente; fazê-lo seria assegurar estagnação. (Traduza “estagnação” significando “morte”). O aspecto de sextil é o mecanismo pelo qual o Progresso Cósmico se expressa através de nós para descristalizar congestões tornando possíveis as grandes mudanças alquímicas de transmutação e liberação regenerada de potenciais.
            Dois planetas em aspecto de quadratura denotam um estado de inércia através da não regeneração; estas forças devem, se a Vida for expressão progressiva através de uma pessoa, ser descristalizadas de forma que as energias da alma possam ser redistribuídas tornando possível um relacionamento harmonioso eventual como um trígono. Um planeta que faz sextil com um dos dois planetas da quadratura é a agência alquímica – contraforça contra a inércia da quadratura. A troca vibracional entre estes planetas é o potencial de descristalização para redirecionamento das energias do planeta quadrado. É como um produto químico colocado na água que torna o processo da lavagem mais fácil e bem acabado, ou o líquido que amolece a gordura de um cano, de forma que o cano pode mais facilmente drenar a água a ser descartada. Quando os dois planetas de uma oposição estão respectivamente trinados e sextilados por um terceiro planeta, é o planeta do sextil que está sendo trabalhado pela agência regenerativa. Se você tiver a opostunidade de estudar um mapa em que um planeta apresenta apenas faz sextil com outros planetas, dê atenção muito especial a este planeta; pois seu cultivo depende muito do desenvolvimento espiritual da pessoa; este planeta provê uma siginificativa contraforça contra muito do que pode estar se apresentando como não regeneração.
            Dois planetas que se apresentam em um sextil não aspectado contam uma história que em sua inter-relação evolucionária foram permitidos a sair para um bom começo – uma indicação de percepção direta da expressão regenerativa e uma bela promessa de florescimento para um relacionamento de trígono não está longe no futuro. Entretanto, o trabalho regenerativo deve ser expresso continuamente para fazer este florescimento possível; complicações por padrões não regenerados podem resultar em “trabalho arruinado”. Ajude esta pessoa a compreender os princípios destes dois planetas de modo que possa saber como fazer trabalhar estas expressões particulares como neutralizadores para outras vibrações do tipo não regenerado, e desenvolver seus potenciais em relações de reciprocidade. Devemos dar atenção muito cuidadosa ao estudo dos sextis e semi-sextis que encontrarmos em qualquer mapa; nós reconhecemos que eles são os trabalhos da consciência regenerada para descristalizar e redistribuir padrões energéticos que se tornaram estagnados na não regeneração.
            O símbolo do trígono, quando relacionado ao mapa abstrato, coincide com as cúspides das casas 2,6 e 10 – um triângulo equilátero que repousa sobre a base horizontal. Simétrico como o trígono de água, o trígono de terra também representa, pela sua horizontalidade, uma paz – um “descanso perfeito”. Neste símbolo vemos a consciência humana aproveitando os frutos do esforço construtivo; após uma fase de redirecionamento, o pleno florescimento é realizado e desfrutado – seja em momentos durante a encarnação ou durante um ciclo de encarnação.
            Alguns astrólogos correlacionam o símbolo do trígono com o significado essencial do planeta Júpiter – devido, supõem-se, à “alegria” ou “boa fortuna” pela qual eles identificam aquela vibração benevolente. Júpiter, com todo devido respeito a suas inúmeras virtudes, é uma vibração dinâmica; o trígono é equilibrado, uma indicação de harmonia interior, o florescimento da consciência espiritualizada, uma percepção do Eu Superior – todos, resultados de esforços transmutativos.
            Aplique o triângulo com base horizontal ao mapa de doze casas e perceba que, ciclicamente, ele começa na cúspide da segunda casa; ele viaja através da cúspide da sexta casa e a seguir, diretamente para a cúspide da décima casa. O mapa é a representação da evolução da consciência humana através de padrões de experiência e, portanto o significado interior do trígono deve ser encontrado na consideração das casas que ele abstratamente representa, e a partir daí ser deduzida a vibração planetária com a qual mais proximamente ele corresponde. Uma vez que o trígono representa resultado regenerado, vamos aplicar palavras chave regeneradas às três casas envolvidas:
            Segunda casa: “posse e desejo de posses” foram transmutados para consciência da troca correta de dinheiro e bens materiais, serviço perfeito e a resultante regeneração dos relacionamentos entre pessoas que aprenderam a dirigir as trocas financeiras através do sentimento correto entre as partes.
            Sexta casa: A consciência de “Trabalho” é regenerada para uma expressão de Serviço Amoroso como liberação dos potenciais da quinta casa; como extensão da regeneração da segunda casa, pessoas que trabalham e pessoas para as quais se trabalha estão em relação de equilíbrio e simpatia mútuos; as trocas monetárias e de commodities estão balanceadas pelas trocas em valor de trabalho; a consciência correta da troca monetária se correlaciona com a melhor expressão do potencial de trabalho. “Capital versus Trabalho” é transmutado para “Capital e Trabalho” harmoniosamente integrados como base – a linha horizontal – para a estrutura vertical ao terceiro ponto que é:
            A décima casa: a conquista de uma Sociedade perfeita, incluindo e englobando as melhores expressões de todas as classes e níveis evolutivos da humanidade. Uma vez que as casas de terra sucedem as casas de fogo, configura-se a figura de que a sociedade perfeita é a manifestação dos poderes de autoconsciência, amor e sabedoria de todas as pessoas. O aspecto do trígono em um horóscopo individual representa uma percepção alcançada de algum nível ou fase, da relação correta do indivíduo como o mundo em seu aspecto mais amplo; o símbolo em si, como abstração do Grande Horóscopo, representa o florescimento espiritual, cultural e econômico da humanidade, como uma entidade (hierarquia), em seu caminho evolucionário.
            Civilizações crescem, florescem e fenecem; indivíduos crescem para, passam através e transcendem “pontos de descanso” em sua experiência individual, mas o trígono é o ápice, a “conquista perfeita” – o florescer do melhor na consciência individual ou coletiva. Sua correlação planetária não é Júpiter, mas Vênus, o arquétipo da essência feminina da consciência – Harmonia, Amor e Beleza destilados das lutas e crescimentos de todas as pessoas; mel destilado do néctar das flores; a perfeição da linha, estrutura e cor do corpo humano cultivado; o brilho e as irradiações da joia meticulosamente cortada: cultura que representa o melhor das realizações da humanidade.
            Através de seus trígonos você está consciente da sua consciência de Deus – você está “sintonizado” com o seu melhor: a amplitude, beleza e harmonia das suas condições exteriores são o reflexo de sua consciência regenerada. Faça mais que simplesmente usufruir seus trígonos – compartilhe-os com todas as pessoas que você contatar mantendo sua “consciência trina” viva e expressiva sempre. Deste modo você não apenas compartilha seus tesouros, mas pelo poder das vibrações simpáticas, você “ativa” outras pessoas para uma maior consciência de seu Bom interior, estimulando os bons aspectos em seus mapas.