Livre tradução de: http://www.rosicrucian.com/sia/siaeng23.htm
A essência
do serviço espiritual de qualquer tipo é executada pela pessoa que transmuta as
áreas negativas de sua própria subconsciência, fortalece e disciplina suas
faculdades mentais; mantém viva sua consciência de coração pelo poder do amor,
e procura sempre perceber o melhor nos outros. A percepção do bem real ou em
potencial nos outros é um estímulo que, cedo ou tarde, possibilita a expressão
desse bem. A essência do progresso evolutivo é a sempre crescente consciência
do Bem; nós como indivíduos, contribuímos para o progresso da raça como um todo
quando, pela consciência regenerada somos capazes de levar os outros a
reconhecerem os seus mais altos potenciais para a realização de talentos e
habilidades, saúde, amor e sucesso em qualquer campo de esforço.
O termo
“luz branca” é uma expressão simbolizada dessa consciência. Branco é a
composição de todas as refrações das cores; em sua forma mais pura, a cor
branca se ergue como um símbolo da vibração da consciência que se centraliza em Deus. Suas refrações podem
referir-se a, ou serem consideradas como qualidades anímicas, correspondendo
espiritualmente às variações encontradas nos espectros das cores. Cada uma
dessas cores manifesta o princípio da diversidade como uma expressão de
unidade, em que cada qualidade tem seu âmbito vibratório desde os aspectos mais
primitivos, irregenerados, até seus aspectos mais regenerados e altamente
espiritualizados. Quanto maior o grau de pureza e luminosidade do composto
branco, melhores as expressões vibratórias visuais como
símbolo de consciência aperfeiçoada.
O
astrólogo, quando estudando horóscopos de pessoas, na realidade estuda,
analisa, sintetiza e interpreta padrões vibratórios de qualidades anímicas que
representam todos os possíveis campos de desenvolvimento e seus reflexos, no
mundo das formas, como padrões de experiência. A consciência artística do
pintor, por exemplo, é refletida por aquilo que se encontra em suas telas; a do
músico manifesta-se naquilo que sai do seu instrumento.
O
astrólogo, também um artista-intérprete, expressa a sua consciência pela
maneira como interpreta os horóscopos dos outros; os horóscopos são seus
instrumentos – correspondentes ao pincel, às tintas e telas do pintor, e ao
violino do músico. A consciência de bem do astrólogo corresponde ao composto de
percepções artísticas do intérprete da consciência da estética. A inspiração é
a ignição de todas as consciências que se harmoniza com a verdade e com a
beleza; para o astrólogo essa ignição é possibilitada quando ele carrega sua
consciência com o desejo de interpretar um horóscopo consoante o melhor de toda
a sua potencialidade. Isto significa que ele faz de sua meta final de
interpretação em alertar o indivíduo para o reconhecimento daquilo que há de
melhor e de mais belo nos tons e cores anímicas do mesmo.
A
impessoalidade do serviço do astrólogo torna imperativo que, quando esteja em
seu trabalho, ele eleva sua consciência dos padrões inferior de sentimento e
emoção pessoais. Sugerimos como técnica preparatória para o desenvolvimento
dessa faculdade, meditar sobre a seguinte mandala; um círculo em branco, mas
com um ponto exatamente no seu centro. Este mandala é a representação mais
perfeitamente impessoal de um horóscopo que é possível fazer. Ele não transmite
padrão de experiência, padrão de emoção, nem atrito, sofrimento ou dificuldade.
O ponto no centro pode significar o propósito da tarefa do astrólogo. É de um
só ponto, condensado e não diferenciado. Este ponto deve ser uma fonte de
iluminação espiritual para o indivíduo, e quando a meditação sobre esse
propósito é, por si, focalizada e concentrada, as inferiorizações pessoais se
desvanecem na consciência do astrólogo. Deste modo o astrólogo se faz “luz
branca”; seu próximo passo é “iluminar de branco” a pessoa do horóscopo que
está estudando. Isto ele faz acrescentando ao mandala acima os diâmetros
vertical e horizontal; o resultado é o retrato mais abstrato e impessoal que
pode ser feito de um ser humano. Este mandala é uma figura composta da
consciência espiritual – o ponto central; o estado de encarnação física é a
cruz formada pelas linhas retas, e o envolvimento pelo círculo perfeito é o
poder divino, o amor divino e a sabedoria divina. O mandala retrata um ser
humano que está cônscio de sua origem espiritual e da espiritualidade da
encarnação. Da meditação sobre este retrato, revela-se a consciência de luz
branca do astrólogo para a pessoa do horóscopo.
O
próximo passo do astrólogo no desenvolvimento da consciência de luz branca é
acrescentar os outros diâmetros ao mandala acima, completando-se assim a roda
do horóscopo de doze casas. O mandala apresenta agora a imagem da pessoa como
sujeito aos mesmos padrões gerais de experiência e relacionamento comuns a
todos os outros seres humanos. Estas doze “casas” são os “aposentos” em que vive
a Humanidade durante a encarnação. Cada uma é tão necessária quanto às outras,
cada uma tem seu significado particularizado na experiência, e cada uma é uma
oficina para criação de maior bem em todos os planos de expressão e realização
humanos.
O mandala,
tal como se encontra agora, é o padrão essencial de todos os horóscopos. A
meditação sobre ele, como uma representação da vida humana, pode ser feita por
todos os astrólogos de tal maneira que a percepção do propósito evolutivo da
vida humana possa tornar-se mais profunda e mais clara a cada dia. Todo
horóscopo percebido como uma “expressão de variação” de seu mandala significa
uma oportunidade muito melhor de ser interpretado sensitiva e intuitivamente;
sem este preparo da “iluminação branca do padrão básico”, o astrólogo corre o
risco de confusão mental diante de todos os fatores complexos de um horóscopo
natal. Além do mais – e isto é importante – uma vez que os horóscopos
representam pessoas, o astrólogo desenvolve automaticamente a reação de “iluminação
branca” às pessoas, quando com estas contata em seu dia-a-dia. Isto é um
desenvolvimento natural de sua meditação diária de luz branca sobre o mandala
astrológico porque ele emite para as pessoas uma consciência que se focaliza
cada vez mais nas perfeições.
Partindo
do desenho abstrato, começamos agora a aplicar a técnica da luz branca às
variações pessoais; pomos de lado o padrão universal e passamos a considerar os
padrões particulares.
A velha
advertência: “A caridade começa em casa” pode ser aqui repetida desta forma; o
desenvolvimento da técnica luz branca começa com a meditação do astrólogo sobre
a própria Carta. Ele, um ser humano, tem o mesmo padrão essencial de qualquer
outro ser humano. Mas seus particulares
diferem até certo ponto dos de qualquer outro.
O fato
de ser astrólogo não o exime automaticamente dos padrões de sentimentos
pessoais em forma de pré-julgamentos, ressentimentos, falso orgulho, inveja,
etc.. Contudo, ser astrólogo impõe-lhe a responsabilidade de superar esses
negativos tão cedo, e tão completamente, quanto possível. Seus negativos podem
congelar-se e cristalizar exatamente como os de qualquer outra pessoa, portanto
ele, o astrólogo deve voltar sua
consciência impessoal para si mesmo, o
ser humano interno. Isto é verdade; na medida em que o astrólogo permanece
fixado em padrões de reação negativos ele limita suas habilidades para
interpretar. Nesse estado ele transfere seus próprios negativos para padrões
semelhantes que pode achar na Carta de outrem. Por exemplo: um astrólogo
masculino tem-se fixado num padrão de aversão relativo a uma específica
expressão feminina na vida humana. Para esta expressão existe um profundo
sentimento subconsciente de desagrado ou de animosidade – resultado de sua
reação à experiência de um problema algum dia no seu passado. Nunca libertou
seu subconsciente desse sentimento fricativo. Agora perguntamos; como pode ele
interpretar adequadamente e resolver psicológica ou espiritualmente uma
condição análoga que encontra na Carta de outra pessoa? Existem astrólogos que,
motivados por profundos impulsos de autodefesa e auto-justificação
falham em interpretar corretamente certos padrões nas Cartas astrológicas o que
outros podem ver num relance. Faz-se necessário, e urgentemente, um pouco de
luz branca nesse ponto.
Nós,
astrólogos, geralmente não encontramos dificuldade em “iluminar de branco” as
doze casas da Carta. As casas erguem-se como representações de padrões básicos
de experiência e, como tais, transmitem mais diretamente um significado
impessoal. Mas, parece que alguns de nós temos para si que isso se deva a
certos estelares e/ou aspectos planetários. Por quê? Porque os estelares são os
enfoques da consciência, e alguns dos padrões que formam nas relações entre si
retratam os atritos e testes dos padrões de consciência. Tendemos a considerar
como ruim, mau ou infeliz qualquer padrão de experiência que estimule nossos
níveis irregenerados de consciência, levando-nos assim a experimentar reações
dolorosas. Aqueles que estimulam nossos níveis regenerados de consciência nós
interpretamos como: benéficos, afortunados e felizes. O composto simbólico a
que chamamos negro –, mau, doloroso ou ruim – deve ser trabalhado e transmutado
naquilo a que chamamos branco. Por que então não aprendermos a perceber a
brancura inerente a todas as qualidades e relações estelares? Isto busca a fase
interpretativa da astrologia de luz branca.
A
brancura de qualquer estelar é o princípio de vida simbolizado por esse
estelar. A diversidade de expressão de qualquer estelar é apenas outro modo de
dizer: a diversidade de expressão da consciência humana. De acordo com a sua
falta de desenvolvimento você desconhece o sentido e significado deles. O
propósito de iluminar de branco qualquer coisa é torná-la mais consciente de
seu sentido espiritual.
Contudo,
por mais claramente que você, como astrólogo, possa delinear e compreender a
Carta natal de outra pessoa sugere-se que adote um plano pelo qual você se
torne mais perceptivo de sua própria brancura. Este plano envolve meditação
sobre vários mandalas extraídos de sua própria Carta; um mandala para cada um
dos seus estelares. Estes mandalas não implicarão no uso de quaisquer números
porque número implica em limitação, e a brancura é ilimitada. Não se permita
usar uma única palavra-chave negativa, degradante nessas interpretações. Use
somente palavras que transmitam níveis de consciência espiritualizada.
O
mandala para a posição do seu Sol pode ser um círculo com as doze casas; o
símbolo de Leão na cúspide de Leão; ponha o símbolo do Sol na casa e signo onde
você o tem; coloque o símbolo do seu signo solar na cúspide própria dele. Esta
é a imagem concentrada do seu Sol vista com luz branca. Sintetize em
palavras-chave espirituais cada fator deste quadro – ele é a essência
espiritualizada de sua consciência solar, de sua força de vontade e propósitos;
é a radiação do amor criador.
Mandala
do seu Vênus; uma roda como a mencionada acima com os símbolos de Touro e Libra
nas cúspides próprias de sua Carta; ponha o símbolo de Vênus – símbolo abstrato
da consciência feminina realizada, refinamentos da alma, consciência estética,
capacidade de cooperação, etc. – na Carta e signo onde você o tem; ponha o
símbolo do signo que contém a Vênus na cúspide apropriada para a sua Carta. E
assim por diante – um mandala para cada um dos outros estelares.
A
impressão transmitida por cada um dos seus mandalas estelares é a de uma cor
pura uma luz brilhando sem interferências. Não existem implicadas complicações
ou limitações à habilidade do estelar de irradiar no seu máximo.
Seu
horóscopo de luz branca é o composto de todos os seus mandalas estelares; uma
roda com seus signos nas cúspides, seus estelares colocados de acordo com as
casas e signos em que você os tem. Utilizando os princípios mais espirituais
como palavras chave, interprete agora sua Carta como um retrato do mais elevado
e melhor que você é capaz de experimentar e realizar nesta encarnação. Sua
Carta natal, deste modo, é um retrato astrológico do seu eu ideal.
O
próximo passo é extrair um mandala de luz branca, pelo mesmo modo descrito
acima, para cada um dos aspectos de quadratura e/ou oposição; chamaremos a
estes padrões de mandalas dos aspectos.
Não coloque os graus estelares no mandala de aspectos, mas medite com
palavras-chave espirituais sobre os dois estelares envolvidos. Desde que cada
estelar em um mandala de aspectos brilha com a mesma pura luz essencial com que
brilha em seu próprio mandala, você está agora exercitando a faculdade de
síntese no iluminar de luz branca um padrão duplo. Siga o mesmo plano na
aplicação aos seus aspectos compostos (que envolvem três ou mais estelares).
Após os
preparativos de a luz branca ter sido efetuado, as quadraturas e oposições na
sua Carta natal serão vistas clara e verdadeiramente como o processo de
experiência e reações à experiência pelo qual você regenera a sua vida em todos
os planos. Concluindo, oferecemos este aforismo à sua consideração espiritual;
a regeneração da consciência não é
para o propósito de fazer trígonos para o futuro, mas sim para o propósito de desdobrar
a consciência de Deus através da expressão de seus estelares de acordo com os
princípios espiritualizados de luz branca deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário