Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng58.htm
A
arquitetura é, em essência, arte manifesta enquanto expressão da consciência
humana da protetividade cósmica.
O
que quer o homem construa, através de suas expressões nesta arte, é um símbolo
de seu desejo instintivo de envolver, englobar e proteger aquilo que ele
cultua. Esta arte difere das outras três artes dimensionais - dança, escultura
e drama - no fato de preencher e envolver o espaço. Há certa utilidade na
natureza essencial dessa arte que também a diferencia das outras artes.
Construções, para cumprir com sua razão de ser, devem ser ocupadas por algo ou
habitadas por alguém. Assim, de todas as artes, a arquitetura é a menos
abstrata e a mais útil, sendo aquela mais básica às necessidades da humanidade.
Uma
analogia - o céu azul e o marrom da terra são o teto e o chão da habitação
humana neste planeta, a vasta casa de nossa vida física provisionada enquanto
criação de Deus. Como todos compartilham desse teto e chão, o homem como
individualização de consciência e como uma "centelha do Fogo Divino",
deve microcosmicamente reproduzir este padrão como expressão de sua Divindade.
Assim, ele constrói "teto e chão" para envolver o coração de suas
criatividades (lar e trabalho) e aquele de sua reverência, a igreja. Como o lar
e a igreja simbolizam o núcleo da consciência de relacionamento para a
humanidade e para Deus, estas "construções" desde tempos imemoriais
se erguem como os dois empreendimentos arquitetônicos essenciais.
A
Divindade da espécie humana é o átomo semente permanente que permanece através dos
ciclos de encarnação. A primeira casa que é construída para ele é no interior
do corpo materno antes do nascimento. O corpo materno é o envoltório de
protetividade que nutre o Ego encarnante. A matriz etérica é o "corpo
exterior" no qual vivemos durante a encarnação e nosso corpo físico de
carne tem os limites da pele, esqueleto e estruturas orgânicas nas quais o
átomo semente é entronizado. O pai funciona em correspondência com sua parceira
providenciando os limites do lar para proteger seus dois "mais
amados" e o lar é a especificação do espaço no qual a vida de
relacionamento de pessoas atraídas entre si por necessidades vibratórias
específicas é perpetuada. Todas essas "construções" (a matriz
etérica, o útero, o envelope físico e o lar) são a "humanidade"
daquilo que é "arquitetura" em arte manifesta. O homem nunca
construiu sozinho por si mesmo - ele sempre construiu, como Deus constrói, como
expressão de sua oitava de Protetividade Cósmica. Assim como a água e
subsequentemente o ar foram os "lares" originais nos quais vivemos
como involuções físicas, também o grande "mar de magnetismo elétrico"
é o "lar" de nossa consciência de relacionamento e o "lar"
é a expressão química individualizada da consciência humana de relacionamento
focalizado na oitava geradora do ser. Durante a encarnação, o homem habita ou
pode habitar em muitas casas, mas o relacionamento com outros humanos é o
"lar vida" de sua consciência. Sentimos-nos "em casa" (e
isto não é apenas uma figura de linguagem) com aqueles que amamos, nos sentimos
"fora de (nosso correto) lugar" entre aqueles que não gostamos. Com
os que amamos nós "construímos facilmente" os requisitos do
relacionamento - em qualquer oitava de experiência ou consciência. Construir
com beleza é expressar amor. "Construir sem beleza" é enfatizar
(acumular) as congestões na consciência de desejo-ignorância; as construções
resultantes são "templos para o feio". O homem expressa seu
"melhor arquitetônico" quando ele constrói (qualquer coisa) enquanto
expressão do melhor e mais elevado de sua mente e coração. As espirais
crescentes dos templos e catedrais são desenhos que simbolizam as aspirações
espirituais do homem em direção a seu "paraíso perdido" - em direção
ao qual ele retorna nas espirais ascendentes do progresso evolucionário. Essas
espirais são variações do desenho básico da pirâmide, que discutiremos nesse
discurso.
Aquilo
que é intimamente externo a nós é o reflexo exterior da construção interior.
Consciência - e nada mais - é o material que usamos para construir qualquer
coisa, em qualquer oitava, ciclo ou dimensão. O resultado da construção
material é o efeito da forma que o homem impôs sua mente, talentos e
habilidades sobre as substâncias maleáveis; e mente, talentos e habilidades são
todas oitavas da consciência. Ele impõe sua consciência nas "coisas da
arte" para corporificar seus conceitos de arquétipos na arte
manifestativa; ele impõe sua consciência nas "coisas do
relacionamento" enquanto suas "corporificações da consciência do relacionamento",
para envolver, proteger e perpetuar aquilo que se encontra regenerado ou não
nos relacionamentos humanos. Nós podemos construir "cavernas para chacais
e esconderijos para ladrões" assim como podemos construir "lares para
os amados e templos para os adorados". Tudo isso, em suas miríades de
expressão, são construções com os materiais da consciência.
Como
cada humano é uma consciência individualizada, somos os construtores de tudo o
que é manifesto em nossas vidas. Encarnando, servimos para construir uma nova
identidade para nossos pais, uma vez que eles foram instrumentos na construção
de um veículo para nós. Cada criança contribui com material de relacionamento e
experiência de relacionamento para a "construção" de seus pais como
indivíduos e como casal. Ele expressa sua consciência, eles reagem; eles
expressam, ele reage nos anos de seu desenvolvimento e pelo tempo que sua
relação com seus pais continuar. A criança foi magnetizada a seus pais pela lei
e construiu a qualidade particular de consciência parental pelos seus exercícios
como pai e mãe em encarnações passadas. Em outras palavras, seus pais são a
expressão quimicalizada de sua consciência de "pais"; eles, de certo
modo, e em relação a ele, são algo que ele mesmo construiu. Cada ser humano é,
portanto, o arquiteto de seus próprios pais. Concretamente isto é representado
no horóscopo pelo diâmetro vertical das cúspides da quarta e décima casas. Os
"pais" do arquétipo humanidade se apresentam no diâmetro zodiacal de
Capricórnio-Câncer focalizados pelos arquitetos planetários Lua e Saturno, os
"construtores da forma" de nosso arquétipo vibratório. Este diâmetro
é, claro, complementado pelo de Áries-Libra, assim como o diâmetro vertical de
um horóscopo é complementado pelo diâmetro horizontal do Ascendente e sétima
cúspide. Aprofundando em uma ilustração astrológica: podemos pensar no mapa
como a planta de um edifício, de tão arquitetônicos são os símbolos.
Um
círculo com diâmetros vertical e horizontal; os símbolos para os signos
cardinais nos pontos estruturais, Áries como signo Ascendente. Conecte os
pontos estruturais com linhas retas formando um quadrado. Os quatro ângulos
retos são os "envoltórios" dos ângulos feitos no centro pelos
diâmetros dos pontos médios das casas fixas (Touro, Leão, Escorpião e Aquário);
os ângulos retos do quadrado dos signos fixos são os envoltórios do ângulo
central feito pelos diâmetros vertical e horizontal. Os lados dos dois
quadrados têm o mesmo comprimento. Os pontos cardinais bisseccionam quatro
semicírculos; os pontos fixos bisseccionam quatro quadrantes.
O
círculo é ao mesmo tempo a perfeita ideia de "Humanidade" na Mente
Divina, a manifestação perfeita daquela ideia na forma e a perfeita objetivação
de todos os potenciais inerentes ao Ponto Central; pela perfeição de sua beleza
ele é o símbolo arquetípico do Dourado Manto Nupcial que será usado pelo
arquétipo humanidade na alvorada da liberação desta manifestação, ou que é
usado por cada indivíduo no momento de sua liberação. O Dourado Manto Nupcial é
a habitação perfeita do átomo semente - todos humanos têm uma matriz etérica,
mas nem todos usam uma bela matriz; é o perfeito embelezamento e pureza dessa
matriz que identifica o Dourado Manto, o resultado de toda nossa construção
encarnatória.
Foi
feita uma referência prévia à convicção do autor de que o círculo que
circunscreve o quadrado cardinal e suas "linhas de força" (a Cruz
Cardinal), em combinação com o Ponto Central, é uma "visão de olho de
pássaro" (olhando para baixo a partir de cima) de uma pirâmide. O
arquétipo humanidade evolui da inocência - o estado de Espírito Virginal - ao
limite da quimicalização por um processo espiralar de afastamento descendente
do ponto, em circunvoluções sempre expansivas (separativas). O potencial
essencial perfeito permanence sempre, mas o homem encarnado e novo para esse
plano vê apenas a quimicalidade da vida e da sua própria natureza. Ele
desconhece sua unidade com a vida e apenas indistintamente a sente em seus
sentimentos de unidade instintivos com outros humanos com os quais está proximamente
associado por laços de sangue ou de parentesco.
Na
maior parte das vezes ele está consciente das diferenças entre ele e seu pai,
mãe e outras pessoas : fortes e fracos, jovens e idosos, masculino e feminino,
etc., mas suas similitudes com outras pessoas, independente da aparência
externa, não são reconhecidas até que os processos evolucionários ocorram.
Conhecer um relacionamento é estar consciente da vida humana “interior” e
aquela percepção é o princípio da sabedoria. A consciência da humanidade em
evolução não está ciente da forma circular essencial do raio de luz sobre o
qual viaja; ele é sempre circular mas quando se “choca com a tela da
materialidade” a consciência humana subdesenvolvida vê apenas quadrado – as
agudas diferenciações entre as pessoas, não a unidade pela qual todos são
afiliados em espírito.
As
duas representações do quadrado simétrico em nossa mandala simboliza a
estrutura da família humana e o material do qual aquela estrutura é construída.
A família é exteriormente o macho e fêmea da manifestação humana geradora;
interiormente é o masculino e feminino da consciência genérica. Os pontos
estruturais do quadrado dos signos fixos simbolizam as focalizações dos
diâmetros do desejo-amor que é a substância alimentar do total de nosso relacionamento
humano – vida – o equipamento que usamos para construir cada lar de trocas por
relacionamento. Os pontos estruturais cardinais são as quatro focalizações da
identidade humana – madura e imatura do macho e da fêmea – Pai, Mãe, Filho e
Filha; também o macho e fêmea como causador e reator aos efeitos das causas. A
partir dessa cruz da Polaridade da Identidade, alimentada pelo recurso
desejo-amor dos diâmetros dos signos fixos distribuídos pelos diâmetros
assimétricos das oitavas de sabedoria da cruz mutável, a espiral ascendente da
evolução inicia. Assim que o ser humano precisa encarnar ele participa nestas
três cruzes; mas na medida em que a identidade separativa é transmutada em
unidade, desejo em amor e ignorância em sabedoria, os quadrados se tornarão
cada vez menores, continuamente aproximando-se da semelhança com o círculo, que
por sua vez é a representação perfeita do menor de todos os círculos, o ponto.
Você pode fazer uma imagem desse desaparecimento do quadrado ao desenhar um
círculo envolvendo o quadrado cardinal. No interior do quadrado desenhe um
círculo, no interior daquele círculo outro quadrado e assim por diante, até que
a figura se torne tão pequena que você não pode prosseguir. Lembre-se que o
“quadrado” é um desenho arquetípico; “quadrado cardinal”, “quadrado fixo” e
“quadrado mutável” são três variações de um mesmo desenho; fixo e mutável são
sub-arquétipos do cardinal enquanto desenho arquetípico da identidade e
relacionamento humanos. Assim, ao desenhar estes quadrados cada vez menores em
círculos cada vez menores, você está de fato representando, em essência, todas
as três formas do quadrado em todas oitavas evolutivas. Quando você desenhou o
primeiro círculo dessa ilustração (e o quadrado cardinal em seu interior) você
representou a humanidade pronta para evoluir; cada quadrado sucessivamente
menor no interior dos círculos, em pares, representa uma oitava superior – como
nas histórias de uma construção que seja piramidal em sua forma. Se você
desenhar ou imaginar uma pirâmide sendo cortada por planos horizontais uns
sobre os outros você compreenderá a essência de como cada nível espiralar do
círculo e cruz é análogo aos pisos de um edifício, cada piso contendo muitos
quartos nos quais diferentes atividades ocorrem – ou nos quais diferentes
expressões da Consciência ocorrem. Neste desenho indique “primitivo” no
primeiro nível e designe diferentes níveis da pirâmide cortados por planos como
representando diferentes períodos da história em que o homem tornou evidente o
progresso evolucionário. Em cada nível da cruz cardinal das trocas no
relacionamento humano, a cruz fixa dos recursos desejo-amor e a cruz mutável da
sabedoria-destilação são encontradas em conjunção ou sincronização com o eterno
ideal que as envolve e intepenetra. Com a aproximação do ponto alto (o ponto
central do mapa astrológico, conforme sabemos), amor e sabedoria tornam-se cada
vez mais fundidos, e as quatro identidades perdem sua qualidade separativa e se
mesclam cada vez mais no ideal de relacionamento de fraternidade, aquilo que
nosso relacionamento com o outro é de fato. Somos todos fraternos pois somos os
"filhos e filhas" do Deus Pai-Mãe; nossa "filiação" é nossa
natureza bipolar essencial - "macho e fêmea" dizem respeito à nossa
natureza apenas quando encarnados, e nas oitavas superiores do ser ela se
aplica apenas a nosso estado espiritual gerador, sendo que os poderes da
bipolaridade se fundem quando alcançada a perfeita consciência do "amor
pleno". Somos cientes de "amores" enquanto estamos nos níveis
inferiores da espiral ascendente - identificamos a existência do amor com a
existência de outras pessoas em nossas vidas e experiências. Em verdade, o amor
é um aspecto do círculo, sendo onipresente na pureza perfeita em todos os
níveis de ser. Assim que o topo da pirâmide se aproxima, a "separatividade
dos amores" é transcendida e o ponto no topo da pirâmide - o final da
espiral ascendente - é a consciência perfeita da "unidade" do amor
enquanto Atributo Divino. Assim como a sabedoria é destilada das experiências
na espiral, as congestões do medo e do ódio são dissipadas pela luz da razão e
compreensão, que por sua vez, são as iluminações da mente pelo poder do amor e
inspiração da beleza.
Faça
uma cópia do mapa com as doze casas, conecte os pontos das cúspides em
sequência por linhas retas criando doze triângulos isósceles. Cada um desses
triângulos é metade de um triângulo equilátero, cujos lados são as cúspides das
casas alternadas. Há dois tipos desses equiláteros: aqueles dos trígonos de ar
e fogo e aqueles de terra e água. Pense no "equilátero de Áries" como
sendo: "masculino Áries e feminino Touro" e assim por diante em todo
o mapa. Esses equiláteros, três de cada elemento genérico, apresentando
polaridade pela divisão em duas partes iguais, são as casas básicas reais do
mapa no que concerne a consciência genérica. Como cada uma das doze casas
mundanas focaliza os princípios de um dos doze signos zodiacais, reconhecemos
que eles são especializações das duas partes das secções genéricas de cada
trígono. Faça esta figura desenhando quatro rodas e pintando de preto cada um
dos signos de um elemento assim como seu signo sucessivo. Há muito alimento
para o pensamento nessa representação de casas enquanto divisões genéricas da
experiência. A aparência regular das doze casas ilustra uma representação muito
mais objetiva do ciclo de experiências durante os anos de encarnação. Elas são,
em qualquer apresentação, salas com um piso particular da construção de sua
vida. Na medida em que os elementos vibratórios de seu mapa estiverem
congestos, você se verá em situação de "viver em um piso inferior na
construção de sua vida".
Pense em seu horóscopo como um piso
planejado, a planta da mansão evolucionária (construção) que você está
habitando agora. Seu mapa simboliza seu potencial de ser um arquiteto
espiritual. Os conteúdos de seu mapa representam os materiais anímicos que você
está usando para construir sua pirâmide - seu Manto Dourado - o composto do
melhor de sua consciência destilada de todos os níveis prévios de experiência e
realização. Torne-se mais ciente que nunca da beleza da arte arquitetônica -
permita-se apreciar os valores estéticos das belas construções, e
filosoficamente permita-se tornar mais do que nunca ciente de seu significado
para a experiência humana.
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