sábado, 7 de março de 2015

CAPÍTULO XXXVIII – LUZ – PARTE II




    Com o propósito de esclarecer a expressão e compreensão deste material, combinemos que a palavra “Luz”, iniciada por “l” minúsculo, se referirá à vibração visual perceptível; e quando iniciada por “I” maiúsculo se referirá à Consciência; consciência com “c” minúsculo se referirá à percepção humana.
      É algo maravilhoso perceber ao refletir que por tempos incontáveis os seres humanos revelaram a consciência da natureza oculta ou esotérica da luz como tem sido – e é – percebida em termos de preto, branco e o espectro de cores. Esse tema figurou de modo proeminente em programas de ensinamentos filosóficos e aprendizados em vários lugares e, nestes últimos anos, se tornou um fator importante nos campos terapêuticos objetivos e subjetivos. Aqueles que hoje bancam e propagam esta matéria no trabalho de cura estão recapitulando conhecimento adquirido em vidas prévias. Não é novo nesta época, está simplesmente sendo recomeçado para as necessidades espirituais da humanidade presente. A responsividade inspiracional ao potencial da luz natural ou colorida e à beleza das cores na substância, serve de recarga para a aura – que é sempre vista como cor ou cores ao estudo clarividente – da pessoa necessitada, de tal modo que se possa tornar consciente de uma intensidade espiritual; a condição da aura – a matriz etérica – é fortalecida e harmonizada no mesmo grau que o corpo físico é trazido a um alinhamento mais saudável. Não são todos humanos que sabem factualmente sobre a aura e seu significado para sua existência, mas pode-se seguramente concluir que todos, em algum momento, experienciaram uma elevação interior que representa a resposta ao valor espiritual da luz em seus muitos e inspiradores aspectos da cor.
            Dado este considerável – e meditativo – pensamento: Reação a é evidência de correspondência com. Nós não podemos responder a nada ou ninguém com o que ou quem não tenhamos algum grau de afinidade positiva ou negativa. O indiscutível fato de que um humano pode responder à sombra ou qualidade de uma cor, revela que “algo” nele tem afinidade com “algo” na cor, no preto ou no branco. O igualmente indiscutível fato de que tal resposta pode diminuir ou aumentar a qualidade de sua condição áurica, corpórea e espiritual, revela que sua consciência da cor tem afinidade com a Consciência simbolizada pela cor. O poder, em algum grau, é a única coisa que pode mudar qualquer estado vibracional – químico, emocional, mental ou anímico. Portanto, se uma condição humana química, emocional, mental ou anímica é baixada ou diminuída pela sua resposta ao preto, branco ou cores, ela revela uma consciência enfraquecida ou imatura de poder em si. Se, entretanto, sua condição é melhorada, fortalecida, purificada ou harmonizada, sua resposta ao preto, branco ou cores revela uma afinidade entre seu Espírito e o espírito que o branco, preto ou colorido simboliza em sua consciência. Reflita um momento nessas ocasiões quando sua reação a um particular tom de verde, vermelho, preto ou combinação de cores provocarem um sentimento de náusea, morbidade, depressão ou irritação; naquele estado de sentimento você estava ciente de alegria, saúde, harmonia e paz? Sua reação infeliz revelou uma falta de maestria interior sobre você mesmo – algo no poder da qualidade da cor estimulou uma qualidade correspondente em sua natureza astral, mental ou anímica. Sua reação, que serviu para “diminuir seu tom”, simplesmente revelou a necessidade de você regenerar algum fator em sua constituição interior. Não perca tempo e energia “culpando a cor”. Com a regeneração interior através do redirecionamento de poderes, sua capacidade de resposta melhorada servirá para revelar a você valores até então desconhecidos de beleza e poder na cor. A regeneração de nossa consciência sempre serve para nos revelar o Espírito.
            Em capacidade e inclinação a responder com resultados negativos a estados de luz, humanos, enquanto indivíduos, variam consideravelmente. Mas, há um estado ao qual a humanidade – coletiva ou individualmente – tem reagido com muito mais negatividade que a qualquer outro, por muito tempo, e ele é o Preto. No sentido cósmico, Preto é vida indiferenciada e não manifesta; Branco é a consciência, a Luz, que torna toda criação e manifestação possível. Pela recíproca no plano da percepção física, Preto é a congestão de todas as Cores e Branco é o estado da cor indiferenciada. Portanto, o Branco tem simbolizado para o subconsciente da humanidade o reconhecimento do estado de pureza, mais alta espiritualidade e Luz perfeita. O Preto tem simbolizado aquilo que não pode ser percebido em termos de suas partes ou fatores. Como o conhecimento e reconhecimento dos fenômenos dependem de nossa habilidade de “discernir entre coisas”, nos primórdios da evolução nós congestionamos em medo, insegurança e desespero nossa reação à negritude (ausência de luz) do período noturno. Essa reação foi uma experiência individual e coletiva, sendo ainda assim na atualidade para muitas pessoas. Como seres conscientes (encarnados e/ou desencarnados) que temos sido há muitas e muitas eras, não podemos sequer imaginar um estado de “não ser” ou “não existir”. Portanto, enquanto “cor”, o Preto simboliza aquelas coisas que chamamos “morte”, “o desconhecido”, “as congestões de consciência extremamente não regeneradas” – em suma, todas aquelas coisas frente às quais respondemos com sentimentos de estarmos sendo obstruídos ou ameaçados em nosso progresso através da existência. Na mesma medida em que nos alinhamos ou nos relacionamos com estes estados obscuros, intensificamos nossa incapacidade e inclinação de existir em termos de doação de Vida e expressão de Vida; depletamos nossa consciência da Luz do Espírito. Entretanto, “negritude” na alma não significa nem pode significar “obstrução na vida” de modo algum; ela simplesmente indica um estado de congestão que por sua vez indica a necessidade urgente de medidas regenerativas. A Luz é e é para nós sempre; um humano pode criar muito carma doloroso ao colocar-se em ação com base em sua relação com a negritude da alma, mas aquele carma por sua vez o proverá com experiências subsequentes que mudam o fluxo de sua regeneração e envolvimento na direção de novos reconhecimentos da Luz de Deus e da Luz em seu interior.
            Do ponto de vista cósmico novamente, o Branco é o símbolo cromático da pureza da inocência – consciência ainda indiferenciada ou qualificada pela experiência encarnatória. O Branco simboliza a “identidade cromática” dos Espíritos Virginais antes de suas descidas involucionárias como individualizações em corpos. No outro extremo, o Branco é a consciência purificada do indivíduo após completar sua evolução como humano – a realização clara, pura e unificada de sua verdadeira identidade enquanto criação do divino. No princípio ele era pureza desconhecedora de pureza; ao final ele será pureza realizada. Sua resposta inspiracional ao valor oculto do Branco em seu estado encarnatório evolutivo é evidência de sua onipresença Espiritual; lembre-se que se o humano não tivesse algo em si que correspondesse à perfeição pura do Branco ele não poderia responder ao mesmo com resultados espiritualizantes. Semelhante atrai – e reconhece semelhante.
A todos estudantes que estão explorando os significados espirituais e esotéricos da astrologia, fica a sugestão de que se tornem mais concentrados e mais conscientemente sensíveis ao seu significado pessoal relativo ao Preto e ao Branco enquanto “espectro de cores”, como símbolos-qualidades pessoal e espiritual, como poderes vibratórios que o estimulam de uma o outra forma e como figuras de linguagem encontradas na poesia, alegoria e lendas. Da perspectiva da educação e compreensão filosófica torne-se mais perceptivo que nunca sobre como o sentimento e a mente subconsciente coletiva da humanidade tem interpretado estes dois símbolos da luz. Preto e Branco – e sua compreensão deles – tem muita significância para sua abordagem espiritual à astrologia e para sua capacidade evolutiva de interpretar horóscopos – seu próprio e de outras pessoas. O simbolismo dessas duas palavras é dos mais profundos. Sobre o que, mais se segue.
            O espectro das cores são símbolos luminosos das qualidades anímicas. Ele se refere à consciência mais espiritualizada do corpo, mente e emoções que o humano já realizou ou pode alcançar – enquanto estiver evoluindo na identidade de ser humano. Um homem de grande sabedoria disse um dia que as cores são os sofrimentos e alegrias na existência da luz e deduz-se que ele quisesse dizer que as cores correspondem com – ou têm correspondência a – os estados de sofrimento e alegria que os humanos experienciam e que enquanto humanos podem perceber luz e foram criados pela Luz. Fomos instruídos que além da série de cores como conhecemos há infinitas variações e extensões de vibrações luminosas que podem ser percebidas apenas a partir de percepção extra-sensorial neste plano ou funcionando em dimensões mais elevadas de existência. Mas então novamente, devemos ter afinidade com as condições da alma ou consciência representada por estas extensões de cores antes que possamos percebê-las.
            Como a aura do humano é uma questão individual – resultando em seu grau de realizar sua identidade Espiritual – a cor – variações e qualidades da cor que podem simbolizar seu estado espiritual em qualquer ponto de seu desenvolvimento podem revelar, aqui e ali, uma condição escurecida que sugira uma tendência na direção da “negritude” em uma ou mais de suas cores correspondentes, é claro, para um estado de congestão relativa, obstrução, ou “pequena morte” em sua consciência devido a medos e ódios acumulados ou o que quer seja negativo. Lembre-se que a negritude indica a tendência em direção à congestão, ou “caos”, na consciência humana, mas sua presença, na aura ou consciência é de auxílio desde que revela a necessidade de regeneração. A indicação do preto está agindo como um “barômetro da alma” de forma especializada. No mesmo grau que a responsividade de uma pessoa à cor pura, luminosa e potente se torna mais e mais parte de seu funcionamento natural, se pode ver evidências de sua motivação anímica, de seus impulsos aspiracionais, de seu amor, de sua generosidade, de seu idealismo, e de sua devoção à companhia de Deus.
            A aura da pessoa pode revelar uma área preenchida com uma variação rica e intensa de certa cor. Essa qualidade de cor revelará a evidência de esforço e atenção consideráveis dados a certa fase de desenvolvimento. Correspondentemente sua personalidade revelará habilidade pronunciada sobre aquela linha de empreitada, e as características da mente e emoção o marcarão de modo muito particular. Sua “alma é forte e focada” naquele ponto particular. Mas o desenvolvimento e realização espirituais são indicados pelo largo corpo-alma, e as cores da aura, mais que profundas e intensas em suas variações, tenderão à qualidade pastel – sendo “carregadas com Branco”. Há uma significante e interessante correspondência a ser encontrada entre “tendência direcional à brancura” nas auras dos humanos espiritualmente desenvolvidos e sua inclinação pessoal em direção à simplicidade de maneiras e pureza de integridade, motivos e propósitos. A espiritualização resulta em simplificação e assim, com a evolução, as cores que representam a consciência da pessoa tendem à simplificação da Brancura. Entretanto, uma vibração de coloração pastel pode estar nas auras dos humanos espiritualmente desenvolvidos; estas amáveis e delicadas formas de cor pastel têm grande potência vibratória ou “poder de imposição”. Frases como “gota por gota (a gentil e modesta ação da água) desgasta a pedra (água mole em pedra dura tanto bate até que fura)”, “uma resposta branda afasta a ira” e “perdoe seus inimigos” são correspondências de poderes entre as cores pastéis embranquecidas da aura espiritualizada e a consciência espiritualizada de um humano altamente desenvolvido. Também a presença da “potência pastel” na aura revela o grau de integração da consciência da pessoa na direção de todos os planos de seu funcionamento – os vários aspectos de seu ser e consciência estão, em grau, unificados e harmonizados uns com os outros.
        Todas essas observações em relação ao Preto, Branco e Cores têm aplicação espiritual prática ao estudo dos horóscopos. Quando estivermos prontos para parar de usar nossos conceitos errôneos descobriremos que:
        O ponto que deveria ser indicado por um pequeno ponto arredondado, no centro do horóscopo é um símbolo – e o único válido que temos – do caos, vida indiferenciada, a partir da qual toda manifestação ocorre. Aquele ponto central aplicado ao horóscopo do humano individual é a Ideia (Humanidade) concebida pela Mente Divina de nosso Logos; é a partir daquela ideia que nós, enquanto arquétipos terráqueos, fomos projetados para a experiência individualizada. Um círculo circunscrevendo aquele ponto central simboliza nosso Logos como Consciência criativa individualizada e sua manifestação, como o Sol – o corpo central ou núcleo de nosso sistema solar. Como o homem é Espírito, esse símbolo composto de ponto e círculo representa sua Essência Espiritual, seu Átomo-semente e seu potencial de tornar perfeitos todos os seus corpos. Então, a partir daquele símbolo central a linha esquerda horizontal emana para formar a linha Ascendente do horóscopo individual humano. Se fosse graficamente possível e prático, poderíamos colocar os símbolos do Sol (enquanto regente de Leão), Lua e planetas assim como os Nodos Lunares e Roda da Fortuna nos pontos apropriados na circunferência do mapa completo; a circunferência é claro a emanação completa do raio Ascendente. A figuração dos aspectos feitos pelos pontos planetários seria mostrada por linhas retas a partir do círculo central aos pontos no raio que determinam as posições astronômicas para aquele tempo e espaço. O ângulo feito por qualquer destas duas linhas indica por grau numérico o aspecto criado pelos dois pontos planetários em relação. Todo aspecto em um horóscopo – como uma “coisa em si” – tem polaridade nos dois corpos que se relacionam, e a polaridade – entretanto ou onde quer que seja – é a ignição para a consciência. A pessoa, a partir de seu centro de consciência como ser humano, desenvolveu certos inter-relacionamentos entre os fatores de sua consciência humana. Esses são “aspectos” – chame-os, ou pense-os como “pontos de vista” – que ele olha a partir do centro de seu mapa (esta consciência central) para as condições de seu mapa, para as condições de seu ambiente, seus relacionamentos, suas atividades, suas fraquezas e deficiências, suas aspirações, seus ideais e realizações relativas. Cada um desses pontos na circunferência da roda tem correspondência com uma cor que pode aparecer em sua aura e cada aspecto entre os pares de planetas em seu padrão de mapa corresponderá – basicamente – a uma qualidade de sua cor áurica ou cores. A brancura de um horóscopo humano não é representada pelos conteúdos do mapa (pois esses conteúdos se referem a ele ou o descreve enquanto uma personalidade evoluindo a consciência da verdade), mas pela brancura no círculo central do mapa – o símbolo central do Sol. Se os fatores do mapa fossem indicados em espectros de cores, este círculo central se manteria branco – pois se trata do Espírito onipotente, onisciente e onipresente. O preto é indicado no horóscopo humano apenas pelo ponto central, em mais nenhum local – e como tal simboliza a infinitude, a subjetividade incomensurável e incompreensível da vida em si, a partir da qual todo Logo criativo e suas manifestações derivam. Em nenhum lugar do horóscopo há “maldade” (ou preto no senso de mal absoluto) indicada. Os pontos de vista que denominamos aspectos de “quadraturas” e “oposições” são padrões indicativos de tensão, desarmonia, ignorância ou congestão de qualquer tipo, mas ainda são registros do corpo-alma do humano; os pontos que formam cada aspecto são poderes divinos conforme diferenciados pela consciência humana em evolução. Partindo do Preto do Caos, o Branco da Consciência Criativa estabelece um campo de evolução e aquele programa evolutivo é o que cada horóscopo revela. É através da purificação das Cores áuricas (regeneração de “aspectos e pontos de vista”) que a realização da identidade com o Branco da Divindade é finalmente feito.

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