Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng55.htm
Nesse
estudo do ritmo nosso objetivo é compreender a natureza e a essência do mais
evanescente e intangível atributo da manifestação cósmica. Discutiremos esta
matéria do ponto de vista mais arquetípico possível; é necessário fazê-lo se
quisermos perceber o significado desse atributo para a essência das artes.
Movimento
é a palavra arquetípica que significa a ação da alquimia cósmica. As
manifestações do universo estão continuamente em estado de mudança de uma
forma, grau, tamanho, qualidade, volume, ciclo e oitava a outra. Nenhuma coisa
manifesta permanece estritamente a mesma de ano a ano – ou mesmo dia após dia.
Tudo responde à essência dinâmica das forças evolucionárias na direção de uma
finalidade em que os potenciais inerentes serão realizados e cumpridos. Seu
corpo cresce em tamanho e em capacidade de expressão ou ele deteriora e diminui
sua capacidade; qualquer seja a direção, você, em seu veículo, se move de um
estado a outro. Sua consciência “se move” de um estado a outro e este movimento
é diretamente dependente de duas coisas: (1) sua reação a uma experiência
específica e (2) sua ação posterior sobre o estimulador de sua reação. Quando
sua repetição de uma reação negativa é expressa em uma ação correspondente,
você determina outra causa negativa e você se move para trás. Isto é assim,
pois os padrões de experiência se manifestam em sequência; se você falha em
aprender o efeito prévio de uma causa específica e coloca a ignorância em ação
novamente, sua “linha da vida” retrocede ao invés de progredir. A repetição de
uma reação negativa que é contrabalançada por uma ação construtiva do exercício
da inteligência move sua direção evolucionária para frente e para cima. Pense
sobre isso em termos de seu movimento em consciência através de sua encarnação.
A liberdade completa para prosseguir a partir de um aspecto específico de um
padrão de experiência específico significa que você aprendeu a aplicar o
princípio inerente ao padrão de experiência em termos de seu estado-ciclo.
Ritmo
é a lei cósmica da causa e efeito trabalhando através do movimento. No ritmo, todos
os efeitos ocorrem no tempo natural. Pelo ritmo, toda emanação específica
“nasce” no momento consistente com seus atributos.
A
referência a “Alquimia Cósmica” é aplicável ao corpo humano dessa forma:
respirar é a inalação que torna possível a oxidação; exalar é a eliminação de
todo resíduo desnecessário. O batimento cardíaco torna possível ao corpo inalar
de modo a alimentar e energizar os tecidos do corpo pela ação arterial; a ação
venosa é a retirada daquilo que não é necessário. Estas duas ações do corpo, em
acréscimo à “inalação” de alimentos e a “exalação” de restos, são as
ilustrações primárias da ação rítmica na alquimização do corpo. Apesar do corpo
ser programado para o cumprimento de suas necessidades, nós comemos e bebemos
conforme ação consciente; a respiração e o batimento cardíaco são dirigidos
pelo subconsciente – eles acontecem automaticamente. Pense um pouco sobre os
ritmos naturais de sua vida física – alquimia é o propósito que está sendo
cumprido por esses processos temporais. A humanidade tem outras formas de ser
alertada quanto aos ritmos do universo. Consideremos alguns exemplos de ritmos
no mundo natural:
Aquela
indicação métrica que em música chamamos de ritmo “dois quatro” – duas
contagens completas para cada medida (um e dois e) não apenas ilustra a
polaridade do tempo, mas é o arquétipo de toda ação rítmica. A contagem um é
macho-masculina, o “e” é o complemento feminino da contagem; a contagem dois é
fêmea-masculina, seu “e” é o complemento feminino. (O masculino-feminino do
macho-fêmea é a polaridade cósmica em sua expressão quádrupla do Adão e Eva
Universal). Agora:
Respirando:
contar um é o início da inalação; “e” é o complemento da inalação; contar dois
é o início da exalação; seu “e” é o complemento da exalação.
Ondas:
contar um é a “reunião das forças da água” conforme elas regressam para o mar;
“e” é o surgimento para frente do ápice da onda; contar dois é o quebrar da
onda; “e” é o ponto mais distante onde a onda alcança na praia. Isso ilustra a
“respiração” da onda, mas a música da onda é contada pelo “pulso” de seu som;
contar um é a batida - o som do quebrar na praia; “e” é seu surgimento para
frente até o ponto mais distante na praia; contar dois é o “som da reunião das
forças”; seu “e” é o surgimento da crista da onda. O som do “quebrar” é análogo
à batida da contagem um na medida musical, o “acento” mais pesado.
Dias:
o espectro dos dias de um ano tem polaridade rítmica de vários modos. Um
é a polaridade do dia (existência consciente) e noite (existência
subconsciente). Contar um é o nascer do sol; seu “e” é meio-dia; contar dois é
o pôr do sol; seu “e” é meia-noite. Sazonalmente, no equinócio de primavera –
Áries é análogo ao nascer do sol; Câncer ao meio-dia; Libra ao pôr do sol; e
Capricórnio à meia-noite. (Esta analogia não se refere à Grande Mandala, que
tem Câncer no ponto da meia-noite e Capricórnio ao meio-dia; ela é uma analogia
aos poderes da luz do sol durante cada dia em relação a seu significado oculto
durante as sequências no ano).
Ciclo
de Vida: uma ilustração perfeita do ritmo “dois quatro”, contar um é
nascimento; “e” é adolescência; contar dois é maturidade; “e” é transição. Este
“processo” é claramente um padrão cósmico; é a ação da Vida manifestando a si
mesma.
Amor
Humano: contar um é o reconhecimento mútuo amoroso; “e” é geração; contar
dois é preenchimento das responsabilidades assumidas; “e” é realização dos
princípios envolvidos na experiência (preenchimento do Relacionamento).
Educação:
contar um é a ação que inicia uma experiência de estudo; “e” é o processo
de aprendizado; contar dois é a ação de aplicar aquilo que foi intelectualmente
aprendido; “e” é aprender através do trabalho ou através da aplicação do que
foi aprendido intelectualmente. Se “dois-quatro” é o arquétipo rítmico da
medida do tempo, “três-quatro” é o sub-arquétipo básico. Dois-quatro e
três-quatro são as indicações métricas das quais todas as outras métricas
derivam. O ritmo dois quatro é simbolizado na astrologia pelo símbolo
arquetípico da cruz, quatro cada um dos signos cardeais, fixos e mutáveis. A
cruz é a alquimização da consciência através da reação a (ou interpretação da)
experiência encarnatória. O ritmo três-quatro é simbolizado pelo símbolo
arquetípico do trígono que é o potencial espiritual inerente; este potencial é
liberado e expresso pelo sextil para – e no interior – da quadratura, que é a
cruz congesta. Os seis raios – três diâmetros do símbolo do sextil
representando os seis signos de ar e fogo, representa o aspecto cardeal fixo e
mutável desses signos masculinos, o macho dos quais é o fogo e o aspecto fêmea
relacionado ao ar. O sextil então é “dois 3”; cada um desses 3, na forma
fechada, é um triângulo equilátero, metade do grande trígono duplo, o
poder-amor-sabedoria do macho ou fêmea individualizados. Os quatro pontos da
Cruz arquetípica são os relacionamentos básicos humanos: macho e fêmea como
“doadores”, macho e fêmea como “tomadores”; ou macho e fêmea como “iniciadores
das causas” e macho e fêmea como “reagentes aos efeitos das causas”. Este
grande símbolo representa as identidades de interação e trocas recíprocas de
todos humanos entre si. O trígono (fechado) é potencial para radiação
espiritual individualizada; este potencial é “fruição” daquilo que foi
“fermentado” pela cruz congesta através de medo-ignorância, descristalizado por
medidas decorrentes do exercício do sextil que resultaram no resíduo puro do
poder, amor e sabedoria espirituais. O trígono é “aquilo que a alma manteve
após a inalação da experiência quando a descristalização das congestões se
cumpriu”. Pense na analogia entre o corpo físico e o corpo alma – cada um
“inala e alimenta” – alquimiza, elimina o que não é mais necessário, e retêm as
essências de que necessita.
O
significado oculto do trígono tem muito a dizer em respeito ao poder místico de
cura do ritmo três-quatro. A astrologia ilustra isso na sequência dos signos
cardinais-fixos-mutáveis. Cada signo “compreende” três decanatos e cada
elemento “compreende” três signos. Os trígonos dos elementos genéricos são o
ritmo três-quatro cósmico expressando-se a partir das quatro identidades
básicas; isso ilustra o “envolvimento” do círculo zodiacal à semelhança do
envolvimento do divino em relação ao universo. Portanto, o ritmo três quatro
oferece a nosso conhecimento instintivo a lembrança da eterna Presença do
Divino. Há uma sutil e quase indescritível graça e charme no ritmo três-quatro
que os ritmos dois-quatro e quatro-quatro não têm. A significância oculta dos
dois últimos é estrutural; mesmo no ritmo três-quatro, as frases são
construídas em grupos de duas ou quatro medidas, carregando assim a afiliação
do trígono com a cruz. Na musicoterapia, se provou que o ritmo três-quatro
possui grande poder de confortar e acalmar. O ritmo três-quatro, na estrutura
arquetípica das frases de quatro medidas, é o poder divino em manifestação.
Quando
aplicamos os significados ocultos do ritmo à astrologia em ação, encontramos
coisas interessantes. A respiração básica da ação vibratória são as batidas da
Lua Nova e da Lua Cheia. Esta ação é análoga à inalação de ar pelo humano; é a
alquimização vibratória de todo o corpo arquetípico, humanidade, como a
oxidação e a alimentação constituem o composto dos processos alquímicos físicos
individuais. Conforme nossa consciência, nossos corpos “se movem”
harmoniosamente ou não com as ações de nutrição. Correspondentemente, nossas
almas se desenvolvem (mais) com nossas respostas à ação da vibração. Uma
extensão da “respiração-lunação” é vista no estudo do eclipse solar, que é
macrocosmos para a lunação (lua nova) microcósmica. Um padrão de eclipse solar
é a estimulação de dois signos de um diâmetro zodiacal por dois eclipses que
estão seis meses (seis signos) distantes entre si. Tal padrão cobre um ano; um
ciclo de eclipse solar (estimulação dupla de dois signos do diâmetro zodiacal)
cobre um período de dois anos e é marcadamente análogo a uma composição musical
completa – no ritmo três-quatro.
Conte
um é o primeiro eclipse; conte dois e três daquela primeira “medida” são as
duas lunações sucessivas; conte um a partir da segunda medida é o “ponto médio”
da lunação, que quadra o eclipse; conte dois e três são as lunações que sucedem
o “ponto-médio”; conte um da terceira medida é o próximo eclipse; as cinco
lunações que o seguem repetem a sequência das primeiras duas medidas: o total
de dois eclipses e suas dez lunações compreende um “padrão”; o “ciclo” é completo
pelos dois próximos eclipses e suas dez lunações, fazendo uma composição
vibratória completa; a Lua Cheia do quarto eclipse cairá aproximadamente em
conjunção com o local do primeiro eclipse. Resumindo: um ciclo de duas
estimulações de dois signos de um diâmetro zodiacal; cada eclipse tendo sua
“lunação de ponto médio”; isto é análogo em música a vinte e quatro medidas no
ritmo três-quatro, duas frases de oito medidas, quatro frases de quatro
medidas. O “e” de cada “contagem separada” é, claro, a Lua Cheia de cada
eclipse ou lunação.
Exemplo:
eclipse em 20 de Novembro de 1947 em Escorpião; lunação do ponto médio em
Aquário 20 de Fevereiro de 1948; eclipse em 19 de maio de 1948 em Touro;
lunação de ponto médio 13 de Agosto de 1948. As lunações em Virgem e Libra, em
Setembro e Outubro de 1948, completam o "padrão", primeira metade do
"ciclo" Escorpião- Touro. Eclipse de 9 de Novembro de 1948 em
Escorpião, lunação de ponto médio em Aquário 9 de Fevereiro de 1949; eclipse de
9 de Maio de 1949 em Touro, seguida por cinco lunações ao eclipse de Libra
(Touro-Libra regidos por Vênus - estímulo de uma vibração planetária) em
Outubro de 1949, após o qual ocorreram cinco lunações até o eclipse de 28 de
Março de 1950, que por sua vez inaugurou outro "ciclo de música vibratória"
intitulado "Peixes-Virgem"; este último em 1952 - dois eclipses em
Peixes, dois em Virgem com suas lunações de ponto médio. Como você reagiu aos
estímulos sobre seu mapa durante o ciclo Escorpião-Touro? Como você está se
preparando para encontrar as condições representadas em seu mapa pelos quatro
eclipses em Peixes-Virgem? Agora (Agosto de 1950) estamos terminando a primeira
metade do primeiro padrão deste ciclo; o segundo padrão se iniciará em 12 de
Setembro pelo eclipse em 19 graus de Virgem. Como você está tocando sua
"música"? Praticando com seriedade?
Concluindo,
algumas colocações sobre os ritmos em relação à sua aplicação sobre as outras
artes. Música e dança são as duas artes nas quais o atributo do ritmo é mais
obviamente e concretamente manifesto. Música é a percepção dos arquétipos pela
audição intuitiva e a manifestação desta percepção em construções tonais. A
dança é a alquimização das posturas corporais arquetípicas através do ritmo,
enquanto manifestação da percepção do arquétipo; ela é pintura (ou desenho) e
escultura "mobilizada"; ela é uma sequência da qual a escultura é um
"ponto congelado". A pintura é manifesta basicamente por linhas. Nós
reconhecemos que o trabalho da linha que coordena o tema básico de uma figura a
seus fatores secundários é ritmo representado, pois a linha em um desenho ou
pintura é a emanação dos pontos estruturais - assim como o é na astrologia. O
tema de uma figura é claramente o arquétipo que o artista busca manifestar.
Objetivamente, entretanto, a batida de uma figura é o ponto focal da expressão
interpretativa. O "movimento rítmico" em uma figura está na graduação
das direções das linhas e na graduação das partilhas das cores. A sequência
(movimento) das harmonias inter-relacionadas do desenho e da vibração compõem a
essência do "ritmo na pintura". A arte dramática tem ritmo no tempo
de leitura da pauta, saídas e entradas (movimentos "para dentro e para
fora"), ações no palco, e o elemento temporal proporcional na inter-relação
das cenas (de cada ato) com cada outra, assim como dos atos entre si. A
escultura e a arquitetura têm ritmo da mesma forma que a pintura e o desenho
têm; exceto no fato da harmonia do relacionamento com a massa, ao invés das
relações entre cores, seja o fator importante.
As
belas ilustrações do ritmo na astrologia são vistas no "espaçamento"
das doze cúspides das casas e seu agrupamento em sequências de quadrantes e semicírculos;
o "dois-quatro" de signos alternantes e dos signos opostos - também
do padrão da lunação e da Lua Cheia; o "três-quatro" das cúspides em
cada quadrante e dos signos em cada trígono; o "quatro-quatro" dos
pontos de cada cruz e o grande padrão de ação da "conjunção, quadratura,
oposição, quadratura" da lua progredida e dos planetas em trânsito.
Há
a "dança" do Sol cada ano e da Lua a cada vinte e oito dias, e de
cada planeta em seu próprio tempo através do zodíaco; as “batidas” poderosas do
dia e noite, do diâmetro zodiacal e da dignidade e detrimento planetários.
Os
poderosos Urano, Netuno e Plutão conduzem o fluxo de grandes ondas de vida
vibratórias de humanos encarnando sob a entrada para – e na passagem através –
dos signos zodiacais e seus decanatos pela alquimia rítmica destes poderes de
maestria.
Há,
é claro, sua própria entrada rítmica em cada padrão básico de experiência
durante sua encarnação; o “espaçamento” dos aspectos em seu mapa natal conforme
eles são ritmicamente ativados a partir do horário de seu nascimento.
Abra
seus olhos e sua percepção mais do que nunca ao significado rítmico harmonioso
da simbologia astrológica; ela é de modo especializado, a representação da
beleza da polaridade cósmica padronizada em ação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário