A cor é o atributo de Perceptibilidade da Manifestação. Como o Universo manifesto é o veículo ou instrumento do Espírito, ele tem que ser concebido e então percebido antes que possa ser usado; nós, enquanto “chispas de Espírito” em forma manifesta, nos tornamos cientes deste instrumento por nossa faculdade da visão. Os outros sentidos são agências pelas quais completamos nossa percepção, mas pela vista nós “damos o primeiro passo”.
Portanto, como “perceptividade” (vemos “coisas” como “pedaços de cor”), a cor tem grande significado em relação à natureza oculta da manifestação. Se estamos aqui para desenvolver ciência dos princípios da vida, precisamos aprender sobre as funções das coisas materiais e também sobre o que elas significam enquanto quimicalizações de arquétipos. Compreender a natureza de uma coisa material assim como sua função é compreender o propósito de seu arquétipo; compreender o propósito de um arquétipo é compreender, em algum grau, um princípio de vida. Arquétipos, como um todo, são as manifestações de vida primárias; a vida de um arquétipo é o “ciclo de vida” de sua quimicalização manifesta. “Arquétipo e manifestação” é a referência mais direta que podemos fazer à Lei Cósmica de “causa e efeito”.
Estamos tão acostumados, após centenas de encarnações, a ter como garantia as cores do mundo que tendemos a esquecer (se é que alguma vez soubemos) a significância desse atributo no ciclo de vida das coisas manifestas. Como todas as coisas afetam e são afetadas por todas outras coisas, é possível que a cor represente um aspecto da natureza da troca vibratória universal? Cores são emanadas e respondem a; elas afetam as coisas que reagem a elas e elas são afetadas pelas coisas que agem sobre suas formas quimicalizadas. Portanto, se tivéssemos “olhos de ver”, poderíamos estudar este aspecto da emanação vibratória das coisas manifestas e aprender sobre a natureza e significância de seus arquétipos – suas realidades.
O estudo da cor sempre teve espaço nas abordagens onde os seres humanos buscaram compreender a natureza interior e exterior de seus próprios arquétipos, da humanidade e daqueles das outras oitavas de manifestação. Pode-se dizer com alguma propriedade que o estudo da vida é o estudo da vibração que é a ação essencial da vida. Os Grandes que nos ensinam servem para acender em nossa consciência a percepção da vibração, pois sabem que a matéria não é uma “coisa morta”, senão manifestação de algo eternamente vivo, ritmicamente pulsante, sempre liberando e completando seus potenciais, mas nunca mudando em essência.
Como estamos envolvidos nesse estudo com a cor enquanto fator na expressão artística, simbologia astrológica e das verdades concernentes à natureza do arquétipo Humanidade, lembremos em parte o que nos foi deixado como instrução relativa às cores da aura humana. O autor, não sendo ainda qualificado, nunca teve a experiência de perceber a aura humana, mas vários amigos e talvez muitos de nossos estudantes a tiveram. O fato surpreendente na informação transmitida por essa experiência é o atributo cor deste corpo vibratório. Independente da extensão, brilho ou contraste, compreende-se que a cor é vista em toda aura. De fato, sem o atributo da cor, a aura não poderia ser vista de forma alguma, muito menos estudada e analisada; apesar de pessoas sensitivas poderem “sentir” seu poder através de suas reações à qualidade vibratória da “aura da pessoa”. Em outras palavras, aquilo que é “sentido” (por reação dos sentidos) é aquilo que clarividentemente se vê como a cor da aura.
O composto dos corpos etéricos da composição humana é uma das muitas formas do estado arquetípico da “matriz”; outra forma de “matriz” é o ar – no qual estamos todos envoltos; ainda outro é a água (gestação), local de manifestações generativas. O ar e a água são ditos “incolores”. Se, entretanto, o ar e a água não possuíssem, em algum grau, o atributo da vibração cromática como a luz poderia ser dirigida através deles? Como eles poderiam refletir a cor? Como a cor poderia ser percebida através deles? É uma máxima oculta que para se manifestar em qualquer plano, um veículo apropriado é necessário; como pode então a cor se manifestar em e através do ar e água se eles, enquanto “elementos”, não possuíssem em sua natureza essencial aquilo que corresponde à natureza das cores? É possível que o “incolor” do ar e da água seja o único branco verdadeiro a existir, e aquilo que designamos como “branco puro” corresponda ao “incolor” assim como o corpo físico corresponde à matriz etérica? Ou assim como qualquer manifestação plena corresponde a seu arquétipo, como uma rosa, na plena beleza de sua maturidade perfeita corresponde ao “arquétipo da rosa”, como o espécime mais altamente desenvolvido de uma espécie animal pode corresponder a seu grupo arquetípico? (Alimento para o pensamento!) A cor é verdadeiramente um dos mistérios da manifestação, pois por seu intermédio a divina essência das manifestações é percebida de modo especializado. A cor corresponde ao design assim como a verdade filosófica corresponde à cerimônia ou ritual que simbolicamente a transmite ao conhecimento interior da humanidade; assim como o amor entre marido e esposa corresponde à encarnação de uma criança; assim como a aspiração corresponde ao serviço.
Devemos usar analogias:
Se pudermos considerar a “incoloridade” do ar e da água como o branco arquetípico (e como tal, o “símbolo cor” do Incognoscível, o Infinitamente Subjetivo), então o mais puro do que chamamos “branco” é o branco manifesto. Este, por sua vez e correspondência, é a cor do Deus Pai-Mãe em sua essência e em sua dupla expressão de “Espírito Virgem” e “Consciência Perfeita”. (Porque associamos o “branco” com pureza?) Pureza é “indiferenciação”, inocência é “não refratado pela experiência”; perfeição é realização da unidade. Qualquer coisa que descrevamos como “perfeita” é completa, harmoniosa e completa na relação de suas partes entre si e com o todo. Branco é “inocência antes da refração da luz” e a “reunião perfeita após a refração”. Em sua relação com o espectro das cores, o branco simboliza o relacionamento entre a consciência perfeita e a diferenciação das qualidades anímicas que designamos por palavras como coragem, paciência, integridade, etc. Em sua relação com o preto, o branco é fonte spiritual enquanto o preto é a maior quimicalidade das emanações a partir da fonte. Considere essa analogia: o branco arquetípico é causação universal; o branco manifesto é bipolaridade universal; preto é o mais denso da quimicalidade universal. O preto é um tópico muito interessante para se pensar e estudar, assim como assunto fascinante para meditações filosóficas. Ele tem sido usado (pobre coisa) por eras para simbolizar conceitos da humanidade a respeito do inferno, morte e o mal – em suma, a cor simbólica do Diabo. Uma injustiça, nada menos. O preto enquanto “cor” no universo material, é a compressão do marrom (o composto de todas as cores do espectro) e o marrom é a cor simbólica da terra produtiva – nosso lar em encarnação. O preto, então, é a congestão das forças de vida produtivas, mas congestão não significa morte no senso absoluto – congestão é uma pequena morte que pode, deve, e será descristalizada (“redimida”). Uma cor que simbolizasse a morte absoluta teria que corresponder ao branco arquetípico assim como o preto corresponde ao branco manifesto. E não existe tal “cor” pois o preto é o “ponto médio” entre o branco e o branco. O aspecto de quadratura (congestão) entre dois planetas no horóscopo representaria duas cores que por seu relacionamento tem o efeito de “enegrecer” os espectros um do outro – você já viu não viu, “vermelhos escuros” ou “verdes escuros”? Estas nuances representam graus de congestão do potencial de cor em direção a um ponto de “estagnação”. O preto não é reconhecível como o “vermelho” ou “verde” ou qualquer outra cor – ele é a MAIOR densidade (mais baixa vibração) de todas as cores, enquanto o branco manifesto é a maior descristalização dentre os poderes das cores. No “Inferno”da Divina Comédia de Dante a região mais profunda deste local infeliz é descrita como um local de “eterna perdição”, “além da esperança”, “de redenção impossível”, “absolutamente sem potencial”, “negação total” e “absolutamente sem vida”. É verdade, somos ensinados na filosofia oculta, que há poucos membros de ondas de vidas que ficam congestos ao ponto de não poder progredir com os demais de suas “ondas” particulares; mas também somos instruídos que por mais que tenham se atrasado, em último caso eles iniciam novamente com outra “onda” e assim progridem em direção à plenitude. Assim o “inferno”, enquanto lugar de perda total é uma ilusão, um conceito falso de vida. Sentimos que a “benção da vida” (ou do Deus Pai Mãe) é expressa na verdade de que todos os potenciais serão redimidos – ninguém e nada é “mantido afastado ou descartado”. A “cor” preta poderia, é claro, simbolizar o estado de “congestão ao grau de que o progresso é inibido por algum tempo”, mas o eventual progresso será representado pela liberação (em um novo ciclo) dos potenciais congestos do preto. Seus aspectos astrológicos se aproximarão da “negritude da cor” na mesma medida em que suas quadraturas se aproximem da exatidão de noventa graus e são liberadas pela assistência dos sextis e trígonos. Na medida em que as quadraturas são removidas de noventa graus suas cores se tornarão mais evidentes. Na medida em que seus planetas são trinados suas cores planetárias brilharão radiantes, poderosas e belas.
O autor não pretende apresentar “verdades absolutas” nestas figuras simbólicas de cor; entretanto, como estudantes astrológicos nos tornamos tão habituados a ver a arte astrológica representada por “marcas pretas no papel branco” que esquecemos de valorizar o “pensar cromaticamente”. Como estamos lidando com os espectros dos designs e vibrações, devemos de tempos em tempos exercitar nossas mentes nas cores implícitas nos símbolos desenhados; estas “cores implícitas” por sua vez simbolizam os espectros da consciência e experiência humanas, e devemos perceber “gradualmente” se estamos realizando nossa compreensão das “qualidades por posição”, “qualidades por relação” e a “natureza arquetípica” dos planetas enquanto focalizadores dos signos zodiacais. Um pouco mais de alimento para o pensamento: o branco arquetípico como ele se “manifesta” nas cinco oitavas da cor das três oitavas do ponto, linha e círculo da simbologia astrológica:
As cinco oitavas do branco arquetípico são: (1) Branco Manisfesto; (2) Cinza (neutro); (3) as Cores do Espectro; (4) seu Marrom composto; (5) sua congestão, Preto. As três oitavas do ponto, linha e círculo são: (1) Cósmica (o Incognoscível); (2) Solar (Deus Pai Mãe); (3) Humana (a Grande Mandala do Arquétipo, Humanidade, e a mandala pessoal do horóscopo individual).
- Cósmica – o ponto, linha e círculo da ideação cósmica; o centro é o branco arquetípico; a linha Ascendente é o branco em manifestação e o ponto ascendente é o cinza neutro, abstração do marrom e o composto dos extremos do branco e preto manifestos. Não há como saber a extensão daquilo que é manifesto pelo Incognoscível, assim sua “aparência” no ponto Ascendente deve ser indefinida, neutra, “tons” de cinza. Cinza é “sem fronteiras”, ele combina e se mistura com todas as cores e mais que qualquer outra “nuance” é aquela que pode transmitir um senso de indefinido, manifestação infinita, focalizando não apenas uma coisa, mas simbolizando “Todas as possibilidades de ser”.
- Solar – a ação Manifesta do Deus Pai Mãe; o centro é branco manifesto; a linha Ascendente modula desde o branco manifesto através do cinza e através do marrom (composto de todas as cores do espectro) até o ponto Ascendente que é preto; o ponto Ascendente preto simboliza a manifestação quimicalizada total, no mais alto grau de densidade desse sistema solar; no preto são encontradas todas as expressões de cores simbolicamente inerentes às naturezas de todos os seres desse sistema a serem “liberadas” como símbolos cromáticos específicos das gradações de consciência durante a evolução desses seres nos ciclos encarnatórios.
- Humano – (a) A Grande Mandala Astrológica do arquétipo humanidade; o centro é branco manifesto, a linha Ascendente modula do branco através do cinza e marrom; o ponto Ascendente, o “Eu Sou” do arquétipo individualizado é vermelho, a primeira cor cardinal que corresponde ao primeiro signo cardinal da mandala, Áries. As três variações do “Eu Sou” da humanidade são as cúspides das (em sentido horário) casas 10, 7 e 4; o total desses quatro “Eu Sou” é o Eu Sou da família humana básica: macho e fêmea geradores, macho e fêmea gerados; macho e fêmea da causa e macho e fêmea da reação a, ou efeito de causa. Como cientistas que estudam e analisam as cores nos dizem que há quatro sentidos primários básicos para as cores (vermelho, amarelo, verde e azul) designaremos cada uma delas aos pontos cardinais da Grande Mandala: Áries, vermelho; Capricórnio, amarelo; Libra (complemento de Áries) verde; e Câncer (complemento de Capricórnio e iniciante do último Trígono do espectro genérico) azul. O trígono de fogo será representado pelas gradações do vermelho puro ao laranja; Terra – amarelo até suas nuances escuras; Ar – verde (em suas modulações); Água – azul levado a completar o espectro em Peixes com o roxo, símbolo cromático das qualidades divinas e última cor da sequência básica do espectro. Esta é uma abordagem. Você pode encontrar outra ou ainda muitas outras. Mas – encontre alguma!
- Humano – (b) o horóscopo pessoal de um ser humano individual: na humanidade não desenvolvida, o centro é o vermelho do sangue; na humanidade evoluída é o vermelho do “Eu Sou” individualizado misturado com a redenção do branco; a linha Ascendente modula através do cinza e a do raio de cor que pode ser identificado com o regente planetário do signo Ascendente. Essa cor representará a variação temporal (para esta encarnação) do vermelho-branco do centro. A cor do raio é uma “básica” para cada ser humano durante todo seu progresso evolucionário na encarnação. O conhecimento oculto ou filosófico cedo ou tarde revela a natureza do raio da pessoa e a cor correspondente. Pode-se supor, em casos de humanos pouco evoluídos, que a cor do ponto Ascendente possa ser o marrom da Terra que será “descristalizado” ou diferenciado conforme a pessoa inicia sua evolução espiritual. Nos mapas individuais dos humanos, a negritude pode ser, conforme dito antes, implícita em aspectos planetários congestos, mas nunca no ponto Ascendente.
Há provavelmente inúmeras “soluções” para esse estudo simbólico da cor assim como pessoas que o estudam. Mas quando nos soltamos das limitações das reações de sentimento pessoal às cores, somos mais capazes de focar nossa percepção das cores como fatores na simbologia abstrata – para correlacionar a essência da vibração cromática com a essencialidade das figuras simbólicas. Outra abordagem para estudar as “cores básicas” em um horóscopo individual é sintetizar as posições planetárias por regências – e criar um composto das posições planetárias por posicionamento em signos. Em tal síntese, todos os planetas dignificados transmitirão um senso de cor pura e aqueles em detrimento (opostos ao signo de sua dignidade) são, em algum grau, “neutralizados” e suas cores convergirão para uma mistura com o cinza. Também, para correlacionar cor com design, estude seu mapa do ponto de vista de ver como seus grupos planetários fazem padrões específicos – uma grande cruz, um grande trino, uma quadratura com a alquimização de um planeta por um terceiro que o sextiliza, e assim por diante. Seu horóscopo, em qualquer forma ou arranjo é em preto e branco uma abstração de um porta retrato pintado – em símbolos. Veja os planetas que estão longe ao norte, sul, leste e oeste – eles são pontos estruturais em seu “Porta retrato astrológico”; aspectos de oposição são “verticais, horizontais e diagonais” em sua figura, etc. Mas, permita-se tornar-se mais consciente da importância de mentalmente “colorir” seus símbolos astrológicos – é um exercício de grande valor e benéfico aos seus poderes intuitivos.
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