Livre tradução de: http://www.rosicrucian.com/sia/siaeng23.htm
Mandala é um desenho abstrato utilizado por um artista criativo para
concentração e meditação. O mandala esboça a essência de um conceito artístico;
meditando sobre ele o artista concentra suas faculdades inspiradas, às quais
posteriormente dá forma através da pintura, da escultura ou de qualquer outro
meio que use para se expressar.
O astrólogo
é um artista interpretador cujo mandala essencial é o desenho comumente
conhecido como horóscopo natural.
Ponha nas cúspides de uma roda astrológica, e na devida ordem, os símbolos dos
signos zodiacais, começando naturalmente por Áries na cúspide do Ascendente,
Touro na segunda cúspide, etc.. A seguir ponha os símbolos do Sol, da Lua e dos
estelares nos signos e casas de suas dignificações; Marte em Áries, na primeira
casa; Vênus em Touro e Libra, nas segunda e sétima casa; Mercúrio em Gêmeos e
Virgem na terceira e sexta casa; a Lua em Câncer, na quarta casa; o Sol em Leão,
na quinta casa; Plutão em Escorpião na oitava casa; Júpiter em Sagitário na
nona casa; Saturno em Capricórnio na décima casa; Urano em Aquário na décima
primeira casa; Netuno em Peixes na décima segunda casa.
O desenho
resultante da colocação desses símbolos em volta e dentro de um círculo com
doze secções iguais é considerado pelo autor o maior mandala criado pela mente humana. É o símbolo composto da
natureza vibratória da entidade a que chamamos humanidade. O horóscopo
calculado para a encarnação de qualquer ser humano é uma variação deste
mandala; os mesmos elementos essenciais são encontrados em todos os horóscopos
de toda a humanidade, qualificados em cálculos somente pelas diferenças de
datas, horas e locais de nascimento.
O “Grande
Mandala”, como o chamaremos, é um símbolo composto de tal magnitude e
complexidade que a imaginação se embaraça quando o contempla. É bom formar o mandala
passo a passo, desde o começo.
Use uma
folha de papel em branco, calcule exatamente o centro e ponha nele um ponto.
Este ponto é o símbolo da Consciência que torna possível a manifestação de uma
galáxia, um sistema solar ou a encarnação de um ser humano. Ele é o símbolo
essencial da “existência” em todos os planos.
Trace uma
linha vertical do comprimento do papel e que passe pelo ponto; esta linha
representa o princípio dinâmico, energizante da Natureza – o símbolo da geração
cósmica, da “existência” no processo de tomar forma, o símbolo essencial do
sexo masculino. Agora trace outra linha que passe pelo ponto, desta vez
horizontal e da largura do papel; esta linha é o aspecto subjetivo da
“existência”, o símbolo essencial da forma em si, o princípio feminino da
Natureza – aquele que é energizado ou sobre o qual atua. Até aqui o traçado
representa uma irradiação de um ponto central – a Consciência, um composto dos
princípios dinâmico e subjetivo, as linhas essenciais de força pelas quais a
manifestação se realiza, o padrão da cruz que é o símbolo eterno da “existência
objetivada”. Esta parte do desenho – um abstrato geométrico – pode ser chamada
de mandala básico e pode ser usada para meditação por todos os astrólogos. É o
esqueleto de toda a estrutura do horóscopo, a representação da
Paternidade-Maternidade de Deus e o símbolo essencial do sexo cósmico que
resulta na manifestação física.
Existe uma
indefinição acerca da aparência do mandala básico descrito acima; as linhas a
partir do ponto central podem prolongar-se indefinidamente – pelo que é
transmitida uma impressão de caos, ou de algo sem forma. Uma vez que a
manifestação (encarnação) serve ao propósito da evolução, e as forças
evolutivas sempre requerem formas específicas como instrumentos, vão dar agora
o próximo passo para criar, em nosso mandala básico, um campo de propósitos
evolutivos.
Com a ponta
de um compasso no ponto faça um círculo; a circunferência resultante
interceptará, naturalmente, as linhas vertical-dinâmica e horizontal-subjetiva
duas vezes. Desde que todos os pontos na circunferência de um círculo são
eqüidistantes do centro, criamos agora, simbolicamente, um campo perfeito
designando um instrumento para as forças evolutivas; cada um dos quatro setores
do círculo é igual ao outro em área, como são iguais os hemisférios inferiores
e superiores e os dois hemisférios laterais ou verticais.
Agora apague
as linhas levemente traçadas fora do círculo e intensifique as linhas da
circunferência e as linhas vertical e horizontal dentro da mesma. O resultado
pode ser chamado “Mandala da Encarnação”. Sua forma é definida – uma coisa
fechada em que certas especificações das forças evolutivas podem atuar. Este
Mandala da Encarnação pode ser utilizado como um ponto focal para meditação sob
dois pontos de vista:
a) de dentro para fora,
b) de fora para dentro.
O astrólogo
deve flexibilizar tanto sua habilidade interpretativa que nunca perca de vista
o significado espiritual de qualquer Carta astrológica que estude.
1) De dentro para fora: A Vontade criadora de
Deus expressando-se através de uma manifestação; a centelha Divina inerente à
consciência de cada e todo ser humano irradiando em todos os fatores da
experiência individual.
2) De fora para dentro: O Amor Divino e a
Sabedoria Divina protegendo e interpenetrando cada ponto de manifestação; a
manifestação sendo “cingida pelos Braços Divinos e sempre à vista dos Olhos
Divinos”; o ser humano busca encontrar em sua consciência a origem de suas
condições e os canais para se expressar melhor; ele volta a conscientizar-se de
seus poderes e potencialidades; sua consciência é refletida por sua condição
externa – as irradiações a partir do Centro – mas o Centro permanece
eternamente como origem de tudo o que ele experimenta. A “Vida” de um horóscopo
está dentro da circunferência, não fora dela; portanto nós não achamos nossas
soluções essenciais fora de nós mesmos, mas em nossa particular expressão da
Consciência Eterna e em nossa compreensão cada vez mais profunda deste fato.
Embora pareça
simples, o círculo com sua divisão em quadrantes por duas linhas retas é um
mandala de enorme complexidade. Se considerarmos que o círculo em si é ativado
ao ser bisseccionado pela linha horizontal, os dois hemisférios que resultam
dessa bissecção são em si indiferenciados e inativos; sua ativação torna-se
possível pela linha vertical.
Cada
bissecção simboliza o Princípio Cósmico de Dualidade – a duo-unidade. O
“Dinâmico” e o “Subjetivo” são atributos inerentes a qualquer parte de qualquer
manifestação. Como tais, estas duas palavras, em conjunto, são expressas pela
palavra “sexo” quando se referem à Vida encarnada. Sexo ativado é geração e
regeneração – o “prosseguimento” da Vida. Qualquer dos dois pares de
hemisférios, justaposição, resulta no composto Um; nenhum dos pares pode
representar a Vida funcionando criativamente sem a ignição fricativa do outro
par. Para meditação, trace círculos em que estejam representadas
individualmente essas bissecções; cada par de hemisférios pode ser tomado para
representar uma expressão de geração cósmica.
À
representação plana, bidimensional do círculo dividido em quatro será dada
agora, abstratamente, uma dimensão adicional.
O Mandala da
Encarnação é uma matriz essencial; mas encarnação implica em expressão dessa
matriz na forma física. Os termos comprimento
altura e profundidade são normalmente considerados, expressões diferentes
das dimensões físicas. Quando consideramos que toda manifestação física é
tridimensional compreenderemos que comprimento, altura e profundidade são três
atributos de uma dimensão essencial – a dimensão da manifestação física. Cada
um dos quadrantes do Mandala da Encarnação é um nível especializado de
Consciência e, correspondentemente, de experiências. Uma vez que a experiência
é refletida na dimensão da manifestação física e interpretada pela consciência,
aplicaremos o princípio de três dimensões em uma ao Mandala da
Encarnação.
Partindo do
centro do círculo, ou por meio de mais quatro diâmetros de polaridade,
subdividida cada quadrante em três seções iguais. Isto constitui a divisão em
doze partes da roda que usamos como casas ambientais do horóscopo. As três
dimensões de cada setor não são comprimento, altura e profundidade, mas são em
termos de signos, dimensões de consciência refletidas pelas casas como
dimensões de experiência.
A dimensão
da primeira casa de cada quadrante (primeira, quarta, sétima e décima casa) é a
declaração do Ser – o “Eu Sou”: Primeira casa, eu sou um indivíduo; quarta
casa, eu sou um aspecto individual de uma entidade chamada grupo de família ou
consciência familiar; sétima casa, eu sou um dos dois fatores de um padrão de
relacionamento emocional intensamente focalizado; décima casa, eu sou um
aspecto individual da entidade chamada humanidade.
A dimensão
da segunda casa de cada quadrante (segunda, quinta, oitava e décima primeira
casa) é a posse do recurso emocional pelo qual a vida da casa cardeal anterior
é sustentada. Segunda casa, minha vida física é sustentada materialmente pelo
exercício da minha consciência de posse e capacidade administrativa e por
intercâmbio com outras pessoas; quinta casa, minha consciência de família é
sustentada pelas liberações de meu recurso de amor criador; oitava casa, minha
consciência de relação é sustentada pela transmutação de minhas forças de
desejo através do exercício da minha consciência amorosa no intercâmbio
emocional com meus complementos; décima primeira casa, minha identidade como um
aspecto da entidade universal – chamada humanidade – é sustentada através do
exercício de minha consciência amorosa impessoal e espiritualizada.
A dimensão
da terceira casa de quadrante (a terceira, sexta, nona e décima segunda casa) é
a destilação impessoal das duas casas anteriores. Terceira casa, faculdades
intelectuais pelas quais eu identifico o mundo das formas; sexta casa, minha
criatividade expressa como serviço à vida através do melhor que possa como
trabalhador; nona casa, sabedoria – compreensão espiritual – destilada da
regeneração do desejo através da relação de amor; décima segunda casa, minha
consciência de servir universalmente, minhas redenções necessárias da
encarnação anterior que me impeliu à presente, o grau de consciência cósmica
destilada do cumprimento perfeito de todas as responsabilidades através do amor
espiritualizado.
A tríplice
dimensão é expressa em relação à roda como um todo pelos “grandes trígonos”; os
triângulos equiláteros formados pela ligação das cúspides: a) a primeira,
quinta e nona casa; b) a segunda, sexta e décima casa; c) a terceira, sétima e décima
primeira casa; e d) a quarta, oitava e décima segunda casa. Estes trígonos
referem-se respectivamente, aos quatro elementos: 1. Fogo - Espírito; 2. Terra
- Consciência da avaliação das formas; 3. Ar - Identificação da consciência de
relacionamento; 4. Água - Resposta emocional – o princípio da vibração
simpática.
Sugerem-se
aqui alguns padrões básicos do mandala:
1) Doze
rodas, cada uma das quais tem os signos nas cúspides em seqüência, cada uma com
o Ascendente diferente; cada uma dessas mandalas pode ser utilizado para
meditação sobre as quadraturas entre os signos cardeais, fixos e mutáveis, e os
trígonos entre os signos de fogo, de terra, de ar e de água e os setores de
fogo-ar e terra-água.
2) Mandala planetário ambiental – um princípio planetário que se
expressa através de uma casa em particular – pode ser encontrado em dez grupos
de doze rodas cada; cada grupo refere-se à colocação de cada um dos dez estelares
(Sol, Lua e os oito estelares – Vênus, Mercúrio, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano, Netuno e Plutão) em cada uma das doze casas, desprezando-se a colocação
dos signos.
3) Os mandalas planetários relativos à vibração podem ser criados
por rodas com os signos nas cúspides – colocando-se o estelar sob consideração
em cada um dos doze signos e estudando-se o mesmo, não importando a casa em que
se posicione.
4) Síntese dos grupos 2 e 3; mandalas para meditação sobre a
regência do Ascendente; doze rodas, com os signos em sequência para cada um dos
dez estelares como regente do Ascendente. O regente deve ser colocado em cada
uma das doze casas.
5)
Elaboração do número 4 em termos de meditação sobre o regente do Ascendente e
seu posicionamento por setor: 1. A primeira, segunda e terceira casas; 2. A
quarta, quinta e sexta casa; 3. A sétima, oitava e nona casa; 4. A décima, décima
primeira e décima segunda casa.
Mandalas
simples e complexas podem ser extraídas de qualquer horóscopo natal. Aqui estão
algumas sugestões pelas quais o estudante pode concentrar sua habilidade para
sintetizar:
1) Separe todos os estelares dignificados de determinada Carta
astrológica numa roda com signos natais posicionados nas cúspides; medite sobre
a localização dessas essências vibratórias concentradas em termos de sua casa
de regência, casa em que se localiza e posicionamento por setor ou quadrante.
2) Tome de
determinada Carta natal qualquer quadratura ou oposição específica e qualquer
um de seus meios regeneradores (estelar formando um trígono ou um sextil com
qualquer um dos estelares aflitos);
3) Sugere-se
separar o mandala de Saturno de toda Carta natal sob estudo colocando-se
Saturno e todos os estelares que faz aspecto com ele em uma roda com os signos
natais nas cúspides. Interprete Saturno como o princípio do cumprimento de
responsabilidades e medite sobre o seu significado na Carta em todas as
abordagens.
4) Os mais
importantes de todos os mandalas abstraídos de uma Carta natal são os que dizem
respeito à décima segunda casa. Em conjunto, eles dão as chaves dos porquês e
para quê da presente encarnação. Sugere-se um mandala para ser aplicado a uma
roda com os signos natais nas cúspides para todo fator isolado que se refira à
décima segunda casa do horóscopo natal; posicionamento vibratório e ambiental
de cada estelar que forma aspecto ao regente; cada condição referente a
qualquer estelar na décima segunda casa, e, por último, um mandala composto dos
signos na cúspide da décima segunda casa e na do Ascendente e a colocação dos
seus regentes planetários.