Livre tradução de: http://www.rosicrucian.com/sia/siaeng20.htm#chapter1
O astrólogo pertence a um daqueles grupos de pessoas que, impulsionadas pelo amor impessoal, buscam atrair mais elementos para o aprimoramento das condições humanas. O Astrólogo atingiu um ponto de desenvolvimento em que seus recursos internos, extraídos de encarnações passadas, tem características tais de esfera de ação que não mais podem ser retidos, e sim exteriorizados. Em outras palavras, tem algo em si que não satisfaz nos meros níveis de experiências pessoais ou biológicas. A naturalidade de sua ação impessoal torna-se uma expressão de seu próprio desenvolvimento e de sua experiência como ser humano; entretanto, suas intenções são para o mundo dos seres humanos em geral.
O astrólogo pertence a um daqueles grupos de pessoas que, impulsionadas pelo amor impessoal, buscam atrair mais elementos para o aprimoramento das condições humanas. O Astrólogo atingiu um ponto de desenvolvimento em que seus recursos internos, extraídos de encarnações passadas, tem características tais de esfera de ação que não mais podem ser retidos, e sim exteriorizados. Em outras palavras, tem algo em si que não satisfaz nos meros níveis de experiências pessoais ou biológicas. A naturalidade de sua ação impessoal torna-se uma expressão de seu próprio desenvolvimento e de sua experiência como ser humano; entretanto, suas intenções são para o mundo dos seres humanos em geral.
Consideremos o astrólogo à luz de
“esquemas astrológicos”: tracemos, pois, o diâmetro vertical e horizontal no
circulo do zodíaco. A cruz resultante
simboliza a humanidade
do astrólogo, isto é, um homem ou uma mulher encarnados com o propósito
de se desenvolverem no trato com problemas, provas e tentações peculiares,
talvez sujeitos às várias formas de provas, através do sofrimento. É a sua
parte pessoal, mas, ao agregarmos à cruz-padrão mencionada, a cúspide da nona casa,
temos a emergência do astrólogo, surgindo das limitações de um simples ser
humano. Ao anexarmos, ainda, o símbolo de Júpiter à nona casa, fica assinalada
sua identidade essencial: ele é “Irmão mais velho”, o instrutor.
Na condição humana, neste plano, ele
é irmão de todos aqueles que vêm a ele em busca de orientação, reconhecendo que
palmilha os mesmos caminhos peculiares a todas as pessoas, mas que o diferencia
dos demais: os fundamentos de seu amor impessoal, o alcance da compreensão das
condições humanas e suas faculdades mentais abstratas. Tais fundamentos elevam
sua consciência a um nível que transcende as bases biológicas das motivações de
pensamentos e de sentimentos comuns, podendo ver através dos conceitos de raça,
de grupo-religião, de casta, de formas familiares, das relações físicas e mesmo
sexuais. O modo de trato com seus irmãos e irmãs mais jovens nasce do estudo e
da compreensão de seus modos vibratórios, isto é, da expressão de suas
consciências.
Seu
estudo fundamental é aquele que representa a natureza vibratória da entidade a
que chamamos humanidade, nas miríades de expressões e variações, manifestadas
por impressões e sentimentos subconscientes, inclinações emocionais, atributos
e condições físicas e reações específicas em relação a todos os campos de
experiência e relacionamento comuns a ela através de seu processo evolutivo. A
humanidade não é apenas uma família – é uma coisa única, um padrão particular
de expressões da vida.
O
astrólogo é, naturalmente, uma faceta dessa totalidade; e pela percepção e
compreensão relaciona-se a muitas outras facetas, tal como uma pessoa que, no
alto de uma montanha, relaciona-se com os que estão subindo ou com aquelas que
permanecem no vale. Nesse nível particular de evolução ele já extraiu algo
daquilo que os escaladores da montanha ou aqueles que estão no vale ainda não
extraíram, quer dizer, a consciência dos princípios universais e de suas
expressões, através dos processos da vida humana. Por sua vez, ante ele também
existem montanhas mais altas, nas quais se situam aqueles que estabeleceram
“pontos de observação” mais elevados. Entretanto, há um denominador comum a
todos: é a consciência impessoal, o sentimento de fraternidade que o relaciona
com aqueles que ainda estão subindo e com os outros que permanecem no vale do
mundo e ainda com aqueles que lhe estão acima. Eis porque ele é o irmão mais
velho para aqueles que estão abaixo, ao passo que, para os que lhe estão acima,
é irmão mais moço. Para os que estão no vale, todos os que estão subindo no
topo representam os irmãos mais velhos, pois os de baixo ainda permanecem no
vale da consciência meramente material e biológica.
Em
nosso esquema, a nona casa simboliza o aspecto do conhecimento ou da sabedoria
do Astrólogo. Seu aspecto Amor é mostrado pela décima primeira casa.
Acrescentando o símbolo de Aquário à cúspide da décima primeira casa e mais o
símbolo de seu regente, Urano e sombreando a nona e décima primeira casa, de
modo que sobressaiam das demais e, finalmente, traçando linhas que partam da
terceira e quinta casas, designaremos um conjunto com dois modos de polaridade:
1) a nona casa, ligada a terceira casa, mostra o conhecimento que ascendeu à
sua transcendente expressão de sabedoria extraída da experiência; 2) a décima
primeira casa ligada a quinta casa, o amor impessoal como expressão criativa
que ascendeu ao nível espiritual de limitado amor impessoal pela humanidade,
não importando os primitivos níveis de manifestação ou desenvolvimento. O
aspecto de amor consciente do Astrólogo, designado pela décima primeira casa e
a essência vibratória de Urano, é a culminação de todas as casas de
relacionamento e da mais espiritualizada expressão dos signos de ar. A décima
primeira casa é o relacionamento humano em sua mais multiforme expressão.
Representa todos os modos de relacionamento, isto é, o poder-amor em suas
expressões de “água da vida”, a panacéia para todas as experiências emocionais,
o supremo alvo de todo o amor humano. Chamamos a esse estado de “Amizade pura”
– a essência do melhor que pode originar-se da unidade das pessoas, não
importando quem ou o que possam ser como indivíduo.
Esse
aspecto-amor, por sua própria natureza, é a essência incorporada ou fundida dos
aspectos - amor de ambos os sexos ou polaridades. O Astrólogo, por meio de sua
experiência intensificada em encarnações passadas, extraiu a tal grau a
compreensão das características emocionais masculinos e femininos, que se
tornou assim, hábil para compreender os íntimos problemas do homem e da mulher.
Dessa forma, para o cumprimento de seu serviço, pode avaliar a direção a ser
tomada ao iniciar o processo de correlação e de regeneração.
A
consciência do Astrólogo, com referência ao seu aspecto-amor, poderá ser
mais claramente delineada por outro desenho (aquele que mostramos refere-se
particularmente às direções evolucionárias ou aos caminhos que devem ser
percorridos por todos os que buscam prestar o serviço por meio da interpretação
astrológica). A florescência da consciência amorosa do astrólogo mostra-se pelo
círculo no qual as cúspides da terceira, sétima e décima primeira casas formam um triângulo equilátero, sendo bastante interessante um
ponto deste triângulo – a cúspide da terceira casa – que situa no hemisfério
inferior ou na consciência do Ego; e a cúspide da sétima casa marca o ponto de
equilíbrio, sendo oposto ao Ascendente; e a cúspide da décima primeira casa,
representando o mais elevado ponto da consciência de relacionamento encontra-se
no hemisfério superior ou consciência da alma. Há neste esquema um denominador
comum – a Fraternidade ligando essas três casas entre si. A terceira casa, no
nível biológico, são “irmãos e irmãs”; numa expressão mais impessoal os
“companheiros estudantes”, aquelas pessoas de qualquer idade ou condição,
companheiros da mesma religião ou interpretação filosófica. A sétima casa é o
relacionamento fraternal de uma pessoa ou consciência com uma expressão
complementar, seja sexual ou vibracional. A “Fraternidade do casamento” pode
ser assim descrita: um homem e uma mulher servem conjuntamente na fruição da
vida por meio de experiências amorosas e procriativas. Marido e mulher, nessa
forma vital de servir são realmente irmão e irmã, numa expressão de consciência
intensificada da terceira casa pela reunião dos poderes de atração e do desejo
gerando a liberação do amor. A décima primeira casa, no hemisfério da
consciência da alma é a expressão transcendente das duas primeiras, uma vez que representa
a expressão do amor para com a entidade total que designamos sob o nome de
Fraternidade. Assim a expressão do amor não está confinada a uma parte apenas
ou a partes selecionadas da humanidade. Impulsionado espiritualmente o
Astrólogo permanece como símbolo vivo daquele amor que não reconhece barreiras
ou limitações de qualquer espécie em suas expressões.
Consideremos
agora um desenho que é o retrato simbólico do Astrólogo dentro das expressões
compostas da consciência humana e espiritual. Com o circulo dividido em casas,
sombreiem as seis primeiras casas com a cor escura, marrom ou azul; as sétima e
oitava casas com a cor vermelha, simbolizando os “fogos” do relacionamento e de
regeneração; e as quatro casas restantes permanecem em branco; símbolo da
consciência espiritualizada. O retrato resultante é o de um ser humano cujos
elementos vibratórios e ambientais são essencialmente os de qualquer outra
pessoa; ele tem experimentado muito desenvolvimento através da transmutação de
suas vibrações inferiores pelos poderes espiritualistas do idealismo, do amor,
do serviço, do sacrifício, da autodisciplina e do cumprimento de
responsabilidades. Ele tem sido muitas coisas – como trabalhador; tem cumprido
a maioria dos padrões de experiência na relação de amor – como macho e fêmea;
ele é – ou tem sido – algo assim como um artista porque suas percepções mentais
incluem a compreensão do simbólico e do abstrato. Está cônscio do drama da
vida, e é sensível às nuances dos pensamentos e sentimentos humanos quando se
apresentam nos problemas que ele estuda. Ele conhece o mal, mas sua mente e seu
coração se fixam no bem. Ele estuda os problemas para cumprir o propósito de
achar suas soluções. Sendo sua motivação amorosa, ele irradia encorajamento,
neutraliza o medo, ilumina a consciência de seus irmãos e irmãs ao alertá-los
para a força e poderes que possuem. Ele é – e se dá conta de que é – uma “porta
aberta” através das quais todos os que queiram, podem passar da escuridão de
seus padrões não regenerados para a luz do conhecimento de si
mesmo. Não aprova nem desaprova qualquer coisa que vê em qualquer Carta
astrológica – mantém seus sentimentos pessoais fora do quadro – porque
reconhece que cada Carta é uma representação do bem em formação.
Em
relação à pessoa que pede a sua ajuda, vêmo-lo representado por
este desenho: uma roda astrológica com as primeiras seis casas coloridas ou
sombreadas, e com as seis casas superiores deixadas em branco. Neste
desenho, as casas inferiores sombreadas representam a pessoa com o seu
problema; as casas em branco representam o astrólogo e sua consciência espiritualizada.
Todos os problemas humanos são originados nas expressões não regeneradas das seis primeiras casas; eles são trazidos ao seu
foco mais intenso através da ação conjugada das sétima e oitava casas, e as
soluções são encontradas nos poderes regeneradores das quatro últimas casas.
Nesta representação o astrólogo reflete os potenciais de regeneração da pessoa.
A ação magnética do poder do amor atrai a pessoa ao astrólogo, que espera
ajudar a todos os que precisam dele e, pelos poderes destilados de sua
consciência regenerada, está apto a estudar a Carta do requerente, lançando-lhe
um facho de luz nos recantos obscuros e percebendo o corretivo espiritual
necessário à consciência do indivíduo para o seu problema.
Em
contato com a pessoa, o astrólogo tem a responsabilidade de pôr de lado todos
os padrões de perturbação pessoal quando assume a tarefa de ler-lhe a Carta
astrológica. Ele deve ser o hemisfério branco, e na eventualidade de estar
lidando com uma perturbação pessoal profunda parece que seria melhor protelar a
leitura até que possa estabilizar seu equilíbrio interno. Reconhecendo a
qualidade impessoal do seu serviço, ele sabe que é um instrumento pelo qual o
bem do indivíduo é trazido à tona, e que realmente não tem o direito de impor a
pessoa, já perturbado ou preocupado, os seus próprios atritos íntimos. Sua
responsabilidade é a de refletir luz
– clara, forte e firmemente.
Como todas as formas de serviço
impõem certos padrões característicos de prova para os aspirantes, pode ser bom
considerar algumas das principais provas que são, cedo ou tarde, enfrentadas
por todos os astrólogos.
A
grande responsabilidade do astrólogo é manter seu ponto de vista livre de toda
falsa pretensão, de orgulho e cobiça de poder. Tais tentações são muito sutis,
de maneira que pode ser muito difícil percebê-las conscientemente. O ser capaz
de ler um horóscopo com sensibilidade coloca nas mãos do astrólogo certo poder
sobre a mente ou sobre as emoções da pessoa da Carta; esta, sendo até certo
ponto dependente do astrólogo, pode tender a sentir e expressar certa
reverência ao astrólogo, o que pode ser muito lisonjeiro à sua humana
consciência. O astrólogo deve manter respeito à sua própria instrumentação; se
assim faz não cairá na armadilha de permitir que a sua habilidade se converta
numa fonte de estímulos às vaidades latentes; ao invés disso, ele a conservará
como uma “candeia ardendo brilhantemente no altar do serviço espiritual”.
O
astrólogo servirá melhor se puder manter o rendimento de seu serviço livre de
todos os reclamos limitadores de remuneração financeira. Se ele pode ganhar a
vida de outra maneira e faz do seu trabalho astrológico uma expressão criativa,
ele tem muito melhor oportunidade de manter seus canais abertos e
desobstruídos. O cliente tem todo o direito de oferecer compensações se assim o
deseje – desde que queira estabelecer equilíbrio na relação com o astrólogo
pelo que ele considere um intercâmbio correto e para expressar o seu apreço.
Contudo, a remuneração não pode ser deixada transformar-se em um fator estático
para o astrólogo se o mesmo quer manter-se como um símbolo de dádiva universal.
A partir do momento em que estabelece um programa de taxa específica para seu
serviço ele se arrisca a isolar-se de muitas pessoas que podem precisar de sua ajuda,
mas que não podem solicitá-la porque não podem pagá-lo. Em suma, o astrólogo
que mantém seus canais de serviços abertos e livres é o que serve melhor, mais
completamente, mais felizmente e mais espiritualmente.