quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

CAPÍTULO XXXV – SEGURANÇA

          “Existir” é “estar em movimento”, mas “viver construtivamente” é “existir com uma consciência de base e objetivo”. Nesta consciência está a raiz do sentimento de segurança independente das circunstâncias externas. A mandala astrológica representa isso da seguinte forma: desenhe um círculo com seus diâmetros horizontal e vertical; coloque o símbolo de Áries no Ascendente, Capricórnio no meio do céu e Câncer no fundo do céu; conecte Áries a Capricórnio e Câncer por linhas retas.
            Áries é o Eu sou primordial – a consciência da essência individualizada. Como Vida é ação, “ser” significa “expressar”, “projetar” e “agir e reagir”. Criatividade e epigênese são, dependendo da oitava evolucionária, os arqui-princípios da ação da vida pois todas as expressões são radiativas e afetivas por natureza. Marte é então o Princípio da Ação, a “Chispa da Chama Central” que provê todo aspecto epigenético com a faculdade de movimento projetivo. Mas, Marte precisa de um objetivo para o qual se dirigir, de outro modo sua ação é esvaziada de propósito ou significado. Suas ações desfocadas são, portanto energia perdida. Desperdiçar o reservatório de energia é depletar a consciência do Eu sou; o resultado desta depleção é uma polaridade do sentimento de insegurança.
            Ter uma percepção deformada do Eu sou é estar relativamente descentralizado e correspondentemente, relativamente suscetível aos impactos de outras projeções de poderes mentais, emocionais, psíquicos e físicos. Lembre-se que no tiro ao alvo, atirar e lançar não tem nenhum significado se não há um alvo em que se focar para treinamento; o alvo simboliza quimicamente o objetivo de desenvolver a coordenação física para a qual o atirador ou o lançador praticam. Continuar a atirar e lançar sem o foco do alvo é “Marte sem um objetivo”; esta ação pode resultar em algum grau de exercício muscular, mas pouco, se algum, resultado sobre a coordenação muscular.
            Nós chamamos as crianças em crescimento de “adultos jovens”. Quando os objetivos do amadurecimento vital não são focalizados, então o crescimento mecânico – como no caso do treinamento de tiro e lançamento sem objetivo – eventualmente resulta na insegurança consequente ao desperdício de movimento e energia. “Encarnar” tem como propósito a doação de vida que é maturidade e que, astrologicamente, é indicado pela exaltação de Marte em Capricórnio, o signo saturnino do poder de assumir e cumprir responsabilidades. Estas responsabilidades são inerentes ao fato de que a maturidade da consciência implica em auto direcionamento e a responsabilidade espiritual é sua expressão construtiva. Na oitava genérica da expressão, “expressão construtiva” é vida geradora e cuidado com o que foi gerado, seja a encarnação de outros Egos – “nossas crianças” – ou o início de um padrão de trabalho – “nosso serviço”.
            Desperdiçar o amadurecimento é, em alto grau, uma ação mecânica que resulta em insegurança quando a pessoa é convocada em seu tempo para uma expressão madura, mas é incapaz de exercê-la. Ele fica à mercê das vibrações e poderes de outras pessoas e ele é incapaz de funcionar a partir de seu centro de auto direcionamento. Marte, deixando Áries e viajando pelo mapa em sentido anti-horário, deve se elevar a partir do ponto de Câncer no fundo do mapa; permanecer ancorado a uma segurança dependente é evitar a propulsão dinâmica ascendente do verdadeiro crescimento. Qualquer pessoa assim afundada tenta funcionar a partir da força de outra pessoa, ele não “conhece sua essência”. Ele fica fixo na “base”, mas como é incapaz de objetivos individualizados, não pode evitar sua falha em vivenciar o ideal da verdadeira segurança.
            Como aquilo que está crescendo precisa de proteção e sustentação, a verdadeira segurança dependente é o preenchimento de necessidades legítimas. O feto precisa da substância materna, o bebê e a criança em crescimento precisam de comida, abrigo, orientação e amor; o estudante precisa educação, o trabalhador precisa de um serviço objetivo e um rendimento. Todas as pessoas em evolução precisam do senso de segurança a partir de identidades específicas – afiliação familiar, afiliação religiosa, afiliação nacional, afiliação racial – até que sua verdadeira natureza interior se realize. Congestões na segurança-dependência resultam em anormalidades sexuais e psicológicas, cristalização em opiniões, preconceito, intolerância, fixação em expressões químicas como símbolos de segurança, medos raciais e nacionalistas e inimizades, sobretudo na incapacidade para se ajustar às mudanças necessárias para o desenvolvimento e flexibilização da consciência.
            Uma pessoa “chega” em um ponto específico de sua evolução; quando ela identifica aquele ponto como “uma realidade” ela permanece, de certo modo, parado por um tempo até cumprir os requerimentos daquele ponto. Se ela falha em se ajustar às mudanças necessárias – permanece fixa naquilo que se tornou familiar – ela “morre por dentro”, pois sua consciência não permite que as forças evolucionárias da vida se expressem através dela. E aquele “ponto” pode ser qualquer das coisas inumeráveis com as quais os humanos se identificam durante a sequência de suas encarnações.
            O signo de Câncer na Grande Mandala é o “símbolo-ninho” para a pessoa dependente. Exotericamente ele é “fonte quimicalizada” (considerar como manifesta na região química do mundo físico – sugestão do tradutor)– ventre, mãe, lar, nação e raça. Esotericamente ele é sua própria base psicológica – suas bases interiores como consciência de recurso de expressão para sua necessidade individualizada de maior preenchimento. A base psicológica nunca é dependente das expressões químicas da vida; uma vez estabelecida, a pessoa se baseia nela onde quer que vá durante sua encarnação. Esta instituição interior torna possível a ele se ajustar a quaisquer mudanças exteriores de circunstâncias, aqui é vista uma figuração da Lua – regente de Câncer – sendo exaltada em seu próprio signo de décima primeira casa, Touro. Touro corresponde a Câncer assim como Aquário regido por Urano corresponde a Áries – o padrão do signo da décima primeira casa é liberação e impessoalidade.
            A pessoa desorganizada– o nômade, o fora da lei e o insano – é assim, pois perdeu o senso de contato com sua identidade e foco interior. O nômade tem experiência, certamente, mas ela tem natureza de um movimento sem objetivo na vida; o fora da lei perdeu seu senso de pertencimento com as outras pessoas – ele está em estado de protesto contínuo contra algo nele mesmo (algo da fonte vibratória da encarnação presente) que ele não compreendeu ou percebeu claramente. Em outras palavras, não há conexão nas mentes destas pessoas, entre o que elas foram no passado, o que elas deveriam ser agora e o que elas podem vir a ser no futuro. Seu passado esquecido e seu futuro não delineado os mantêm suspensos em um presente sem propósitos.
            A pessoa que designamos “avara” é uma das mais inseguras, pois não está consciente da fonte de seu apego à quimicalidade – dinheiro – como símbolo de segurança. Sua ambição e incessante acúmulo representa seu fundamento interior dissoluto – ele busca segurança em “possuir” algo cuja identidade essencial é “meio de troca como expressão de sentimento em relação a outras pessoas”.
            A ligação excessiva a alguém amado é também sinal da dependência de segurança negativa, pois a pessoa em sofrimento identifica o outro humano como sua base psicológica. O amor devoto e fiel não é em si um “mecanismo de congestão”, senão a expressão de oitava superior do coração humano. Mas o tipo de amor que não pode viver de modo independente da proximidade química não é verdadeiramente amor, mas um símbolo de insegurança interior; qualquer um que identifique o outro como “segurança” está fora de sua própria base interior – ele é continuamente aflito por ansiedades, apreensões e tensões. A pessoa “deslocada” de si, diz que está ansiosa a respeito do bem estar do amado, mas é sua própria segurança que a deixa ansiosa. O amor verdadeiro é doador de saúde, fortalecedor da fé, inspirador de confiança; o “amante” temeroso em tensa dependência expressa justamente o oposto.
            Vemos então que a dependência excessiva de recursos exteriores é a raiz primordial da insegurança. A correção é encontrada na compreensão do que o externo simboliza e em estabelecer a realidade daquele símbolo na consciência, passando a expressar a partir daquela base psicológica; esta expressão é auto regeneradora e auto direcionadora; ela é simbolizada pela linha desenhada de Câncer em direção ascensional a Capricórnio na Grande Mandala. Esta é a figura da pessoa dependente e imatura transmutando sua consciência a partir da experiência para alcançar o estado de indivíduo maduro e independente. Nós reconhecemos, pois a polaridade é interativa e retroativa, que o diâmetro Câncer-Capricórnio representa as inseguranças presentes resultantes do passado não realizado e as seguranças presentes resultantes de realizações passadas. Aquilo que agora é estabelecido como som, a base psicológica integrada de poder, é pábulo para o exercício das realizações de responsabilidade. Ser livre da dependência de fatores externos qualifica para o auto direcionamento e funcionamento eficiente e dinâmico. Muitas pessoas assumem responsabilidades – família, trabalho etc. – mas sua base psicológica fragmentada, com a dependência resultante do exterior como segurança, os desqualifica para o cumprimento pleno daquilo que assumiram.
            Por exemplo – e há muito disso a ser estudado nesses tempos – um homem assume a responsabilidade de um trabalho no governo; ele é inseguro pela sua dependência excessiva do dinheiro como símbolo de segurança; ele denigre os princípios inerentes às responsabilidades de sua ocupação; ele “trabalha sobre os princípios de levar vantagem” e falha em cumprir o que prometeu para conquistar seu símbolo ilusório de segurança; em sua próxima encarnação ou em alguma encarnação futura – sua fé nas outras pessoas será desafiada pela sua falsidade e falta de princípios; elas simplesmente representarão sua própria insegurança intensificada, o resultado de sua imaturidade espiritual prévia (presente). Isto é um ponto importante a considerar: aderir aos princípios de um padrão de trabalho ou um padrão de relacionamento assegura a eficiência máxima na realização da responsabilidade e correspondentemente, uma eficiência máxima na maturação da base psicológica a ser trazida como “pábulo de força” para a próxima encarnação. O acúmulo de pábulo de força equivale ao acúmulo de Maestria relativa; a depleção do pábulo de força é estagnação em cumprir com o ideal.
            A pessoa que assume um padrão de responsabilidade e trai aquele padrão por escuridão interior e falta de princípios desintegra sua própria base psicológica em algum grau. Ele se desqualifica para maior expressão de poder até que acesse sua consciência, enfrente e passe nos testes que a Vida (sua própria consciência) traz para que prove seu mérito. Quando você como astro-filósofo estudar mapas para analisar as causas dos problemas alheios e reconhecer que o sofrimento decorre da dependência excessiva de fatores externos, saiba então que em algum lugar no passado ele se desqualificou e suas desqualificações se manifestam desta vez pela sua reação de dependência nas fraquezas dos outros. Ele dirá a você que seus pais nunca lhe deram o suficiente, ele nunca tem folga, seu chefe nunca o aprecia, sempre tiram vantagem dele e o provocam, ele sempre se envolve em acidentes automobilísticos, seus filhos estão sempre doentes, ele se divorciou três vezes, foi traído pela mulher que amava, etc. Estas histórias sempre representam inseguranças terrivelmente profundas, o resultado direto da traição dos compromissos de responsabilidade no passado. Agora, tal pessoa não sabe justamente quem é ou o que está aqui a fazer; suas motivações são minimamente percebidas; ele é desinformado de seus recursos de poder (pábulo de força); e sua consciência dos princípios de experiência é na melhor das hipóteses borrada. Ele tem que aprender novamente qual é a sua identidade e o que significa compreender princípios de experiência e os métodos espirituais para se expressar de acordo ao Princípio.
            Agora – um caso muito em evidência nos dias de hoje – segurança internacional.
            Este termo é um composto da consciência de segurança de cada humano agora encarnado. Nestes últimos tempos passamos a reconhecer mais claramente o “Um Mundo” que em qualquer outro momento histórico. Reconhecer “Um Mundo” é assumir a responsabilidade de viver de acordo. Não reconhecer – ou não ser capaz de reconhecer – “Um Mundo” simplesmente representa a aderência a conceitos nacionalistas separatistas; Não se pode esperar que pessoas nacionalisticamente pensantes “pensem internacionalmente” assim como não se espera que uma criança pequena ame as mães e os pais de outras crianças como seus próprios. Mas – e isto é muito significante – há muitos encarnados que professam a “Consciência de Um Mundo”, mas que a violam continuamente. O que nos traz à questão do “Americanismo”:
            Encarnar como cidadão dos Estados Unidos da América é assumir a responsabilidade de viver a “Consciência de Um Mundo”. Você e Eu e qualquer outro cidadão Americano qualificado para a encarnação aqui, e devemos justificar aquela qualificação ou reencarnar – sob formas muito menos liberais de governo. Estamos estabelecidos como uma nação sob a diretiva espiritual de liberdade e justiça para todos – e o “todos” não se restringe apenas aos Americanos. A comunidade desta nação é principalmente derivada dos antepassados de Europeus, Asiáticos e Africanos e devido à consciência – qualidade em que estamos – de sintonia aos princípios democráticos do viver fomos permitidos – temporalmente –a encarnar sob uma forma de governo baseada naqueles princípios.
            O horóscopo dos Estados Unidos da América apresenta o Sol e três planetas no signo de Câncer – somos verdadeiramente um “ninho” para humanos de todos os tipos de antecedentes raciais, nacionais e religiosos. O Sol em Câncer é o regente da quarta casa, e naquele signo se encontra em seu próprio signo da décima segunda casa – o “padrão redentor”. Câncer está na segunda e terceira cúspides; o Sol e dois dos planetas estão na segunda casa; Mercúrio, regente do Ascendente Gêmeos e dispositor do Marte e Urano Geminianos, está em Câncer na terceira casa; a Lua, regente da segunda e terceira casas está em Aquário; Saturno, regente da oitava e da nona casas, está exaltado em Libra em trígono com a Lua. Nossa “base psicológica nacional” (não há planetas na quarta casa em Leão) está focada nesta “congregação planetária” no signo de Câncer; pode ser interpretado como: educação e trocas de substâncias materiais de acordo com princípios governamentais democráticos como recurso espiritualizado de nosso progresso e evolução nacional.
            Alguma vez cometemos ultraje a estes princípios? Nosso tratamento aos nossos Índios Americanos e cidadãos Negros diz sim. Alguma vez gastamos nosso fabuloso legado de recursos naturais? A resposta é sim. Como nação inspirada democraticamente, permitimos a compra e venda de camaradas humanos? A história da escravidão negra neste país diz sim. Estimulamos a fraqueza de outras pessoas? A história dos calotes das dívidas de guerra de outras nações diz sim. Estamos em Dezembro de 1950 – jornais nas últimas semanas revelaram a permissão da venda de produtos Americanos a nações contra as quais estamos em guerra – uma repetição, em parte, da história da venda de sucata de ferro aos Japoneses durante seu ataque aos Chineses nos anos 30. Isto, da parte de um governo democrático é certamente a blasfêmia suprema contra nosso princípio de “justiça para todos”.

            Para dizer mais, aquele “nada pode ser feito a esse respeito” é o máximo supremo da patética aquiescência; tais violações de nossos poderes, como custódia de substâncias, devem ser interrompidas. Desde que uma expressão química apenas representa um estado interior, dizer que estamos “com medo dos comunistas Chineses”, “com medo dos Russos”, “com medo de bombardeio atômico” é apenas meia verdade. Estamos receosos dos resultados de nossa própria violação dos princípios e o caminho que estamos enveredando hoje no oriente é o resultado da difamação daqueles princípios que inspiraram a fundação desta nação. Alimento para o pensamento! Permita-se cada Americano se aperceber de como vive sua cidadania. A cidadania americana é uma benção a ser honrada na vivência – não é apenas algo que “caiu em nosso colo” para se tirar vantagem de modo impensado e dispendioso. Na medida em que nos expressamos em termos de intolerância religiosa, preconceito racial, corrupção financeira e falta de integridade pessoal, nos desqualificamos para este privilégio; na medida em que auxiliamos os outros a responsabilizarem-se na administração de recursos de forma inteligente e pelo bem de todos na terra, mantemos nossa mente aberta para a melhor apreciação das qualidades e direitos de todos assim como nossas qualidades democráticas. Nós, como nação, somos o poder democrático; nós, como Americanos, somos microcosmos daquele poder e é nossa responsabilidade espiritual e nossa alegria pessoal manifestar aquele ideal enquanto estivermos encarnados. Isso, nada mais, assegurará nossa segurança nacional e individual. Devemos, como Americanos e Terráqueos, operar a partir de base psicológica – “o pábulo de poder” – de nossos princípios espirituais. A regeneração de Capricórnio e o cumprimento do idealismo democrático é o “amadurecimento” da base de Câncer. Compreender essa maturidade é o significado de “ser Americano” e o significado de “sermos Terráqueos democráticos”.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CAPÍTULO XXXIV – COMPLEMENTAÇÃO

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng82.htm#chapter1


            Complementação é a palavra mais importante no estudo das relações humanas, pois é a palavra-símbolo do arquétipo das trocas vibratórias que fazem da relação o que ela é. Sua vida é polaridade; seus dois macrocosmos básicos são masculino e feminino. Todos os padrões de relacionamentos humanos básicos (marital, fraternal, pais-filhos, etc.) representam um padrão específico de complementação em ação como “ignições” da consciência vibratória humana.

         A pessoa cujas qualidades vibratórias não contêm nada frente ao que respondamos, em nossos sentimentos subconscientes, é a pessoa à qual somos indiferentes; em contatos casuais encontramos este tipo de personalidade na dimensão tempo-espaço. A ausência de ignição vibratória mútua exclui tudo do contato que poderia resultar em relacionamento. A ignição por uma pessoa sobre o corpo vibratório de outra, leva a pessoa que foi estimulada a reagir com um sentimento subconsciente; ela, a partir de suas reações, subconscientemente descreve o contato com certo termo. Na falta de mutualidade, a “qualidade-relacionamento” existe apenas em sua própria interioridade.

          Entretanto, quando meditamos na questão de nossa faculdade de reação subconsciente, reconhecemos algo marcante: nós, enquanto “mecanismos reativos”, reagimos em algum grau a quase todos os outros seres humanos. Andando em uma rua movimentada, passamos entre inúmeras pessoas; a menos que estejamos intensamente ocupados com alguma figura mental focada, nós momentaneamente reagimos às impressões dos rostos, figuras, corpos, roupas, caminhares, deformidades, belezas e ações dos outros; mesmo uma preocupação profunda pode ser solta se entrarmos em contato com o campo vibratório de alguém que coincida com um de nossos quadros interiores de relacionamento de forma marcante – nossa atenção “vem à tona” com aquela pessoa e experimentamos uma reação-sentimento. Aquela reação-sentimento é consciência de relacionamento, pois uma de nossas figuras relacionamento subconscientes foi, por um instante, “desperta”. Aquela pessoa – um perfeito estranho que eventualmente nunca mais veremos – é a representação de uma faceta de nosso recurso-relacionamento, e como tal se relaciona conosco de modo vibratório. Este “relacionamento” será agradável ou não dependendo da qualidade básica de nosso “quadro interior”.

          Acostumamos tanto aos nossos padrões básicos de relacionamento que apenas talvez reconheçamos sua fonte ou qualidade verdadeira. Apenas reagimos, reagimos e reagimos. A Arte do Relacionamento Humano – a maior de todas as artes – é a harmonização de nossas reações às pessoas de forma a tornar cada vez mais claras as percepções do ideal que é o arquétipo de cada pessoa. É verdade que a realidade de cada pessoa – para você, em qualquer momento de seu tempo evolutivo – seja a qualidade de sua reação à pessoa; mude sua reação e você muda a qualidade do relacionamento, para melhor ou pior.

        Isto não é apenas teoria; prove você mesmo mentalmente evocando suas próprias mudanças de qualidade-reação em relação a pessoas que se apresentaram a você de forma significativa em sua experiência durante esta encarnação. Alguma vez você amou alguém profundamente e então percebeu sua reação mudando para um sentimento de repúdio ou aversão? Alguma vez você temeu alguém e então, com compreensão clara, passou a tê-lo como amigo valoroso? Alguma vez experimentou uma congestão-desintegração ao se tornar mais atencioso e amoroso em relação a algum de seus pais ou irmãos? Alguma vez odiou alguém tão profundamente que chegou a sentir um desejo de destruí-lo ou machucá-lo de forma drástica e então experimentou uma mudança marcante no coração (frase significativa!) que você chegou a um sentimento de profundo respeito e admiração? Alguma vez foi aparentemente indiferente a alguém que figurou em sua experiência por um tempo longo e de repente passou por tal mudança de sentimento que se apaixonou e casou com a pessoa? Todos estes tipos de mudanças interiores representam as realidades de transformação-relacionamento por “modulação em diferentes oitavas e chaves” – para diferentes padrões. Amor-Sabedoria nutre a realidade arquetípica de todas as relações entre pessoas.

            Nesta discussão sobre “complementação” não estamos preocupados com as casas do horóscopo primariamente; as casas são a descrição espacial (física) das experiências e relacionamentos. Estamos preocupados com as qualidades vibratórias, qualidades genéricas, focalização de qualidades genéricas pelos planetas e padrões genéricos representados pelos aspectos planetários. Tente flexibilizar e preparar sua mente para este estudo: faça uma cópia de seu mapa natal sem as cúspides das casas; simplesmente coloque os planetas em suas posições aproximadas no mapa por signos e graus. Isto para que você possa ter em mente os aspectos feitos entre seus planetas. Agora faça uma lista dos regentes planetários dos doze signos; sugerido: Marte para Áries, Vênus para Touro-Libra, Mercúrio para Gêmeos-Virgem, Lua para Câncer, Sol para Leão, Plutão para Escorpião, Júpiter para Sagitário, Saturno para Capricórnio, Urano para Aquário e Netuno para Peixes. Aprenda esta lista de modo que seja perfeitamente familiar a você. É a regência planetária do zodíaco. Aprenda também a disposição planetária do zodíaco: todos os planetas em Áries são dispostos por Marte, todos em Touro-Libra por Vênus, em Gêmeos-Virgem por Mercúrio, em Câncer pela Lua, etc. Em outras palavras, planetas em um dado signo são dispostos pelo regente daquele signo; o regente planetário de um dado signo dispõe todos os planetas naquele signo. Adquira fluência nestes pontos.

            Agora, para melhor clareza, circunde por um círculo todos os planetas em cada signo particular no mapa sem cúspides que você fez. Isto dá a seus olhos uma chance de agrupar seus planetas por posição-signo, independente da casa que ocupem; liste seus planetas e coloque-os entre colchetes associando-os a seus dispositores planetários; esta lista é o grupamento vibratório de seu horóscopo – você deve aprendê-la plenamente. Agora, no mapa sem cúspides, desenhe um diâmetro: o ponto inicial será o regente planetário de seu horóscopo natal; o signo que contém o ponto oposto é seu signo de complementação; seu regente (seja qualquer planeta) focaliza aquela vibração, sendo assim sua vibração complementar essencial. Assim, vemos que o dispositor do regente de seu Ascendente e o regente do signo oposto àquele que contém o regente de seu Ascendente são os dois pontos básicos de seus padrões de complementação nesta encarnação. O signo que contém seu “planeta complemento” e seu regente será a vibração qualificadora chefe de seu complemento. Estude seu dispositor do regente do Ascendente e seu complemento planetário sob todos os pontos de vista concebíveis; neles se encontram os segredos interiores de sua consciência de relacionamento nesta encarnação; eles representam as vibrações focalizadas ou representações interiores de “você” e do “você outro”.

            Agora para criar o primeiro de seus dois “mapas genéricos”. Este é derivado diretamente de seu Ascendente natal. Faça uma cópia de seu horóscopo natal, corrija-o em cada detalhe, usando, como Ascendente, a cúspide que traz o signo que contém o regente de seu Ascendente; não mude nada no mapa. O signo que agora aparece como Ascendente (contendo na décima segunda ou na primeira casa seu regente natal) é seu Ascendente vibratório. O planeta que rege este signo é seu regente vibratório e sua posição por signo, trígono elemental (fogo, terra, ar e água), cruz estrutural (cardinal, fixa, mutável), e aspectos planetários dão a figura de seu auto reconhecimento interior; seu regente natal é sua “expressão” – como você se pensa conscientemente e como você diretamente parece às outras pessoas. Lembre-se que o regente de seu Ascendente natal é projetado no mapa a partir do Ascendente e pela casa em que se encontra ele indica seu auto reconhecimento em termos de espaço tempo e atividade. O regente vibratório, entretanto, é projetado a partir do signo que ele rege e seu relacionamento com o corpo do mapa ocorre em termos da extensão de seu próprio signo de dignidade. Se o regente vibratório está no mesmo elemento que o signo que ele rege (o signo vibratório do Ascendente) então é a expressão de Poder ou Amor ou Sabedoria de sua natureza interior que está focalizada e indicando seu poder espiritual básico. Se o regente vibratório estiver em um signo que pertença à mesma cruz estrutural do signo que ele rege, então está quadrando ou se opondo a seu signo de dignidade e isto representa um ponto de virada evolutiva – análogo aos “pontos de virada” dos quadrados cardinal, fixo e mutável (ou “cruzes”) da Grande (ou Abstrata) Mandala.

            Seu mapa, como se apresenta agora (com o Ascendente vibratório) é a variação genérica básica de seu mapa natal. A qualidade genérica do regente vibratório, o signo em que ele está e a qualidade de seu dispositor serve para identificar a qualidade genérica básica de seu mapa natal, visto que esta variação deriva da posição por signo do regente do Ascendente natal. Sintetize cuidadosamente em relação ao espectro genérico e lembre-se que esta variação não é figurativa de seu Ser enquanto “masculino” ou “feminino”; mas a masculinidade ou feminilidade básica de sua natureza interior. Como esta variação deriva diretamente do horóscopo natal, considere este pensamento: Qual casa, em seu mapa natal, contém seu regente vibratório? Esta casa, qualquer que seja, representarão foco físico ou “espaço-tempo” deste particular florescimento vibratório. Em outras palavras, o “onde e quando em sua encarnação você encontrará perfeição desta qualidade básica interior de sua natureza”. O que seu mapa mostra em relação a isto?

            Se você for de inclinação filosófica ou psicológica (e claro que você é ou não estaria lendo isto), você reconhecerá que você e apenas você é o fator determinante de suas experiências-relacionamento. Filósofos, como regra, não andam as apalpadelas cegamente através de suas encarnações cometendo os mesmo antigos erros repetidamente; eles buscam iluminação no sentido de melhorar suas condições interiores e aprender como melhorar a qualidade de suas expressões. Filósofos não gastam seu tempo em culpar ou acusar aos outros, pois sabem que não são as pessoas, mas suas próprias reações negativas que causam suas dores. Então, como filósofos, apreciaremos um estudo do mapa genérico básico e como ele serve para representar o “interior” de nossa consciência-relacionamento. Outra variação.

             Do mapa como ele agora se apresenta: “genérico básico”, vire-o (ou faça outra cópia) de modo que o signo oposto ao que contém o regente natal apareça como o Ascendente. Este é – ou devemos chamá-lo – sua “complementação do Ascendente”; seu regente planetário é seu “regente complementação”.

            Agora este planeta, qualquer que seja, é a destilação de sua consciência de complementação de relacionamento – no sentido mais profundo. Trata-se do retrato vibratório essencial de seu “outro eu” e, inversamente, é o retrato do inimigo que você carrega ao redor de seu eu interior; esta “inimizade” é, por certo, qualificada pelos aspectos regenerativos feitos por este planeta, mas suas congestões (quadraturas e oposições) são, na opinião do autor, mais importantes de serem entendidas que qualquer outro fator de seu composto astrológico, pois cada uma dessas congestões é “o mote em seu próprio olhar” a partir do qual você verá o mal no próximo.

            Cada congestão a este regente-complementação representa, de fato, uma profunda e obscura ignorância de um princípio-Vida específico. A estimulação dessas congestões fará com que “outras pessoas o firam da forma mais intensa” – suas reações a elas, por este estímulo, em momentos diferentes, é o que você sente quando a Vida, em sua Sabedoria, usa um bisturi para uma pequena cirurgia em suas condições interiores cristalizadas e congestionadas. Enquanto você vivenciar estes padrões reativamente você sofrerá a partir de suas reações às pessoas representadas pelos aspectos; mas quando você ilumina sua consciência em relação à natureza do princípio representado por um planeta particular, você reconhecerá que deve conscientemente alinhar-se para tornar este princípio uma expressão construtiva em sua vida; na medida em que você faz isso, você “dará as mãos ao inimigo interno e fará dele um amigo”. O Grande Professor disse: “Não resista ao mal”; será que Ele quis dizer: “Desisto de me preocupar e me incomodar quanto à forma que outras pessoas gastam seu tempo em conduzir suas consciências e vidas”? Sugere-se – porque este ponto particular é de importância urgente – que você faça o estudo mais detalhado possível deste “regente-complemento”. Estude sua colocação e significado em relação à Grande Mandala; estude seu significado genérico e seu significado no relacionamento. O que ele representa como princípio espiritual e do ponto de vista cármico? O que você fez no passado para criar os aspectos congestos presentes? Quantas pessoas (que você conheça o mapa) têm “pontos” que sincronizam com este planeta em seu padrão? Qual têm sido sua influência e efeito em você e sua vida? Qual tem sido sua influência sobre eles, por gentileza? Você tende a culpá-los por “fazer coisas a você” e ao se afastar você faz as mesmas coisas aos outros? Percebe-se que em nenhum outro fator astrológico o estudante precisa evocar seus pensamentos, sentimentos e reações com honestidade e meticulosidade, do que naqueles assuntos que dizem respeito a este planeta em particular.

            Os mapas, certamente variam consideravelmente no que diz respeito à qualidade vibracional. Talvez este “regente de complementação” em seu mapa não tenha congestões – apenas sextis e trígonos; sugere-se então que você compare este planeta com seu “regente vibracional”. Qual deles lhe possibilita mais “vantagem”, qual deles representa a expressão mais livre de Poder como Amor-Sabedoria, qual deles age mais efetivamente como “descristalizador de congestões”, qual deles representa um princípio do qual você esteja mais claramente atento em seu ser consciente, qual deles representa mais claramente um ideal que você vê representado nos outros, ou um ideal que você mesmo expressa para os outros? Há muitas questões que você pode perguntar para seu Eu Superior em relação a essas coisas, mas elas devem ser respondidas honestamente – desculpas, justificações e acusações não devem ter espaço neste tipo de análise. O “regente de complementação” pode certamente ser estudado a partir de um fator adicional: a qualidade do planeta que o dispõe – aquele planeta pode estar bastante congestionado mesmo que o regente de complementação não esteja; se este for o caso, então aprenda de seus relacionamentos (o bem expresso pelas outras pessoas) como lidar com aquela congestão particular. Você verá algo maravilhoso nas outras pessoas que você apreciaria ter em você; tente determinar o que é este princípio e colocá-lo em ação na sua vida diária. É este o real significado de “aprendizado de vida”.

            Então temos agora o mapa natal e suas duas variações genéricas básicas (Sugere-se cópias destes três para referência). Os signos cardinais focalizam a estrutura-relacionamento vibratória, e esta focalização é representada pelas posições dos signos e aspectos dos planetas estruturais: Marte, Lua, Vênus e Saturno. O grupamento genérico dos planetas servirá para determinar qual das duas “variações” é o “mapa genérico masculino” e qual é o “mapa genérico feminino” e a partir desta síntese você pode determinar a qualidade genérica de seus padrões de relacionamento básicos. Quais relacionamentos focalizam suas expressões masculinas e quais focalizam as femininas; quais focalizam seus padrões de reação; que tipo de padrão de relacionamento serve para trazer a você suas lições espirituais mais necessárias; a partir de qual – ou de ambos – você naturalmente contribui melhor em termos de amor e sabedoria?

            Para se realizar em termos de valores astrológicos, muito estudo se faz necessário, além de meditação, observação e experiência; é impossível que todos estes fatores sutis sejam colocados em palavras em uma sentada apenas. Mas quando um estudante de astrologia é também um filósofo que mantem sua mente aberta a novas oitavas de realização, ele ativa sua Sabedoria Interior pouco a pouco até que níveis profundos de realização se elevem à superfície da consciência para aplicação prática. Nós percebemos que é inútil centrar a atenção em pessoas como sendo apenas “masculino e feminino” – o “processo de repolarização” está em efeito há muito tempo para fazer esta abordagem válida essencialmente. Estamos constatando que a verdade das relações humanas é polaridade cósmica. Masculinidade e feminilidade – “expressão e reflexão” – são expressas por todas as pessoas, independente de seus corpos físicos e seus propósitos generativos e capacidades.

            Então, ao atentarmos claramente aos valores simbólicos de Marte, Lua, Vênus, Saturno e dos outros corpos planetários que focalizam o valor genérico dos signos zodiacais, vemos em cada horóscopo a masculinidade/feminilidade de cada ser humano. Devemos aprender – é nosso principal propósito aqui – as formas de expressar e refletir os Princípios Genéricos da Vida; nossa “escola” é a humanidade; nossas “salas de aula” são a soma total de todas as nossas experiências relacionamento, como homem e mulher em todas as nossas encarnações. Nada menos que isso poderia prover o pábulo para a realização completa do ideal humano.

domingo, 12 de outubro de 2014

CAPÍTULO XXXIII – CONDENSANDO O HORÓSCOPO


            Observa-se que a maioria dos estudantes de astrologia, vez ou outra, experimentam confusão em sua investida de estudar e analisar fatores individuais de um mapa, tentando ao mesmo tempo relacioná-los à soma total do mapa. Este material é oferecido na esperança de servir para focar as sequências zodiacais em suas formações de cruz e trígonos de modo que os fatores do mapa possam ser percebidos com maior clareza; pelo seu valor individual assim como pela sua relação com o total. Usaremos duas folhas de papel A4 para as mandalas.

            O primeiro passo na condensação será rever o que está sendo dito nestes artigos várias vezes: existe apenas um horóscopo; um Sol, uma Lua, um de cada planeta, um Ascendente e um Meio do Céu, um de cada casa e signos, um quadrado e uma oposição, uma conjunção, um sextil e um trígono, um raio e um diâmetro. Isto é assim, pois há apenas um Centro e um preenchimento dos potenciais daquele Centro.

O Centro é obviamente a ideia arquetípica da humanidade – da qual cada ser humano é uma expressão especializada, encarnando por lei na dimensão triuna do tempo – espaço – polaridade. Sua identidade pessoal nesta dimensão é dupla: seus potenciais não preenchidos e suas conquistas relativas. O propósito de reencarnar é realizar a identidade perfeita através do preenchimento de todos os potenciais. Você é um veículo individualizado da lei de Causa (polaridade positiva) e Efeito (polaridade negativa), pois você possui os atributos de expressar seus potenciais de elaborar causas e reagir aos efeitos das causas. A identidade perfeita é feita através dos processos de causar e reagir em ressonância com Amor-Sabedoria. Suas modulações evolucionárias são as maneiras que você escolhe expressar (causa inicial) e a reagir (interpretar o efeito).

Em uma folha A4 na vertical, divida o papel em 12 secções iguais. A linha de cima é designada “Fogo”; a secção superior esquerda é designada “1- Cardinal”; a do meio é “2- Fixo”; e a secção da direita é “3- Mutável”. As demais linhas devem ser preenchidas respectivamente com “Terra”, “Ar” e “Água”. (Usaremos diagramas limpos usando um compasso para os círculos).

Em uma folha em branco, a partir do representado no centro do “quadrado” superior esquerdo, coloque um ponto e depois desenhe uma horizontal para a esquerda de aproximadamente 3 cm. Termine esta linha com um ponto preto grande.

Conforme o ponto de seu lápis emanava aquela linha a partir do ponto central, você estava criando uma figura motriz simbólica da quimificação de forças polarizantes. Esta linha, como você sabe, é o Ascendente do horóscopo a ser; ela simboliza o aparecimento do Sol no horizonte Leste – o “corpo do dia” – e ele também simboliza sua aparência química neste plano ao nascimento, a aurora de sua encarnação. Nesta linha está simbolicamente contida a soma total de seus “elementos genéricos” – suas qualidades de, e capacidades para, sendo um causador e um vibrador simpático aos efeitos das causas. Nestes termos se encontra sua identidade vibratória como masculino e feminino, respectivamente. Em seu corpo físico é vista uma especialização química que denominamos sexo; enquanto a aderência ao carma biológico se sustenta, sua consciência de especialização é despertada pelo contato vibratório com pessoas do sexo oposto. Seu carma vibratório é ativado por pessoas de qualquer dos sexos cujas “misturas vibratórias” masculino-femininas representem complementação de consciência para você. Pense sobre isso.

Esta linha, sendo reta, é a forma mais simples de desenhar seus potenciais genéricos destilados de todas as suas encarnações prévias e “trazidas ao foco” durante o desenvolvimento pré-natal precedendo esta encarnação. Nós “desdobraremos” a linha do ascendente assim como a flor desdobra suas pétalas e estudaremos o significado da cruz como o arquétipo da consciência humana de relacionamento a partir da qual nossa interpretação experiencial deriva fundamentalmente.

A partir do ponto central deste primeiro desenho, desenhe uma vertical para cima, uma vertical para baixo, e complete a horizontal da esquerda. Nós agora temos uma figura arquetípica pura do esqueleto dos quatro macrocosmos da identidade – o masculino o masculino feminino do homem e o feminino masculino da mulher. No sentido anti-horário, começando pelo Ascendente, coloque os símbolos de Áries, Capricórnio, Libra e Câncer – respectivamente nestes pontos. As duas divisões verticais compõem a linha de geração – o processo dinâmico pelo qual a substância da nova vida é gerada pela “colaboração” dos pais. Câncer, regido pela Lua, é mãe; Capricórnio, seu complemento, é pai. Ambos são doadores de vida; um – o homem – fecunda; o outro – a mulher – recebe a fecundação.

Agora, a partir do ponto médio da linha de Câncer, desenhe três quartos de um círculo em direção ascendente através do ponto médio de Libra, Capricórnio e Áries. Estes três quadrantes atravessados por esta linha – compondo nove casas – simboliza os nove meses do período pré-natal, desde a concepção ao nascimento. A linha de Libra simboliza o tempo durante este período quando o sexo físico da encarnação por vir se torna objetivado e os potenciais do sexo oposto são subjetivados – a serem subsequentemente manifestos durante a encarnação, pelo companheiro. O complemento deste padrão será visto ao desenhar a “linha circular de nove casas” desde Capricórnio até Libra, em outras palavras “de pai a filha” uma vez que a linha circular Câncer a Áries é “de mãe a filho”. Se fosse possível desenhar estas duas linhas simultaneamente a figura seria aquela de virar a “vertical parental” através do período pré-natal até o ponto de nascimento; um “Raio-X” da coordenação dos elementos genéricos da encarnação por vir.

Uma pessoa encarna através de seus pais particulares pela ação magnética da vibração simpática de sua combinação masculino feminino com a combinação individual e coletiva de seus pais. O outro – e muito importante – fator desta ação magnética é a “atração das diferenças” – a individualidade da criança contrastando com a individualidade de cada um dos pais. Todas as relações entre pessoas servem a evolução e relacionamento significa troca vibratória. Se a criança fosse uma duplicata de “metade do pai e metade da mãe” nenhuma troca poderia ocorrer – assim, nenhuma atração vibratória seria possível.

A “individualidade” da criança por vir é vista no quadrante remanescente deste desenho – as três casas de Áries a Câncer. Esta é a involução – após nascimento – em uso dos veículos físico e etérico e ninguém mais pode fazê-lo além da criança. Ele, ninguém mais, usa seu corpo, sua mente, seus sentimentos, emoções, habilidades e talentos. Os pais proveem a substância corpórea na concepção e exercitam suas próprias mentes no serviço amoroso à criança após o nascimento, mas a involução da criança para usar seus veículos é, por necessidade, uma questão individual. (A complementação disso é obviamente o quadrante de Libra a Capricórnio). O que está contido no composto dos veículos etérico e químico é aquilo que será expresso, redimido e preenchido na encarnação.

Este desenho de figuras em símbolos representa um fato estranho e marcante: cada ser humano é seu próprio parentesco, sua própria fraternidade e sua própria complementação marital. Outras pessoas são relacionadas a nós pela nossa reação sentimental a elas, mas toda nossa reação sentimental emana da mesma fonte – nossa consciência. Portanto, outras pessoas são expressões quimificadas – ou manifestações de nossas próprias misturas vibratórias. Sabendo isso, os Grandes nos disseram: “Amai-vos uns aos outros”.

Agora delineamos a base dos relacionamentos humanos: o homem masculino feminino que é um causador de efeitos e reagente aos efeitos (“doador” e “tomador”) e ela que é mulher bipolar causadora e reagente, doadora e tomadora. Todas as relações humanas são derivadas desta base quádrupla. Portanto, a Cruz Cardinal em nosso primeiro diagrama representa a identidade do “quatro em um”, as quatro formas pelas quais os seres humanos dizem “EU SOU”. Mas identidade não é suficiente em si, ela precisa expressão para que se torne perfeita. Então, cada um desses signos cardinais emana de si, assim como uma linha emana de um ponto, ou um plano de uma linha – duas expressões de identidade espiritual – amor e sabedoria. Amor é o objetivo espiritual – redenção – do desejo; sabedoria é o objetivo espiritual – redenção – da ignorância. Desejo-ignorância é a compulsão cármica dupla que leva à reencarnação; através dela forjamos o caminho evolucionário desde a virgindade até a realização ideal. Os signos cardinais são, abstratamente, as pedras angulares de nossa “casa de vida” – cujos quartos são as doze casas do horóscopo.

Há, como dito antes, apenas uma cruz como padrão, a variação de positivo e negativo. Agora para correlacionar a cruz fixa e a mutável com a cardinal, crie um mapa com doze casas para cada uma das duas secções remanescentes da linha de cima, que você já designou como “fixo” e “mutável”, respectivamente, de FOGO. No lugar do “fixo” coloque o símbolo de Leão no Ascendente, Touro na décima, Aquário na sétima e Escorpião na quarta; “mutável” coloque o símbolo de Sagitário no Ascendente, Virgem na décima, Gêmeos na sétima e Peixes na quarta. Deixe seus olhos passarem de Áries a Leão a Sagitário. Você está imprimindo sua mente com o fato de que os três signos do Trígono de Fogo iniciam as primeiras representações da cruz da grande mandala. O padrão de elementos em cada uma delas é similar: Fogo-Filho, Terra-Pai, Ar-complemento Feminino e Água-Mãe. (Revertendo estas rodas o Fogo se torna o complemento masculino). De Áries através dos nove signos até Capricórnio é “exaltação” – maturidade – do “EU SOU”; a partir de um ser “gerado”, o símbolo arquetípico da expressão – Marte – realiza-se na “paternidade” – tornando-se um doador de vida. Isto simboliza os primeiros três quadrantes da Lua progredida após o nascimento – o clímax da involução física, mental e emocional. (A involução espiritual ocorre durante os 28 a 30 anos – o cumprimento do primeiro ciclo da Lua progredida e de Saturno em trânsito).

            Uma vez que a sequência genérica vai de Fogo para Terra para Ar para Água, podemos agora completar nossa tabulação com as outras “emanações”. Os três mapas da linha de Terra terão como Ascendentes: Capricórnio, Touro e Virgem, os de Ar: Libra, Aquário e Gêmeos, os de Água: Câncer, Escorpião e Peixes como Ascendentes, respectivamente. Complete os símbolos dos demais pontos estruturais de modo apropriado em todos os mapas – o último dos quais, Peixes no Ascendente, representará a cruz que focaliza a mais feminina, receptiva e refletiva dentre as doze. A linha de gestação em cada mapa é (sendo dupla): do feminino da vertical ao masculino da horizontal (como de Câncer a Áries) e do masculino da vertical ao feminino da horizontal (como de Capricórnio a Libra) – sempre atravessando três quadrantes.

            Para aplicação prática, desde que o regente planetário de um mapa focaliza a vibração do signo Ascendente, sugere-se que estas mandalas sejam estudadas em relação ao mapa genérico; esta é a variação do mapa natal na qual o mapa é virado (a menos que o regente do Ascendente esteja no signo Ascendente) de modo que o signo no qual o regente do Ascendente está é colocado na Cúspide do Ascendente. Se for um homem e aquele for um signo masculino, aquela variação é um mapa genérico masculino; se o signo for masculino e a pessoa uma mulher, inverta e leia como mulher, etc. Aplique a “linha gestacional” ao mapa genérico que coincida com o sexo físico para a identificação parental – correlacione com o mapa natal. As duas variações genéricas combinam o composto genérico do mapa natal de forma que os elementos genéricos podem ser estudados separadamente.

            Agora um novo papel para maior condensação.

            A partir do centro desta página crie um mapa com cerca de 6 cm de raio; coloque os símbolos zodiacais na sequência regular a cerca de 3 cm da circunferência. Entre este anel com os símbolos zodiacais e a circunferência formando um segundo anel, coloque os símbolos desde o ascendente no sentido anti-horário: Áries, Leão, Sagitário, Câncer, Escorpião, Peixes, Libra, Aquário, Gêmeos, Capricórnio, Touro e Virgem. Signos cardinais, fixos e mutáveis cobrem as casas cardinais, fixas e mutáveis. Este círculo interior dos signos nos mostra o “desdobramento” dos elementos em termos de seus potenciais de Amor-Sabedoria – as expressões espirituais da identidade. Este “espalhar” nos mostra os decanatos em ação. A congestão da Identidade, a congestão do Desejo e a congestão da Ignorância da cruzes cardinal, fixa e mutável, respectivamente, encontram redenção através dos atributos de Amor-Sabedoria inerentes a cada signo como expressão do princípio “EU SOU”.

            Cada casa do horóscopo constitui um foco evolutivo experiencial de relacionamento ambiental especializado; a sequência dos signos na Grande Mandala sincroniza princípio com atividade; em outras palavras, os princípios filosóficos inerentes a cada um dos doze “departamentos de experiência” são representados pelo significado essencial do signo que está abstratamente identificado com ele. Variações na colocação dos signos sobre as cúspides dizem respeito a questões de evolução pessoal; mas podemos olha para elas com maior clareza se reconhecermos que todas as variações são emanações – não “diferenças” – de uma base arquetípica.

            O cinturão zodiacal ao redor de todo horóscopo é uma sequência completa e ininterrupta sempre. O “espalhamento” de cada elemento na formação do trígono, no interior do mapa, é a cobertura espiritual de cada elemento contribuinte de cada uma das quatro bases genéricas pelo mapa. A confusão sentida pelos estudantes diz respeito à sincronização da sequência de “cardinal, fixo e mutável” com “Fogo, Terra, Ar e Água”. Reconheça agora, caso ainda não o tenha feito, que esta aparente “mistura” de cruz com trígono é a representação simbólica de uma Verdade Cósmica: o Microcosmo nunca se separa do Amor-Sabedoria de seu Macrocosmo – ou “Humanidade do Deus Pai-Mãe”.

            Pense sobre isso – silenciosamente, profundamente e com concentração focada. Foi sentenciado muitas e muitas vezes por professores através da religião e da filosofia desde tempos imemoriais: deixe a realização emanar a partir de seu conhecimento interior.

Como nós, como “Ascendentes” somos microcosmo do Deus Pai-Mãe, a Lei da Correspondência (assim como em cima, é embaixo; assim como embaixo, é em cima) se aplica a nós deste modo: nossos próprios potenciais de Amor-Sabedoria estão em nosso interior eternamente – independentemente de nossas congestões, confusões e escuridões. Estas escuridões da consciência são evidências de “não amor” e “não sabedoria” expressados – mas nós mesmos somos os recursos de suas transmutações.

Tente esta condensação com tantos mapas quanto dispuser. Liste os planetas em cada mapa por cruz, então identifique as colocações de seus trígonos. Faça “mapas rascunhos” utilizando o “espalhamento por decanatos” – começando do signo Ascendente para estabelecer a figura em sua mente de que cada signo é um poder consciencial que pode se expressar em oitavas mais e mais elevadas. Sua abordagem global na síntese e análise do mapa será simplificada e se tornará mais clara a partir de então.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

CAPÍTULO XXXII – O HORÓSCOPO ABSTRAÍDO

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng40.htm



        Esta abordagem de “abstrair” um horóscopo é apresentada na esperança de que ajudará os estudantes a tornar claro e focar sua compreensão dos elementos que compreendem a estrutura e delineação do horóscopo. Sabemos que o horóscopo é uma figura simbólica da consciência humana como ela se expressa na dimensão trina da encarnação; trata-se também de uma figura dos princípios cósmicos assim que se manifestam através da entidade chamada Humanidade. Estes princípios quando compostos são a Vida do Universo – eles se manifestam em todos os mundos e planos.

            A astrologia delineia a “Irmandade de Humanidade” de modo que todos os elementos horoscópicos são comuns a todos os horóscopos humanos; todos tem Sol, Lua, oito planetas e assim por diante. Todo horóscopo é construído pelos mesmos padrões de cálculos planetários, que são essencialmente os elementos siderais e zodiacais traduzidos em relação ao espaço e tempo da encarnação. Em outras palavras, somos todos feitos da mesma substância vibratória; diferindo apenas em particularidades individuais como variações do grande horóscopo abstraído, o padrão básico horoscópico.

            A estrutura desde padrão é um círculo ativado por dois diâmetros - um vertical, o outro horizontal; estas linhas compõem dois pares de dois semicírculos cada e quatro quadrantes. Estes quadrantes, por sua vez, são ativados pela divisão em três partes iguais; assim a “Vida” do círculo é vista como sendo duodécupla (com doze aspectos); estas doze casas, com trinta graus cada, são os departamentos de experiências pelas quais e nas quais a evolução humana é gerada. Este desenho estrutural é estático; ele não muda, pois constitui a base sobre a qual e através da qual a vida vibratória de horóscopo se estabelece.

            A essência vibratória do grande horóscopo abstraído é encontrada pela colocação dos símbolos zodiacais fora do círculo de modo que o zero de cada signo caia sobre uma das doze cúspides; zero de Áries coincide com a cúspide da primeira casa, zero de Touro com a segunda, zero de Gêmeos com a terceira e assim por diante. A sequência de signos é invariável – Leão sempre segue Câncer, Capricórnio sempre segue Sagitário etc.

            A magnitude do escopo mostrado por este padrão é vista quando reconhecemos a razão pela colocação dos símbolos dos signos zodiacais do lado de fora da roda, eles são os níveis e reinos cósmicos e universais que não são “apenas sistema solar”, mas que dizem respeito às realizações das expressões de vida em evolução. Elas atuam sobre a Humanidade a partir do Grande Campo Exterior; somos suas agências ou instrumentos de expressão neste particular estado planetário. Colocar os símbolos zodiacais no interior da roda implicaria que a consciência de Deus não está relacionada com os Princípios da Vida do universo em seu contexto maior; os princípios expressos representariam algo relativo apenas à expressão humana da vida.

            A expressão, em termos humanos, destes signos zodiacais é encontrada na colocação dos signos planetários no interior do mapa. A vida interior da consciência humana está assim representada pelos padrões dos planetas em relação uns com os outros e com a ativação cíclica rítmica destes padrões. O cinturão de signos zodiacais é análogo aos corpos etéricos que formam a matriz de nosso corpo físico; a estrutura de casas do mapa é análoga ao corpo físico em si; os planetas no interior do mapa em composição são análogos à vida celular e orgânica do corpo enquanto expressão de Vida específica. Então se a humanidade (entidade humana) é uma expressão de Vida específica, ela é um arquétipo; nós, como entidades humanas individuais, somos expressões de “variações do arquétipo”. Nosso estado individual como variação de nosso arquétipo em um dado momento da nossa evolução é uma variação específica do horóscopo natal que arquiteta esta encarnação; nosso horóscopo natal, por sua vez, é a expressão momentânea de elementos abstratos que compõem todo o desenho vibratório – o Grande Horóscopo Abstraído – que é o Horóscopo da Humanidade. Ele é feito por uma roda com as casas numeradas; os signos colocados apropriadamente, começando com zero de Áries na primeira cúspide e os símbolos dos planetas colocados nas casas e signos de sua dignidade.

            Fica aqui a sugestão para todo Astro-Filósofo que leia este material que mantenha em mãos uma ordenada e bem feita cópia do Grande Horóscopo Abstrato para meditação diária. Uma impressão continuamente renovada dos significados vibratórios e evolucionários de cada fator neste desenho provê uma lembrança contínua dos propósitos espirituais do estudo astro-filosófico. Esta meditação impressiona a mente com: padrão e forma; sequência; arquétipo; unidade que se expressa pela diversidade; polaridade e sexualidade vibracional. Ela também causa uma profunda impressão na consciência do coração, pois abre a consciência do Astro-Filósofo que a segue e pratica com uma “elevação” que tem grande efeito regenerativo. O Grande Horóscopo Abstraído não faz referência em relação a aspectos bom, mau ou indiferente. Ele não tem nada a dizer sobre bom ou mau carma, dias de sorte ou azar, homens e mulheres, inimigos declarados ou ocultos e assim por diante. Ele é simplesmente um retrato vibracional da Humanidade revelando seu Ser Ideal em símbolos. A evolução é representada no mapa astrológico traçando-se uma linha da cúspide da primeira casa – o Ascendente – em sentido anti-horário através do mapa e de volta ao ascendente. Como utilizamos uma superfície plana no desenho do horóscopo, esta linha aparece como um círculo – retornando aparentemente no mesmo ponto em que começou. Devemos perceber que se uma vida está evoluindo, a figura deve representar para cima, para frente e sempre; consequentemente reconhecemos que a superfície plana do mapa é em si a abstração de um conceito tridimensional. A superfície plana representada pelo mapa astrológico é a secção transversal de uma esfera cortada em sua região central; ela representa o espaço, não apenas o norte, sul, leste e oeste do nascimento na superfície da terra, mas também o acima e o abaixo do local do nascimento. Esta é a representação física; a ação do mapa está descrita no símbolo abstrato da espiral; esta espiral não é mostrada na superfície bidimensional do mapa, mas os Astro-Filósofos sabem que a linha que inicia no ascendente, viajando através do mapa e retornando ao ascendente, é realmente a jornada através de um ciclo evolucionário no qual o desdobramento espiritual ocorre; quando a linha circular retorna ao ascendente, ela atingiu um nível mais alto e inicia o próximo ciclo a partir daquele ponto. O ponto de início de cada ciclo deveria ser desenhado acima da superfície do papel na qual o mapa está desenhado de modo a representar o conceito tridimensional da subida cíclica a níveis superiores. Uma vez que uma superfície plana e bidimensional é nossa forma de representação simbólica, nós não criamos um símbolo tridimensional; o símbolo tridimensional é contido abstratamente na circularidade contínua através do mapa bidimensional. O “astrólogo comum” pode se satisfazer pensando bidimensionalmente; o Astro-Filósofo interpreta o horóscopo dinamicamente, em termos de processos de vida representados pelos símbolos astrológicos. Esta “espiralidade” será fortemente impressa na sua mente se você tentar o seguinte experimento simples: coloque a ponta de seu lápis no ponto em que a linha do ascendente toca a circunferência do mapa; deixe que o lápis viaje ao redor da circunferência do mapa de forma que nas cúspides das casas 4, 7 e 10 ele seja elevado um pouco acima da superfície do papel; quando ele retornar ao ascendente após circular o mapa, o ponto do lápis será, por exemplo, cerca de três centímetros acima do papel; eleve o papel de modo que ele toque o lápis. Se fosse possível segurar o papel nesta posição, você poderia circular novamente o mapa e elevá-lo mais três centímetros e assim por diante. Esta é uma representação tridimensional do mapa e ela representa para nossas mentes o processo evolucionário que é abstratamente proporcionado pelo mapa bidimensional.

            O espiralar ao redor do mapa não apenas representa a viagem da consciência humana através dos capítulos da experiência nos diferentes níveis, mas também o padrão abstrato de cada viagem dos planetas do signo de sua dignidade através dos doze signos do zodíaco; o signo da dignidade de cada planeta – em relação ao planeta – é análogo ao Ascendente em relação ao mapa; cada um é um ponto de partida para uma viagem cíclica em experiência e consciência. O Ascendente (ponto de partida) do mapa também é análogo à conjunção de dois planetas, que conforme indicado por este aspecto, estão iniciando um ciclo de padrões de relacionamentos um com o outro. Vemos assim que o círculo do mapa é em si a abstração do movimento orbital que ocorre no mapa nas inter-relações feitas pelos planetas entre si, com estrutura do mapa e com o cinturão zodiacal do lado de fora.

O primeiro passo na abstração de seu horóscopo natal é criar um círculo com trinta graus para cada signo para cada casa, começando com Áries no Ascendente. (Este é, claro, a colocação dos signos do Grande Horóscopo Abstrato). Então, antes de colocar os graus, coloque seu Sol, Lua e planetas na sequência correta, de acordo com os posicionamentos de seu mapa, neste mapa – todos os planetas de Áries estarão na primeira casa, todos os de Virgem na sexta, todos os planetas de Aquário na décima primeira casa, etc. Nenhum aspecto entre os planetas foi indicado até aqui. Estude este mapa em termos de como os planetas estão agrupados por quadrantes e triplicidades; como eles se relacionam com os semicírculos superior e inferior e com os semicírculos ocidental e oriental; como eles se relacionam com os signos de sua dignidade, a fim de determinar quão longe eles viajaram em sua própria jornada através dos signos. Por exemplo, a lua em Libra está em seu signo próprio de quarta casa – sua dignidade, Câncer é um, Leão é dois, Virgem é três e Libra é quatro. Ela tem nesta posição uma relação de quarta casa em relação à sua própria dignidade. Vênus em Capricórnio está em seu próprio signo de quarta casa a partir de sua dignidade em Libra e seu próprio signo de nona casa a partir de sua dignidade em Touro. Mercúrio em Áries está em seu próprio signo de oitava casa de sua dignidade em Virgem e em seu signo de décima primeira casa em Gêmeos. Interprete estas colocações cíclicas por palavras chaves de acordo com a casa do signo representado. Liste todos os seus planetas desta forma – crie ordem e padrão em sua síntese sempre.

O próximo passo é criar outro mapa similar; mas este com os números relativos aos graus dos signos nas cúspides e graus e minutos dos planetas em seu mapa. (Em um horóscopo sem signos interceptados, apenas vire o mapa de modo que a cúspide de Áries se torne o ascendente e você obterá a mesma figura; entretanto, o segundo mapa permite que você escreva seus símbolos e graus de modo que eles sejam facilmente legíveis). Um horóscopo com signos interceptados simplesmente tem zero destes signos nas cúspides apropriadas. A questão é que a colocação dos signos em seu horóscopo abstrato deve coincidir – em padrão – ao Grande Horóscopo Abstraído; toda casa deve estar coberta pelo seu devido signo. A segunda roda agora representa:

            Seu horóscopo privado das complexidades da encarnação; é sua consciência vibratória – independente de seu sexo (gênero) e todas as complicações relacionadas a isto. Esta abstração do seu horóscopo natal conta a história de sua perspectiva vibracional nos capítulos básicos da experiência humana e cada casa é interpretada pelas palavras-chave básicas do planeta que a rege abstratamente.

            Assim, a segunda e sétima casas de todos os horóscopos abstraídos são regidas por Vênus – o princípio do equilíbrio e troca perfeitos; Marte como regente de Áries, é o regente de todos os horóscopos abstratos – a palavra chave básica da interpretação é autoconsciência, o ponto inicial de todos os ciclos de experiência. E assim por diante com os demais; a Lua é a mãe, Saturno é o pai, Marte é o nativo, Vênus é seu complemento; o Sol, como regente da quinta casa pelo signo de Leão, é força de vontade e poder do amor; Urano como regente da décima segunda através de Aquário é amor impessoal e o princípio da descristalização – análogo ao aspecto de sextil entre os planetas; Netuno, como regente da décima segunda, através de Peixes, é o princípio da redenção através da encarnação; no horóscopo abstrato sua colocação enfatiza onde devemos nos sintonizar com os poderes espirituais e representações ideais, de forma a liberar as imagens de egoísmo acumuladas através das encarnações prévias; Júpiter é o professor, a consciência religiosa ou filosófica, o princípio de melhoramento através da progressiva compreensão; Plutão é a focalização dos recursos profundos da natureza do desejo, as necessidades sexuais e a fonte essencial de toda regeneração a ser feita através da ação construtiva pelo redirecionamento da vibração marciana; Mercúrio como regente da terceira casa a partir de Gêmeos é o símbolo essencial da fraternidade básica ou elementar – também a consciência das faculdades intelectuais; como regente da sexta casa ele é fraternidade estendida ao nível de irmãos trabalhadores; ele representa, através da regência de Virgem, sua habilidade e ou consciência de trabalhar e servir com trabalho ou expressando a liberação da vibração leonina da quinta casa do amor criativo. O composto do padrão parental é mostrado, é claro, pela relação e posições de Lua-Saturno, os regentes da quarta e décima casas no mapa abstrato – os dois planetas representam a sua consciência parental essencial.

            Ao aplicar os achados do mapa abstrato ao seu mapa natal, você percebe os processos ocultos de sua consciência mergulhando na matéria, e seus padrões traduzidos para suas necessidades experienciais encarnatórias. Seu mapa abstrato mostra o que você expressa na encarnação; seu mapa natal mostra como sua consciência interpreta a encarnação e através de que recursos de relacionamento e experiência esta consciência poderá se desdobrar e se aperfeiçoar.

“Planetas São Pessoas”: ao cultivar suas percepções interiores das pessoas em sua vida, aplique os regentes de seus mapas natais ao seu e veja como elas aparecem em sua encarnação; então relacione aqueles pontos ao seu horóscopo abstrato e observe a sua consciência interior daquelas pessoas. Qualquer pessoa, homem ou mulher, que seja identificada pelo seu Saturno é um fator da imagem paterna em sua consciência; planetas das pessoas que aspectam seu Saturno mostram que elas são em algum grau, subvariações de sua imagem paterna. E assim por diante, com os regentes e planetas de outras pessoas que aspectam seus demais planetas. Você ganhará ou poderá ganhar uma notável elasticidade em sua consciência astrológica, estudando e meditando sobre seu horóscopo abstrato. Isto tem um maravilhoso e impessoal efeito sobre sua mente e sentimentos, tornando-o consciente dos padrões vibracionais que as complexidades do mapa natal apenas, obscurece. Como resultado deste estudo e meditação, você alcançará outra conquista: a vida humana como a expressão de princípios estéticos de padrão, desenho, ritmo, cor, linha – em suma, todos os elementos essenciais comuns às representações artísticas. Você perceber-se-á, essencialmente, um fator dinâmico no drama, dança e canção da vida.