quarta-feira, 13 de maio de 2020

CAPÍTULO LXIII – A ASTROFILOSOFIA DISCUTE O GOVERNO – PARTE III


Estudemos os princípios de governo simbolicamente indicados quando os Astros estão em seus Signos de Exaltação. Estes representam o governo relacionado à maestria – a expressão, enquanto regência, do poder solar por humanos altamente evoluídos (regiamente) que têm, como propósito, a iluminação da consciência da humanidade. Esta abordagem de regências revela os atributos espirituais inerentes a cada tipo, assim como as obrigações espirituais inerentes a essa forma de serviço.
A primeira é a Exaltação do Sol no Signo de Áries. A identidade é “Eu Sou um Filho (ou Filha) Gerado do Pai-Mãe Deus”. Essa é a identidade do nascimento espiritual e da consciência de possuir atributos divinos. A regência indicada por esta vibração é autodomínio, fonte da qual derivam todos os demais governos espirituais e da qual emanam todas as expressões de amor e sabedoria transcendentes. Os sacerdotes-reis do antigo Egito, formosamente descritos por Joan Grant em seu belo livro “O Faraó Alado”, exemplifica esse tipo. Esses grandes regentes eram provados espiritualmente por suas qualificações para servirem como governantes de seus povos naquela que foi uma das épocas espirituais mais notáveis de projeção da história humana. Posto que as especializações emanam do Uno, este ponto de Exaltação do Sol respalda qualquer tipo de governo espiritual. O Regente de Áries, Marte, está exaltado em Capricórnio. Nesse estudo Capricórnio simboliza o conceito hierárquico do governo aristocrático; a especialização em “classes” reflete (ao menos deveria) as graduações da evolução espiritual. Originariamente a religião Bramânica da Índia se baseava nesse conceito; Platão falou da “regência pelo eleito filosófico”. A Exaltação de Marte em Capricórnio, em termos genéticos, é a maturidade do princípio masculino no cumprimento da responsabilidade. Vê-se, dessa maneira, a qualificação espiritual que designa os verdadeiros regentes em um governo hierárquico: a responsabilidade de manter vivo o “Eu Sou” espiritual de tal maneira que a função de governar os menos evoluídos possa ser exercida com positivismo, coragem e senso de amor paternal como a motivação de amor protetor. Dar vida é atributo dos pais; manter princípios de governo que contribuam para o bem-estar e progresso gerais (material, intelectual e culturalmente): esta é a vida que o verdadeiro governante aristocrático oferece ao seu povo. Seu atributo marciano lhe possibilita defender a si e, consequentemente, seu povo das cristalizações de preconceito, da congestão de casta, e das avaliações superficiais. Mantém vivo em sua consciência – porque Marte é a vibração ultra masculina, como um derivativo do Sol – o senso de se valorizar e apreciar como um trabalhador no mundo. O vigor, a virilidade e o positivismo de Marte regenerado proporcionam saúde como efeito; o exercício desses atributos neutraliza os perigos de congestão na indolência, no luxo, e no parasitismo que se infiltra numa sociedade fundamentada no princípio do dinheiro, da posição e dos valores herdados. Marte em Capricórnio é vitalização do senso de amor paterno; seu exercício exige autodisciplina e trabalho.
A Exaltação da Lua em Touro, segundo Signo de Terra, desperta o instinto de alimentar e proteger o imaturo dentro da consciência de serviço. Os fracos se tornarão fortes. Os imaturos se tornarão maduros. O negativo da vibração de Câncer é superproteger e superalimentar aqueles que são dependentes até certo ponto. A manutenção do desenvolvimento do fraco e imaturo é a oitava exaltada do poder da Lua. Proteger o desenvolvimento é uma contribuição ao progresso evolutivo; fomentar a fraqueza é contribuir para o atraso. A grande Elizabeth da Inglaterra tinha a Lua em Touro, na 4ª Casa, e certamente nenhum governante em nenhuma época foi mais respeitosamente atento e sensível ao vigoroso potencial evolutivo da nação regida. Um fator psicológico significativo é visto nessa posição: Touro é o Signo da 11ª Casa da Lua; como tal se relaciona a Câncer-Lua assim como Aquário-Urano se relaciona a Áries. Essa posição da Lua (relação de um Signo da 11ª Casa com a sua Dignificação) impõe, aos espiritualmente maduros, a necessidade de descristalizar a sensação de possuir aos imaturos e fracos. Procurar maternalmente (de uma maneira lunar) possuir a outra pessoa é identificar Touro como a polaridade de Escorpião; os dois juntos formam o diâmetro desejo-poder. Qualquer indivíduo ou governante com a responsabilidade de alimentar através da posição da Lua em Touro, é prevenido a se abster de considerar a pessoa mais fraca e imatura como uma posse pessoal. A nação e a riqueza da nação não são posses da função governante. Um governante recebe recompensa por seu trabalho como qualquer outro trabalhador; esta recompensa deve ser uma expressão de troca entre o povo da nação e seu governante, um pagamento pelos serviços deste como guardião coordenador.
A “influência protetora” de Urano que se deve encontrar nesse padrão é a descristalização da congestão criada pelo desejo-possessividade na manutenção do crescimento e desenvolvimento, pelo respeito aos potenciais do indivíduo para crescer e se realizar. Aplique essa instrução de modo pessoal ou nacional – o padrão é arquetípico. A aspiração evolutiva do Próprio Logos Solar torna possível a ação epigenética no microcosmos – desse modo é representado o respeito do Pai-Mãe Deus por seus filhos. O poder solar liberado através dos princípios lunares diz: “Deixe o microcosmo gerado crescer, se desenvolver, se expressar e realizar seus potenciais: ajudá-lo, guiá-lo, instruí-lo, alimentá-lo, nutri-lo, protegê-lo, mas deixai o meu poder fluir por ele com força sempre crescente; não o protejam em excesso contra a entrada de meu Estímulo Criativo. Encoraje-o sempre à constante expansiva radiação de amor pelo microcosmo; não coloque barreiras a essa expressão por possessividade congestiva”.
A Exaltação de Saturno em Libra é a fusão espiritual alquímica da justiça com a misericórdia. É a dissolução da severidade excessiva e da cristalização de conceito pelo exercício dos impulsos humanos. É também (porque Libra, neste mandala, simboliza o conceito de governo democrático) o equilíbrio da auto expressão na governança por uma consciência de responsabilidade mútua dos cidadãos por meio de sua identidade fraternal enquanto co-nacionalidades. A Exaltação de Saturno nesse Signo é o símbolo astrológico do conceito de justiça para todos – uma lei que se aplica ao pobre e ao rico, ao instruído e ao ignorante, e significa que as verdadeiras leis são cópias das leis divinas no sentido de que ninguém está isento delas. As leis que protegem um às custas de outro representam as características degeneradas da corrupta aristocracia de Saturno – a ilusão de superioridade de casta e as injustiças das avaliações pela posse de riqueza. Nesse sentido, a administração de certo governo religioso de âmbito mundial parece ser, em seu melhor, um devoto dessa lei de justiça para todos. Suas portas ficam abertas para todos, suas medidas corretivas se aplicam a todos, a despeito de posições ou posses mundanas. No que tem de pior, o símbolo de Saturno em Libra contrabalança erros com pagamento material. Nas sociedades em que a posse financeira é considerada o padrão de avaliação, uma transgressão espiritual contra o indivíduo, um grupo ou contra a própria nação é considerada resgatada se uma certa transação financeira for efetuada. Essa congestão de ignorância desempenha papel infame na história humana – é uma das ações mais blasfemas de que o humano é capaz. É congestão de tal escuridão que pode ser necessário um destino maduro de uma vida inteira para o governante, a fim de descristalizar e regular o desequilíbrio. Na consciência humana, isto é, na consciência dos indivíduos que governam, essa posição de Saturno no mandala destaca a Luz Branca de Saturno, quando o governante reconhece sua fraternidade – como um concidadão – com seus governados. Essa é a justiça balanceada e o equilíbrio no relacionamento governante-cidadão. Que nenhum governo esqueça esse princípio; dele depende o recurso de valor espiritual do serviço governamental.
Libra, como significador do princípio de governo democrático, é a fusão dos princípios do matrimônio com os princípios do autodomínio contributivo. Em uma democracia, homens e mulheres têm o privilégio de se expressarem, e esse conceito governamental é um dos quais, provavelmente mais que qualquer outro padrão grupal, tem melhor servido para descristalizar a ilusão de superioridade e inferioridade entre os sexos. O matrimônio é uma cidadania com dois pontos de intercâmbio recíproco, o desenvolvimento mútuo e o cumprimento mútuo. A democracia é uma cidadania de muitos pontos de intercâmbio mútuo, de desenvolvimento mútuo e de cumprimento mútuo. Um casal é um microcosmo de todos os homens e mulheres de uma nação em particular; a polaridade da nação é a extensão da polaridade do casal. Encarnar sob um governo democrático é realizar o resultado de muitas encarnações de esforço regenerador como indivíduo; assim como com o Aspecto Trígono, tal conquista impõe a responsabilidade (Saturno) de contribuir para o bem mútuo e para a justiça de todos.
A Exaltação de Vênus (como regente de Libra) em Peixes é a conscientização dos poderes espirituais como instrumentos governantes dos assuntos da humanidade. Perceber as verdades por trás da posição de governantes, as experiências das nações e a alquimia espiritual que atua continuamente para concretizar o ideal da Humanidade torna possível a realização da relação fraterna interior entre a humanidade e outras vidas terrenas.
A natureza essencial da Cidadania é a “Fraternidade localizada”. Como habitantes desse Sistema Solar, nossa primeira identidade de cidadania é a (que chamaremos) de “solarianos”. Essa identidade é derivada do fato de que todas as expressões de vida nesse Planeta e nos outros Astros deste Sistema são microcosmos de uma fonte comum: nosso Logos Solar. Se houvesse algum modo de identificar nosso Sistema em seu relacionamento com outros Sistemas Solares da galáxia, poderíamos qualificar nossa identidade como “cidadãos galácticos”, depois “cidadãos arqui-galáticos”, até a identidade final que temos com todas as outras expressões de vida, como “Universarianos” ou “Cosmosianos”. Contudo, nossa localização imediata no Cosmos é dada pela identidade com nossa Fonte Criadora imediata, o Manifestador e Governador desse Sistema. Poderíamos designar esta Fonte por um nome personalizado, por exemplo: “Hélios”. Isso poderia especificar a identidade de nossa Fonte na inter-fraternidade de outros Logos Solares em nossa galáxia. Então nossa identidade de cidadania poderia ser, como membros desse Sistema. “Heliosolarianos” para diferençar nossa condição de cidadãos de outros “Solarianos” em nossa galáxia. Como um cidadão americano de antepassado espanhol é um “hispano-americano” (a procedência – derivativa – qualifica a identidade localizada), do mesmo modo seríamos designados como “Heliosolarianos Terrestres” para especificar nossa cidadania imediata no Planeta Terra do Sistema Solar de “Hélios”. Em nossos horóscopos, o tradicional símbolo circular do Sol colocado no centro da roda é o símbolo Astrológico de “Hélios” como nossa Fonte Criadora; o símbolo sugerido do “semicírculo na linha horizontal” (representação simbólica do Sol nascente) é nossa consciência personalizada da existência e natureza de “Hélios”; nós designamos esse símbolo simplesmente como “Sol” porque ele representa uma compreensão relativa da natureza de “Hélios”.
O símbolo Astrológico arquetípico de cidadania democrática (como princípio da fraternidade se manifestando em uma forma de governo) é o Signo de Libra, Signo da 7ª Casa do Grande Mandala e iniciador Cardeal da triplicidade de Ar, da qual todas as especificações de fraternidade são derivadas. Em virtude de os quatro Signos Cardeais indicarem as especificações básicas de nosso Ser polar-genérico, o mandala com Libra no Ascendente será, agora, considerado como a raiz de nossa consciência de cidadania democrática.
Como “Cosmosianos” o mandala de Libra configura nosso atributo de “Reatores e Refletores” – reagimos aos estímulos das expressões de outras pessoas. O mistério oculto do aspecto positivo do poder vibratório de Vênus, como Regente de um Signo Cardeal, é observado no fato de que a ação que expressamos subsequente à reação a uma expressão negativa de outra pessoa pode ser uma expressão de alquimia que transmuta; podemos reagir com dor, mas não temos que projetar novamente de acordo com a reação de dor; podemos projetar de novo de tal maneira que o atrito, a desarmonia ou a condição negativa em geral seja neutralizada. Por conseguinte, nesse mandala, Libra (um dos Signos focalizado por Vênus) é o que expressa, mas sua expressão, devido a Libra é a polaridade reflexiva de Áries, é de alquimia contrária ou transmutativa. Nesse mandala, as “transcendências” dos Signos de Libra através de Peixes focalizam os elementos de consciência anímica naqueles capítulos de experiência arquetípicas que geralmente pertencem à consciência do “eu separativo”. Reagir e expressar pela alquimia transmutadora é elevar a consciência do eu separativo ao grau da oitava do “eu inclusivo”. Na medida em que a ação regenerada segue a reação, as forças vibratórias combinadas de duas ou mais pessoas magnetizadas na relação serão transmutadas.
Em termos físicos, esse mandala retrata a mulher como aquela que expressa, e o homem como aquele que reage; retrata, em sentido mais abstrato, a expressividade da consciência anímica e a reatividade da própria consciência. Expressões dinâmicas de egoísmo negativo são coisas que sabotam a receptividade da vibração de Vênus; a expressão reativa de Vênus é para neutralizar o elemento destrutivo e, assim, estabelecer um maior grau de bem unificado. Na fraternidade democrática do matrimônio, esse Ascendente Libra configura não somente a mulher; configura também a composição alma-consciência de ambas as pessoas; simboliza as belezas e perfeições que cada pessoa vê na outra; simboliza as belezas e perfeições de cada uma e que são incendiadas na consciência pela essência dinâmica da outra. Isso é “se elevar no amor” (não “se apaixonar”) pelo qual dois seres humanos, cidadãos no mundo de um relacionamento intensamente concentrado, se capacitam em perceber seus elementos anímicos por meio da ignição mútua de idealidades. A alquimia transmutadora que tem lugar num relacionamento amoroso (e todo relacionamento amoroso é matrimônio nos reinos da consciência) é Libra como iniciador de uma nova consciência de vida e como um originador de um novo mundo de experiência. Esposo e esposa – duplas manifestações de amante-e-amada – são cidadãos fraternos no “país democrático da união que eles estabelecem”; o desenvolvimento epigenético de cada um, por meio da fusão mútua física, mental, emocional e vibratória é o propósito da união; a expressão individualizada de ambos, o respeito mútuo às individualidades e a ação colaboradora no serviço amoroso de gerar e criar filhos constituem as qualidades democráticas da verdadeira união amorosa. Consequentemente, vemos que um governo baseado em princípios democráticos é, entre todos os governos, o mais altamente carregado com a essência da consciência amorosa. Somente pessoas que haviam desenvolvido um alto grau de percepção da unidade do poder do amor foram qualificadas para promulgar princípios de governos democráticos. Eram pessoas que haviam entendido, até certo ponto, o ideal de inter-fraternidade de humanos como terráqueos e como cidadãos de grupos nacionais localizados. O respeito aos direitos individuais de homens e mulheres e a criação de oportunidades para a expressão individual configuram os princípios do amor espiritual no matrimônio transpostos para a oitava ampliada da convivência de homens e mulheres nesse Planeta ou num tipo racial específico ou numa forma nacional particular. O ser humano individual, na localização de sua vida familiar pessoal, demonstra o tipo de sua consciência de governo; como ele é em sua consciência é também com sua família e nas suas relações com seus concidadãos.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

CAPÍTULO LXII – A ASTROFILOSOFIA DISCUTE O GOVERNO – PARTE II

Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng45.htm

O estudo de governos aristocráticos, através de vários períodos históricos e de diferentes nações, nos revela o que acontece quando, por um conceito ilusório, procuramos separar nossos padrões de destino comum dos de nossos semelhantes. Esse conceito, difundido pelo mecanismo das religiões organizadas, Cristãs ou não Cristãs, tem resultado em algumas das mais terríveis causas de destino maduro porque, por sua própria natureza, procura lutar contra a mesma coisa que todas as religiões buscam estabelecer: o sempre claro senso de Unidade (de Deus e da Vida) na consciência humana. O pai, separado em consciência de seu filho como um companheiro humano, diz: “Faça o que eu digo. Sou seu pai”. Não há nada em tal ordem que apele para a razão ou para o coração da criança. A ordem serve para intensificar sua sensação de inferioridade no relacionamento subserviente a seu pai, ao invés de aumentar a fraternidade.
A característica do “EU SOU” de Áries como Ascendente desse mandala descreve a Humanidade como um auto-governante em potencial porque é, por atributo, um agente de expressão individualizado. A grande maioria de nós não tem a consciência de poder para o autogoverno e, menos ainda para governar aos outros. Mas, em virtude de sermos agentes de expressão, influenciamos (uma oitava microcósmica de governo) outros em cada coisa ou tudo que pensamos, sentimos, dizemos e fazemos. Existe apenas um Ascendente, arquetipicamente ou concretamente, e como governança é estabelecer a ordem do cosmos, podemos melhorar a qualidade de nossa influência sobre outras pessoas. É verdade interessante, que não podemos governar ou influenciar alguém que seja indiferente a nós ou que seja mais perfeitamente organizado do que somos – somos influenciados por aquelas pessoas muito mais do que as influenciamos. Portanto, temos de nos governar melhor se quisermos atrair melhor “influência de governança” dos outros. Aplique isto ao relacionamento dos cidadãos de uma nação com seus governantes hereditários ou eleitos. Veja a história da civilização francesa sob os reinados de Luiz XIV, Luiz XV e Luiz XVI. A corrupção e o cinismo dos dois primeiros representavam, perfeitamente, muito do que estava degenerado nos conceitos gerais de vida das pessoas. A ineficácia de Luiz XVI possibilitou às forças desintegradoras da revolta – ele não podia nem mesmo defender a classe que representava – descristalizar aquela forma particular de governo aristocrático e abrir caminho para a forma mais democrática.
Se nosso propósito de vida necessita que exerçamos poder em funções públicas, então saibamos que temos a oportunidade de nos posicionar como símbolos de boa ou má influência; simbolizaremos o que quer que concebamos como princípios de governo.
Podemos permanecer congestionados na ignorância desses princípios, e assim refletir a ignorância das pessoas que representamos, ou podemos nos ajustar ao aprendizado e assim simbolizar uma qualidade cada vez melhor de vibração de poder.
Na consideração do Grande Mandala, vemos que o diâmetro Câncer-Capricórnio – como “a linha dos pais” – exemplifica o padrão de “governo do povo pelo povo”: os dois tipos de governo representados são o comunitário (Câncer) e o aristocrático (Capricórnio).
Agora consideremos o significado de Áries como expressão de regência individual:
A qualidade “EU SOU” desse Signo simboliza o sentido da existência individualizada. Desde que é aquela da qual toda expressão, como individualização pessoal, se torna possível, ela é também aquela pela qual todas as oitavas do governo humano se tornam possíveis. Um governante – de qualquer tipo – nunca pode ser mais que ele é como pessoa – sua expressão de governo é projeta por meio da consciência de si mesmo como uma pessoa. Tenha em mente que governança, no sentido político, é uma extensão da paternidade. As mesmas palavras-chave aplicáveis aos diferentes tipos de governantes se aplicam, também, em sentido mais localizado, aos diferentes tipos de pais. Isso é assim porque a qualidade-matriz do diâmetro Câncer-Capricórnio designa nossa cidadania ao grupo-família e ao grupo-nação em que encarnamos por lei de destino maduro e atração vibratória.
A oitava vibratória mais inferior de Marte é notada em sua função como liberador das compressões Plutão-Escorpião. Esse é o governante como ditador autocrático. Seu “EU SOU” é “Eu sou um símbolo personalizado de toda ignorância repleta de ódios e cobiças dos meus governados”. O czar russo Ivan, o Terrível, foi um exemplo perfeito desse tipo de governante; seu povo era uma massa bárbara, ignorante, brutal, e a subserviência desse povo ao seu infame governo despótico foi a síntese da escravidão. A oitava seguinte – sincronizando com as necessidades evolutivas do povo russo – foi exemplificada em Pedro, o Grande. Exatamente tão despótico como foi “o terrível”, este homem funcionou em uma oitava mais alta de percepção e propósito. Sua vontade, intensamente concentrada, serviu para coordenar seu povo, e ele lutou durante anos para desenvolver e expandir o poder econômico de sua nação e para introduzir nela pelo menos vestígios da cultura da Europa ocidental. Nesse tipo de governante as características de insensibilidade, brutalidade impetuosa, egotismo e falta de compaixão são fortemente pronunciadas. Seu egotismo, contudo, serve a um propósito dos mais importantes – o de consolidar a nação em uma identidade e unidade coerentes. O adormecido “Eu sou” da vibração grupal da nação é despertado pelo poder do “Eu sou” pessoal do governante autocrático. O “Eu sou” de um governante aristocrático degenerado é exemplificado pelo caráter e personalidade de Luiz XV, rei de França. A presunção e o cinismo desse homem, regente-símbolo de um dos mais degenerados e corruptos períodos da história dessa nação, retrata perfeitamente os negativos cristalizados desse tipo de governo – o da hierarquia – a forma que provê pontos de concentração de poder dentro do palácio da nação. Um exemplo regenerado desse tipo de governo – e ela foi um exemplo notável – foi o da grande Rainha Elizabeth da Inglaterra. Culta, de enorme erudição, devotada ao progresso e bem-estar de seu país com todas as fibras do seu ser, essa brilhante e intrépida mulher simbolizou as aspirações culturais e econômicas de seu povo vigoroso e empreendedor. Ela estava tão definitivamente em um nível mais elevado do que muitos desses governantes de sociedades com consciência de classe, que seu intenso amor patriótico a fazia aborrecida com a guerra e a destruição; ela é considerada a mais humanamente motivada e iluminada regente de sua época e uma das soberanas de maior projeção na história da humanidade. A uniformidade do seu país como potência mundial, sob a motivação de um intenso orgulho nacional, enfatizou a qualidade capricorniana de superioridade que caracteriza essa nação – um exemplo interessante de peculiaridade de personalidade nacional. Outras degenerações de conceito hierárquico – e isso na forma mais cristalizada – são vistos no velho conceito de casta da Índia, só recentemente descristalizado. Esse conceito (derivado de como o ser humano imagina a Hierarquia Cósmica) provocou a escravidão cármica para milhões de seres humanos por muito tempo.
Há diversos exemplos notáveis de governo de Câncer. Esse é o tipo de governo que se concentra na perpetuidade do bem-estar, material ou espiritual. A corrupção desse padrão é vista na distribuição de dinheiro, alimento e diversão para a massa, por indivíduos como os governantes romanos Nero e Calígula. Um gesto ostensivo de preocupação pelo público mascarava, nesses casos, um horrendo medo e terrível cobiça. Eles exemplificaram, com sua política de dar, os piores aspectos desse padrão governamental.
Regenerado, nós vemos no governo da religião humanística dos Quakers, um dos melhores exemplos desse tipo, na atualidade. Sua política de pacifismo universal é, naturalmente, uma motivação espiritual de tremendo poder para o bem no mundo. Sua contribuição para o bem-estar humano é patente. A administração do Exército da Salvação é outro exemplo. O serviço de ensino e cura realizado por certas ordens religiosas representa um belo aspecto de conceito de governo. Mesmo aqueles que funcionam inteiramente no que é chamado “ordem contemplativa” dão, se suficientemente evoluídos, uma notável contribuição redentora por meio de seu trabalho nos planos internos; esse serviço não é percebido ou observado pelo mundo externo – é uma alimentação vibratória baseada na renúncia da consciência de personalidade. Com efeito, podemos considerar que a vibração de Júpiter, como significador da 9ª Casa abstrata, se mistura com a vibração Lua-Câncer para indicar a essência do governo pela organização da autoridade religiosa. É possível que você aprecie um estudo biográfico de governantes – desde o iluminado Faraó Aquenáton, através dos tempos, e chegar a uma clara compreensão de como os governantes, como seres humanos individuais, personificam o inconsciente coletivo, a ignorância e congestão coletivas, e as necessidades evolutivas coletivas da massa. É um estudo fascinante, e é algo que todo estudante de ocultismo e filosofia deve empregar algum tempo e atenção.

terça-feira, 23 de abril de 2019

CAPÍTULO LXI - A ASTROFILOSOFIA DISCUTE O GOVERNO – PARTE I

Governo é o “funcionamento do Universo em conformidade com os Princípios Cósmicos”. É a Única Diretiva que impele a causa da ação criadora e epigenética no Cosmos, além de organizar e harmonizar seus efeitos. Uma vez que é a expressão da Vontade Única, o governo cósmico é uma Autocracia arquetípica; é a raiz-padrão pela qual todo Logos, microcosmicamente, ordena vida de sua manifestação e é aquilo que, em termos humanos, designamos como autoridade. Regência, em qualquer oitava, é um aspecto do Poder Diretivo simbolizado pelo Sol; todos os poderes astrais são derivados dessa Unidade.
O desenho simbólico a que chamamos “Aspecto de Quadratura”- um quadrado assentado sobre sua base horizontal – é o arqui-símbolo da congestão comprimida de potenciais. É feito de duas expressões da vertical dinâmica e de duas expressões da horizontal receptora; representa a sobreposição de diâmetros opostos em aparente disputa entre si. Uma congestão tem o efeito de um puxão gravitacional para baixo, inibição, supressão de possibilidades de expressão, retardando a ação expressiva e responsiva. Ela representa uma intensificação da tendência para a inércia que, depois de certo ponto, é a morte da forma enquanto veículo do Espírito. Isso descreve o “reino do Diabo”, o domínio da expressão pela supressão, a submissão do “avanço para frente e para o alto” ao “retrocesso para trás e para baixo”. O Espírito, Poder Solar, em sua expressão bi-Una de Amor-Sabedoria, busca sempre, na consciência humana, derrotar e desintegrar este “reinado da sombra”.
O símbolo do governo como Ordem Cósmica ou Arquetípica é a diagonal do quadrado. Esse é o quadrado simetricamente balanceado se apoiando em seu ângulo inferior. Cada uma de suas quatro linhas é uma diagonal simétrica, pelo que cada uma se combina vertical e horizontalmente. Nisso se pode ver a diferença, como símbolo de consciência, entre esse quadrado e o quadrado estático. Por conseguinte, a sequência rítmica é demonstrada pelo percurso em torno de sua circunferência. Quando a cruz dos diâmetros horizontal e vertical é acrescentada a este quadrado, cada uma das duas linhas forma, em uma bissecção, um par de ângulos opostos, ficando assim objetivada a polaridade de cada ponto angular.
Por esta quádrupla bissecção de ângulos, o Masculino-Feminino do Macho-Fêmea do Imaturo-Maduro do microcosmo de qualquer arquétipo é externado. Estamos lidando com seres humanos enquanto individualizações do arquétipo “Humanidade”, de modo que este quadrado diagonal com sua estrutura transversal, retrata, macrocosmicamente, o governo desse arquétipo e microcosmicamente a “consciência do governo” passiva e ativa do ser humano individual.
Agora vamos transferir este símbolo para a oitava do simbolismo astrológico; ponha o símbolo circular do Sol no centro (na junção das linhas da cruz) e os símbolos de Áries, Capricórnio, Libra e Câncer nos pontos angulares da esquerda, de cima, da direita e de baixo, respectivamente.
O resultado é o Grande Mandala sem seu círculo envolvente – o “esqueleto” da Humanidade como um arquétipo evoluinte – não evoluído – e da pessoa humana como um microcosmo evoluindo epigeneticamente. Discutiremos os “problemas” de “Governo dos humanos pelos humanos” conforme se classifique nos três tipos básicos de “ser governado”.
Considerando-se a essência dinâmica de Áries-Marte como a “personalidade” do arquétipo humano encarnado, somos sensíveis aos “agentes controladores” representados pelos outros três pontos estruturais, os quais são todos, genericamente falando, mais femininos que Áries. A polaridade feminina do Cosmos é aquela que recebe e molda as essências dinâmicas. Como Áries, através de Marte, “explode suas energias a partir do ponto Ascendente”, Capricórnio-Saturno, Libra-Vênus e Câncer-Lua representam os organizadores e coordenadores das expressões vitais. “Aquilo de que Áries provem” – como a “coisa encarnada” neste mandala – é o parentesco (paternidade-maternidade); pelo parentesco é gerada a forma individualizada, e pôr esse mesmo meio a forma é sustentada, protegida e alimentada. Portanto, Câncer-Capricórnio, como parentesco arquetípico, é o primeiro coordenador-governador da expressão do indivíduo. O primeiro desses, contudo, é Câncer – o símbolo da Matriz e o arqui-símbolo da fonte sementeira. Esta, em termos de grupo, é o governo para a perpetuação e preservação das formas; é a mais primitiva forma de governo de grupo. O ser humano primitivo estava inteiramente submisso ao poder diretivo dos mais velhos da tribo, e seu significado não era o de indivíduo, por si mesmo, mas o de fator da unidade tribal. Era valorizado pela tribo pela sua capacidade física, e sua força, suas proezas, sua habilidade combativa e habilidade reprodutora eram as marcas do seu valor para a vida da tribo. Sua identidade era tribal, sua virtude era a obediência à direção dos mais velhos. Em relação a essa diretiva estreita ele era uma “criança”, e como criança permanecia até que, no devido tempo, começou a se dar conta de uma consciência de si mesmo como indivíduo. Aceitar inquestionavelmente, irrefletidamente, a direção externa era se submeter ao princípio paternal de governo, secular ou religioso. E isso se aplica tanto àqueles que habitavam as selvas há milênios atrás como às pessoas da atualidade.
Os governos que estimulam, em seus súditos, atitudes tais como adesão cega, irracional, em qualquer forma, a conceitos tais como “Mãe Igreja”, patriotismo fanático, dependência da opinião grupal e sentimento grupal para sua guia, preconceito e ódio raciais ou, ainda, aceitação habitual de subvenção do governo para sustento material são aqueles que funcionam como moldes externos de uma consciência muito limitada. Eles têm seu lugar de destino maduro e evolutivo e, COMO TAL ELES SÃO BONS. Mas nenhum governo desse tipo foi, é, ou pode ser um padrão permanente para qualquer grupo porque sua função essencial é coordenar e focalizar um primitivismo coletivo. A evolução serve, para transcender o primitivismo em qualquer oitava. Câncer-Capricórnio é uma estrutura arquetípica; é o símbolo da segurança para o subconsciente da Humanidade. Ele simboliza “aquilo que foi”, e as pessoas primitivas (ignorantes, temerosas) se apegam a um externo estabelecido (pais, lar, igreja, conceito nacionalista, etc.) para se sentirem seguras. Um governo congestionado nessa função desencoraja o esforço e o pensamento individual; e nisso está o caminho para a ditadura, que é o “governo paterno”, à qual foi permitido se converter na ferramenta de uma consciência de poder negativa intensamente concentrada (de um indivíduo, de um grupo de indivíduos afins ou nações). Nos tempos primitivos as pessoas prosperavam e progrediam sob a administração protetora de seres humanos relativamente sábios, mas o mesmo tipo básico de governo nas mãos de pessoas sem princípios e sem coração tornava tirânica a qualidade paternal – pelo que os resíduos coletivos de ódios, a cobiça e as crueldades passavam a se concentrar na ambição de poder do governante que personificava tal nação. Esse tipo de governo se torna DEGENERADO a partir do momento em que o bem-estar das pessoas em geral é desrespeitada, ou quando os atributos da iniciativa e expressão individual são enfraquecidos pela prodigalidade. Demasiada proteção e liberalidade estão em desarmonia com os princípios governamentais, tanto quanto o estão a supressão cruel e o desrespeito aos direitos humanos. Ninguém evolui quando copia, em sua vida pessoal, o exemplo degenerado de maus governantes; essa pessoa simplesmente acrescenta poder negativo ao “poder para o mal” do governante e ao mal coletivo, congestionado, de seus semelhantes. Aceitar subvenção nacional ou governamental, como uma “ajuda oportuna”, e usá-la para seu propósito (“prosseguir novamente”) está de acordo com o princípio desse tipo de governo; se habituar a aceitar ajuda do “Governo Pai-Mãe” é macular os incentivos para crescimento, realização e maturidade (Pais – governantes de seus círculos familiares – vocês estimulam em seus filhos a dependência? Ou vocês estimulam o exercício da razão e habilidades para que seus filhos possam desenvolver, ritmicamente, o amadurecimento da confiança própria?). É verdade que alguns adultos são tão condicionados que sentem não terem razão para existir a menos que alguém esteja dependendo deles; preferem “se sentir fortes por comparação” que tentar estimular as habilidades individuais do mais fraco. Subconscientemente, eles tentam compensar um complexo de culpa (responsabilidade não cumprida). Ressentem-se de qualquer tentativa da “pessoa mais fraca” de desenvolver seus próprios potenciais, e são, a este respeito, idênticos a políticos que prometem dar tudo em troca de um voto. Pense sobre isso em termos das condições atuais. Ser proeminente e altamente posicionado, ser chamado maravilhoso, grande, amável, generoso, etc., é o tudo e o fim daquilo que chamam felicidade; e eles são condicionados – e desejados – de dar qualquer coisa em pagamento por este tipo de aprovação. Uma família formada por pais que se assemelham a isso, uma nação dirigida por tal governante, alcançarão quase o mesmo tipo de resultados: um filho parasita, inseguro, por um lado, e cidadãos parasitas, inseguros e irresponsáveis, por outro.
A polarização desse tipo de governo é Capricórnio, a vibração de Saturno, símbolo do tipo de governo aristocrático. Sua palavra-chave é a Hierarquia – é o primeiro tipo ampliado em muito maior difusão de expressão por muitas classes, as quais congestionadas e não regeneradas, resultam em desonra de casta. Uma vez cultivado, ele proporciona a manifestação da cultura e do refinamento (pelo menos externamente), e o exercício da abundância para propósitos artísticos e educativos. O vício deste tipo de governo é visto na ênfase que ele dá às suas superficialidades (ancestrais, antecedentes da família, dinheiro), como padrões pelos quais o indivíduo é valorizado. A política ou lema “Enquanto parece certo é bom” é típica da avaliação superficial desse tipo. A ambição de conseguir um posto na hierarquia toma o lugar da aspiração de realizar o auto melhoramento; o apego aos padrões formais cristalizados de conduta, de pensamento e de crença pode designar a identidade de um “membro de bom nível”, mas dificilmente isso pode ser considerado a identidade de uma pessoa que exercita seus valores e capacidades individuais. Saturno, a condensação da matriz, caracteriza esse tipo através da tendência a resistir, obstinadamente, às mudanças necessárias; a conservação das normas estabelecidas se torna um propósito tão fixo que as melhorias benéficas a todos ou são ignoradas ou desprezadas. A prática da riqueza, por longos períodos de tempo, congestionando-se em pontos específicos da hierarquia estimula a corrupção porque desencoraja o exercício individual.  O “fluido” monetário – sangue vital ou intercâmbio prático – é um meio pelo qual os seres humanos podem conseguir certos benefícios usando sua inteligência e suas faculdades individuais. Quando é legado através de gerações em esfera relativamente limitada, ele se converte em uma prova de destino maduro, para os indivíduos tomá-lo e usá-lo para proveito próprio sem fazerem esforço, e deste modo debilitando-se, ou torna possível uma compensação material, de natureza de destino maduro, para aqueles que estão condicionados a usá-lo sabiamente em melhoramentos, em progresso, e no bem-estar de si mesmos e dos outros. Contudo, um autêntico aristocrata não precisa antecedentes familiares, isso e aquilo de linhagem, de tanta riqueza herdada, e de tal-e-tal “posição” para demonstrar o refinamento de sua natureza e de suas inclinações. Ele honra e embeleza qualquer “posto que Deus ache adequado para ele”; sua influência é a de refinamento sobre todos que o conhecem. O governo aristocrático que usa o público, mas que se esquece de que também tem um padrão de serviço a cumprir para esse público, perverte o melhor de suas qualidades. Ter as vantagens de educação e não as usar para uma maior ampliação do bem; ter acesso a grandes somas de dinheiro e se congestionar de trivialidades; desdenhar do semelhante em razão da diferença de posições não é aristocracia, mas somente uma sombra de sua máscara. E a máscara sorri – cínica e repulsivamente. A aristocracia dá à humanidade a oportunidade de observar sua consciência coletiva de separatividade em ação.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

CAPÍTULO LX - O ASTRÓLOGO COMO CIENTISTA, ARTISTA E SACERDOTE-PROFESSOR


Os símbolos do círculo, seus quadrantes, os Signos zodiacais, os Astros e seus Aspectos devem ser entendidos como sendo símbolos essenciais da vida, seus objetivos e funções, isso se colocarmos a Astrologia no justo lugar da família das iluminações. A abordagem que considera qualquer coisa descrita na astrologia como essencialmente má torna, relativamente, impossível se realizar adequadamente o trabalho construtivo; e mais, tal abordagem tem quase tanta correspondência com a verdade astrológica como o tem a versão cristã do “infernofogo-e-condenação” com os ensinamentos básicos e luminosos de Jesus.
Filosofia significa “Amor à Sabedoria” e são vários os caminhos que se oferecem aos seres humanos para alcançar o conhecimento. Considerando que a Astrologia é um dos principais caminhos por onde a humanidade pode obter a iluminação, dedicamos este trabalho a todos os estudantes para que possam obter um reconhecimento mais claro dos três caminhos que deveria ser percorrido por eles, em algum grau, se eles estão firmes em realizar seus objetivos como “astrofilósofos”.
A roda do horóscopo e seus “ingredientes vibratórios” contém os segredos essenciais de toda classe dos esquemas humanos em todas as suas formas, níveis e graus. A progressão da roda, do Ascendente à décima segunda Casa, caminhando na ordem inversa à dos ponteiros do relógio, abre à nossa visão o “para frente e acima” do desenvolvimento evolucionário, que se expressa pela canção do “EU SOU”, em seus quatro quadrantes. A “Trindade Cósmica” é fisicamente manifestada no que usualmente chamamos “as três dimensões” de comprimento, largura e altura, mas nenhuma dessas três dimensões pode se manifestar sem as outras duas. Essa tri-unidade de uma dimensão física composta tem sua correspondência astrológica na tri-unidade da divisão de cada quadrante de três Casas; os quatro quadrantes são então vistos para expressar a totalidade da roda em doze Casas – os quatro níveis de consciência e desdobramento tridimensional. Essa é a representação simbólica do “Progresso do Peregrino”. 
Já que os esquemas da roda de doze Casas descrevem o progresso essencial de todo o desenvolvimento humano, então, naturalmente, seus símbolos podem ser relacionados às nossas experiências, como astrólogos. Em outras palavras, certas faculdades e qualidades específicas da consciência, abarcam, em conjunto, o aspecto “astrológico” de nosso ser; e por um determinado número de encarnações esse ramo de consciência é empregado de um certo modo, como um fator da nossa evolução.  
Nossa “consciência astrológica”, por causa das suas especializações, pode ser admitida como uma “sub-entidade”, na entidade de nossa consciência composta, do mesmo modo que poderíamos dizer, que o “amarelo” ou o “roxo” são sub-entidades de um conjunto que chamamos “cor”.  Cada sub-entidade tem, naturalmente, suas divisões principais que, por sua vez, têm infinidades de formas de expressão. Assim acontece com a roda e os Signos que se subdividem em decanatos, graus, minutos e segundos. 
A “parte astrólogo” da consciência do ser humano é um conjunto de fatores que o torna cientista, artista e sacerdote-professor. Assim como as vibrações cardinais de cores estão ligadas entre si pelas suas gradações, então esses três correlativos humanos se misturam para criar o “espectro” da consciência astrológica. Todos os que trabalham em astrologia tendem, em determinado grau, a se alinhar, essencialmente, com uma dessas três categorias, mas devemos atingir a “síntese de nós mesmos”, com todas as três, se queremos que o nosso desenvolvimento astrológico seja completo e organizado.
Os significados essenciais das três primeiras Casas contêm os segredos dos três quadrantes remanescentes: 2ª, 3ª e 4ª sendo “extensões” do primeiro. Considerando como uma visão de “raio-X” do primeiro quadrante, podemos desbloquear o segredo dessas qualidades e capacidades da consciência humana que, em uma expressão especializada, dão uma definição ao nosso “eu astrológico” – a soma de quais imagens da humanidade como “astro-filósofo”. 
A primeira Casa: o Ascendente de cada horóscopo é a primeira declaração de “EU SOU”; o envoltório físico que instrumentaliza a consciência é a ciência do ser e da manifestação física; é a consciência da “existência” de todas as coisas; é a consciência exotérica que identifica a humanidade como fator no Universo manifestado; no início o ser humano  percebe essa manifestação como forma exterior a si; subsequentemente, na crisálida da consciência da primeira Casa, ele percebe a multidimensionalidade da vida, por meio do conhecimento e da realização “esotérica” ou “subjetiva”.
Como expressão da primeira Casa, o astro-filósofo é “astrólogo-como-cientista”. Sua abordagem busca se firmar no seu desejo de compreender a expressão física da vida, sob ângulo diferente do que ele já tinha conhecido antes. Sua atenção está focalizada na forma; ele, naturalmente, presta uma atenção cuidadosa na qualidade e mensuração das coisas.  Ele treina a si mesmo, com meticulosa precisão, em relação aos cálculos matemáticos, porque sabe que eles constituem o esqueleto sobre o qual se desenvolverão suas habilidades interpretativas. Ainda mais, ele procura desvendar os segredos dos símbolos abstratos e na proporção em que eles participam dos processos de manifestação do Mundo Físico. Ele reconhece que as funções da humanidade pelos seus princípios especializados, da mesma forma como uma máquina funciona, segundo seus princípios mecânicos. Estuda os eventos na medida em que surgem, dentro do aspecto formal dos esquemas astrológicos em ação. Estuda seu próprio tema em termos sincronizados de eventos com os Aspectos, isto é, procurando relacionar as influências e experiências que sente com os Aspectos de seu tema. Nos primeiros estágios de desenvolvimento identifica seus Aspectos relacionando-os com as vibrações exteriores.
Uma vez que ele é “expressão da primeira Casa”, o astrólogo-cientista é um pioneiro astrológico. Ele é um desbravador no sentido de que ele “projeta” o conhecimento das verdades astrológicas no seu círculo de convivência e de associações. É um “estimulador” que leva o conhecimento de “um novo assunto” a seu círculo imediato de relacionamento ou ao mundo em geral.
Os desenvolvimentos do astrólogo-cientista são mostrados pela primeira Casa do segundo e terceiro quadrante, isto é, da 4ª e 7ª Casas. É através delas que o astrólogo-cientista começa a desenvolver seus conhecimentos subjetivos, porque, nesses níveis, ele deve se converter seus “olhos de astrólogo-cientista” nos temas daqueles a quem ele é projetado nos padrões de família e dos relacionamentos. A “cientificidade” de sua abordagem é impulsionada, naturalmente, para tentar entender os temas daqueles que lhe são mais queridos e próximos, no relacionamento pessoal. O astrólogo-cientista falhará, nesse ponto, se permitir a influência de sentimentos em relação à pessoa cujo horóscopo esteja interceptado. O objetivo, não emocional, científico da parte dele deve ser treinado e disciplinado para se manter naquilo que é verdade, sem se identificar com sentimentos que ele tem pela pessoa cujo tema ele está estudando. Desse modo, o astrólogo-filósofo provará o valor do trabalho “impessoal” da natureza de desejos; torna possível uma técnica em que a Mente pode ser treinada a “ver claramente”, a despeito das solicitações de sua natureza de desejos; como astrólogo-filósofo, nós devemos adquirir e manter essa atitude impessoal e científica em relação a todos os temas.
Na expressão da décima Casa, o astrólogo-cientista expande seus estudos pela inclusão da compreensão de muitos, senão de todos os padrões de interpretação. Ele estuda a astrologia horária; ele estuda os temas de nações e dos governos, dos grupos, de instituições e dos eventos que afetam a muitas pessoas. Estuda a astrobiologia e astrodiagnose; ele sabe alguma coisa de como um mesmo assunto é encarado por “sistemas diferentes” de análise. Em outras palavras, essa cientificidade se amplia a fim de possuir melhor compreensão das vibrações essenciais de todas as espécies de manifestação da vida objetiva da humanidade. O astro-cientista que mantém seu interesse não comercial no assunto tem a melhor chance de se desenvolver de forma rítmica e natural. 
A segunda Casa, abstratamente regida por Vênus, é o correlativo feminino da primeira Casa. Ela é a primeira das Casas Fixas. Sua cúspide é o ponto inicial do símbolo-Trígono, que inicia aqueles níveis de consciência pelos quais o astrólogo artista nasce. É o único Signo feminino do primeiro quadrante e inicia as duas triplicidades dos Trígonos dos Signos de Terra e de Água que abrangem a simbolização dos recursos e afinidades emocionais da humanidade; o impulso para amar, para transmutar, o impulso para beleza, para dar o aspecto estético das visões, inspirações, aspirações, sonhos e ideais de toda ordem. 
O termo “astrólogo-artista” é usado para designar aquela parte de nossa consciência que lança a primeira Casa em termos de identidade com as demais e não meramente a “compreensão das coisas”. A segunda Casa é o centro de amor que toda vocação artística cultiva. Por ela, todo serviço verdadeiro é projetado e todo refinamento realizado. O astrólogo-artista vê na astrologia um canal para a liberação de suas necessidades emocionais; também, por meio do conhecimento acumulado em seu “estágio científico”, ele expressa o desejo de harmonizar e embelezar a vida humana, trazendo para os demais um conhecimento da bondade e das belezas essenciais contidas nos grandes Princípios da Vida, tais como esses são simbolicamente expressos. 
A mola mestra da motivação do astrólogo-artista é a simpatia, um atributo básico da consciência feminina (segunda Casa: Touro, regido por Vênus, ponto de exaltação da Lua). Ele quer ajudar, encorajar, consolar, elevar e inspirar. Se ele não estiver firmado nos requisitos do “estágio científico”, seu impulso para ajudar e para expressar seu sentimento de simpatia podem ser, até certo ponto, impedidos, porque ele falhou em treinar a si mesmo nas técnicas sobre o assunto. Em outras palavras, por motivação pessoal intensa, do centro dos sentimentos ele deve desenvolver o “lado da forma” do assunto, a fim de que sua interpretação resulte em figuras precisas. Por seu apego à sinceridade de motivação, o astrólogo-artista evita as armadilhas que possam lhe surgir no caminho, oriundas de todos aqueles cuja afinidade emocional é a nota-chave de suas naturezas. Essas armadilhas poderiam ser a simpatia descontrolada pelo conhecimento; a falsa piedade pela qual ele se arrisca a voltar ao ponto de uma nova direção que foi mostrado no tema e o malogro na percepção de COMO CADA INDIVÍDUO PODE APRENDER A SE AJUDAR A SI MESMO PELA COMPREENSÃO DE SUA PRÓPRIA NATUREZA.  O astrólogo-artista “completo” cultiva o desapego e neutralidade para evitar o contágio emocional das pessoas cujo horóscopo examina; ele utiliza seu conhecimento do Princípio de Causa e Efeito na conformidade em que ele se manifeste no horóscopo, vendo como essa Lei age nesse horóscopo. Contudo, seu Coração, sua Mente e suas mãos estão abertos e dispostos para receber e ajudar a todos que necessitem de uma orientação; o astrólogo-artista é fiel à verdade e se exercita naquelas áreas de consciência e faculdades, por meios das quais a inspiração e a intuição brotam, para ajudá-lo gradativamente mais. 
A terceira Casa é onde o astrólogo-cientista combina as qualidades da primeira e segunda Casa, lhes adicionando o conhecimento da consciência humana e tornando possível a interpretação dos esquemas astrológicos em suas fases mais profundas e subjetivas. Ele tem habilidade, uma mentalidade treinada e uma técnica perfeita. A todas estas qualidades junta um coração compassivo – uma consciência calorosamente receptiva para com as íntimas necessidades de seus semelhantes.
Para isso, acrescenta ao anterior, um completo domínio mental do significado de todos os símbolos astrológicos e esquemas, de conformidade com o que exprimem dos estados de ser de relacionamento e de evolução e não apenas para mostrar os acontecimentos e sofrimentos. Considerando que a terceira Casa é polarizada na nona Casa, vemos que o astrólogo-filósofo do tipo da terceira Casa é cientista, artista e professor. A composição de sua consciência lhe permite que seja designado como sacerdote-professor ou astrólogo-sacerdote. É um “irmão mais velho” para todos os que nele buscam orientação, porque passou pelos estágios de experiência pelos quais passaram os que lhe solicitam ajuda e pode, por isso, compreendê-los muito bem. Compreende os outros por meio de suas próprias experiências.
Conhece o sexo e o casamento, em variadas vivências, porque destilou compreensão de suas encarnações passadas, como homem e como mulher; ele conhece a condição de marido e esposa, paixão e sacrifício, infância e paternidade. Sabe que o exterior é um reflexo do interior e busca, sempre, fazer que os outros se familiarizem com essa verdade. Permanece como intermediário amoroso entre a ignorância do ser humano e sua iluminação; o astrólogo-sacerdote desempenha a mesma função em seu serviço astrológico que qualquer sacerdote sincero cumpre suas tarefas de cerimônia religiosa; como sacerdote, “vê o problema” do vantajoso ponto de vista da sabedoria. O astrólogo-cientista conhece o efeito das forças vibratórias sobre os indivíduos e grupos; e o astrólogo-sacerdote compreende a vida vibratória da humanidade. O cientista é objetivo, o sacerdote é subjetivo; o artista pode ser uma coisa ou outra, pois depende de sua ligação a uma ou a outra, em menor ou maior intensidade. Contudo, a motivação do astrólogo-sacerdote não é científica; embora também inclua aquele aspecto, iluminando e valorizando sua consciência, que abrange os mais elevados e transcendentais níveis da Mente e do Coração.
O desenvolvimento do astrólogo-filósofo como sacerdote-professor é muito interessante porque a última fase de sua “cruz” (os Signos Comuns) é a décima segunda Casa: o “final” da roda. Sendo ele um composto dos dois primeiros tipos e mais alguma coisa, seu desenvolvimento é resultado de experiência e de méritos comparativamente maiores dos que os conquistados pelos outros dois aspectos.
Em seu “primeiro estágio”, o astrólogo-sacerdote é o moralista, sub-expressão da nona Casa. Suas interpretações literais são necessárias porque ele ainda não tem suficiente experiência para dar forma à sua compreensão. Nesse nível, o astrólogosacerdote vê o tema como um “desenho do bem contra o mal”. Uma vez que permaneça como ponto de diferenciação desses dois fatores na Mente das pessoas a quem orienta, elas são atraídas a ele pelo poder vibratório da simpatia: sua “consciência moral”, ponto focal de suas interpretações. Muitas vezes, nessa posição, ele não pode perceber a “relatividade” daquilo que chama de “bem e mal” e lê no tema de quem lhe procura seus próprios padrões. Ele pode ter o melhor dos dois primeiros tipos, mas, nesse estágio, a verdade lhe é de certo modo vedada. A polaridade da terceira Casa e da nona Casa resulta do quadrante iniciado pela sétima Casa, realizada pelas transmutações da oitava Casa. A compreensão decorrente está representada pela nona Casa. É o que o astrólogo-filósofo, como astrólogoprofessor, se empenha em desenvolver, como a porta para um quarto-quadrante.
A terceira Casa “floresce” na sétima e décima primeira Casas; nesses pontos, o astrólogo-sacerdote encontra o “paralelo” entre ele e todas as pessoas; a medida que seu desenvolvimento progride pelas transcendências de suas experiências, ele realiza o amor-sabedoria. Ele reconhece o humano é a suspensão do cósmico em todas as suas expressões e, em si mesmo, ele encontra aquilo que reflete as soluções dos problemas das pessoas a quem deseja ajudar. Então, entende que o objetivo composto do astrólogo-filósofo é perceber que o pior da pessoa a quem deseja ajudar é o seu pior, em algum momento do passado; o melhor é uma iluminação nos cantos escuros das condições e reações da pessoa a quem deseja ajudar daquelas condições. Sua sabedoria e seu amor se tornam, desse modo, insondáveis, no redirecionamento dos padrões humanos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

CAPÍTULO LIX – A EXPERIÊNCIA ANIMAL


Esse tema é apresentado para a consideração dos estudantes que, em seus estudos, frequentemente se perguntam a respeito de “horóscopos de animais”. Claro que essas indagações são perfeitamente legítimas – sendo pertinentes a um fator familiar de experiência de vida, a qual é de grande interesse para muitas pessoas.
Devido a Astrologia ser essencialmente um estudo da consciência, como uma ciência vibratória ela se aplica a qualquer forma ou plano de vida e à consciência que anima e instrui essa vida. Se o nosso conhecimento de Astrologia fosse, por si mesmo, grandemente estendido além de sua presente esfera, poderíamos – sendo todos os outros fatores iguais – fazer o horóscopo de animais individuais, conforme o fazemos de indivíduos humanos; poderíamos fazer os horóscopos dos Astros, dos Sistemas Solares e das galáxias, assim como daquelas minúsculas formas de vida que habitam esse Planeta. Quando a Astrologia é compreendida como sendo o estudo daqueles princípios ou leis pelos quais toda consciência evolui, então sua aplicação útil à vida por todo o cosmos pode ser percebida pela correspondência com a vida que conhecemos como humana.
Contudo, e aqui é o nó da questão, para compreendermos a Astrologia de outras formas e ondas de vida precisamos conhecer a consciência pertinente a aquelas formas e ondas. Podemos observar e estudar as evidências de outros tipos de consciências diferentes da nossa, mas sendo “particular e peculiarmente Humanos Terrestres”, nós não podemos compreender os planos de consciência com os quais outras formas, sub-humanas e super-humanas, estão alinhadas. De fato, muitos humanos têm apenas uma observação turva e distorcida da consciência do seu semelhante humano! A vida Animal é animada a partir de um centro diferente do nosso – sendo nós humanos muito mais autônomos, e estando os animais muito mais sob um guia especializado.
Diz-se que as linhas evolutivas sub-humanas, as que agora constituem os mamíferos, alcançarão sua evolução máxima por meio do padrão humano. Assim, não somente é de interesse, mas de grande importância que aprendamos a espiritualizar nossa consciência dos membros do reino animal e nossa relação com eles; eles são fraternos conosco, como habitantes desse Planeta, e nós, como a expressão evolutiva mais elevada, temos uma responsabilidade decisiva para com eles tal como a têm os irmãos e irmãs mais velhos para com os mais novos em uma família – a correspondência no relacionamento é quase exata.
Por conseguinte, embora não possamos “fazer as Cartas Astrológicas” dos animais, podemos estudar nossas próprias Cartas em relação às nossas experiências com a vida sub-humana e nossos sentimentos acerca dela, expandindo, desse modo, nossa consciência de evolução nesse Planeta. Usando os fatores astrológicos que costumamos usar, uma Carta calculada para a hora de nascimento, por exemplo, de um gatinho ou um cachorrinho representaria o significado do animal para nossa experiência; o mesmo se aplicaria à hora de nossa decisão de trazer para o nosso lar um novo animal de estimação ou qualquer outro animal, para nossa experiência pessoal. No último caso, a motivação e o propósito representariam as notas-chaves da leitura astrológica; essa Carta, correlacionada com a nossa Carta Natal, representaria os fatores inter-relacionados da experiência que poderíamos ter com o animal. Uma Carta calculada para a hora em que escolhemos o animal poderia indicar os pontos básicos referentes à conformidade do animal ao nosso propósito. Muitas pessoas acham que seu relacionamento com um animal inicia uma experiência significativamente notável, e essas possibilidades de experiência são o que estudaremos.
A consciência humana individual de relacionamento não faz acepção de pessoas ou coisas. Um homem pode amar sua esposa e seus filhos com ternura, solicitude e devoção, mas se sua consciência de relacionamento contém uma área de ódio, medo ou preconceito de e para com outro homem – ou outras pessoas – que sejam por acaso de outra raça ou nacionalidade, sua consciência de relacionamento não é clara ou pura. Uma mulher pode preencher os requisitos de seu trabalho profissional com um escrúpulo inabalável, mas se sua atitude para com seus colegas de trabalho – ou uma colega – é manchada com a inveja ou falsa superioridade, então sua consciência de relacionamento para com sua profissão fica correspondentemente manchada.
Muitas de tais ilustrações hipotéticas podem ser consideradas; o ponto a se considerar é esse: nosso relacionamento com outra pessoa é qualificado primeiramente por nosso sentimento acerca dele ou dela; essa área do sentimento é acesa pelo contato vibratório com a pessoa. Em outras palavras, outras pessoas simbolizam qualidades de consciência para nós porque, pela ação da simpatia vibratória, qualquer pessoa pode servir para estimular qualquer ponto de sentimento em nossa consciência de relacionamento. Até que alcancemos uma verdadeira compreensão, nós tendemos a identificar a pessoa com a qualidade estimulada em nossa consciência de relacionamento; quando tenhamos alcançado a sabedoria do relacionamento, saberemos que nossas reações de natureza desagradável devem ser transmutadas em potência espiritual de boa vontade (Amor). Por conseguinte, todos os pontos na consciência de relacionamento que identificamos como ódio, inveja, despeito, medo, falsa superioridade, tirania, etc., podem ser compreendidos como “materiais” para se usar no exercício transmutador. O fato de que muitas pessoas provaram a lei da boa vontade por meio de seus esforços transmutadores pode ser verificado em uns poucos minutos de reflexão sobre o assunto.
Qualquer foco magnético de atração no relacionamento pode ser utilizado para intensificar negativos existentes na consciência ou para alimentar as qualidades regeneradas já desenvolvidas. E “relacionamento” é seu ponto de vista de você mesmo em alinhamento vibratório com qualquer outra pessoa, criatura, coisa, atividade, acontecimento, esforço ou ambiente. Seu horóscopo natal desempenha seu maior serviço ao representar para você suas tendências básicas de ponto de vista na consciência de relacionamento. Compreender, verdadeiramente, essas tendências e as maneiras de usá-las retamente é conseguir a chave mestra de todas as outras fases do estudo de sua Carta. A evolução da consciência da humanidade é adiantada em proporção direta à medida que cada ser humano aprende a se alinhar corretamente no relacionamento com os seus semelhantes humanos e seus semelhantes animais.
Preste atenção, cuidadosamente, às últimas quinze palavras do parágrafo acima. Aquilo que agora é, foi determinado por aquilo que era; aquilo que há de ser, será determinado por aquilo que agora é. Cada ser humano do atual período de manifestação na Terra esteve alguma vez no “status animal”; cada animal é agora potencialmente um humano. Em nenhum sentido absoluto um humano é “superior” a um animal; a diferença está simplesmente no tempo de evolução. A veracidade dessa asserção será percebida instantaneamente se considerarmos o fato de que todos os Iniciados, Mestres e Adeptos – a vanguarda espiritual da atual humanidade – servem ao inspirarem e encorajarem nosso desenvolvimento e progresso espiritual. Se eles, usando uma hipótese absurda, se relacionassem conosco por meio de uma “superioridade absoluta”, por que razão seríamos incentivados, de todos os modos, a “trilhar o caminho que eles trilharam”? Se nós nos relacionassem com os animais por meio de uma “superioridade absoluta”, não haveria impulso no coração humano para melhorar as condições deles, não haveria o inspirado ímpeto para amá-los. No entanto, muitos humanos amam os animais com simpatia e abnegada devoção. Isso por si só não é uma prova de que nós sabemos intimamente que os animais trilharão o caminho que trilhamos agora? O ser humano ao se tornar totalmente consciente de sua confraternidade com os animais atinge um clímax no curso de sua jornada evolutiva; é uma tremenda expansão de sua consciência de Amor, e nesse ponto essa experiência é, inevitavelmente, acompanhada de uma compreensão maior da natureza do amor divino.
Toda posição e Aspecto em sua Carta Natal podem ser estudados como representando uma fase ou tendência de sua consciência de relacionamento. Portanto, suas atitudes e seus sentimentos para com a vida sub-humana também são representados por esses fatores do horóscopo. Uma vez que o relacionamento com a vida sub-humana está entrelaçado, intimamente ligado, na textura da experiência evolutiva humana, vamos considerar esse assunto tal como é representado pelo Grande Mandala Astrológico. Para referência à parte, faça uma cópia dele: o círculo de doze Casas tendo ao centro o símbolo tradicional do Sol; Áries como Signo Ascendente, e os trinta graus de cada Signo para cada Casa; os Regentes astrais dos Signos colocados aproximadamente nas Casas que “regem”.
Para penetrarmos no sentido mais profundo da confraternidade entre humanos e animais, consideremos primeiramente o diâmetro Sagitário-Gêmeos, os Signos da nona e terceira Casas do Grande Mandala que são regidos por Júpiter e Mercúrio, respectivamente. Júpiter, no sentido cósmico, é o Princípio da Função Orgânica e o Princípio de Hierarquia. É o poder da Mente Divina pelo qual todo fator de um arquétipo é concebido em perfeito relacionamento com todos os outros fatores, para função, expressão e uso (É opinião considerado do autor que Vênus, como regente de Libra está Exaltado em Sagitário; sua Exaltação em Peixes deriva de sua regência de Touro). Como o Princípio da Função Orgânica, Júpiter representa o crescimento de partes de uma coisa em termos de seu propósito e em termos do inter-relacionamento com as outras partes da mesma coisa. Como Princípio de Hierarquia, Júpiter representa a função inter-relacionada das coisas em termos de inteligência relativa ou suscetibilidade relativa às forças da inteligência.
Nesses termos, vê-se a colocação das partes de uma coisa em relação a outras partes correspondendo à afinidade com a inteligência diretiva. Sagitário é polarizado por Gêmeos; o terceiro Signo do Grande Mandala contado a partir de Áries e no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, sendo o significador zodiacal da raiz da consciência fraternal; e consciência fraternal é aquela percepção clara de “paralelismo” ou “similitude correspondente” no relacionamento. Todas as células do seu corpo são fraternais uma com as outras, sendo parte celulares do mesmo corpo; mas as células dos seus dois olhos são fraternais por especialização. Todos os habitantes desse Planeta são fraternais uns com os outros, mas todos os mamíferos são fraternais por especialização, entre si os humanos também são “especialmente fraternais”, os quadrúpedes são “especialmente fraternais” entre si, as aves são “especialmente fraternais”, etc. Cada especialização tem uma especialização adicional, mas todas as especializações são agrupadas na unidade: os Habitantes Terrestres. Os Planetas do nosso Sistema são “fraternais uns com os outros”, e o nosso Sistema é especialmente fraternal com os outros seis Sistemas que compreendem nossa galáxia imediata. Em qualquer plano de dimensão que você considere, a função orgânica em termos de hierarquia e fraternidade está ilustrada. Isto significa que a consciência de fraternidade do ser humano não está completa até que ele se conscientize do valor dessa convivência inter-relacionada, nesse Planeta, com todas as outras criaturas, sub-humanas e super-humanas. Uma questão, naturalmente, surge desse ponto: o que nós humanos podemos fazer, e o que precisamos fazer, relativamente aos nossos sentimentos acerca dos habitantes de outros Planetas? Essa pergunta pode ser respondida por cada ser humano, por si mesmo, no devido tempo.
O serviço é também uma coisa de “reciprocidade”; aquele que deseja ser bem servido deve, por sua vez, servir bem. A vida animal é utilizada para servir aos humanos, e com abuso dos princípios do serviço, por épocas incontáveis e nesse abuso de princípios do serviço o ser humano gera muito destino maduro indesejável. A sexta Casa e o Signo de Virgem simbolizam a consciência humana do princípio do serviço; esse é exteriorizado pelas experiências do ser humano como um servidor e por seus relacionamentos com aqueles que o servem, sejam animais ou humanos. A vida animal tem sido e é sacrificada para servir de alimento ao reino humano, mas o que dizer do ser humano que abusa do serviço (inconsciente) da vida animal pela destrutividade insensível e arbitrária? A sexta Casa é polarizada pela Casa doze e pelo Signo de Peixes; você pode ver a possibilidade de muitos humanos, por meio de um ato de paixão descontrolado nessa vida, passarem muitos anos confinados em prisões como um resultado de destino maduro de destruição malvada de vidas sub-humanas, ou danos a elas, em uma encarnação anterior? A maldade e a destrutividade estão na consciência, e quer sejam elas dirigidas contra os humanos ou contra os sub-humanos, isso não invalida a potência do destino maduro.
A vida, de uma maneira ou de outra, impõe restrições àqueles que, por seus atos, provaram não estar qualificados para desfrutar de liberdade. Portanto, se você tenciona comprar animais – ou outro meio de admiti-los em sua experiência – para o serviço, inclua em seu projeto dar bom serviço aos que vão servi-lo. Se você depende deles para a realização de atividades de trabalho, correspondentemente eles dependem de você quanto a cuidados e proteção. Se sua atitude para com seu servidor sub-humano é a de respeito – que é Amor – você não estará fugindo à sua responsabilidade e ele estará capacitado a executar o máximo de serviço para você. Além disse, pela experiência mútua no Amor, você adiantará a evolução do animal pelo treinamento e ele adiantará suas necessidades mundanas, sem que você gere um destino maduro punitivo.
Muitas pessoas cuidam devotadamente de seus companheiros animais e, ao mesmo tempo, adotam atitudes muito limitadas e constrangedoras contra seus companheiros humanos. Parece que o destino maduro relativo ao mundo animal está sendo expiado por esse tipo de programa de vida. Essas pessoas estão sendo focalizadas, na presente vida, numa especialização da consciência de vida e amor; é possível que somente expressando amor e dando serviço aos seus “companheiros animais” possam essas pessoas polarizar espiritualmente sua consciência de relacionamento de modo a desenvolver, subsequentemente, apercepções mais ricas e mais elevadas de respeito e boa vontade para com os humanos. Essa faceta da experiência humana poderia ser ilustrada pelo diâmetro Leão-Aquário, sendo polarizado em cruz pelo diâmetro Escorpião-Touro. A regeneração dos resíduos emocionais negativos, representada por Escorpião, sendo exteriorizada pela mordomia da vida animal, representada por Touro, é a maneira pela qual a consciência de Amor Leão-Aquário, temporariamente restringida, é repolarizada internamente para melhor liberação posterior.
Concluindo: consideraremos o significado do Trígono de Ar para o relacionamento dos humanos com os animais. Libra, Signo Cardeal e de Ar regido por Vênus, é a apercepção da relatividade, o cerne básico, essencial da consciência de relacionamento; é a apercepção que possibilita a qualquer humano realizar relacionamentos com as vidas subumanas, humana e super-humana. Aquário, Signo Fixo e de Ar, regido por Urano, é o recurso da consciência de amor impessoal, transcendental, pelo qual o humano realiza o impulso e a capacidade para amar a vida mesma através de quaisquer de suas formas externas. Aquário ilustra o amor sentido por Luther Burbank pela vida das plantas, o laço de amor que une um ser humano cego ao seu cão-guia; é a consciência de amor regenerada que une os humanos em grupos para fomentarem o bem-estar do sub-humano. Gêmeos, Signo Comum, de Ar e regido por Mercúrio e nono Signo a partir de Libra, é a apercepção do relacionamento como fraternidade – essa sábia consciência de similitude pelos quais os humanos percebem sua união com os outros humanos e com quaisquer ou com todas as outras formas de vida. São Francisco, o inspirado místico que amava a vida, chamava de “irmãos” ou “irmãs” a todos os seres viventes; ele sabia que era um “irmão mais velho” daqueles que se arrastavam ou voavam e, amando-os como os amava, entendia o amor de Deus por ele. Que a Luz e o Amor interpenetrem a consciência que temos de todos os nossos companheiros na vida.

domingo, 1 de julho de 2018

CAPÍTULO LVIII – A FACULDADE DA INTUIÇÃO


            Intuição: nosso senso interior alado, o poder perceptivo mágico pelo qual um humano após muitas e muitas vidas de regeneração, purificação e simplificação  conscientes, é capaz de efetuar uma compreensão instantânea de um fato espiritual ou lei inerentes em qualquer expressão de fenômenos, experiência ou relacionamento. A presença dessa faculdade ou poder espiritual na consciência de um humano é evidência de sua perseguição dedicada à verdade e empenho dedicado a espiritualizar sua autonomia (auto comando) através do amor.
Egos que desenvolveram essa faculdade aparecem em muitos lugares por toda história da humanidade, mas estão agora encarnando em maior número que antes. Estas pessoas, representam a vanguarda na preparação evolucionária da Nova Era; eles trazem a partir de seu desenvolvimento em vidas passadas a evidência do potencial da Intuição possuída por todos os humanos e que todos estão para desenvolver e expressar eventualmente. A presente expansão na exploração e invenção científicos expressa esse "advento da Nova Era" pois a habilidade humana de inventar mecanismos e instrumentos se baseia na percepção intuitiva de princípios. Considere aquele mecanismo que mais perfeitamente expressa a faculdade intuitiva: a calculadora eletrônica. Este mecanismo produz quase instantaneamente a solução matemática acurada de combinações e problemas tão complicados que mesmo pessoas altamente treinadas precisam de horas para resolvê-los. Reconheça, por correspondência, que a intuição humana em ação se baseia no mesmo poder de acurácia, percepção sintética que é expressa por essa máquina fabulosa.
A palavra "intuição" deriva de duas palavras de raiz latina que em conjunto significa olhar dentro. Pela ação sincronizada de nossos dois olhos – a expressão física polarizada da percepção visual - nós olhamos para as coisas. Mesmo o estudo de uma imagem de raio-x revela apenas aquele aspecto do físico que está abaixo da superfície externa. É pela ação do olho único da percepção verdadeira, manifesta no plano físico como a glândula pituitária, que percebemos interiormente aquilo que está dentro do físico, aquilo a partir de onde o físico provém. Cada mecanismo criado pelos humanos representa a exteriorização de uma percepção intuitiva de um princípio do cosmos. Pense na genialidade do humano que pela primeira vez percebeu intuitivamente o princípio da roda e reproduziu aquele princípio em forma física! Seja o princípio do barco, ou o uso do fogo, ou o princípio do rádio, ou aquele do cinema; todos esses instrumentos do mais simples ao mais complexo, foram percebidos como aplicações de princípios cósmicos à forma e percepção, em cada caso, percebidos interiormente como funcionamento intuitivo. Foi dito, com verdade, que um humano não pode inventar um aparelho ou mecanismo, cujo princípio não tenha correspondência com uma faculdade atual ou potencial do humano. O inverso pode ser dito: Os poderes interiores do humano pode descobrir formas e meios de exteriorizar cada e todo princípio do cosmos que tenha correspondência com as potencialidades humanas. O dito antigo porta verdade: não há nada novo debaixo do Sol; há apenas diferentes formas de exteriorização do que é percebido “debaixo do Sol” e a percepção é sempre algum grau de ação intuitiva. Apenas as faculdades superiores tornam possível a percepção do que é “novo”, e dentre todas essas intuições está aquela que mais diretamente evidencia a “regeneração do eu pelo Eu”.
Uma das mais perfeitamente puras correlações encontradas em todo o reino da Astrofilosofia é aquela da faculdade da Intuição com o planeta Urano. Há uma completa correspondência em todos os pontos desta identificação. Urano é o princípio liberador no cosmos. A Intuição é a faculdade mais completamente liberta do Ego; Urano é o princípio de síntese, a faculdade da Intuição provê o Ego com a mais completa compreensão sintética daquilo que se considera; Urano simboliza a pureza do amor impessoal, Intuição é aquele poder claro do Ego quando está completamente livre dos erros do preconceito – aprovação ou desaprovação pessoal; Urano, no reino da consciência genérica, simboliza o perfeito balanço polar da verdadeira androginia (homem - mulher). Intuição é aquele poder do Ego de mergulhar nos profundamente escondidos recursos do conhecimento e compreensão derivados de encarnações passadas tortuosas enquanto final e feminina (as finale and female); Urano, enquanto regente de Aquário, simboliza a apoteose da consciência de fraternidade; a Intuição torna possível para um humano perceber verdadeiramente as similaridades e correspondências entre suas próprias experiências e as de outro humano; Urano simboliza a descolada e despretensiosa apreciação do Amor; a Intuição é a percepção descolada e despretensiosa da verdade inerente em qualquer fase do fenômeno ou experiência. De todos os planetas em nosso sistema solar, Urano representa aquela tendência a agir, ou afetar, com máxima velocidade – a transcendência das limitações do tempo; a Intuição age com uma velocidade que é designada atemporal – quando ela vem à consciência para preencher os requerimentos da atenção dirigida ela “apenas acontece” e não há palavras em nossa linguagem para descrever a “instantaneidade” de sua ação. Apenas a experiência em si pode servir para “descrevê-la”. Intuição, enquanto a espiritualização do Amor unido com o poder de percepção da mente, pode revelar todas as coisas, assim como o Amor preenche todas as coisas.
O estudo do tema natal com relação a determinar o poder intuitivo ou inclinação deve incluir a correlação de Urano, o símbolo da faculdade em si mesma, com as equivalências mentais dos outros planetas em termos de padrão de aspectos e regência. Todos os pontos planetários têm equivalentes mentais, assim como tem equivalentes físico, astral e espiritual. Cada ponto planetário designa um certo “tipo de pensar” pois cada um designa tipos de coisas sobre as quais a atenção mental humana pode ser focalizada, seja algum objeto no mundo material, um ambiente pessoal, um evento ou um relacionamento.
Dos nove pontos planetários mentais, três são especificamente representativos das faculdades mentais, os outros seis podem ser compreendidos em termos de equivalentes mentais, para representar atributos mentais. Os três “planetas das faculdades mentais” são Lua, Mercúrio e Netuno. A Lua representa a mente instintiva, o reservatório de memórias das vidas passadas, o mecanismo de produção da faculdade mental. Mercúrio simboliza a mente consciente, a correlação entre o cérebro e as percepções sensoriais pelas quais o humano adquire informação do mundo externo, o poder mental de identificar especificamente, computar, analisar, estudar, e se comunicar pela palavra e escrita. Netuno simboliza a faculdade da mente inspirativa; ele é o princípio mental especial que caracteriza o artista criativo e interpretativo, é a faculdade mental sutil pela qual o humano recebe e aprende a se comunicar com os Planos Superiores. Estes três planetas podem ser considerados como sendo a tríade mental que caracteriza a ação comunicativa: a Lua, como mente instintiva, comunica os segredos do passado para a consciência do presente, produzindo efeitos que correspondem às memórias guardadas; Mercúrio como mente consciente, comunica os segredos do mundo externo com a consciência mental da pessoa e representa a intercomunicação entre pessoas; Netuno, como símbolo da mente inspirativa, é a faculdade mental que identifica a canalização entre o relativamente elevado ao que relativamente está abaixo.
Falando do aspecto de trígono como representação do relativo preenchimento do desenvolvimento intuitivo, Lua trígono Urano identifica a consciência intuitiva de necessidades e seu preenchimento, a percepção de como o progresso de grupos humanos pode ser alavancado, a consciência da “nova era” dos princípios de vida, provisão e proteção do lar; mais que qualquer outro aspecto, Lua trígono Urano é a marca planetária da “emancipação da mulher”, a liberação da consciência de massa da ignorância, preconceito e primitivismo, a reforma eletrizante da consciência pessoal instintiva pela percepção interior.
Mercúrio trígono Urano, mais que qualquer aspecto, identifica o conhecimento intuitivo do gênio científico; é a base, no veículo mental, para aquilo que torna possível toda descoberta e invenção. Crianças com esse aspecto muito frequentemente revelam grande habilidade em seus estudos escolares. É evidência de conhecimento especializado trazido de estudos e questionamentos em vidas passadas. Essas pessoas exercitaram grande independência do espírito em suas buscas intelectuais no passado. Elas frequentemente revelam grande habilidade com línguas estrangeiras, circunstância que evidencia que seus estudos presentes estão realmente recapitulando – “trazendo à superfície” – muito conhecimento de línguas conquistados no passado.
Os aspectos entre Urano e Netuno devem ser avaliados em concomitância com todo o mapa; estes aspectos são cíclicos ou “geracionais” em natureza e apenas uma análise e síntese cuidadosas de acordo com as tendências básicas do mapa como um todo podem indicar a predominância de habilidades mentais intuitivas ou inspirativas. Todos humanos que chegam com que chegam com o aspecto Urano trígono Netuno compõem uma onda de vida que, de maneira geral, estão mais sintonizados com os efeitos de forças superiores. Eles, enquanto grupo universal, representam a ênfase cíclica da consciência progressiva e espiritualizante relativas. As pessoas altamente desenvolvidas dentre esse grupo – independente do momento histórico da encarnação – trazem grande contribuição, através de seus poderes reveladores e inspirativos, para o progresso da raça. Aqueles altamente desenvolvidos que chegam quando Urano está em quadratura ou oposição à Netuno são vanguardistas evolucionários, e seu momento encarnatório ocorre quando a dissolução do que é arcaico e cristalizado se faz necessária para a raça. Esses momentos são sempre caracterizados por condições de levantes, revoluções, tensões terríveis e conflitos, mas o fator Urano nas pessoas altamente desenvolvidas as identifica como “trabalhadores para o futuro”. Eles têm a percepção daquilo que deve ser, e tendo iluminação intuitiva, trabalham para iniciar aqueles passos métodos e procedimentos que resultarão nas novas manifestações que caracterizam o futuro.
Outros três planetas que correlacionados a Urano representam características intuitivas marcantes são: Júpiter, Saturno e Vênus. Urano correlacionado com Júpiter, ou influenciando a nona casa, determina em alto grau a genialidade do artista interpretativo, é intuitivo e imaginativo, qualidades espirituais possuídas pelo Guru, o Professor, o Intérprete das leis espirituais e, em alto grau, o Curador. Urano trígono Júpiter mostra evidência de alto desenvolvimento da mente abstrata, a percepção intuitiva de simbolismos e princípios. Urano – Saturno identifica a clariaudiência e aquela qualidade intuitiva que torna possível reformas necessárias na vida social, política e econômica da humanidade. Urano – Vênus, uma das marcas do gênio artista interpretativo, é percepção intuitiva dirigida particularmente em direção à compreensão do relacionamento; Urano trígono Vênus evidencia o poder de perceber valores impessoais no relacionamento e habilidade de responder com alta qualidade de afinidade pessoal nos relacionamentos; é uma das marcas, talvez a principal, do “amor biuno” ou do “casamento da alma”.
Considerando Marte como o co-regente de Escorpião – ação que libera os recursos Escorpiônicos do desejo-poder – podemos considerar o aspecto de Urano trígono Marte como sendo primariamente uma evidência de grande capacidade de ação pela qual tendências intuitivas são dirigidas ao cumprimento de empreendimentos. Marte “pensa” em termos de “como, o que, onde e quando eu posso fazer”; Urano trígono Marte, portanto, poderia ser compreendido como representando a percepção intuitiva da ação correta. Se considerarmos Plutão como o regente planetário de Escorpião, então Urano trígono Plutão indica a faculdade intuitiva a ser “restaurada” por um enorme recurso de desejo-poder e força emocional. Este aspecto deveria ser compreendido como a “insígnia planetária” do mago branco ou negro. No mapa do humano altamente evoluído espiritualmente, Urano trígono Plutão poderia representar a pessoa cujo poder de reforma é tremendo, tanto quanto sua própria capacidade de regeneração quanto ao poder que ele pode dirigir em direção à regeneração e transformação de outros indivíduos ou da sociedade em seu âmbito maior. Externado, esse aspecto poderia ser pensado como a explosão da primeira bomba atômica, abrindo uma nova era na experiência humana em relação ao conhecimento e uso de novas oitavas percebidas de poder.
Quanto a Urano e ao Sol, consideraremos de forma especial pois o Grande Mandala Astrológico (o mapa de doze casas, Ascendente, Áries, os planetas nos signos e casas de sua dignidade) nos dá a dica para a raiz evolucionária essencial e do significado espiritual da faculdade da Intuição, enquanto posse potencial de todos os humanos. O grande Mandala Astrológico é a abstração do significado astrológico da humanidade terrestre e qualquer ponto de faculdade ou experiência que os humanos têm em comum pode ser estudada a partir desse desenho. Faça uma cópia do Grande Mandala Astrológico, intensifique o diâmetro Leão-Aquário, desenhe linhas retas conectando as cúspides Leão-Áries e Aquário-Escorpião.
Nenhum signo do zodíaco pode ser plenamente compreendido sem considerarmos seu oposto, assim como dois humanos do sexo oposto se tornam conscientes de sua polaridade subjetiva a partir do relacionamento íntimo em forte atração magnética. Para “conhecer Aquário” devemos também “conhecer Leão”, o signo de fogo regido pelo Sol, símbolo da vontade, propósito, radiação e autonomia individual. Se o Sol é a radiação do amor, Urano é a qualidade transformadora e liberal da radiação do amor; se o Sol é o poder da Mente, Urano é aquela forma individual pela qual a independência do pensar evolui. Se o Sol é o potencial da Maestria, Urano é aquele potencial realizado em e através dos relacionamentos pela espiritualização e regeneração crescentes da natureza emocional. Aquário, enquanto amor espiritualizado, polariza e “redime” o amor egoísta e não evoluído de Leão: Aquário, através de seu regente Urano, enquanto intuição, polariza e redime a mente “autocentrada” do Leão não evoluído. Quando o Sol e Urano são considerados em suas exaltações – Áries e Escorpião respectivamente – vemos a apoteose simbólica do humano enquanto Filho de Deus e o potencial humano de realizar sua identidade espiritual através da regeneração interior a “mágica divina”, a “alquimia criativa”, a transmutação pela qual a crosta do Ego pessoal é transformada na Luz Branca do Ser Espiritual. A busca inequívoca da Verdade, a disciplina autodirigida e o refinamento das faculdades mentais e emocionais, a expansão do poder do Amor através da impessoalidade, e a sempre mais clara realização da verdadeira identidade espiritual são passos pelos quais o Poder Mestre da Intuição é focalizado, desenvolvido e aperfeiçoado na consciência humana. O astrólogo olha para símbolos e números em um horóscopo, mas ele intuitivamente olha o mapa para aprender as verdades sobre a consciência da pessoa. O estudo astrológico com a finalidade de servir e elevar o humano é um dos modos principais pelo qual a faculdade da intuição é desenvolvida no ser humano.