Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng87.htm
Iluminação é sempre um ato de revelação. Ela não
significa, como alguém pode supor, dar algo novo à coisa em consideração e nem
dar algo novo à pessoa que está considerando a coisa. Ela é sempre um ato pelo
qual, em grau relativo, a verdade da coisa em consideração pode ser mais
claramente percebida. Esta percepção nunca pode ser “dada” de uma pessoa para a
outra, pois se trata sempre de experiência subjetiva; a pessoa que a
experiencia só pode fazê-lo quando estiver propriamente condicionada e
amadurecida para isso. Seu condicionamento e amadurecimento – sincronização do
desejo pela Verdade com a capacidade de utilizar aquilo que percebeu – torna
possível reagir ao estímulo de outra pessoa ou a uma experiência de modo que
sua consciência da coisa considerada se abre para um grau relativamente maior
de Verdade. Podemos dizer que naquele momento ele “ganhou mais sabedoria sobre
a coisa” – esta percepção da natureza da coisa é então “mais sábia” que antes.
Nestes dias de curiosidade aumentada em relação a cada
faceta e funcionamento da experiência humana não surpreende que muitas pessoas
no mundo todo estejam abrindo suas mentes para percepções mais claras da
natureza da ciência artística oculta chamada “astrologia”. Esta série de
artigos sob o título geral de luz,
dos quais este é o primeiro discurso, é apresentada a estes curiosos na
esperança de que os que agora estão “propriamente condicionados e amadurecidos”
encontrem, checando, a experiência de perceber mais claramente representações
do que a astrologia realmente é e como o conhecimento de sua natureza pode ser
mais construtivamente e filosoficamente utilizado. Seu propósito é
completamente consistente com sua natureza – seu propósito é iluminar e sua
natureza é a apresentação simbólica da consciência da Humanidade em evolução,
“em massa” ou individualmente.
Algumas vezes nos tornamos mais vividamente conscientes
de algo ao considerar o que este algo não é. Básica e essencialmente, a astrologia não é um estudo de eventos;
em termos que o horóscopo de uma pessoa não é o estudo da “pessoa em sua vida”;
não é uma superstição, apesar de muitas pessoas terem-na utilizado de forma a
evidenciar seus medos supersticiosos da vida e experiência; ela certamente não
é um estudo da “boa ou má sorte”; seu propósito primário não é delinear o tempo
de eventos passados ou futuros; e – dada esta reflexão considerável – não é um
“estudo das estrelas”.
Os “nãos” da astrologia mencionados acima poderiam muito
bem ser referidos como os “nós” nos conceitos de muitas pessoas em relação à
astrologia. Dois deles são baseados em inverdades, os outros contêm suficiente
conteúdo de conhecimento ou sabedoria para tornar a astrologia construtivamente
útil – mas apenas quando o praticante é motivado por ideais elevados de auxílio
aos outros, e quando ele é o tipo de pessoa que esteja sempre pronto a considerar
novas revelações da verdade astrológica. Nenhuma pessoa encarnada que seja
capaz de utilizar o conhecimento astrológico é “nova no assunto”; todas estas
pessoas estão recapitulando conhecimento da matéria adquirida em vidas prévias
e, em justiça a esforços passados, agora se requer esforço para desfazer os
“nós” dos conceitos congestionados, superstições, e meias verdades a partir da
expansão da mente e aumento na “vontade para a Verdade”. O nome desta ciência
artística contém a pista para o que ela é verdadeira e plenamente; vamos
analisar isto para uso contínuo durante a experiência destas séries.
O prefixo “astr” de astrologia é uma entre várias
centenas de palavras raízes derivadas de linguagens com significado esotérico e
exotérico. Exotericamente ele se refere a “estrela”, e neste sentido a
astrologia é compreendida como sendo um estudo da influência exercida pelas
estrelas nos céus sobre o caráter e destino humanos, como se nós humanos
“devêssemos fazer o que as estrelas nos sugerem fazer – ou ser ou pensar – ou
desenvolver”. Um conceito irracional como este de “influência brilhante” tem o
efeito desintegrador de intensificar os medos humanos em relação a “destino”
assim como suas próprias fraquezas e ignorância. No plano do exercício
intelectual, mesmo as abordagens mais exotéricas podem ser de auxílio, desde
que a pessoa seja familiarizada com alguns símbolos particulares, e que o
estudo das palavras chave interpretativas desses símbolos resulte no
treinamento da faculdade do pensamento abstrato. Mas, como conhecimento sem uso
não é a razão de ser da astrologia, devemos olhar mais profundamente na palavra
para descobrir as verdades de seu propósito.
Esotericamente o termo “astr” de astrologia se refere à
luz. O homem tem, desde tempos imemoriais, olhado para as estrelas no céu como
símbolos da mais pura luz. O astrônomo estuda os corpos celestes em termos de
sua distância de nós, seu tamanho, peso, densidade e relações espaciais. O astrólogo estuda o que eles simbolizam como
luzes de consciência.
Novamente
esotericamente, há duas conotações na palavra “luz”. Uma é aquela da luz que
torna a percepção visual possível àqueles que estão encarnados. Em termos de
vida manifesta, a luz é um poder criativo, um atributo de todas as coisas manifestas
que possuem um potencial criativo ou de manifestação. Mas, antes que esta luz
possa “ser” deve haver aquilo que cria a luz visual e aquilo é a luz da
consciência. A consciência criativa daquilo que chamamos “vida” (na falta de
palavra mais específica) através do processo “descendente”, consciência
criativa do logos galáctico e solar – tudo o que está em evolução – origina
qualquer e todas as formas e graus de luz que podem ser percebidas em todo
universo manifesto. Em outras palavras, a luz perceptível é a polaridade negativa,
a reflexão manifesta da consciência de atributo criativa positiva. As sentenças
de abertura do livro do Gênesis contêm a seguinte: Deus disse, “Deixe que a luz
seja e a luz se manifestou”. Se alguém acredita que a palavra “Deus” se refere
à essência criativa cósmica ou à motivação criativa e mente de um logos solar
não importa nesta conexão; o que deve ser considerado é que a consciência de
poder criativo foi estabelecida e que a luz foi o primeiro gesto do ato
criativo. As “trevas” referidas dizem respeito ao estado de vida ainda não
formada que denominamos “caos”. “Caos” não significa, como alguns podem pensar,
“nada”; é a essência de vida a ser utilizada pelas motivações criativas e
mentes para manifestação. A luz manifesta é a projeção da inteligência criativa
em manifestação. A
consciência é aquele grau de perceptividade – iluminação do poder, que é o
principal requisito da ação criativa. Um logos solar é consciente do poder para
criar-manifestar – através do estabelecimento de um corpo central – “sol” – e
uma emanação de outros corpos – “planetas” que, no total, compreende seu campo
de evolução. O logos evolui através da evolução de suas miríades de ondas de
vida e formas que habitam os corpos planetários; macrocosmos e microcosmos são
interdependentes – a evolução de cada um serve, e é coincidente com, a evolução
do outro. Pelo atributo da consciência e da faculdade da escolha, os humanos
exercem seu potencial criativo para suplementar suas evoluções. Nós humanos não
somos “criadores”, mas tendo o poder da regeneração da consciência, revelamos o
potencial para criatividade. Assim como nosso logos solar – Deus – é, assim nós
somos destinados a nos tornar através do desdobramento da percepção-consciente
– de nossa identidade verdadeira e, correspondentemente, poderes. Se, então, a
astrologia não é um “estudo das estrelas”, mas um estudo em símbolos
arquetípicos da consciência, podemos abrigar nossos preconceitos acumulados
sobre a questão e olhar para os horóscopos – nosso próprio particularmente! –
quanto ao que eles sejam de fato e ao que eles se destinam.
A
sentença que a astrologia é um estudo da influência do Sol, Lua e planetas
sobre nós – enquanto humanos individuais ou coletivos – não é uma inverdade,
mas para nosso propósito há outra abordagem à questão que vai mais
profundamente e deve ser considerada. No que diz respeito a “efeito de planetas
sobre humanos” digamos que a astrologia é o estudo das correspondências entre
os poderes vibratórios planetários e nossos poderes atuais ou potenciais. Nós,
enquanto humanos, estamos fraternalmente relacionados a todos os outros humanos
como expressões do mesmo arquétipo neste planeta. Nós somos também – de forma
mais indireta – fraternos a todas as expressões de vida neste planeta. Nossa
habitação – Terra – é o corpo manifesto de um Ser que em sua oitava de
funcionamento é fraterno aos Regentes planetários de nosso sistema solar;
portanto, em inúmeros níveis de correspondências, tudo neste sistema está
inter-relacionado. E, tudo são as ideias manifestas de nosso Criador – nosso
Logos Solar –, “Deus Pai-Mãe”. Como os planetas de nosso sistema constituem a
incorporação de Seres cuja consciência de vida os qualifica para aquele
trabalho, e cada um tem sua função e efeitos evolucionários particulares, no
sistema total ou qualquer fator dele, nós, como humanos e estudantes de
astrologia estudamos nossos horóscopos para nos tornarmos sensíveis a níveis
mais altos de consciência de vida através de conhecimento ou percepção dos
nossos potenciais em correspondência com as qualidades e significância daqueles
seres cuja consciência provê estrutura e padrão ao nosso sistema. Os símbolos
astrológicos do Sol, Lua e planetas designam o que chamamos de “regência” das
partes de nossos corpos, qualidades de personalidade e caráter, os princípios
inerentes em nossas capacidades de expressão e reação, as qualificações
vibratórias de nossas experiências e relacionamentos. Todos esses fatores
considerados em conjunto ou individualmente têm como propósito expandir e
purificar a consciência – “nos iluminar” ou “tornar o self mais consciente da
luz” do Self – sendo o Self o Espírito que identifica a afinidade e unidade do
humano com seu Criador.
Visando
estabelecer mais firmemente uma nova abordagem ou compreensão, descobriu-se ser
de grande auxílio parar de falar do assunto em consideração em termos de
padrões de hábitos usados por talvez um longo tempo. Há vários clichês que os
estudantes astrológicos aprenderam e usaram e, para se abrir mais extensamente
à percepção da “Astro-luz”, temos que praticar alguns novos termos e
referências. Por exemplo:
Achamos
muito fácil e natural dizer em relação ao horóscopo de uma pessoa: “Esta pessoa
tem um Urano ruim”. Olhe para aquela
sentença por um momento do ponto de vista de tornar-se mais consciente do que
ela diz. Em primeiro lugar ninguém pode “ter” nenhum planeta; em segundo lugar
nenhum planeta é “ruim”. Como poderia, sendo uma criação divina? Revisemos um pouco
isso: “A consciência dessa pessoa dos princípios simbolizados por Urano está
congesta, não organizada, desorganizada, imatura ou não evoluída.” Nós não
dizemos que a pessoa é má, sem sorte, maldosa ou azarada. Simplesmente se quer
dizer que o desenvolvimento da pessoa – através de ninguém sabe há quanto tempo
– não recebeu muita atenção regenerativa aos aspectos do Espírito
caracterizados pelo símbolo planetário de Urano; dizemos que ele tem em haver
experiência considerável em crescimento, desenvolvimento e integração para
chegar àquele ponto. Mas aquilo não o torna ruim, mal ou desafortunado –
simplesmente significa que ele tem que se desenvolver de certa forma específica
em sua evolução pessoal. O horóscopo é um registro simbólico da consciência –
não é uma figura de escuridão estática, seu maior valor está em revelar as
essências dos compromissos de vida da pessoa, assim como seu estado
evolucionário relativo.
Podemos
dizer – frequentemente (e quão frequentemente!): “Esta posição de Saturno e
este aspecto a Saturno torna esta pessoa um avaro”. Espere um instante! Todas
as hostes celestiais juntas não podem “tornar alguém avaro”. O registro de
Saturno no horóscopo representa uma ação da consciência pessoal – ou falta de
consciência – em relação à posse de bens materiais. A avareza é um
desequilíbrio na consciência – é sobrevalorizar a aquisição como tentativa de contrabalançar
um profundo e incrustrado medo da perda. Pare com esta atitude injusta em
relação a Saturno – ele tenta arduamente nos ensinar lições importantes e uma
delas é o uso inteligente dos meios materiais. Ele diz: “Minha natureza
corresponde ao seu potencial para aprender – entre outras coisas – a usar a
substância e meios materiais de modo inteligente. Até que você traga para a
consciência a noção deste princípio para seu crescimento, Eu tenho que falar a
você através de seu medo da perda; quando você aprender a usar; de forma
balanceada, o poder particular de consciência que eu simbolizo você saberá que
eu sempre tenho sido seu professor e amigo. Concorde com o que eu represento
enquanto poder e qualidade de consciência e sua maestria se expandirá em
liberdade e alegria; você saberá então que não precisa me culpar pelas suas
lágrimas e inseguranças”. Dizemos – às vezes com uma leve queimação de inveja:
“Que pessoa de sorte! Ela tem algo em trígono com Júpiter”. Júpiter sorri de
modo gentil e compreensivo e nos diz – talvez um pouco triste pela nossa inveja
– “me permita lembrar que Eu simplesmente simbolizo sua própria consciência de poder
pessoal de melhora, aumento e expansão de sua natureza e condições; você não
recebe nada de mim – você expressa meu princípio de aumento e expansão através
de otimismo, gentileza, generosidade e coragem; o que você expressa você atrai
de volta; se sua consciência se revela por desequilíbrios de extravagância,
autoindulgência excessiva, falso orgulho ou ambição Eu não posso me apresentar
regenerativamente em seu mapa, pois você, em sua consciência de mim, não se
qualificou para tal assim como esta pessoa o fez. Você precisa não invejar este
desenvolvimento. Meu princípio serve a todos. Tenha isso em sua consciência de
vida, faça isso de seu próprio ser a partir de boas ações e sua consciência
cedo ou tarde florescerá e manifestará aquela forma particular de Luz que Eu
represento”.
E
assim por diante – com cada um dos outros pontos planetários. Devemos finalmente
considerar apenas outro ponto, devido a seu significado especial no horóscopo –
o símbolo do Sol.
O
autor sugere que cada estudante de astrologia, que se sinta inclinado, a
inaugurar a prática de colocar o símbolo tradicional para o Sol – o ponto
circunscrito pelo círculo – no centro de cada horóscopo; este símbolo, por
correspondência, é aquele de nosso Criador, nossa própria essência espiritual,
nosso átomo semente e a vontade de viver eterna e indestrutível que caracteriza
a consciência a permear a dimensão tempo-espaço. Este é a construção mais
simples e mais perfeitamente focada, o mais puro arquétipo de todos os símbolos
astrológicos – é apropriado que ele seja usado para designar a consciência
Humana da Fonte, Identidade e Atributo Divinos. Outro símbolo que o autor
sugere é um semicírculo sobre uma linha horizontal que pode ser legitimamente e
efetivamente usado como o Sol no horóscopo, como um “fator planetário” regente
do signo fixo de fogo Leão. Como este símbolo é sujeito a padrões e aspectos,
qualificações e movimentos como qualquer outro símbolo planetário, ele deve ser
estudado como representando a evolução da consciência da natureza Solar da
pessoa. A aparência circular do símbolo Solar (o “Símbolo do Espírito”)
corresponde à aparência do círculo horoscópico – ambos centrados pelo mesmo
ponto. O “símbolo planetário Solar” corresponde em aparência com o semicírculo
superior do horóscopo, a linha horizontal correspondendo ao diâmetro horizontal
do horóscopo – o “EU SOU” da consciência individual e a contraparte do
Ascendente pela cúspide da sétima casa. Também como figura este símbolo sugere
o nascer do sol na aurora – e seu uso no horóscopo é nos manter cientes dos
atributos solares que estamos buscando florescer através de nossa experiência
evolutiva.
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