terça-feira, 16 de setembro de 2014

CAPÍTULO XXXII – O HORÓSCOPO ABSTRAÍDO

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng40.htm



        Esta abordagem de “abstrair” um horóscopo é apresentada na esperança de que ajudará os estudantes a tornar claro e focar sua compreensão dos elementos que compreendem a estrutura e delineação do horóscopo. Sabemos que o horóscopo é uma figura simbólica da consciência humana como ela se expressa na dimensão trina da encarnação; trata-se também de uma figura dos princípios cósmicos assim que se manifestam através da entidade chamada Humanidade. Estes princípios quando compostos são a Vida do Universo – eles se manifestam em todos os mundos e planos.

            A astrologia delineia a “Irmandade de Humanidade” de modo que todos os elementos horoscópicos são comuns a todos os horóscopos humanos; todos tem Sol, Lua, oito planetas e assim por diante. Todo horóscopo é construído pelos mesmos padrões de cálculos planetários, que são essencialmente os elementos siderais e zodiacais traduzidos em relação ao espaço e tempo da encarnação. Em outras palavras, somos todos feitos da mesma substância vibratória; diferindo apenas em particularidades individuais como variações do grande horóscopo abstraído, o padrão básico horoscópico.

            A estrutura desde padrão é um círculo ativado por dois diâmetros - um vertical, o outro horizontal; estas linhas compõem dois pares de dois semicírculos cada e quatro quadrantes. Estes quadrantes, por sua vez, são ativados pela divisão em três partes iguais; assim a “Vida” do círculo é vista como sendo duodécupla (com doze aspectos); estas doze casas, com trinta graus cada, são os departamentos de experiências pelas quais e nas quais a evolução humana é gerada. Este desenho estrutural é estático; ele não muda, pois constitui a base sobre a qual e através da qual a vida vibratória de horóscopo se estabelece.

            A essência vibratória do grande horóscopo abstraído é encontrada pela colocação dos símbolos zodiacais fora do círculo de modo que o zero de cada signo caia sobre uma das doze cúspides; zero de Áries coincide com a cúspide da primeira casa, zero de Touro com a segunda, zero de Gêmeos com a terceira e assim por diante. A sequência de signos é invariável – Leão sempre segue Câncer, Capricórnio sempre segue Sagitário etc.

            A magnitude do escopo mostrado por este padrão é vista quando reconhecemos a razão pela colocação dos símbolos dos signos zodiacais do lado de fora da roda, eles são os níveis e reinos cósmicos e universais que não são “apenas sistema solar”, mas que dizem respeito às realizações das expressões de vida em evolução. Elas atuam sobre a Humanidade a partir do Grande Campo Exterior; somos suas agências ou instrumentos de expressão neste particular estado planetário. Colocar os símbolos zodiacais no interior da roda implicaria que a consciência de Deus não está relacionada com os Princípios da Vida do universo em seu contexto maior; os princípios expressos representariam algo relativo apenas à expressão humana da vida.

            A expressão, em termos humanos, destes signos zodiacais é encontrada na colocação dos signos planetários no interior do mapa. A vida interior da consciência humana está assim representada pelos padrões dos planetas em relação uns com os outros e com a ativação cíclica rítmica destes padrões. O cinturão de signos zodiacais é análogo aos corpos etéricos que formam a matriz de nosso corpo físico; a estrutura de casas do mapa é análoga ao corpo físico em si; os planetas no interior do mapa em composição são análogos à vida celular e orgânica do corpo enquanto expressão de Vida específica. Então se a humanidade (entidade humana) é uma expressão de Vida específica, ela é um arquétipo; nós, como entidades humanas individuais, somos expressões de “variações do arquétipo”. Nosso estado individual como variação de nosso arquétipo em um dado momento da nossa evolução é uma variação específica do horóscopo natal que arquiteta esta encarnação; nosso horóscopo natal, por sua vez, é a expressão momentânea de elementos abstratos que compõem todo o desenho vibratório – o Grande Horóscopo Abstraído – que é o Horóscopo da Humanidade. Ele é feito por uma roda com as casas numeradas; os signos colocados apropriadamente, começando com zero de Áries na primeira cúspide e os símbolos dos planetas colocados nas casas e signos de sua dignidade.

            Fica aqui a sugestão para todo Astro-Filósofo que leia este material que mantenha em mãos uma ordenada e bem feita cópia do Grande Horóscopo Abstrato para meditação diária. Uma impressão continuamente renovada dos significados vibratórios e evolucionários de cada fator neste desenho provê uma lembrança contínua dos propósitos espirituais do estudo astro-filosófico. Esta meditação impressiona a mente com: padrão e forma; sequência; arquétipo; unidade que se expressa pela diversidade; polaridade e sexualidade vibracional. Ela também causa uma profunda impressão na consciência do coração, pois abre a consciência do Astro-Filósofo que a segue e pratica com uma “elevação” que tem grande efeito regenerativo. O Grande Horóscopo Abstraído não faz referência em relação a aspectos bom, mau ou indiferente. Ele não tem nada a dizer sobre bom ou mau carma, dias de sorte ou azar, homens e mulheres, inimigos declarados ou ocultos e assim por diante. Ele é simplesmente um retrato vibracional da Humanidade revelando seu Ser Ideal em símbolos. A evolução é representada no mapa astrológico traçando-se uma linha da cúspide da primeira casa – o Ascendente – em sentido anti-horário através do mapa e de volta ao ascendente. Como utilizamos uma superfície plana no desenho do horóscopo, esta linha aparece como um círculo – retornando aparentemente no mesmo ponto em que começou. Devemos perceber que se uma vida está evoluindo, a figura deve representar para cima, para frente e sempre; consequentemente reconhecemos que a superfície plana do mapa é em si a abstração de um conceito tridimensional. A superfície plana representada pelo mapa astrológico é a secção transversal de uma esfera cortada em sua região central; ela representa o espaço, não apenas o norte, sul, leste e oeste do nascimento na superfície da terra, mas também o acima e o abaixo do local do nascimento. Esta é a representação física; a ação do mapa está descrita no símbolo abstrato da espiral; esta espiral não é mostrada na superfície bidimensional do mapa, mas os Astro-Filósofos sabem que a linha que inicia no ascendente, viajando através do mapa e retornando ao ascendente, é realmente a jornada através de um ciclo evolucionário no qual o desdobramento espiritual ocorre; quando a linha circular retorna ao ascendente, ela atingiu um nível mais alto e inicia o próximo ciclo a partir daquele ponto. O ponto de início de cada ciclo deveria ser desenhado acima da superfície do papel na qual o mapa está desenhado de modo a representar o conceito tridimensional da subida cíclica a níveis superiores. Uma vez que uma superfície plana e bidimensional é nossa forma de representação simbólica, nós não criamos um símbolo tridimensional; o símbolo tridimensional é contido abstratamente na circularidade contínua através do mapa bidimensional. O “astrólogo comum” pode se satisfazer pensando bidimensionalmente; o Astro-Filósofo interpreta o horóscopo dinamicamente, em termos de processos de vida representados pelos símbolos astrológicos. Esta “espiralidade” será fortemente impressa na sua mente se você tentar o seguinte experimento simples: coloque a ponta de seu lápis no ponto em que a linha do ascendente toca a circunferência do mapa; deixe que o lápis viaje ao redor da circunferência do mapa de forma que nas cúspides das casas 4, 7 e 10 ele seja elevado um pouco acima da superfície do papel; quando ele retornar ao ascendente após circular o mapa, o ponto do lápis será, por exemplo, cerca de três centímetros acima do papel; eleve o papel de modo que ele toque o lápis. Se fosse possível segurar o papel nesta posição, você poderia circular novamente o mapa e elevá-lo mais três centímetros e assim por diante. Esta é uma representação tridimensional do mapa e ela representa para nossas mentes o processo evolucionário que é abstratamente proporcionado pelo mapa bidimensional.

            O espiralar ao redor do mapa não apenas representa a viagem da consciência humana através dos capítulos da experiência nos diferentes níveis, mas também o padrão abstrato de cada viagem dos planetas do signo de sua dignidade através dos doze signos do zodíaco; o signo da dignidade de cada planeta – em relação ao planeta – é análogo ao Ascendente em relação ao mapa; cada um é um ponto de partida para uma viagem cíclica em experiência e consciência. O Ascendente (ponto de partida) do mapa também é análogo à conjunção de dois planetas, que conforme indicado por este aspecto, estão iniciando um ciclo de padrões de relacionamentos um com o outro. Vemos assim que o círculo do mapa é em si a abstração do movimento orbital que ocorre no mapa nas inter-relações feitas pelos planetas entre si, com estrutura do mapa e com o cinturão zodiacal do lado de fora.

O primeiro passo na abstração de seu horóscopo natal é criar um círculo com trinta graus para cada signo para cada casa, começando com Áries no Ascendente. (Este é, claro, a colocação dos signos do Grande Horóscopo Abstrato). Então, antes de colocar os graus, coloque seu Sol, Lua e planetas na sequência correta, de acordo com os posicionamentos de seu mapa, neste mapa – todos os planetas de Áries estarão na primeira casa, todos os de Virgem na sexta, todos os planetas de Aquário na décima primeira casa, etc. Nenhum aspecto entre os planetas foi indicado até aqui. Estude este mapa em termos de como os planetas estão agrupados por quadrantes e triplicidades; como eles se relacionam com os semicírculos superior e inferior e com os semicírculos ocidental e oriental; como eles se relacionam com os signos de sua dignidade, a fim de determinar quão longe eles viajaram em sua própria jornada através dos signos. Por exemplo, a lua em Libra está em seu signo próprio de quarta casa – sua dignidade, Câncer é um, Leão é dois, Virgem é três e Libra é quatro. Ela tem nesta posição uma relação de quarta casa em relação à sua própria dignidade. Vênus em Capricórnio está em seu próprio signo de quarta casa a partir de sua dignidade em Libra e seu próprio signo de nona casa a partir de sua dignidade em Touro. Mercúrio em Áries está em seu próprio signo de oitava casa de sua dignidade em Virgem e em seu signo de décima primeira casa em Gêmeos. Interprete estas colocações cíclicas por palavras chaves de acordo com a casa do signo representado. Liste todos os seus planetas desta forma – crie ordem e padrão em sua síntese sempre.

O próximo passo é criar outro mapa similar; mas este com os números relativos aos graus dos signos nas cúspides e graus e minutos dos planetas em seu mapa. (Em um horóscopo sem signos interceptados, apenas vire o mapa de modo que a cúspide de Áries se torne o ascendente e você obterá a mesma figura; entretanto, o segundo mapa permite que você escreva seus símbolos e graus de modo que eles sejam facilmente legíveis). Um horóscopo com signos interceptados simplesmente tem zero destes signos nas cúspides apropriadas. A questão é que a colocação dos signos em seu horóscopo abstrato deve coincidir – em padrão – ao Grande Horóscopo Abstraído; toda casa deve estar coberta pelo seu devido signo. A segunda roda agora representa:

            Seu horóscopo privado das complexidades da encarnação; é sua consciência vibratória – independente de seu sexo (gênero) e todas as complicações relacionadas a isto. Esta abstração do seu horóscopo natal conta a história de sua perspectiva vibracional nos capítulos básicos da experiência humana e cada casa é interpretada pelas palavras-chave básicas do planeta que a rege abstratamente.

            Assim, a segunda e sétima casas de todos os horóscopos abstraídos são regidas por Vênus – o princípio do equilíbrio e troca perfeitos; Marte como regente de Áries, é o regente de todos os horóscopos abstratos – a palavra chave básica da interpretação é autoconsciência, o ponto inicial de todos os ciclos de experiência. E assim por diante com os demais; a Lua é a mãe, Saturno é o pai, Marte é o nativo, Vênus é seu complemento; o Sol, como regente da quinta casa pelo signo de Leão, é força de vontade e poder do amor; Urano como regente da décima segunda através de Aquário é amor impessoal e o princípio da descristalização – análogo ao aspecto de sextil entre os planetas; Netuno, como regente da décima segunda, através de Peixes, é o princípio da redenção através da encarnação; no horóscopo abstrato sua colocação enfatiza onde devemos nos sintonizar com os poderes espirituais e representações ideais, de forma a liberar as imagens de egoísmo acumuladas através das encarnações prévias; Júpiter é o professor, a consciência religiosa ou filosófica, o princípio de melhoramento através da progressiva compreensão; Plutão é a focalização dos recursos profundos da natureza do desejo, as necessidades sexuais e a fonte essencial de toda regeneração a ser feita através da ação construtiva pelo redirecionamento da vibração marciana; Mercúrio como regente da terceira casa a partir de Gêmeos é o símbolo essencial da fraternidade básica ou elementar – também a consciência das faculdades intelectuais; como regente da sexta casa ele é fraternidade estendida ao nível de irmãos trabalhadores; ele representa, através da regência de Virgem, sua habilidade e ou consciência de trabalhar e servir com trabalho ou expressando a liberação da vibração leonina da quinta casa do amor criativo. O composto do padrão parental é mostrado, é claro, pela relação e posições de Lua-Saturno, os regentes da quarta e décima casas no mapa abstrato – os dois planetas representam a sua consciência parental essencial.

            Ao aplicar os achados do mapa abstrato ao seu mapa natal, você percebe os processos ocultos de sua consciência mergulhando na matéria, e seus padrões traduzidos para suas necessidades experienciais encarnatórias. Seu mapa abstrato mostra o que você expressa na encarnação; seu mapa natal mostra como sua consciência interpreta a encarnação e através de que recursos de relacionamento e experiência esta consciência poderá se desdobrar e se aperfeiçoar.

“Planetas São Pessoas”: ao cultivar suas percepções interiores das pessoas em sua vida, aplique os regentes de seus mapas natais ao seu e veja como elas aparecem em sua encarnação; então relacione aqueles pontos ao seu horóscopo abstrato e observe a sua consciência interior daquelas pessoas. Qualquer pessoa, homem ou mulher, que seja identificada pelo seu Saturno é um fator da imagem paterna em sua consciência; planetas das pessoas que aspectam seu Saturno mostram que elas são em algum grau, subvariações de sua imagem paterna. E assim por diante, com os regentes e planetas de outras pessoas que aspectam seus demais planetas. Você ganhará ou poderá ganhar uma notável elasticidade em sua consciência astrológica, estudando e meditando sobre seu horóscopo abstrato. Isto tem um maravilhoso e impessoal efeito sobre sua mente e sentimentos, tornando-o consciente dos padrões vibracionais que as complexidades do mapa natal apenas, obscurece. Como resultado deste estudo e meditação, você alcançará outra conquista: a vida humana como a expressão de princípios estéticos de padrão, desenho, ritmo, cor, linha – em suma, todos os elementos essenciais comuns às representações artísticas. Você perceber-se-á, essencialmente, um fator dinâmico no drama, dança e canção da vida.


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