Livre
tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng90.htm
De um ponto de vista esotérico, como
usualmente utilizamos a palavra, “comunicar” significa um processo pelo qual o
conhecimento ou informação são transmitidos de uma mente à outra. Entretanto,
um estudo e síntese de suas raízes derivativas revela seu significado
esotérico, o que nos torna possível compreender mais verdadeiramente o
significado real e uso correto desta função de transmissão sensorial,
intelectual e espiritual. Sua derivação direta é da palavra latina comunicare que significa compartilhar. Nela
encontramos duas palavras raízes básicas: "com" se refere a
"juntos" e "un" se refere a "unicidade" ou
"unidade". Assim vemos que "comunicação" é um meio pelo
qual as diversas mentes e consciências são, em graus variados, unificadas pelo
processo de compartilhamento. Este compartilhamento é um processo polarizado: o
polo positivo é revelado em ações de radiação, expressão, informação, falar,
escrever, projetar telepaticamente e projetar inspiracionalmente; o polo
negativo se revela em ações de percepção, reação ao estímulo vibratório,
percepção em todos os sentidos, aprendizado, compreensão e realização. Tudo que
se estabelece na mente divina pode ser transmitido a - ou compartilhado com -
mentes ou consciências diversificadas ou individualizadas. O objetivo
evolucionário final é a realização da unidade das diversas mentes com a Mente
Una de nosso Criador.
Antes
de considerar os significados ocultos, cármicos e evolucionários da comunicação
entre humanos, devemos considerar a comunicação básica, primordial ou absoluta
entre a Consciência Divina e a consciência humana - o "compartilhamento
criativo da Luz". A Mente Divina se faz conhecível a nós - "fala
conosco" - ao manifestar-se em estados infinitamente variantes de vibração
objetiva - o mundo físico natural. Ela também nos proveu criativamente com
centros e órgãos de sensopercepção no exercício dos quais podemos aprender a
respeito de nossa origem a partir da observação da manifestação. Através da
visão, nós percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como cor; através da
audição, percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como tom; através do
toque, percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como textura e densidade;
através do paladar, percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como mistura
química; através da olfação, percebemos e conhecemos a manifestação de Deus
como emanação ou radiação química invisível e silenciosa. Ampliando, formas
"transcendentais" de sensopercepção estão inclusas na clarividência,
intuição, clariaudiência, claricognição, telepatia e inspiração. Por estas
faculdades os aperceberes internos ao Humano são revelados em instâncias que
transcendem as "limitações do Tempo-Espaço". Todas essas faculdades e
poderes sensíveis e suprassensíveis tornam possíveis as muitas variações de
ação comunicativa e troca entre o Divino e Seu microcosmos sub-humano, humano e
super-humano "irmãos e irmãs". Aquele que sabe mais (desenvolveu mais
consciência) compartilha com aquele que sabe menos (é menos evoluído em
consciência e conhecimento); aquele que sabe menos (é menos desenvolvido em
consciência e conhecimento) recebe e aprende daquele que sabe mais e é mais
evoluído em consciência. A atração magnética das diferenças relativas em
consciência e similaridades de necessidades cósmicas para realizar a unidade é
o relacionamento de comunicação entre todas as coisas viventes. Comunicação é
fraternidade em ação; comunicação Confiável, construtiva e possível de ser
colocada a serviço é o amor fraterno em ação. Agora, para a astrologia:
Antes
que o humano possa se expressar a outra mente de modo comunicativo, ele deve
passar por um "processo dentro de si" pelo qual formule aquilo que
ele deseja transmitir. De forma sutil, mas perene, esta formulação é uma
interação da mente subconsciente com as percepções conscientes. Antes que
qualquer fato ou realização possam ser transmitidos, eles antes devem ser
aprendidos e a faculdade particular para o aprendizado ser exercitada
anteriormente ao momento presente. É a mente subconsciente - simbolizada astrologicamente
pela Lua - que age como armazém de memórias, as impressões residuais
estabelecidas pelos exercícios passados da consciência. É a mente consciente -
simbolizada astrologicamente por Mercúrio - que conhece e se expressa de acordo
com as necessidades presentes. Pela qualidade adesiva e retentiva da mente
subconsciente o Homem permanece ligado àquilo que ele foi e expressou no
passado e suas cognições e interpretações do presente são estabelecidas sobre o
que ele evoca como memória ou memória-sentimento de seu passado. Portanto,
vemos que um indivíduo sempre se comunica consigo antes de transmitir ou
expressar sua consciência para outra pessoa. Um exemplo simples: alguém
pergunta a você que horas são - ele precisa daquele fator de informação; antes que
possa responder, você precisa "receber a comunicação - por meio visual -
daquilo que seu relógio informa". Ao formular uma cognição você se torna
capacitado para transmitir aquele fato como ação comunicativa para a outra
pessoa. Mas, mesmo antes disso, você precisou aprender como ler o relógio em
algum momento passado. Assim - você "desenhou em seu passado" para
cumprir as necessidades de comunicação de seu amigo no presente. E assim vai
eternamente: o passado é o "pábulo" sobre o qual o presente desenha
para construir o futuro. No horóscopo individual, a correlação entre a Lua e
Mercúrio mostra a "mistura" alquímica da memória-sentimento,
estabelecida pelo exercício da consciência no passado com a percepção pelos
sentidos e intelecto exercitadas pela consciência no presente. Também a
correlação de Lua-Mercúrio com Júpiter mostra o processo alquímico pelo qual o
indivíduo está destilando o apercebimento da verdade - uma cognição do fato que
está acima e isento de todo erro pessoal subconsciente de interpretação por
dor, prazer, preconceito, antipatia ou favoritismo. A correlação Lua-Mercúrio
com Urano mostra a evolução alquímica das faculdades da intuição e previsão;
com Netuno, se mostra a "gestação" das faculdades clarividentes e
clariaudientes (a evidência de coisas não vistas e não ouvidas) assim como o
estabelecimento evolucionário do poder da fé e de se comunicar pela oração.
O
que segue deve ser compreendido como um ensaio básico da natureza da
comunicação. Agora, para propósitos astropsicológicos práticos, nos
concentraremos no símbolo arquetípico básico da comunicação e da faculdade
comunicativa - o planeta Mercúrio, regente de Gêmeos e Virgem.
Crie
uma cópia da "mandala de Gêmeos": a sequência zodiacal colocada ao
redor de um círculo com Gêmeos como signo Ascendente. Note que o eixo
Touro-Escorpião, do desejo-poder e do poder regenerativo, ocupa o diâmetro da
sexta e décima segunda casas. Touro se refere ao centro laríngeo, o mecanismo
pelo qual as criaturas vocais criam o tom; lembre-se que tudo que escutamos é
percebido como um aspecto da vibração tonal. Escorpião se refere àquela
faculdade de gerar, ou "evocar", material para outro corpo físico.
Através de Touro, geramos ou "evocamos" material tonal para a
incorporação, para a manifestação perceptível, de ideias, pensamentos,
sentimentos, emoções, conhecimento, compreensão e realização; no plano da
sensopercepção é o poder e faculdade de gerar tom que "obscurece"
(relação da décima segunda casa com o Ascendente) toda a ação comunicativa. É o
poder de Mercúrio para formular tons como palavras faladas ou cantadas pela
interação entre a respiração dos pulmões e a mobilidade dos lábios e línguas; é
também o poder de Mercúrio de usar as mãos para escrever ou desenhar figuras
simbólicas imitativas da palavra falada, como palavras escritas ou diagramas e
de tons enquanto notação musical. Na mandala geminiana, o signo da Lua, Câncer,
está na segunda cúspide. Aqui se vê que a consciência humana de nacionalidade
"assessora" a evolução desta faculdade para expressar e se comunicar
pela linguagem. A aderência cristalizada a uma nacionalidade provoca
conhecimento limitado e uso de linguagem sistematizada - tal pessoa pode se
comunicar, na escrita (ou leitura) e fala apenas com aqueles que conhecem sua
linguagem particular. Mas no plano do uso presente do intelecto, aquela
aderência pode ser descristalizada pelo aprendizado de outra língua, ou outras
línguas. Por meio dessa extensão descristalizante a pessoa poderá se comunicar
com um correspondente maior número da pessoas, seu "campo de interação
humana" aumenta, sua apreciação do pensamento e modo de viver dos outros
se aprofunda e consequentemente, no plano dos reconhecimentos espirituais ele
se encontra experienciando um grau maior de sintonia com outros humanos. As
diferentes linguagens proporcionam barreiras comunicativas apenas para aqueles
que se recusam sair das aderências cristalizantes a determinada linguagem; para
aqueles que "saem", as barreiras se desintegram no mesmo grau. Nisso,
vemos novamente uma ilustração concreta do fato que a comunicação é
fraternidade expressa; no mesmo grau que mais e mais meios de comunicação sejam
aprendidos, a espiritualização do relacionamento fraterno e simpatia serão
realizados, apreciados e expressados.
No
presente em que se presencia o aparecimento do rádio, televisão, aeronaves
supersônicas e todos os mecanismos pelos quais as limitações têmporo-espacial
são cientificamente transcendidas, um paralelo se vê no campo dos
empreendimentos espirituais humanos. Muitas pessoas, de todas as nações, estão
também buscando explorar as causas dos impedimentos no funcionamento humano
individual. São pessoas que estão dando um ímpeto poderosamente regenerativo à
evolução humana pelo serviço dedicado às questões humanas, redimindo muito
carma negativo construído em suas vidas individuais passadas devotando-se a
"auxiliar outras pessoas a se ajudarem" a sair de estados de
anormalidade cármica, subnormalidade e disfunções das funções saudáveis
normais. No que diz respeito à comunicação, espera-se que as seguintes
observações sirvam para aprofundar a compreensão interior das causas cármicas
que minam as faculdades comunicativas no corpo humano; o primeiro ponto a ser
considerado é a epigênese:
Epigênese
se refere à faculdade do humano de construir a qualidade de seu veículo em
correspondência com a qualidade e estados de sua consciência. (Epi-gênese
deriva de duas palavras raiz que significam "construir sobre").
Trata-se da faculdade criativa possuída e - consciente ou inconscientemente -
exercitada por todos os humanos desde a aurora de seu procedimento
evolucionário como humanos. Pela epigênese, o Homem revela seu gosto criativo a
seu próprio Creador; é a "raiz" subjacente ao florescimento, nos
tempos vindouros, de sua verdadeira atividade criativa enquanto consciência
Divina. O princípio, ou lei, de causa e efeito operando sobre a faculdade da
epigênese em humanos explica todas as qualidades condicionadas de manifestações
física, emocional e mental no veículo humano - congestionadas, desviadas,
aleijadas ou harmonizadas, potentes e eficientes. Na presente consideração da
faculdade comunicativa e propósito, encontramos que a mandala de Gêmeos tem
muito a nos dizer sobre a causação cármica dos impedimentos e defeitos na fala
que se apresentam nos corpos humanos ao nascimento ou que "aparecem"
durante a encarnação como resultado de um potencial vibratório congesto sendo
estimulado pela ação do tempo. Tais condições como mudez congênita, palato em
fenda, língua anormalmente grossa, gagueiras e condições traumáticas que lesam
o mecanismo vocal, língua ou lábios, etc., são as principais que revelam
exteriormente que as pessoas aflitas causaram algum impedimento na comunicação
no passado. A memória subconsciente retida da ação destrutiva ou congestiva influencia
e o corpo físico presente reproduz, por epigênese, o potencial negativo como
"retorno cármico" de modo que a pessoa possa explorar o aspecto
negativo da consciência do "outro lado da cerca" e assim aprender um
pouco mais sobre as verdades da faculdade comunicativa e seu uso correto para
desenvolvimento e evolução futuros. Muitos e muitos tipos de ação e influência
no passado podem causar defeitos comunicativos na vida presente, mas a mandala
de Gêmeos nos mostra as pistas ocultas básicas para a causação da maioria
destas condições deficitárias - e experiências dolorosas:
A
posição do eixo Touro-Escorpião, coincidindo com as cúspides da sexta e décima
segunda casas é o primeiro ponto a considerar. Este é o eixo da consciência de
poder enquanto “desejo”, ou colocado de outro modo, a consciência
individualizada do desejo. Tendo em mente que o desejo é uma potência da
consciência que pode variar em qualidade, desde as maiores luxúrias humanas,
ganância e retaliação às mais sublimes formas de aspirações espiritualizadas,
percebemos que o uso correto desta potência – conforme mostrado nesta mandala –
é uma forma de serviço contributivo (Escorpião na cúspide da sexta casa) e
construtor da consciência de saúde. Exemplo disso é a expressão de amor mútuo
através do exercício do mecanismo sexual; outro é a conservação disciplinada
das energias vital e magnética para uso em atividades e trabalhos construtivos.
Assim como para Escorpião na sexta casa; sua polaridade maior no plano físico é
o signo oposto de Touro, na décima segunda cúspide desta mandala, que é o
símbolo da criatividade dos tons liberados através da palavra falada – a
incorporação audível de sentimentos, pensamentos, ideias, opiniões e
realizações.
Pense sobre isso: uma pequena palavra –
um “sim” ou “não” – falada em certo tom de voz, comunicando a outra pessoa uma decisão
específica, sentimento, realização ou reconhecimento pode mudar o curso de uma
vida humana caso a pessoa reaja ao que escuta nesta palavra. Uma pequena
palavra, pronunciada como julgamento para afetar outra vida ou destino, pode
ser falada de modo a mente subconsciente do orador “prender e sustentar” uma
impressão de malícia ou destrutividade em grau tão forte que o retorno cármico
a partir daquela expressão pode vir a se manifestar em experiência dolorosa
várias vidas mais tarde. Por medo uma palavra necessária pode ser guardada; o
poder inerente à palavra não falada será retido como potencial para bloqueio em
um tempo futuro; o conteúdo de dor relacionado à descristalização subsequente
necessária será proporcional ao bem que poderia ter resultado caso a palavra
boa original tivesse sido falada.
Para o insight ou conhecimento das causas
cármicas relativas às dificuldades e impedimentos de comunicação, temos que
estar dispostos a flexibilizar nosso ponto de vista e reconhecer que a causa
desses efeitos, manifesta no presente por epigênese, pode ter se estabelecido
há muito tempo no subconsciente do sofredor. Usar o poder criativo da palavra
falada para canalizar forças destrutivas e falsas é assegurar experiências
futuras de bloqueios na comunicação. No caso da repetição continuada em suas
formas extremas, o veículo mental se degenera em tal grau de astúcia, que
condições como “idiotia” e “debilidades mentais” resultam como retorno cármico,
especialmente se a crueldade deliberada foi a motivação emocional original. A
presente experiência de muitos tais sofredores está sendo ajudada pelo poder do
amor expresso no cuidado e considerações dadas por aqueles em busca de
assisti-los – e esse amor é também um retorno cármico estabelecido decorrente de
ações bem intencionadas e gentilezas no passado. Assim, nesses tempos, vemos –
pela observação do fato que os humanos estão buscando ajudar e reabilitar mesmo
os casos mais trágicos de escuridão, impedimento e degeneração relativa – que
as únicas barreiras para a comunicação são aquelas que o próprio homem ergue; o
Criador nos revestiu com potenciais mentais e espirituais além da faculdade de
assegurar nossa eventual comunicabilidade com todos os planos de vida. No senso
universal ou absoluto, não há barreiras para a comunicação. Todas as mentes
individuais funcionam sob a lei e pela liberação e refinamento de potenciais no
escopo inclusivo da mente única – que é a luz única, a consciência única – as
linhas sempre irradiantes da comunicação de “um com todos e de todos com o Um”
perpétua e perfeitamente sustentadas. Pelo uso correto de nossos fatores
Mercuriais nós reproduzimos a sempre abertura de nossas linhas de comunicação
com parceiros humanos nesse plano.
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