Livre tradução de: http://www.rosicrucian.com/sia/siaeng28.htm
A Quinta casa do
horóscopo abstrato é o segundo ponto de quadratura do signo fixo e do signo de
fogo. A descarga de seus potenciais proporciona uma canalização muito grande
para o avanço espiritual.
A
Quinta casa está abaixo do horizonte – no hemisfério norte – é à direita da
vertical da roda, a oeste. Ela é a casa central do quadrante iniciado pela
quarta casa; este quadrante é chamado o setor da família. Estando abaixo do horizonte,
a quinta casa fica no hemisfério que pertence à consciência do eu separado.
Situando-se a oeste, ela está no hemisfério “predestinado” – aqueles capítulos
de experiências que a Vida nos traz para que as vivamos da melhor maneira
possível; nós não exercitamos autodeterminação nestes padrões quanto o fazemos
– ou podemos fazer – naqueles do hemisfério leste.
Os
quatro signos fixos – Touro, Leão, Escorpião e Aquário – e suas correspondentes
casas: as segunda, quinta, oitava e décima primeira – são signos e casas de
recursos e sustentação pelos quais são “alimentados” os quadrantes iniciados
pelos cardeais. A primeira casa inicia a consciência de “EU SOU um indivíduo”;
a quarta casa diz: “EU SOU um fator individual em um padrão de família, herança
e aparência”. Os recursos possibilitados pela quinta casa capacitam a
Humanidade a convencer-se de que: “Eu tenho o poder de contribuir para a
corrente da vida através do exercício de minha consciência de amor e para
sustentar minhas criações pelo meu próprio recurso de poder amoroso”. O Sol,
que rege abstratamente a quinta casa do signo de Leão, é o símbolo essencial do
Poder de qualquer classe, exatamente como, de modo literal, é a fonte radiante
de vida para o nosso sistema solar, sua criação. A partir deste recurso somos
impelidos a liberar energias fornecedoras de vida através do exercício do amor
paterno e proporcionamos encarnação a outros Egos que nos chegam como filhos.
Nós também damos vida às expressões impessoais na criatividade artística.
Biológicas ou impessoais, amando nossos filhos ou amando a nossa criatividade e
o trabalho a que nos devotamos, todas essas liberações são expressões do
aspecto criador do poder do amor.
Em
virtude dos recursos do imenso potencial significado pelos quatro signos fixos
e suas casas, os padrões não regenerados pelos envolvidos implicam numa
correspondente intensidade de carma. A palavra-chave essencial implicada em
Leão não regenerado é: uso indevido do poder através do exercício do egotismo
(por “Leão não regenerado” entenda-se padrões fricativos concernentes a
planetas em Leão ou ao próprio Sol, aonde quer que este se localize na Carta).
O símbolo que usamos para o “aspecto quadratura” – um quadrado com base
horizontal –, quando aplicado à roda caiu de tal modo que os ângulos coincidem
com os pontos médios das casas fixas; o segundo destes – o ponto médio de Leão
– é o ponto de convergência para cima quando percorremos a roda no sentido contrário
ao dos ponteiros do relógio a partir do Ascendente. Nesta ilustração somos
alertados da importância de regenerar-se a quinta casa; até que o potencial
seja regenerado, a consciência permanece fixa nos níveis da posse e do egotismo
– na segunda e quinta casa, ambas abaixo do horizonte. Se pudermos imaginar a
quadratura fixa sendo “detida” na sexta cúspide e tendo suas correntes
“cortadas”, as energias que – simbolicamente – tentavam subir para o quadrante
do relacionamento acima do horizonte são frustradas, agitando-se violentamente
para frente e para trás dentro das cinco primeiras casas, e o EU SOU da
primeira casa permanecendo fixo na expressão limitadora do desejo de posses e
do desejo de poder; as posses convertem-se em objetos da consciência de amor e
as pessoas que deveriam ser amadas e sustentadas pelo amor convertem-se em
objetos da consciência de poder, para serem dominadas e utilizadas como o são
as posses, inanimadas. Este padrão de frustração apresenta um grande símbolo: a
história da desumanidade do ser humano para com o ser humano; o aprisionamento
do indivíduo por si próprio.
Quando
o ser humano identifica suas posses como símbolo de poder, e as crianças mais
como objetos de poder do que de amor, vemos a consciência do egotismo
atropelando através da experiência humana. Esta consciência, ativada pelas
quatro primeiras casas e sustentada – se podemos chamar a isso sustentação –
por níveis não regenerados da quinta casa, ilustra de forma simbólica o
conceito de dinastia: grupos de indivíduos unidos vibratoriamente por meio de
um padrão de família ou de um padrão nacional, os quais aderem a um modelo de
família como uma expressão de poder e egotismo. O indivíduo e seus direitos
essenciais são desprezados – na melhor das hipóteses, um penhor – na manutenção
desse plano fixo, rigidamente organizado. O matrimônio é baseado na posição, na
herança e nas posses; a religião é uma conformação a rituais e dogmas pela qual
o poder e a supremacia do padrão são continuamente enfatizados; a educação é um
instrumento para a modelagem das mentes consoante a conveniência do plano. Com
efeito, a terceira casa neste símbolo está empalada entre a primeira e a quinta
casa. Não havendo liberação além da quinta casa a educação permanece
simplesmente como uma coisa de rotina, tradição e repetição de uma organização
intelectual limitada. A história se repete uma e outra vez; todos têm
atravessado fases em que funcionamos como – e nos sentimos como – cifras em uma
família ou padrão nacionalista; isso é realmente uma expressão da consciência
tribal da humanidade. Como tal isso preenche uma necessidade evolutiva e, como
tal, é bom. Contudo, e no devido tempo, deve ser superado para que a raça
evolua. Aqueles que reconhecem até certo ponto seus próprios poderes, mas
permanecem não regenerados, são os que agem como, tiranos, déspotas e
autocratas de famílias, grupos e nações; são os que “dão as ordens” e os que
“manejam o chicote”. Aqueles que permanecem nas quatro primeiras casas, e ainda
não se deram conta de seus poderes, são as vítimas dos outros; são os
supersticiosos e os crédulos, são os indivíduos servis e os escravos. Eles
vivem em sua consciência superficial, em seus desejos e necessidades físicas,
em sua subserviência a qualquer coisa que receiem ou que não entendem. Resumindo,
eles ainda não se conscientizaram de que são recursos de poder e de autodeterminação.
Estão pouco cientes do potencial individual e existem como fatores de um padrão
que serve de modelo para suas experiências.
Quando
as pessoas chegam ao ponto de se sentirem insatisfeitas, inquietas e
aborrecidas com os padrões cristalizados em que vivem, e desejosos de encontrar
uma liberação mais satisfatória e ampla de suas energias, então estude a Carta
visando analisar os potenciais da quinta casa. Tal análise deve naturalmente
incluir um estudo do Sol, porque o Sol é o símbolo abstrato da habilidade para
a autodeterminação. Muitas pessoas cristalizam-se porque situam suas vidas em
canais que elas próprias não querem realmente; em outras palavras, elas se
desviam para a artificialidade do padrão e, “fartas” do seu próprio erro,
anseiam voltar para seus “eus” verdadeiros e começar a viver construtivamente e
felizes consoantes os melhores potenciais de suas Cartas. Algumas dessas
pessoas desviam-se por causa de uma reação de medo, ou de subserviência, a uma
vontade mais forte que visa forçá-las a errar devido à ignorância ou a uma
falta de simpatia na percepção de suas necessidades. Pode-se dizer que a autodeterminação
é um aspecto da coragem – a quinta casa é uma autoexpressão respaldada pelas
qualidades regeneradas da primeira casa. Contudo, quando o propósito é
eletrificado na consciência, ocorre uma liberação de esperança, de coragem, de
entusiasmo renovado, e então a pessoa sente que verdadeiramente “nasceu de
novo”. Ela deve saber o que quer fazer de sua vida, e se continua a cumprir
seus padrões de responsabilidade tem todo direito de reajustar seu avanço para
o alto. Ao lidar com uma Carta semelhante faça mandalas de cada aspecto do Sol;
determine até que ponto a pessoa pode redirecionar um novo curso de vida, e
ajude-a a entender por que ela foi impelida a desviar-se do caminho certo, para
que possa enfrentar no futuro com maior êxito, os desafios de seus aspectos de consciência.
Em
relação aos padrões fricativos que envolvem a quinta casa, um em particular
pode ser tratado aqui: a ajuda que o astrólogo, como amigo filósofo, pode
prestar a pais chocados pelo que talvez seja a forma mais patética de
sofrimento humano – sua reação de dor ao passamento de uma criança ou de um
bebê amados. Todos os serem humanos encarnam através de seus pais,
especificamente, pela Lei de Simpatia Vibratória. As pessoas que, como marido e
mulher, convidam amorosamente outro Ego para encarnar podem ter atrás de si uma
história de possessividade e dominação paternal sobre seus filhos no passado. A
mente consciente pode não reconhecer isso – e geralmente não reconhece – mas se
uma nova encarnação é bloqueada aos pais, sob o ponto de vista filosófico, não
precisam sentir que a sua experiência de pais foi frustrada. Essa transição foi
feita pela Lei, exatamente como foi a encarnação.
A
explicação oculta é que muitos Egos encarnam por pouco tempo para restabelecer
contato com esta dimensão, isso para que seu avanço possa efetuar-se mais
completamente. Tais crianças vêm a pais que, por alguma razão íntima, devem
aprender a soltar. Em algum lugar no passado houve demasiada subjugação como
uma expressão de autoridade ou poder dos pais, e talvez por isso o progresso da
criança no passado tenha sido inibido ou frustrado. Além disso, quando um Ego
efetua a transição de maneira súbita ou violenta e o corpo físico é destruído,
a pessoa pode voltar muito brevemente para estabelecer seus elos, e então, não
pretendendo permanecer por um período inteiro de experiência de encarnação,
prossegue em seu progresso. Se você puder, encoraje a flexibilização no ponto
de vista das mentes de tais pais; anime-os a renovar, se possível, a expressão
de seu poder de amor de alguma forma. Estimule-os, sobretudo a neutralizar
tendências para prolongar a dor, o pesar tristonho e desintegrador,
mostrando-lhes que enquanto estiverem encarnados não precisam suprimir todas as
expressões de seu potencial de amor. Em outras palavras, tente ajudá-los a manter
viva e expressiva sua consciência de quinta casa. Manter viva a quinta casa
significa manter vivo o coração.
No
mandala dos signos de fogo liguemos as cúspides da primeira, quinta e nona
casas, formando um triângulo equilátero, a linha “ascendente” que é a vertical
da quinta à nona.
Quando
o aspecto de “poder” da quinta casa é ampliado pela consciência de amor o
emblema simbólico vai da potencialidade à alegria. A sugestão neste ponto é que
nós consideramos a alegria muito mais significativa que uma simples sensação –
geralmente temporária – de bem-estar ou de satisfação. A alegria é um estado de
espírito em que – ou pelo qual – o Eu Superior da Humanidade é capaz de
expressar sua liberação construtiva a despeito das condições e assuntos
externos, porque alegria é um dos atributos da consciência de amor. Ela
possibilita a liberação de poder para maior bem de todos os envolvidos porque o
amor clareia as percepções para uma consciência do bem inerente a todas as
pessoas e do melhor potencial e significado de qualquer experiência.
O melhor de Leão – e da
quinta casa – é o “coração alegre”, o entusiasmo irradiante e transbordante de
espíritos elevados que animam a vida humana – e as relações – de amabilidade,
alegria de viver e encanto. É o emblema do prazer e da magnificência pelo qual
a consciência do homem expressa sua compreensão de amplitude – interna e
externa. É a “Casa dos hobbies”, já que um hobby, no sentido verdadeiro da
palavra, é o escape criador de um grande interesse, um querido passatempo, uma
atividade recreativa e harmonizante. Uma nova orientação psicológica pode ser
dada às pessoas que estagnaram por demasiada preocupação com a rotina, com o
cumprimento de responsabilidade e com as coisas práticas. Todas podem achar uma
canalização para a liberação de impulsos criativos e recreativos se desejam
muito organizar devidamente suas vidas. Repetidas vezes a psicologia tem
provado o poder de um hobby vibracionalmente sincronizado para infundir na vida
humana uma nova consciência de alegria, de entusiasmo e de bem-estar em todos
os planos.
A
primeira casa é autoconsciência; a quinta casa é autoexpressão criadora; a nona
casa é o aspecto criador de sabedoria destilada da experiência. A primeira casa
é o ser – Eu Sou –; a quinta casa é o ser alegre – Eu Amo –; a nona casa é o
ser sadio – Eu Compreendo.
A
quinta casa é o amor em sua expressão mais particularizada. É uma irradiação da
consciência individual, que é uma liberação de poderes da pessoa de quem eles
emanam e um calor e estímulo para aqueles que o recebem. A quinta casa é
tradicionalmente chamada de “casa das crianças”. Essa interpretação, contudo, é
um derivado. Na Carta de um indivíduo específico a quinta casa é o emblema do
seu potencial de amor criador: ela pinta o quadro de sua consciência dos filhos
como um fator em sua consciência de relação – é seu potencial como um amoroso doador
de vida.
O
Amor pelo qual nós cuidamos de outros Egos é nosso nível dessa expressão de
Amor Divino pelo qual um sistema solar é encarnado. Daí poder-se ver por que o
egotismo da parte dos pais e mestres pode ser um agente mortífero para as vidas
dos filhos e dos discípulos. O egotismo é retroativo; retrocede violentamente
para os níveis da autoglorificação e do interesse próprio. O Amor interessa-se
pelo verdadeiro bem estar e progresso daqueles a quem dá vida. Kahlil Gibran
refere-se aos pais que amam verdadeiramente como “arcos dos quais partem
flechas” – para continuar seu desenvolvimento e cumprir seus próprios
propósitos e destinos.
Vamos
apreciar mais que nunca essa expressão de Amor que torna possível nossa
encarnação. Aprendemos sobre amor parental daqueles que o foram antes de nós, e
reconheçamos que nosso avanço tornou-se possível porque, ao liberarem amor,
eles aproveitaram a oportunidade para liberar vida. E devemos reconhecer também
que quando nós, sejamos pais ou não, criamos uma beleza maior para todos,
estamos liberando nossos recursos de jovialidade; fazendo isso, pelos processos
de vibração simpática criamos realmente a alegria na consciência de todas as
pessoas que entram em contato conosco. Queremos viver a vida em termos de
alegria, corajosamente, generosamente e formosamente. Para isso devemos
expressar a alma do coração e viver amorosamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário