Livre tradução de: http://rosanista.users4.50megs.com/library01/siaeng42.htm#chapter1
Os símbolos
do círculo, seus quadrantes, os Signos zodiacais, os Astros e seus Aspectos
devem ser entendidos como sendo símbolos essenciais da vida, seus objetivos e
funções, isso se colocarmos a Astrologia no justo lugar da família das
iluminações. A abordagem que considera qualquer coisa descrita na astrologia
como essencialmente má torna, relativamente, impossível se realizar
adequadamente o trabalho construtivo; e mais, tal abordagem tem quase tanta
correspondência com a verdade astrológica como o tem a versão cristã do
“infernofogo-e-condenação” com os ensinamentos básicos e luminosos de Jesus.
Filosofia significa “Amor à
Sabedoria” e são vários os caminhos que se oferecem aos seres humanos para
alcançar o conhecimento. Considerando que a Astrologia é um dos principais
caminhos por onde a humanidade pode obter a iluminação, dedicamos este trabalho
a todos os estudantes para que possam obter um reconhecimento mais claro dos
três caminhos que deveria ser percorrido por eles, em algum grau, se eles estão
firmes em realizar seus objetivos como “astrofilósofos”.
A roda do horóscopo e seus
“ingredientes vibratórios” contém os segredos essenciais de toda classe dos
esquemas humanos em todas as suas formas, níveis e graus. A progressão da roda,
do Ascendente à décima segunda Casa, caminhando na ordem inversa à dos
ponteiros do relógio, abre à nossa visão o “para frente e acima” do
desenvolvimento evolucionário, que se expressa pela canção do “EU SOU”, em seus
quatro quadrantes. A “Trindade Cósmica” é fisicamente manifestada no que
usualmente chamamos “as três dimensões” de comprimento, largura e altura, mas
nenhuma dessas três dimensões pode se manifestar sem as outras duas. Essa
tri-unidade de uma dimensão física composta tem sua correspondência astrológica
na tri-unidade da divisão de cada quadrante de três Casas; os quatro quadrantes
são então vistos para expressar a totalidade da roda em doze Casas – os quatro
níveis de consciência e desdobramento tridimensional. Essa é a representação
simbólica do “Progresso do Peregrino”.
Já que os esquemas da roda de doze
Casas descrevem o progresso essencial de todo o desenvolvimento humano, então,
naturalmente, seus símbolos podem ser relacionados às nossas experiências, como
astrólogos. Em outras palavras, certas faculdades e qualidades específicas da
consciência, abarcam, em conjunto, o aspecto “astrológico” de nosso ser; e por
um determinado número de encarnações esse ramo de consciência é empregado de um certo modo, como um fator da
nossa evolução.
Nossa “consciência astrológica”,
por causa das suas especializações, pode ser admitida como uma “sub-entidade”,
na entidade de nossa consciência composta, do mesmo modo que poderíamos dizer,
que o “amarelo” ou o “roxo” são sub-entidades de um conjunto que chamamos “cor”. Cada sub-entidade tem, naturalmente, suas
divisões principais que, por sua vez, têm infinidades de formas de expressão.
Assim acontece com a roda e os Signos que se subdividem em decanatos, graus,
minutos e segundos.
A “parte astrólogo” da consciência
do ser humano é um conjunto de fatores que o torna cientista, artista e
sacerdote-professor. Assim como as vibrações cardinais de cores estão ligadas
entre si pelas suas gradações, então esses três correlativos humanos se
misturam para criar o “espectro” da consciência astrológica. Todos os que
trabalham em astrologia tendem, em determinado grau, a se alinhar,
essencialmente, com uma dessas três categorias, mas devemos atingir a “síntese
de nós mesmos”, com todas as três, se queremos que o nosso desenvolvimento
astrológico seja completo e organizado.
Os significados essenciais das
três primeiras Casas contêm os segredos dos três quadrantes remanescentes: 2ª,
3ª e 4ª sendo “extensões” do primeiro. Considerando como uma visão de “raio-X”
do primeiro quadrante, podemos desbloquear o segredo dessas qualidades e
capacidades da consciência humana que, em uma expressão especializada, dão uma
definição ao nosso “eu astrológico” – a soma de quais imagens da humanidade
como “astro-filósofo”.
A primeira Casa: o Ascendente de
cada horóscopo é a primeira declaração de “EU SOU”; o envoltório físico que
instrumentaliza a consciência é a ciência do ser e da manifestação física; é a
consciência da “existência” de todas as coisas; é a consciência exotérica que
identifica a humanidade como fator no Universo manifestado; no início o ser
humano percebe essa manifestação como forma exterior a si; subsequentemente,
na crisálida da consciência da primeira Casa, ele percebe a
multidimensionalidade da vida, por meio do conhecimento e da realização
“esotérica” ou “subjetiva”.
Como
expressão da primeira Casa, o astro-filósofo é “astrólogo-como-cientista”. Sua
abordagem busca se firmar no seu desejo de compreender a expressão física da
vida, sob ângulo diferente do que ele já tinha conhecido antes. Sua atenção
está focalizada na forma; ele, naturalmente, presta uma atenção cuidadosa na qualidade e mensuração das coisas. Ele
treina a si mesmo, com meticulosa precisão, em relação aos cálculos
matemáticos, porque sabe que eles constituem o esqueleto sobre o qual se
desenvolverão suas habilidades interpretativas. Ainda mais, ele procura
desvendar os segredos dos símbolos abstratos e na proporção em que eles
participam dos processos de
manifestação do Mundo Físico. Ele reconhece que as funções da humanidade pelos
seus princípios especializados, da mesma forma como uma máquina funciona,
segundo seus princípios mecânicos. Estuda os eventos na medida em que surgem,
dentro do aspecto formal dos esquemas astrológicos em ação. Estuda seu próprio tema
em termos sincronizados de eventos com os Aspectos, isto é, procurando
relacionar as influências e experiências que sente com os Aspectos de seu tema.
Nos primeiros estágios de desenvolvimento identifica seus Aspectos
relacionando-os com as vibrações exteriores.
Uma vez que ele é “expressão da
primeira Casa”, o astrólogo-cientista é um pioneiro astrológico. Ele é um
desbravador no sentido de que ele “projeta” o conhecimento das verdades
astrológicas no seu círculo de convivência e de associações. É um “estimulador”
que leva o conhecimento de “um novo assunto” a seu círculo imediato de
relacionamento ou ao mundo em geral.
Os desenvolvimentos do
astrólogo-cientista são mostrados pela primeira Casa do segundo e terceiro
quadrante, isto é, da 4ª e 7ª Casas. É através delas que o astrólogo-cientista
começa a desenvolver seus conhecimentos subjetivos, porque, nesses níveis, ele
deve se converter seus “olhos de astrólogo-cientista” nos temas daqueles a quem
ele é projetado nos padrões de família e dos relacionamentos. A “cientificidade”
de sua abordagem é impulsionada, naturalmente, para tentar entender os temas
daqueles que lhe são mais queridos e próximos, no relacionamento pessoal. O
astrólogo-cientista falhará, nesse ponto, se permitir a influência de sentimentos
em relação à pessoa cujo horóscopo esteja interceptado. O objetivo, não
emocional, científico da parte dele deve ser treinado e disciplinado para se
manter naquilo que é verdade, sem se identificar com sentimentos que ele tem
pela pessoa cujo tema ele está estudando. Desse modo, o astrólogo-filósofo
provará o valor do trabalho “impessoal” da natureza de desejos; torna possível
uma técnica em que a Mente pode ser treinada a “ver claramente”, a despeito das
solicitações de sua natureza de desejos; como astrólogo-filósofo, nós devemos
adquirir e manter essa atitude impessoal e científica em relação a todos os temas.
Na expressão da décima Casa, o
astrólogo-cientista expande seus estudos pela inclusão da compreensão de
muitos, senão de todos os padrões de interpretação. Ele estuda a astrologia
horária; ele estuda os temas de nações e dos governos, dos grupos, de
instituições e dos eventos que afetam a muitas pessoas. Estuda a astrobiologia
e astrodiagnose; ele sabe alguma coisa de como um mesmo assunto é encarado por
“sistemas diferentes” de análise. Em outras palavras, essa cientificidade se
amplia a fim de possuir melhor compreensão das vibrações essenciais de todas as
espécies de manifestação da vida objetiva da humanidade. O astro-cientista que
mantém seu interesse não comercial no assunto tem a melhor chance de se
desenvolver de forma rítmica e natural.
A segunda Casa, abstratamente
regida por Vênus, é o correlativo feminino da primeira Casa. Ela é a primeira
das Casas Fixas. Sua cúspide é o ponto inicial do símbolo-Trígono, que inicia
aqueles níveis de consciência pelos quais o astrólogo artista nasce. É o único
Signo feminino do primeiro quadrante e inicia as duas triplicidades dos
Trígonos dos Signos de Terra e de Água que abrangem a simbolização dos recursos
e afinidades emocionais da humanidade; o impulso para amar, para transmutar, o
impulso para beleza, para dar o aspecto estético das visões, inspirações,
aspirações, sonhos e ideais de toda ordem.
O termo “astrólogo-artista” é
usado para designar aquela parte de nossa consciência que lança a primeira Casa em termos de identidade com as demais e não meramente a “compreensão das
coisas”. A segunda Casa é o centro de amor que toda vocação artística cultiva.
Por ela, todo serviço verdadeiro é projetado e todo refinamento realizado. O
astrólogo-artista vê na astrologia um canal para a liberação de suas
necessidades emocionais; também, por meio do conhecimento acumulado em seu “estágio
científico”, ele expressa o desejo de harmonizar e embelezar a vida humana,
trazendo para os demais um conhecimento da bondade e das belezas essenciais
contidas nos grandes Princípios da Vida, tais como esses são simbolicamente
expressos.
A mola mestra da motivação do
astrólogo-artista é a simpatia, um atributo básico da consciência feminina
(segunda Casa: Touro, regido por Vênus, ponto de exaltação da Lua). Ele quer
ajudar, encorajar, consolar, elevar e inspirar. Se ele não estiver firmado nos
requisitos do “estágio científico”, seu impulso para ajudar e para expressar
seu sentimento de simpatia podem ser, até certo ponto, impedidos, porque ele
falhou em treinar a si mesmo nas técnicas sobre o assunto. Em outras palavras,
por motivação pessoal intensa, do centro dos sentimentos ele deve desenvolver o
“lado da forma” do assunto, a fim de que sua interpretação resulte em figuras
precisas. Por seu apego à sinceridade de motivação, o astrólogo-artista evita
as armadilhas que possam lhe surgir no caminho, oriundas de todos aqueles cuja afinidade emocional é a nota-chave de
suas naturezas. Essas armadilhas poderiam ser a simpatia descontrolada pelo
conhecimento; a falsa piedade pela qual ele se arrisca a voltar ao ponto de uma
nova direção que foi mostrado no tema e o malogro na percepção de COMO CADA
INDIVÍDUO PODE APRENDER A SE AJUDAR A SI MESMO PELA COMPREENSÃO DE SUA PRÓPRIA
NATUREZA. O astrólogo-artista “completo”
cultiva o desapego e neutralidade para evitar o contágio emocional das pessoas
cujo horóscopo examina; ele utiliza seu conhecimento do Princípio de Causa e
Efeito na conformidade em que ele se manifeste no horóscopo, vendo como essa
Lei age nesse horóscopo. Contudo, seu Coração, sua Mente e suas mãos estão
abertos e dispostos para receber e ajudar a todos que necessitem de uma
orientação; o astrólogo-artista é fiel à verdade e se exercita naquelas áreas
de consciência e faculdades, por meios das quais a inspiração e a intuição
brotam, para ajudá-lo gradativamente mais.
A terceira Casa é onde o
astrólogo-cientista combina as qualidades da primeira e segunda Casa, lhes
adicionando o conhecimento da consciência humana e tornando possível a
interpretação dos esquemas astrológicos em suas fases mais profundas e
subjetivas. Ele tem habilidade, uma mentalidade treinada e uma técnica
perfeita. A todas estas qualidades junta um coração compassivo – uma
consciência calorosamente receptiva para com as íntimas necessidades de seus
semelhantes.
Para isso, acrescenta ao anterior,
um completo domínio mental do significado de todos os símbolos astrológicos e esquemas,
de conformidade com o que exprimem dos estados de ser de relacionamento e de
evolução e não apenas para mostrar os acontecimentos e sofrimentos.
Considerando que a terceira Casa é polarizada na nona Casa, vemos que o
astrólogo-filósofo do tipo da terceira Casa é cientista, artista e professor. A
composição de sua consciência lhe permite que seja designado como
sacerdote-professor ou astrólogo-sacerdote. É um “irmão mais velho” para todos
os que nele buscam orientação, porque passou pelos estágios de experiência
pelos quais passaram os que lhe solicitam ajuda e pode, por isso,
compreendê-los muito bem. Compreende os outros por meio de suas próprias
experiências.
Conhece o sexo e o casamento, em
variadas vivências, porque destilou compreensão de suas encarnações passadas,
como homem e como mulher; ele conhece a condição de marido e esposa, paixão e
sacrifício, infância e paternidade. Sabe que o exterior é um reflexo do
interior e busca, sempre, fazer que os outros se familiarizem com essa verdade.
Permanece como intermediário amoroso entre a ignorância do ser humano e sua
iluminação; o astrólogo-sacerdote desempenha a mesma função em seu serviço
astrológico que qualquer sacerdote sincero cumpre suas tarefas de cerimônia
religiosa; como sacerdote, “vê o problema” do vantajoso ponto de vista da
sabedoria. O astrólogo-cientista conhece o efeito das forças vibratórias sobre
os indivíduos e grupos; e o astrólogo-sacerdote compreende a vida vibratória da
humanidade. O cientista é objetivo, o sacerdote é subjetivo; o artista pode ser
uma coisa ou outra, pois depende de sua ligação a uma ou a outra, em menor ou
maior intensidade. Contudo, a motivação do astrólogo-sacerdote não é
científica; embora também inclua aquele aspecto, iluminando e valorizando sua
consciência, que abrange os mais elevados e transcendentais níveis da Mente e
do Coração.
O desenvolvimento do
astrólogo-filósofo como sacerdote-professor é muito interessante porque a
última fase de sua “cruz” (os Signos Comuns) é a décima segunda Casa: o “final”
da roda. Sendo ele um composto dos dois primeiros tipos e mais alguma coisa,
seu desenvolvimento é resultado de experiência e de méritos comparativamente
maiores dos que os conquistados pelos outros dois aspectos.
Em seu “primeiro estágio”, o
astrólogo-sacerdote é o moralista, sub-expressão da nona Casa. Suas
interpretações literais são necessárias porque ele ainda não tem suficiente
experiência para dar forma à sua compreensão. Nesse nível, o astrólogosacerdote
vê o tema como um “desenho do bem contra o mal”. Uma vez que permaneça como
ponto de diferenciação desses dois fatores na Mente das pessoas a quem orienta,
elas são atraídas a ele pelo poder vibratório da simpatia: sua “consciência
moral”, ponto focal de suas interpretações. Muitas vezes, nessa posição, ele
não pode perceber a “relatividade” daquilo que chama de “bem e mal” e lê no
tema de quem lhe procura seus próprios padrões. Ele pode ter o melhor dos dois
primeiros tipos, mas, nesse estágio, a verdade lhe é de certo modo vedada. A
polaridade da terceira Casa e da nona Casa resulta do quadrante iniciado pela
sétima Casa, realizada pelas transmutações da oitava Casa. A compreensão
decorrente está representada pela nona Casa. É o que o astrólogo-filósofo, como
astrólogoprofessor, se empenha em desenvolver, como a porta para um
quarto-quadrante.
A terceira Casa “floresce” na
sétima e décima primeira Casas; nesses pontos, o astrólogo-sacerdote encontra o
“paralelo” entre ele e todas as pessoas; a medida que seu desenvolvimento
progride pelas transcendências de suas experiências, ele realiza o
amor-sabedoria. Ele reconhece o humano é a suspensão do cósmico em todas as
suas expressões e, em si mesmo, ele encontra aquilo que reflete as soluções dos
problemas das pessoas a quem deseja ajudar. Então, entende que o objetivo
composto do astrólogo-filósofo é perceber que o pior da pessoa a quem deseja
ajudar é o seu pior, em algum momento do passado; o melhor é uma iluminação nos
cantos escuros das condições e reações da pessoa a quem deseja ajudar daquelas condições. Sua sabedoria e seu amor se tornam,
desse modo, insondáveis, no redirecionamento dos padrões humanos.