No primeiro artigo dessa série,
discutimos o ponto, a linha e o círculo como os três fundamentos da arte simbólica. O ponto é a
subjetividade infinita; por correspondência ele pode ser o incognoscível, ele
pode ser Deus Pai-Mãe, ele pode ser o potencial de deidade do ser humano
individual. A linha horizontal para a esquerda a partir do ponto é o processo
de quimicalização dos potenciais do ponto. O final da linha simboliza o estado
da maior quimicalidade, correspondendo à maior densidade da matéria no
Universo, nosso sistema solar ou o corpo físico total do humano, a soma total
de seus potenciais manifestos. O círculo é o símbolo da perfeição infinita da
objetividade. Lembre que a linha horizontal tem polaridade; seus finais são
dois pontos dos quais a emanação pode ocorrer. No simbolismo astrológico, o
primeiro Ponto (o Centro) inicia a emanação pelo processo de quimicalização; o
segundo ponto (o extremo esquerdo da linha) inicia a emanação pelo processo de
preenchimento dos potenciais do centro. O desenho da linha horizontal para a
esquerda a partir do centro simboliza a involução; o desenho do círculo, usando
aquela linha como raio, simboliza a evolução; um círculo completo simboliza as
perfeições inerentes de todos os potenciais do ponto central em manifestações
realizadas; ele simboliza a essência do idealismo que o homem busca realizar em
todas as suas experiências evolucionárias; o círculo, em sua beleza perfeita, simboliza
a manifestação realizada de um arquétipo – em nosso caso, aquele arquétipo é a
humanidade. Estes três símbolos são (como símbolos) arquétipos; a partir deles
derivam todos os demais símbolos arquetípicos.
Design é a Lei Cósmica da Ordem
aplicada à forma e estrutura das manifestações. Forma é a aparência externa, a
condensação da forma da matriz; Estrutura é a inter-relação das partes física e
etérica com os fatores de uma manifestação. Estrutura é o resultado total das
emanações do centro da matriz e forma é aquilo visualmente percebido da
estrutura.
Todos os fatores de uma manifestação
são desenhados, pois cada fator é significativo para os propósitos da
manifestação total. Em outras palavras, o desenho de todas as partes está em
acordo com as leis da natureza essencial da manifestação; o desenho da
manifestação completa é a aparência externa objetivada do arquétipo subjetivo. Pense
sobre o “design das partes” e “design externo” do mamífero (ser humano, cavalo,
baleia – sendo “mamífero” um arquétipo). De que modo seus designs interno e
externo são similares? Pense nos quadrúpedes (leopardo, castor, antílope,
iaque); pássaro (águia, pato, avestruz, beija-flor); réptil, inseto, peixe,
etc. Considere a tremenda significância do design no mundo natural. Flores
constituem um objeto perfeito para este tipo de estudo, pois a beleza de seu
design inclui forma, cor e fragrância; a fragrância da flor é parte de seu
design assim como o são forma e cor. Toda vida animal tem um design em seu
tempo para reprodução e gestação; a vida humana tem designs de relacionamentos
e atividades de trabalho, desenvolvimento intelectual e iluminações
espirituais. Regozijem-se pensando sobre os inúmeros designs pelos quais a vida
expressa seus poderes.
Como nosso objeto de estudo
principal é a astrologia, por uma arte figurativa (gráfica), confinaremos
nossas observações concernentes ao design àquelas analogias entre astrologia e
a arte da pintura que tem, como sua abstração, a arte de desenhar a linha. O
design é todo presente nas artes: música, dança, poesia, drama, etc. – mas
devemos por concisão nos ater àquelas duas artes que mais diretamente
correspondem à astrologia.
Se pudermos nos imaginar exercitando
a faculdade da visão pela primeira vez e sendo totalmente inconscientes das
identificações e propósitos das coisas materiais nesse planeta veríamos, até
onde nossa consciência permitisse ilhas de cor. Vemos “tridimensionalmente”
apenas porque exercitamos a visão por muitas encarnações, e a não ser pelo
breve período na infância quando nos reorientamos para este plano, somos
acostumados à perspectiva. Mas, hipoteticamente por enquanto, sendo totalmente
desacostumados à perspectiva nós veríamos tudo em termos de duas dimensões.
Olhando em seu quarto, você vê o que reconhece como “grande ou pequeno” de
vidro, tecido, madeira etc. Esquecendo identidade e perspectiva, a única
“substância” que você vê é cor manifesta pelo design das formas das coisas que
percebe. A cor é inerente à substância, mas o design da substância molda a cor
ou cores.
Agora – design em astrologia – que
belo tema este!
Como fator na essência pictórica do
simbolismo astrológico, o círculo da mandala astrológica é a estrutura para
aquilo que o astrólogo estuda. Lembre que a estrutura de nossas percepções visuais
é a extensão circular do escopo de ação de nossos olhos. Não vemos através de
uma grade quadrada ou retangular – o design de nossos olhos nos torna possível
ver tudo através de um círculo.
“Ver” ocorre de duas maneiras – ou
em duas “oitavas”. Uma é “visão física” – percepção das coisas físicas pelo
exercício de uma faculdade física que é o foco de dois órgãos similares em uma
coisa única, ou “ponto”. A outra é visão “intuitiva” ou “espiritual” que se dá
pelo foco ou “bipolaridade”, e o círculo da roda astrológica é também o símbolo
da “estrutura” dessa “visão”. O astrólogo olha para o horóscopo com foco em
ambos seus elementos genéricos – este foco é o olho único da compreensão; ele
utiliza seus recursos intelectuais para calcular o mapa e estudar seus
elementos de um ponto de vista técnico, mas também disponibiliza os recursos de
memórias de experiências de encarnações passadas masculinas e femininas para
perceber os valores espirituais dos fatores contidos no mapa. Um astrólogo
funciona como um composto de ambas as polaridades quando suas percepções
intuitivas são despertas pela concentração em um mapa; ele compreende a
consciência de ambos os sexos e é capaz de avaliar as indicações astrológicas
de acordo. Leste-oeste, norte-sul devem ser estudados em cada mapa de cada ser
humano. Todos somos causadores e reatores aos efeitos de causas – e sempre
temos sido. O astrólogo, focalizando a bipolaridade – o Centro – Ponto – de sua
consciência, é capaz de perceber as avaliações objetivas e subjetivas dos posicionamentos
e padrões astrológicos; em outras palavras ele percebe, através do círculo de
seu insight espiritual, as tendências da pessoa cujo mapa está sendo estudado
do ponto de vista de seu ser enquanto “Causador” e como “Reator aos efeitos das
causas”. O astrólogo deve conhecer a vida do corpo assim como a vida do
Espírito (Consciência e Ação) – “vida subjetiva” e “vida objetiva”.
Como um horóscopo é o que é (uma
representação simbólica da interpretação de princípios de vida por uma
consciência individualizada em encarnação), não fazemos horóscopo de pessoas
desencarnadas ou arquétipos sub-humanos. Guarde em sua mente este pensar: O
círculo não é o desenho básico do horóscopo; a cruz dos diâmetros horizontal e
vertical é. O círculo é apenas porque o raio do ascendente é, e o raio do
ascendente é apenas porque o ponto é. O círculo é, de fato, o último fator no
simbolismo astrológico, pois ele é as perfeições manifestas inerentes ao
potencial do ponto. Um círculo em branco não representa a ação da bipolaridade
e, portanto não pode ser considerado como um design básico. O design básico
deve preencher o propósito de indicar a ação da bipolaridade, porque aquela
ação é o que a vida é. Todos os outros fatores obteníveis, um horóscopo pode
ser feito sem que se desenhe um círculo; mas para termos qualquer horóscopo o
grau do ascendente é imperativo – tendo o grau do ascendente você
automaticamente tem a cúspide da sétima casa. Esses dois fatores representam a
figura básica da complementação, e aquele fator, mais que qualquer outro, é o
desenho da bipolaridade essencial da consciência individualizada – a essência
da vida em si mesma.
O diâmetro horizontal, pois ele é
uma linha, não é por si – e não pode ser – um design; mas como suas
extremidades tocam a circunferência do círculo ele serve para criar um design
no interior da roda. Este design de dois semicírculos é o arque-símbolo da
simetria, e simetria é a bipolaridade do design; “macho-fêmea” é a simetria do
sexo, e “masculino-feminino” ou “receptividade dinâmica” ou “refletividade
expressiva” são as simetrias de gênero.
Esta linha horizontal que serve para “ativar” os potenciais contidos no círculo
é o símbolo de todas as diferenças entre as expressões polares do universo, ou
correspondentemente, da natureza humana. O diâmetro de um círculo não “divide”
o círculo em “duas coisas”: ele ativa a polaridade de tudo representado pelos
conteúdos do círculo que são, por sua vez, emanações do ponto central. Além
disso, o diâmetro, que é o aspecto duplo do raio ascendente, é a representação
da bipolaridade do ponto central, “desdobrada” da maneira mais simples e direta
possível. Os semicírculos superior e inferior são a expressão plena de cada
polaridade – os dois, reunidos, formam o circulo completo que é o composto
total da polaridade. “Macho e Fêmea” são as palavras que simbolizam a
quimicalização das diferenças polares no plano gerador do ser. Agora, para
considerar o design da bipolaridade de cada polaridade; mantendo em mente
sempre que tudo representado no horóscopo é emanação do ponto central:
O relacionamento entre dois planetas
que identificamos pelo ângulo de noventa graus é a quadratura – arque-símbolo
da congestão de potenciais. Em sua aparência conforme a utilizamos, ela repousa
sobre uma base horizontal e seus dois lados são verticais – variações do
símbolo arquetípico da Cruz – “comprimida” em limitações implícitas na
circunferência do círculo. Este registro do design do quadrado é chamado “mal”
por alguns, pois ele representa uma tendência a permanecer “inexpressivo” –
portanto “morto”, que é “anti-Vida”. A “dor” implícita nesse registro é o
despertar de potenciais por forças evolucionárias que trabalham através da
consciência humana de forma que os potenciais de vida possam ser liberados
contra uma inércia “incorporada”. Esta quadratura, aplicada à estrutura do
círculo, toca o mesmo em quatro pontos (aqueles correspondentes aos pontos
médios da segunda, quinta, oitava e décima primeira casas), os signos fixos do
zodíaco, os recursos de poder do amor-desejo. A regeneração desses recursos é a
grande “mágica integral” da alquimia – o ápice do empreendimento espiritual. Mas
esses pontos sendo “pontos médios”, não coincidem com as cúspides que, por sua
vez, são emanações do “Eu Sou” do raio ascendente único. Há apenas uma
representação do símbolo do quadrado que não apenas coincide com as cúspides
das casas, mas ainda é estruturalmente simétrico e equilibrado: o quadrado
cujos pontos angulares são as cúspides da primeira, quarta, sétima e décima
casas – os signos cardeais da Grande Mandala, que são os pontos estruturais do
relacionamento humano básico. E a “inércia” e “contramedidas à inércia” (a
polaridade dos processos de vida) são representadas nesse quadrado de forma
marcadamente iluminada desde que lida diretamente com a “humanidade dos
relacionamentos”.
No centro exato de uma folha de
papel coloque um ponto. A partir do ponto, desenhe uma linha horizontal de
cinco centímetros para a esquerda; volte ao ponto e desenhe outra linha agora
vertical com a mesma extensão e retorne ao ponto. Na porção superior da
horizontal e do lado esquerdo da vertical escreva a palavra “masculino”. Agora,
a partir do ponto complete uma linha de cinco centímetros para a direita,
retorne ao ponto e faça outra linha vertical para baixo e novamente retorne ao
ponto; você criou as “linhas de força” no design dos relacionamentos humanos
básicos. Coloque os símbolos dos signos cardinais apropriadamente, de acordo
com a Grande Mandala. Agora, o ângulo feito por cada par de linhas a partir do ponto
é um ângulo reto, o mesmo encontrado na estrutura de pontos do quadrado dos
signos fixos. Áries e Capricórnio representam “inércia” e “ação” desse modo:
Áries é o “masculino gerado”; Capricórnio é o “masculino gerador”.
Pense cuidadosamente a esse
respeito: a “tendência ao mal” simbolizada pelo design do quadrado significa
isso: a tendência a continuar a expressar a partir de um nível sustentado de
inércia espiritual. Quando não crescemos e nos desdobramos, retrocedemos; retrocesso
é a blasfêmia suprema, pois representa a contramedida aos requisitos da vida.
Os potenciais estáticos da imaturidade precisam ser liberados e cumpridos, e a
“imaturidade” é o não cumprimento relativo de qualquer nível, oitava ou ciclo.
Olhando em nosso design novamente, os ângulos e as linhas de força na figura
cardinal e o quadrado dos signos fixos:
Na figura cardinal, desenhe um
pequeno arco próximo ao ponto conectando as linhas que representam Áries e
Capricórnio; desenhe outro pequeno arco próximo ao ponto conectando a
horizontal superior e a vertical esquerda do quadrado fixo. Estes dois arcos
envolvem duas expressões de “ângulo reto”; a cardinal é “aberta”, a fixa é
“fechada” – ao menos enquanto relacionamentos com o design total estejam conectados.
O ângulo reto Áries-Capricórnio desdobra o quadrante superior esquerdo dessa
roda; o ângulo reto do quadrado fixo focaliza o superior pela esquerda dessa
roda. Você vê como o design do aspecto quadratura, em sua natureza essencial,
ilustra os potenciais para o florescimento ou congestão? Desenhe arcos em ambas
as figuras, análogos a esses dois, relacionando Capricórnio-Libra ao quadrante
superior direito do quadrado fixo, Libra-Câncer ao inferior direito e
Câncer-Áries ao quadrante inferior esquerdo; cada ângulo reto central aberto da
“cruz” cardinal tem seus potenciais para congestão mostrados pelos ângulos
correspondentes do quadrado fixo arquetípico. Estes dois aspectos (polaridades)
do design da quadratura mostram a “contramedida” para cada uma das tendências
inerciais da consciência humana. Cada “imaturidade” (criancice) da consciência
deve transcender a tendência inercial de se autocomprazer no simbolismo do
círculo. Os “ângulos” dinâmicos e congestos nestas duas figuras – desde que
cada ângulo é uma relação de dois fatores dos potenciais do ponto – constituem
a necessidade eterna da polaridade cósmica através da consciência de
relacionamento humano para cumprir os potenciais do arquétipo “humanidade”.
O estudo dos símbolos astrológicos
como figuras é um exercício mental e estético fascinante. Estes símbolos, em
sua maioria, são usados desde tempos imemoriais como delineações da realização
de princípios de vida. Este discurso vai se referir à essência geométrica
desses símbolos, visto poderem ser correlacionados aos valores geométricos da
Arte de Desenhar, a abstração da Arte de Pintar.
Após experienciar encarnações por
muitas eras, temos uma reação instintiva aos designs geométricos enquanto
representações de princípios, ações e processos cósmicos – e suas
quimicalizações em Forma. Os designs essenciais que o artista usa para
apresentar seus conceitos de arquétipos são em si arquetípicos. Enquanto arte
gráfica, a astrologia representa a consciência do arquétipo “humanidade” – o
recurso básico de toda conceituação humana. A qualidade arquetípica do
simbolismo astrológico (simplismo) é tal que os significados dos princípios
representados por ela se tornam mais basicamente compreensíveis conforme a
consciência do ser humano é clareada pelas alquimias da regeneração. Este
clareamento resulta em uma destilação de poder que através da manifestação ou
interpretação artística serve para estimular, vivificar e iluminar a
consciência de pessoas menos evoluídas. Conforme a consciência do artista é
“impregnada” pela sintonia com forças inspiracionais, o poder de sua
consciência, liberado através de seu trabalho artístico, “impregna” a
consciência (trabalho interior) dos indivíduos; o resultado, em ambas oitavas,
é o “nascimento” de um novo nível de realização. A resposta do artista e dos indivíduos ao
impacto das forças inspiracionais é alquimia de tipo sutil, mas muito poderoso.
É mágica muito semelhante à magia do amor, pois em ambas, arquétipos são
percebidos em algum grau. A inércia do auto isolamento é descristalizada e o
divino é vislumbrado. Toda experiência de uma pessoa responder ao poder
inspirador da beleza manifesta é algum grau de “Casamento Hermético” –
realização da “reunião com o Eu Superior”.
Como os designs emanam da linha,
consideremos os gêneros das linhas retas, que são as abstrações das linhas
curvas. A vertical é dinâmica e estimulante; a horizontal é quiescente e
receptiva. Como tais, essas duas simbolizam a causação e reação a, ou efeito
de, causação, respectivamente. A diagonal que conecta uma vertical e uma
horizontal é a reflexão dual genérica de ambas. (O gênero de linhas curvas é
determinado pela qualidade da linha reta que conecta as duas extremidades). A
vertical, por si mesma, estimula o que? A horizontal, por si mesma, reage a (ou
é afetada) por o que? Quando os catetos de um triângulo reto são vertical e
horizontal, a hipotenusa diagonal é oposta ao ângulo reto e reflete aquilo que
é gerado pela junção das duas linhas. Como tal ela é análoga ao relacionamento
de uma criança com seus pais que reflete, em algum grau, as qualidades de
ambos. Toda linha reta envolta por um círculo ativa os potenciais dos conteúdos
do círculo; portanto, os diâmetros vertical e horizontal juntos ativam os
conteúdos do círculo de quatro formas – os quadrantes que iniciam pelos signos
cardeais; cada semicírculo, portanto é “ativado” de forma dupla que resulta na
figura da vibração simpática que atrai Pai-Mãe-Filho-Filha juntos para formar o
“envoltório” do padrão da família humana. Dois tipos de vertical e horizontal
são qualificados pelas quatro diagonais, assim como “homem-mulher” se
qualificam como “parentes” pelas crianças que gerarem.
Designs e formações lineares não
apenas implicam molde e forma mas também ação, liberação, congestão, involução,
evolução, imobilidade, radiação, gravitação e muitos outros tipos de ação de
vida. Estar estático significa estar “posicionado entre movimentos precedentes
e sucessores” – e movimento é alquimia cósmica. Nada na vida manifesta é
eternamente estático, mas este estado de repouso é tão importante quanto o
movimento, pois a radiação do poder sucede o foco do poder. O Universo
quimicalizado é a forma da Natureza focalizar seus poderes, assim, na verdade,
a palavra “estático” significa “focalização”; ela não pode significar “morto”
ou “não vivente”. Deste ponto de vista, consideremos alguns símbolos
astrológicos “estáticos”.
Todos os
símbolos simétricos expressam uma impressão de serem estáticos pois são
lateralmente balanceados, mas há uma enorme diferença entre símbolos simétricos
abertos e fechados. Os símbolos astrológicos mais estáticos são o do aspecto
quadratura e o do Sol. Desses dois, o aspecto da quadratura (pois lhe falta
completamente curva ou diagonalidade) é o mais estático. Este quadrado, com
base horizontal, é “todo de cima a baixo e de lado a lado” com ângulos
“inflexíveis” e uma completa falta de fluidez ou adaptabilidade. É a
solidificação dos quatro ângulos retos inerente ao ponto central e sua “personalidade”
pode ser descrita como: compressão, rigidez, poder restritivo, implacabilidade,
peso, imobilidade, cristalização, autocomplacência, falta de visão,
preconceito, medo-ignorância, a “letra da Justiça” e a desgraça. Como seu
significado astrológico, como símbolo, é congestão de potenciais temos uma
impressão de “força” a partir do aspecto quadratura, entretanto ele sugere uma
força que não está sedo usada, músculo e inteligência que não estão sendo
exercitadas. Potencial de amor corroído por ódio e autointeresse (do tipo
errado). O quadrado é “definido” e “preciso” do mesmo modo que reforçamos são
seus efeitos. Quando experimentamos a estimulação de nossos aspectos quadrados
(forças de vida tentando nos libertar de congestões em inércia e imaturidade),
o quadrado fala a nós em “sua” forma direta, forçosa e descompromissada.
“Redundância” é como “pessoas quadradas”, que se expressam com confiança e
muito efeito de palavras, mas que carecem de tato ou graciosidade. O quadrado é
a figura do “duas vezes dois” – a essência da estrutura formal e portanto a
essência do que se conhece por “classicismo” em arte. A arte clássica se
preocupa com a simetria da estrutura e clareza de seu delineamento, qualquer
seja seu meio. A arte clássica medíocre é “congestão em forma” e “ausência de
poderes inspiracionais”; a grande arte clássica alegremente casa os dois.
Aspectos, arte, natureza humana ou o que não, o quadrado é poder em estado de
inércia relativa; estude desenhos focados no design do quadrado; qual a sua
reação a eles?
Designs circulares, por sua natureza
essencial, são de dois tipos principais; o circular estático é radiativo, o
circular móvel é convolutivo. Os três símbolos astrológicos arqui-radiativos
são aqueles do Sol, a roda astrológica em si e o aspecto do sextil; os
primeiros dois são fechados e o terceiro aberto. Dos três, o sextil é o mais
radiativo pois seus “raios” não são limitados. Apenas o ponto no centro do
símbolo do Sol faz com que ele sugira radiação; o círculo do símbolo é
realmente uma figura de cumprimento dos potenciais de um arquétipo específico.
A roda astrológica é um “símbolo do Sol em larga escala” – as linhas de força
do qual são as doze oitavas básicas do “Eu Sou”, que por sua vez é o potencial
quimicalizado do ponto central. Os três diâmetros, ou seis raios representados
no símbolo do sextil são as Trindades Espirituais dos signos de ar e fogo – a
polaridade masculina do sexo macho e fêmea da humanidade. Ele representa por sua
“falta de limite” a universalidade da alquimia centrada no Incognoscível Deus
Pai-Mãe ou o ser humano individual. O efeito do design radiativo é de impacto e
iluminação – a “sensação” que acompanha o exercício alquímico. Quando você
experimenta o “impacto” de um esforço alquímico, seus plexo solar é análogo ao
centro do símbolo do sextil em relação a seu corpo. A emanação de sua
consciência carregada ou regenerada pode se estender indefinidamente para o
mundo de outras pessoas e condições. Se você foca sua consciência carregada em
uma coisa ou condição, então você “a conecta com um círculo”. Veja o Sol, Lua e
estrelas quando estão brilhando a luz plena; veja o rosto das pessoas quando
sorriem; o que fazemos quando expressamos um cumprimento amigável? Nós radiamos
ao estender a mão para outra pessoa que a toma em suas mãos. Esta é a conexão
entre os trígonos de ar e fogo das linhas de força do sextil para criar o
intercâmbio magnético duplo. Um design radiativo representando um sujeito
extremamente desagradável pode nos repelir, assim como pessoas desagradáveis o
fazem e assim como o fazemos quando somos desagradáveis. Quando o sujeito é de
natureza inspiradora a “radiação do sextil” pode nos carregar com um impacto de
beleza e inspiração que transmite uma sensação de exaltação e renovação. Estude
designs radiativos em figuras. Permita-se sentir seus arquétipos.
O design circular convolutivo
simboliza ação recorrente ao redor do ponto central. Ele é mais “móvel” que o
tipo radiativo e seu significado interior apresenta um arquétipo diferente. Em
astrologia temos dois designs convolutivos básicos: Câncer e o aspecto de
oposição. Este tipo de design é, talvez, aquele que mais claramente expressa
uma impressão de “cheia de graça” – é muito feminino em qualidade, sendo
rítmico e inteiramente curvado. O original do símbolo de Câncer era o símbolo
taoista chamado “Ying e Yang”; o envolvimento de duas figuras curvas por um
círculo as torna o símbolo da bipolaridade da semente (aquela fechada no útero
ou matriz), a palavra mãe arquetípica; Câncer, cardinal e generativo, é regido
pela Lua cujo símbolo básico é um semicírculo vertical; a linha conectando suas
extremidades é a vertical das casas astrológicas quatro e dez “linha parental”.
O design convolutivo, enquanto sugestão de movimento, também transmite uma
impressão de recorrência de monotonia contínua para e a partir do centro. Não é
congestão como no quadrado; em uma figura fechada como no “Ying-Yang” é a
dormência de energias ainda não expressas, ou fluxo cósmico contínuo a partir
do centro e de volta a ele através das oitavas evolucionárias, como no símbolo
do aspecto da oposição. A essência deste tipo de design expressa ao nosso
conhecimento interior o “retorno ao descanso” rítmico – que é transição, ou
sono, que é uma “pequena transição”; “é relaxante em efeito”, indo para fora
mas sempre se curvando sobre si em um gracioso “dobrar” da linha.
O símbolo de oposição tem algo da
mesma monotonia do símbolo do Ying e Yang com o acréscimo de um fator dinâmico;
a “linha básica” desse símbolo é a diagonal voltada para cima e “aspiração
embrionária” está portanto implícita. Como um fator astrológico, este design é
focado em três pontos: os pontos médios da segunda e oitava casas e o ponto central
do mapa; seu significado essencial é: Escolha entre expressões não regeneradas
e regeneradas de transmutação dos dois polos do diâmetro do desejo
(Touro-Escorpião). Este símbolo, pelo seu “fluxo” contínuo a partir do ponto
central até a segunda e oitava casas, implica repetição de padrões de
experiência, em oitavas sempre maiores, até que a natureza de desejos seja
destilada. Este símbolo, como desenho artístico de dois círculos tangentes
entre si no ponto central, representa as transmutações pelos indivíduos macho e
fêmea, do desejo por posses através do serviço (Touro – segunda casa) e através
do amor (Escorpião – oitava casa); cada um desses pontos representa uma oitava
do potencial de desejo e do atributo do amor – este diâmetro é polarizado pelo
diâmetro complementar de Leão-Aquário que são as oitavas pessoal e impessoal do
Poder do Amor. Pense na imagem em movimento de uma pessoa em um balanço: “dois
tipos de acima” e “dois tipos de abaixo” – começando e terminando no centro
gravitacional; há um ritmo e pulso no “para cima – para baixo” desse tipo de
símbolo; é o impulso aspiracional eterno da humanidade, “surgindo acima” do
“início” estático de cada oitava.
O mais dinâmico de todos os designs
circulares é a espiral vertical; este é um design de linha do círculo
perpetuado no tempo, espaço e consciência. Ele é aberto, simétrico, rítmico e
mais que qualquer outro design ele transmite um senso de progresso eterno. É o
mais extasiante de todos os símbolos, pois (e quando o estudamos devemos perceber
isso) ele simboliza a ação eterna do fogo cósmico, involucionária e
evolucionariamente. O “pir” de “pirâmide” significa “fogo” e a pirâmide
equilateral é a forma quimicalizada do triângulo equilátero. O triângulo
equilátero é por sua vez a forma externa essencial daquilo que é representado
pelas espirais involucionárias e evolucionárias em uma representação de duas
dimensões. Pense em uma pirâmide: quatro triângulos equiláteros cujas bases são
os lados de um quadrado; um círculo circunscrevendo o quadrado pode ser pensado
como o primeiro nível básico da espiral. Em sua imaginação, olhe para baixo da
pirâmide a partir do topo: esta visão da pirâmide apresenta um ponto central, o
quadrado dinâmico da Grande Mandala dos signos cardinais, com suas quatro diagonais,
linhas bipolares. Os quatro ângulos retos desse quadrado são os reflexos
envoltos dos ângulos centrais da roda feitos pela intersecção dos diâmetros
Touro-Escorpião e Leão-Aquário; eles correspondem aos quatro ângulos do
quadrado estático que são os reflexos envoltos dos ângulos centrais feitos pela
intersecção dos diâmetros de Áries-Libra e Capricórnio-Câncer. Você reconhece a
roda astrológica dessa “vista”? A partir de qualquer um desses pontos
estruturais cardinais (filho, filha, pai e mãe- machos e fêmeas dos causadores
e reatores maduros e imaturos aos efeitos da causa) o “Filho consubstancial ao
Pai (Deus)” involuiu, encarnou a humanidade, iniciou seu retorno a seu “paraíso
perdido”, o ponto central do círculo, o ápice da pirâmide. A humanidade, em seu
Corpo Manifesto, evolui pelo exercício da destilação do Amor-Sabedoria, não
para um “ponto de desaparecimento” mas para a realização da fonte, que é o ser
perfeito. A linha espiralar continua, de encarnação em encarnação, em círculos,
através dos padrões de relacionamentos humanos, através de ciclos de
experiência que se sucedem e de oitavas de consciência – mas sempre em direção
ascendente a partir do círculo básico que circunscreve o quadrado básico. Conforme
os círculos espiralares recedem da diferenciação do quadrado básico, eles se
tornam menores e menores – continuamente procedendo em direção à unidade
indiferenciada do ponto apical, o ponto central do círculo. Desenhe uma espiral
circular começando pelo ponto correspondente ao do ascendente de um horóscopo,
reconheça que enquanto você “evolui” em torno da linha espiral ao redor do
ponto central, você vai deixando a separatividade quimicalizada e se torna mais
e mais consciente de seu recurso espiritual, sua “Divindade”. Na representação quimicalizada
não vemos o círculo básico ou a linha espiral. Olhando para a pirâmide de
frente, o que vemos? O triângulo da identidade e atributo espiritual – o poder-amor-sabedoria
inerente em cada uma das identidades humanas básicas das quais todos
participamos em nossa jornada evolutiva espiralar.
Então – verticalmente,
horizontalmente, diagonalmente, radiativamente, convolucionariamente,
estaticamente, congestivamente, abertamente, estaticamente espiralar, e todas
as outras muitas qualidades sugeridas a nosso conhecimento interior pelas direções
de todas as emanações dos pontos estruturais de design são os atributos a
partir dos quais o artista que desenha e o astrólogo que interpreta exercitam
suas habilidades manifestativas e interpretativas.
Estude os símbolos astrológicos de
forma renovada com “consciência aberta” a se tornar mais perceptivo à qualidade
de seus designs. Sua sensibilidade astrológica se tornará mais e mais
sensibilizada e iluminada. Você perceberá com o tempo que desenvolverá uma percepção
sensível dos designs cósmicos inerentes a cada personalidade, experiência, relacionamentos
humanos e todos os processos pelos quais as realizações espirituais ocorrem.
Sua própria vida cotidiana será vista como um recurso para a expressão de sua consciência
da beleza. Outras pessoas, representadas pelos horóscopos que você estuda, assumirão
em sua consciência valor e beleza intensificada.
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