sábado, 11 de julho de 2015

CAPÍTULO XLII – ASTRO-FILOSOFIA DISCUTE A EXPERIÊNCIA HOSPITALAR



            Nós humanos, tendemos a identificar as coisas em termos dos sentimentos experienciados no contato com elas. "Dor, sofrimento, dificuldade e tristeza" são as associações que tendemos a fazer quando vem à nossa atenção a ideia de "hospital". Com tais associações na mente e sentimento, enfatizadas com o passar dos anos, não surpreende que ansiedade, medo e terror aflorem em nós quando a experiência hospitalar se torna iminente. Reconhecemos e admitimos, de evidência de nossas condições, que precisamos de ajuda; nós desesperadamente queremos nos libertar da desarmonia e desconforto da doença e da lesão; mas, em nossa limitada compreensão da "verdade hospitalar", tendemos a intensificar nossas dificuldades. Nos tornamos tão preocupados com a dor e medo que anestesiamos nossa consciência de saúde e nossa fé na disponibilidade de poderes de cura. É verdade que as pessoas podem se libertar das desarmonias físicas, emocionais e mentais por uma ação interior, uma mudança na consciência de congestão em desarmonia para realização de saúde. Estas pessoas dão a prova viva que sarar é interior. A primordial e instintiva vontade de viver é a fonte básica do sarar, mesmo para aquelas pessoas que não estejam cientes de uma fé consciente na recuperação. Entretanto, a intensificação consciente da percepção da saúde e do sanar não apenas acelera a correção da condição particular mas ainda reestabelece a saúde em todos os planos de funcionamento. Todas essas formas de serviço que podem ser chamadas "caminhos do sanar" são na verdade meios pelos quais os humanos assistem uns aos outros para diminuir o medo e a desesperança e para intensificar seu reconhecimento da natureza do bem estar. Peixes, o signo da décima segunda casa da Grande Mandala, é a chave.
            Há duas mandalas astrológicas, extratos da Grande Mandala Astrológica (a roda com doze casas, Áries como signo Ascendente, trinta graus para cada signo zodiacal correspondendo a cada casa), que pode ser estudada em consideração do porquê os humanos passarem por experiências hospitalares. A primeira descreve as causas evolucionárias. Isto é representado ao indicarmos os símbolos dos signos mutáveis nas cúspides das casas nove, seis, três e doze, com o símbolo de Sagitário na nona cúspide desenhado maior que os outros três e todas as quatro cúspides conectadas por uma sequência de linhas retas e os dois diâmetros intersetores. Este desenho resulta no quadrado mutável e suas linhas de força internas complementares. O desenho do quadrado deve começar na cúspide de Sagitário pois esse signo é "o signo de fogo representante" da cruz mutável; como tal, ele simboliza a apercepção da verdade. O quarto signo em sequência horária de Sagitário é Peixes, representando o elemento água e o sujeito deste discurso. Uma representação mais condensada desta sequência será vista em uma linha vertical dos quatro signos mutáveis com Sagitário na base, Virgem a seguir, Gêmeos a seguir e Peixes no topo; uma linha vertical ao lado, com a cabeça da seta no topo próximo a Peixes mostrará como (pois isto é uma "mandala quadrada") "descuidos em Sagitário levam a condições negativas em Peixes"; em outras palavras, a falta de percepção da verdade leva à condição cármica da décima segunda casa, Peixes. Em termos da "interpretação dos aspectos quadratura e oposição", esta mandala revela que hospitais são lugares de limitação, constrição e enterro apenas para a consciência que recusa as oportunidades de reconhecer a verdade; as condições que tornam a hospitalização necessária são sempre os resultados da expressão de inverdades no passado. Mas, Verdade é um atributo do Ser eterno; ela está sempre acessível, sempre a serviço e onipotente a ajudar. Portanto, a necessidade cármica que denominamos "experiência hospitalar" pode ser vista como uma oportunidade de perceber a verdade de ser na maior intensidade possível.
            Se nesta mandala do quadrado mutável Sagitário representa descuidos passados no conhecimento e expressão da Verdade, então Peixes - no topo da sequência - representa a manifestação daquele descuido em termos da necessidade de expiação. Nós expiamos por meio do processo de refocalização da consciência e a externalização desta refocalização é a experiência de retardamento ao sermos encarcerados no hospital. O hospital é um local de limitação, encarceramento, tristeza, dor e problemas apenas para a pessoa que se recusa a expandir a consciência de si mesma em relação à sua experiência. Para uma pessoa que verdadeiramente busca a verdade, o hospital é um local de oportunidade para renovar. A experiência dolorosa focaliza o grande questionamento interior do "Por que?" Quando o "por que?" da pessoa é sincero, a Verdade sempre e inevitavelmente recarrega sua consciência e esclarece o significado da experiência. Auto piedade, preocupações absurdas e amargura mantêm a pessoa alinhada ao "quadrado mutável" - e todas as suas implicações. O desejo sincero de vivenciar a saúde inspira a pessoa em sofrimento a buscar a verdadeira compreensão das causas de sua condição.
            A experiência hospitalar de uma pessoa também provê de oportunidade similar cada um de seus próximos queridos, aos quais é dada a oportunidade de se expandir e impessoalizar em relação aos planos emocional e mental. Ao sentirmos pena de forma impensada enfatizamos os elementos dolorosos da experiência de nosso próximo amado, pois focalizamos nossa atenção no aspecto doloroso exterior e não no significado verdadeiro da experiência como indicativa da oportunidade para o crescimento, harmonização e realização. Sagitário, como a "raiz" dessa representação do quadrado mutável, sentencia que há uma compreensão de princípios a ser percebida na experiência; quando se resiste e se ressente à oportunidade, o encarceramento na dificuldade se intensifica; quando ela é aceita, aliada à dissolução da auto piedade e auto justificação, o fluxo da Verdade esclarece a consciência além de fortalecer a fé e aprofundar a capacidade de simpatia pura. Então a pessoa compreende de forma mais clara e verdadeira as dificuldades dos próximos, e os poderes de auxiliar corretamente são expandidos e reforçados.
            O caminho da evolução humana pode ser atravessado de duas "formas" principais. Uma é o modo do misticismo; este é o "Caminho do Coração" da simpatia, inspiração, instrumentação, devoção impessoal, oração e dedicação. Ele é basicamente simbolizado por Peixes regido por Netuno e signo de exaltação de Vênus. O outro é o modo do ocultismo, o poder radiante e o Caminho da Mente. Ele identifica o caminho dos cientistas, inventores, artistas criativos, mágicos e alquimistas. Todos humanos que servem através de atividades de cura se inclinam a um destes modos, mas ambos os modos são essenciais para a identificação de um Curador Mestre.
            O caminho místico da atividade de cura é bem ilustrado por pessoas como Bernardette Soubirous, através de quem a instrumentação inspirada da Gruta de Lourdes se estabeleceu; O Padre Flanagan, que estabeleceu a Cidade dos garotos, e todas as pessoas que rezam pela cura da humanidade também ilustram o modo místico. Cientistas pesquisadores, inventores, administradores, cirurgiões e dentistas ilustram o modo ocultista. Florence Nightingale, exemplo primário do modo ocultista, foi um exemplo maravilhoso da combinação de ambos os modos.
            No tipo de curador que mais proximamente se associa à correção da doença do paciente se encontrará uma pista importante como causa cármica da doença. O curador surge como representação personalizada da expansão de consciência que o paciente precisa fazer - verdadeiramente para corrigir a causa de sua doença. A habilidade de um cirurgião (ocultista) pode corrigir o aspecto externo da condição, mas a suavidade devotada e amorosa da enfermeira (mística) pode ser o poder que mais plenamente inspire o paciente a renovar sua consciência sobre a verdade da saúde; uma enfermeira descuidada, indiferente e sem simpatia pode desencorajar o paciente e aumentar sua preocupação quanto ao seu problema. Seu cirurgião, entretanto, pode inspirá-lo pelo seu comando de conhecimento e habilidade, e esta forma de inspiração pode estimular no paciente um desejo mais profundo que nunca de saber a verdade de sua condição. É sinceramente sentido pelo autor que o curador como ocultista é basicamente simbolizado por Netuno sendo exaltado em Leão, o signo do Sol e símbolo arquetípico do poder.
            A segunda mandala da experiência hospitalar é a mandala do trígono de água: um triângulo equilátero formado por uma linha reta conectando as cúspides das casas doze, oito e quatro com os símbolos de Peixes, Câncer e Escorpião apropriadamente colocados; o símbolo de Peixes desenhado maior que os símbolos dos outros dois signos e o símbolo de Netuno colocado na casa doze. Prepare três dessa. Na primeira, indique o diâmetro Peixes-Virgem; na segunda indique o diâmetro Escorpião-Touro; na terceira indique o diâmetro Câncer-Capricórnio. Estas mandalas ilustram a plenitude do significado de cada um do signos de água em relação à experiência de hospital pela aplicação do Princípio da Polaridade. Os símbolos para os três signos de água arrumados em uma vertical com Peixes no topo, Escorpião segundo e Câncer na base claramente representarão a sequência apropriada para esta discussão.
            Primeira mandala - Peixes-Virgem: Este é o diâmetro da consciência da saúde, cuja depleção torna a terapia ou o hospital - experiências necessárias. Virgem é saúde enquanto potência básica que torna a atividade de serviço possível; Peixes é a redenção necessária daquela potência. A pessoa cuja consciência de sua potência física ou habilidade é menor que sua plenitude natural não pode expressar a plenitude de sua atividade de serviço, mesmo que ela faça esforços heroicos a despeito de sua limitação. Aqueles esforços feitos enquanto expressão de sua vontade são, contudo redenção a partir de dentro, mas se a terapia puder servir como expansão ou desdobramento de habilidades, então a pessoa "pediu pela ajuda de Peixes" - ela adentra o hospital, "cessa" sua atividade prévia por um momento, aceita a limitação em suas atividades e ao mesmo tempo aceita a oportunidade de mais plenamente melhorar sua condição física e sua capacidade para o serviço. O edifício hospitalar que ela entra para ajuda e regeneração é a exteriorização dos poderes da graça divina obscurecidos. Pense sobre isso.
            Ninguém é imune à Lei de Causa e Efeito, mas apesar de todo indivíduo dever encarar e resolver seus resíduos cármicos, os poderes da Graça Divina, inerentes em toda atividade humana, auxiliam na resolução das dificuldades. A presença da Graça Divina no coração humano se evidencia em cada hospital, desde as pequenas tendas em campos de combate às gigantes e complexas instituições das cidades metropolitanas; todos hospitais, do menor ao maior, são continuamente cobertos e recarregados pelas atividades de cura a partir de dimensões mais elevadas. Os mais inspirados e dedicados de nossos curadores são aqueles que são consciente ou inconscientemente mais sensíveis aos estímulos diretivos dessa Assistência Superior. Os humanos que veem apenas na superfície das coisas, interpretam hospitais como lugares de dor, sofrimento e escuridão. O oposto exato é verdadeiro: Hospitais são focalizações dos poderes curativos da luz e do amor. Quando a humanidade em sofrimento percebe isso, toda atitude em relação à sua necessária experiência hospitalar passa por uma drástica e luminosa mudança. Fé, gratidão, esperança e encorajamento neutralizam os efeitos constritivos da dor, e ambos consciência e corpo se expandem para um ajuste mais eficiente aos tratamentos sanadores. O poder da Graça Divina transforma o hospital de local onde se encontra um carma de dor, tristeza e limitação em outro onde a redenção e a compensação possam ser experimentados.
            Se a primeira mandala, encabeçada por Peixes, é o “que e onde” da experiência hospitalar, então o diâmetro Escorpião-Touro indica os meios pelos quais o serviço hospitalar é realizado e cumprido. Esotericamente, Escorpião-Touro é o diâmetro da administração, o princípio espiritual que se destila a partir da consciência humana através das experiências de “custódia e direitos”. Aquilo que é “agenciado” no serviço e experiência hospitalar é poder regenerativo. Ele se origina em dimensões elevadas e invisíveis, sendo direcionado pelos Servidores Invisíveis e canalizado em cada instituição de cura pelos servidores humanos aos necessitados. Os Servidores Invisíveis trabalham dedicadamente por longos períodos de tempo para direcionar a focalização de poder para as necessidades humanas e o signo de Escorpião simboliza muito claramente a consciência dedicada e habilidades disciplinadas de todos os verdadeiros curadores humanos.
            Florence Nightingale, cujo trabalho infatigável se estendeu por noventa anos é um exemplo humano maravilhoso de serviços persistentes dos Curadores Invisíveis. Curadores se disciplinam para a qualificação, mas nenhum deles “possui” o poder curador – em sua administração de seu equipamento pessoal ele age como um “agente” daquilo que é projetado a partir de Fontes Invisíveis para o uso neste plano. Toda liberação de poder é subsequente é subsequente à focalização do Poder; o curador que de modo equilibrado e harmonioso conserva seus recursos pessoais é aquele que pode mais efetivamente liberar o poder que flui através dele aos seus pacientes; esses recursos se referem aos aspectos físico, emocional, mental e espiritual de seu ser. Portanto, Escorpião-Touro se refere ao material de poder que torna a cura regenerativa possível através da focalização e liberação; se refere ao Princípio da Administração que opera através da consciência dos curadores visíveis e invisíveis; se refere à Fonte onipresente de poder, a providência do Deus Pai-Mãe para a preservação e regeneração das formas em evolução e microcosmos. Aquele que serve como “curador”, em serviço dedicado, “dá as mãos” aos Líderes Invisíveis e serve como seu instrumento encarnado “terreno”.
            A terceira representação dessa mandala, enfatizada por Câncer, polarizada por Capricórnio, ilustra “aquilo” que inspira ou estimula o humano a palmilhar o Caminho do Serviço de Cura. É o poder parental da pura simpatia. Foi dito uma vez que “o primeiro hospital foi construído quando um humano rezou de forma desapegada e na plenitude da fé para a cura de outro colega humano”. Aquela forma de oração quando externada no plano físico é a construção hospitalar que engloba, assim como o útero envolve o embrião em crescimento, a emergência expansiva da consciência de saúde. Câncer, o símbolo materno, ilustra as qualidades de simpatia, suavidade, clemência e compaixão que inspira os humanos a auxiliar na cura de outros; Capricórnio é o símbolo paterno e ilustra a providência da forma material organizada para a proteção e inclusão das atividades de cura, correspondendo à casa material que o pai provê para a proteção de seus filhos. “Embrião no útero” e “paciente no hospital” correspondem-se mutuamente no sentido que cada um tem a oportunidade de renovar desdobramentos em suas consciências de vida a partir da experiência.
            A relação entre administradores hospitalares e servidores aos pacientes tem muitos pontos de similaridade com a relação dos pais com seus filhos. Todos os terapeutas são “pais” para a renovação da consciência de Vida de seus pacientes através de suas atividades em melhorias na saúde e a melhoria na saúde é sempre uma forma de libertação. Aquele que busca a libertação das causas das desarmonias físicas deve renovar, regenerar e revitalizar sua consciência; aquele que busca verdadeiramente servir a senda da cura deve acrescentar isso ao seu conhecimento estratégico e técnica aprendendo sobre a importância de auxiliar outros a regenerar suas consciências. Curar é algo espiritual; aqueles que curam mais verdadeiramente são aqueles que servem para revelar a onipotência, onipresença e onisciência do Espírito Interior. A oração é a “técnica” para esta revelação; oração e conhecimento estratégico unificam os poderes místico-ocultistas no curador. Simpatia, humildade, dedicação às verdades factuais e espirituais, disciplina pessoal equilibrada e fé tornam possível a qualquer curador “aterrar” as forças regenerativas dos reinos superiores para uso no hospital onde ele ou ela servem.
            Em conclusão, estas três representações da mandala do trígono de água podem ser usadas para estudar a experiência da prisão. Em sua essência natural e propósito, prisões são hospitais. Em ambos, os resíduos cármicos devem ser confrontados e resolvidos; o mesmo Poder e Função serve a ambos; o objetivo primário de ambas as formas de serviço é: reparação, e “reparação” significa consciência aumentada de sintonia, a unificação harmoniosa do corpo, emoção, mente e alma com o Espírito.

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